Segregar significa separar, marginalizar,
isolar o contato, distanciar algo ou alguém considerado diferente. A Sociologia,
ao abordar esse tema a descreve como uma separação espacial (geográfica) de um
grupo de pessoas, em virtude de diversos fatores, como a raça, o poder
aquisitivo, religião, etnia, educação, nacionalidade ou qualquer outro fator
que possa servir como fator discriminatório. Da segregação surge a exclusão
social, definida como o extremo da marginalização.
Figura: Lixão em Porto Velho.
Fonte: http://www.newsrondonia.com.br/noticias//
. Acesso em 20 de fev. de 2018
Vulnerabilidade
social
O Brasil criou em 2002, com base no censo demográfico de
2000, o Índice de Exclusão Social (IES), um indicador das desigualdades sociais
que tem como parâmetro os níveis de escolaridade, de alfabetização, de acesso
aos serviços de saúde, de violência, de empregos formais e de pobreza da
população de todos os municípios brasileiros. Os piores índices de exclusão
social estão nas regiões Norte e Nordeste e os melhores, no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Dimensões do Índice
de Vulnerabilidade Social
O Índice de
Vulnerabilidade Social (IVS) possui três dimensões: Infraestrutura Urbana,
Capital Humano e Renda e Trabalho. Essas
dimensões correspondem a conjuntos de recursos ou estruturas, cujo acesso,
ausência ou insuficiência indicam que o padrão de vida das famílias encontra-se
baixo. Cada dimensão é formada por um conjunto de indicadores, os quais se
encontram apresentados a seguir.
Infraestrutura Urbana
Refletir as condições de acesso aos
serviços de saneamento básico e de mobilidade urbana, aspectos relacionados ao
lugar de domicílio das pessoas e que impactam significativamente seu bem-estar.
Os indicadores desse sub índice são a presença de redes de abastecimento de
água, de serviços de esgotamento sanitário e coleta de lixo, assim como o tempo
gasto no deslocamento entre a moradia e o local de trabalho pela população
ocupada de baixa renda.
Capital Humano
Capital
humano envolve dois aspectos determinantes para as perspectivas de inclusão
social dos indivíduos: saúde e educação. Adotou-se, para isso, indicadores de
mortalidade infantil, presença, nos domicílios, de crianças e jovens que não
frequentam a escola, presença, nos domicílios, de mães precoces, e de mães
chefes de família, com baixa escolaridade e filhos menores, ocorrência de baixa
escolaridade entre os adultos do domicílio e da presença de jovens que não
trabalham e não estudam.
Renda e Trabalho
A vulnerabilidade de
renda e trabalho agrupa não só indicadores relativos à insuficiência de renda
presente, mas incorpora outros fatores que, associados ao fluxo de renda,
configuram um estado de insegurança de renda: a desocupação de adultos, a
ocupação informal de adultos pouco escolarizados, a dependência com relação à
renda de pessoas idosas e a presença de trabalho infantil.
Indicadores
sociais em Rondônia
Indicadores são medidas de
comportamento e do desenvolvimento de sistemas complexos que fornecem uma síntese
dos resultados identificados que permitem previsão de condições futuras. Nessa
perspectiva, os indicadores servem para medir os processos de produção, de
maneira a contribuir para o desenvolvimento de políticas que possam colaborar
na redução da desigualdade social e da pobreza. Os principais são: Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH), Indicadores
de pobreza e o Índice de GINI (indicador que mede a desigualdade).
Índice
de Desenvolvimento Humano (IDH)
O
IDH de Rondônia, apresentava em 1991 a 19º posição no ranking nacional, índice
considerado muito baixo, de apenas 0,407. Em 2000, apresentou-se na 17ª posição
com o valor de 0,537, considerado de médio desenvolvimento humano. No mais
recente IDH dos estados, o de 2010, Rondônia aparece na 15º posição no ranking
dos estados brasileiros com IDH de 0,69, atrás dos estados vizinhos da região
norte como Amapá (0,708), Roraima (0,707) e Tocantins (0,699), já sendo
considerado estado com alto desenvolvimento humano.
Com
relação ao IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios, para o ano de
2010, os dez municípios que apresentaram os maiores índices do Estado de
Rondônia são: Porto Velho (0,736), Vilhena (0,731), Cacoal (0,718), Ji-Paraná
(0,714), Pimenta Bueno (0,710), Ariquemes (0,702) Rolim de Moura (0,7),
Cerejeiras (0,692), Jaru (0,689) e Colorado do Oeste (0,685).
Quadro: Os
dez melhores e os 10 piores municípios classificados de acordo com o IDHM de
Rondônia em 2010
RANKING
|
MUNICIPIOS
|
IDHM
|
IDHM E
(Educação)
|
IDHM L
(Longevidade)
|
IDHM R
(Renda)
|
1º
|
Porto Velho
|
0,736
|
0,638
|
0,819
|
0,764
|
2º
|
Vilhena
|
0,731
|
0,659
|
0,808
|
0,734
|
3º
|
Cacoal
|
0,718
|
0,620
|
0,821
|
0,727
|
4º
|
Ji-Paraná
|
0,714
|
0,617
|
0,810
|
0,728
|
5º
|
Pimenta Bueno
|
0,710
|
0,613
|
0,803
|
0,726
|
6ª
|
Ariquemes
|
0,702
|
0,600
|
0,806
|
0,716
|
7º
|
Rolim de Moura
|
0,700
|
0,598
|
0,808
|
0,709
|
8º
|
Cerejeiras
|
0,692
|
0,602
|
0,799
|
0,688
|
9º
|
Jarú
|
0,689
|
0,577
|
0,825
|
0,687
|
10º
|
Colorado do
Oeste
|
0,685
|
0,584
|
0,814
|
0,676
|
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no
Brasil, 2013.
Indicadores de pobreza
Identificar a proporção de pobres em determinada
região é importante para subsidiar os processos de planejamento, gestão e
avaliação de políticas de distribuição de renda. Os dados do Censo de 2010
apontam que 121.290 pessoas estariam vivendo em situação de extrema pobreza no
estado de Rondônia. O quantitativo de pessoas nesta condição é 56.064 na zona
urbana, e o restante, 65.226, na zona rural.
A faixa de idade mais afetada pela pobreza extrema
no estado é a de 20 a 39 anos com 28,84% das pessoas pobres. Outro ponto
importante é que 49% da população pobre no estado tem menos de 19 anos, o que
compromete o desenvolvimento individual e deixa sequelas na educação e na saúde.
Dentre os municípios que ainda apresentaram índices
de pobreza extrema nos anos de 1991, 2000 e 2010 destacam-se São Miguel do
Guaporé e Alto Alegre dos Parecis. Já os municípios de Vilhena, Porto Velho,
Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste aparecem nos referidos anos dentre os dez
municípios com as menores proporções percentuais de pobreza extrema.
Quadro: Os dez menores municípios classificados por
percentual de pobreza extrema, em Rondônia para os anos de 1991, 2000 e 2010.
Classif.
|
Município
|
1991
|
Município
|
2000
|
Município
|
2010
|
1º
|
Vilhena
|
6,65
|
Vilhena
|
5,16
|
Vilhena
|
2,10
|
2º
|
P
orto Velho
|
8,40
|
Ji-Paraná
|
6,50
|
Pimenta Bueno
|
2,29
|
3º
|
Guajará-Mirim
|
14,84
|
S. Fco. do Guaporé
|
6,94
|
Porto Velho
|
2,64
|
4º
|
Pimenta Bueno
|
15,15
|
Chupinguaia
|
7,09
|
Ji-Paraná
|
2,67
|
5º
|
Buritis
|
15,61
|
Cacoal
|
7,76
|
Ouro Preto D’Oeste
|
3,71
|
6º
|
Ji-Paraná
|
16,70
|
Porto Velho
|
7,81
|
Rolim de Moura
|
3,96
|
7º
|
Ariquemes
|
18,90
|
Ariquemes
|
8,01
|
Jaru
|
4,32
|
8º
|
Ouro Preto D’Oeste
|
21,39
|
Rolim de Moura
|
9,98
|
Ariquemes
|
4,36
|
9º
|
Cacoal
|
24,76
|
Pimenta Bueno
|
10,70
|
Cerejeiras
|
4,72
|
10º
|
Chupinguaia
|
25,51
|
Ouro Preto do Oeste
|
11,26
|
Chupinguaia
|
5,39
|
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano
no Brasil, 2013.
Índice de GINI (indicador
que mede a desigualdade)
O índice de GINI é um cálculo em que o
objetivo é medir o grau de concentração de renda em determinados grupos.
Identifica a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.
Largamente usado em diversos estudos relacionados à desenvolvimento econômico,
distribuição de renda, bem-estar social e pobreza.
Tabela: Coeficiente de Gini para a
Região Norte do Brasil de 2001 a 2011.
Estados
|
2011
|
2009
|
2008
|
2007
|
2006
|
2005
|
2004
|
2003
|
2002
|
2001
|
Brasil
|
0,529
|
0,544
|
0,544
|
0,553
|
0,56
|
0,567
|
0,57
|
0,581
|
0,587
|
0,594
|
Rondônia
|
0,496
|
0,506
|
0,498
|
0,505
|
0,543
|
0,568
|
0,518
|
0,505
|
0,541
|
0,548
|
Acre
|
0,545
|
0,61
|
0,56
|
0,608
|
0,592
|
0,585
|
0,594
|
0,579
|
0,623
|
0,628
|
Amazonas
|
0,541
|
0,508
|
0,514
|
0,551
|
0,511
|
0,513
|
0,537
|
0,558
|
0,563
|
0,576
|
Roraima
|
0,524
|
0,524
|
0,543
|
0,516
|
0,565
|
0,542
|
0,584
|
0,525
|
0,56
|
0,543
|
Pará
|
0,539
|
0,509
|
0,497
|
0,52
|
0,506
|
0,516
|
0,537
|
0,519
|
0,56
|
0,553
|
Amapá
|
0,523
|
0,518
|
0,454
|
0,509
|
0,478
|
0,526
|
0,542
|
0,599
|
0,551
|
0,482
|
Fonte:
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
Ao analisar este índice tem-se em mente que o valor
zero representa a situação de igualdade total, ou seja, todos teriam a mesma
renda. No extremo oposto seria o valor um, ou seja, só uma pessoa detém toda a
riqueza. Do período de 2001 a 2011 os valores do Gini para o estado de Rondônia
não variaram significativamente, o que situa o estado em posição privilegiada
quanto à distribuição de renda da população.
Conforme o Atlas do Desenvolvimento Humano no
Brasil (2013), nos anos 1991 e 2000, dos 52 municípios do estado de Rondônia,
49 apresentaram Índice de GINI maior ou igual a 0,50. Enquanto a média dos
municípios brasileiros foi de 0,53. No ano 1991, Buritis (0,39), Cacaulândia
(0,44), Parecis (0,44) São Felipe d’Oeste (0,48) apresentaram índices
superiores ao do Estado de Rondônia em 2011, comparativamente.
No período de 2000, os municípios de Pimenteiras
(0,44), Santa Luzia d’Oeste (0,48) e Primavera de Rondônia (0,49) apresentaram
índices superiores aos do estado de Rondônia para o período de 2011,
comparativamente. Para o período de 2011, todos os dez municípios melhores
classificados apresentaram índices superiores ao do estado de Rondônia,
comparativamente, o que denota uma melhoria considerável em termos de
desigualdade.
Quadro: Os dez
melhores municípios classificados, por Coeficiente de Gini, em Rondônia para os
anos de 1991, 2000 e 2010.
Classif.
|
Município
|
1991
|
Município
|
2000
|
Município
|
2010
|
1º
|
Buritis
|
0,39
|
Pimenteiras
do Oeste
|
0,44
|
Teixeirópolis
|
0,43
|
2º
|
Cacaulândia
|
0,44
|
Santa
Luzia D’Oeste
|
0,48
|
Candeias
do Jamari
|
0,47
|
3º
|
Parecis
|
0,44
|
Primavera
de Rondônia
|
0,49
|
Chupinguaia
|
0,47
|
4º
|
São
Felipe D’Oeste
|
0,48
|
Alto
Alegre dos Precis
|
0,51
|
Itapuã
do Oeste
|
0,47
|
5º
|
Campo
Novo de RO.
|
0,50
|
Candeias
do Jamari
|
0,52
|
Monte
Negro
|
0,47
|
6º
|
Teixeirópolis
|
0,50
|
S.
Miguel do Guaporé
|
0,53
|
Nova
União
|
0,47
|
7º
|
Vale do
Paraíso
|
0,50
|
Mirante
da Serra
|
0,53
|
São
Felipe D’Oeste
|
0,47
|
8º
|
Rio
Crespo
|
0,51
|
São
Felipe D’Oeste
|
0,53
|
Corumbiara
|
0,48
|
9º
|
Nova
Mamoré
|
0,51
|
S. Fco.
do Guaporé
|
0,53
|
Ouro
Preto D’Oeste
|
0,48
|
10º
|
Castanheiras
|
0,51
|
Teixeirópolis
|
0,53
|
Colorado
do Oeste
|
0,49
|
Fonte:
Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.
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