quarta-feira, 18 de novembro de 2020

O Vale do rio Guaporé-Mamoré

A partir do século XVI vários representantes da coroa portuguesa se aventuraram pela região, hoje conhecida como Amazônia. A intenção era ocupar os vales do Madeira-Guaporé-Mamoré e extrair os recursos valiosos, como ouro e as drogas do sertão. A ocupação se deu pela ação exploratória dos bandeirantes e pela presença militar, comprovada pelas inúmeras construções fortificadas, necessária para conter os conflitos com os indígenas e com os espanhóis, que também estavam ocupando a região de oeste para leste.
Para fazer frente a essas investidas, Dom Antônio Rolim de Moura, antes da assinatura do Tratado de Madri, recebeu a incumbência de povoar a região do Guaporé. Criou para isso a capitania de Mato Grosso, que sob sua coordenação, dentre outras ações, serviria para estruturar a capital daquela província denominada de Vila Bela da Santíssima Trindade, assegurando a presença portuguesa e como importante ponto de coleta de impostos sobre a mineração na região.

https://www.rondoniagora.com/geral/vale-do-guapore-um-paraiso-ameacado-pela-pesca-predatoria.
Acesso em 22/09/2020.

Ocorre que no final do século XVII, com a decadência da mineração, o vale do Guaporé foi sendo abandonado, seja por mineradores que procuravam regiões mais ricas ou pela falta de investimentos. Como a economia girava em torno da mineração, outro tipo de produção econômica era praticamente inexistente. O pouco que se produzia na agricultura e na pecuária até o século XVIII, era apenas de subsistência.
Sem prosperidade nos setores agrícolas, pecuária e nos engenhos havia falta de gente, de comida, de gado e de minerais valiosos. O que restou foi escravidão e penúria. O abastecimento da região, inicialmente era feito através de caravanas paulistas depois de 1754, passou a ser feito a partir de Belém, pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré, Guaporé.
A partir do séc. XVIII, o Vale do Guaporé transformou-se em abrigo de indesejáveis e depósito dos proscritos do sistema. Uma forma de prisão onde os desclassificados poderiam ser úteis para o poder. Brancos endividados e criminosos viriam a ser a elite dos colonizadores do vale. Em contrapartida o conjunto de anônimos era formado por indigentes de outras áreas, prevalecendo a população negra e mestiça e uma elite branca.
As péssimas condições sanitárias somadas ao ambiente natural hostil, tornavam a região propicia para um elevado número de doenças como malária, corruções, febres catarrais, pneumonia, diarreia, tuberculose, febre amarela, tifo e cólera. A falta de acesso ao tratamento dessas doenças as tornavam sinônimo de morte aos que eram acometidos por tais enfermidades.
Vivendo em condições insalubres os escravos do vale do Guaporé tendiam a se revoltar, tanto de forma individual como coletiva. Durante a segunda metade do século XVII eram comuns as fugas de escravos, e a formação de quilombos. Entre os quilombos daquela época se destacou o de Quariterê que existiu de 1752 a 1795, ano em que foi destruído.
Entre as principais causas de decadência do vale do Guaporé podem ser mencionadas: insalubridade, decadência do ouro, dificuldade de acesso e permanência e hostilidade indígena. Além disso nas primeiras décadas do século XIX a capital foi transferida para Cuiabá, onde os capitães generais já passavam a maior parte do tempo. A partir desse momento, Vila Bela de Santíssima Trindade foi deixada para trás, ficando no local apenas os negros abandonados à própria sorte.

As bases para a ocupação humana do espaço rondoniense

O processo de ocupação e povoamento do espaço geográfico que atualmente constitui o estado de Rondônia, remete ao século XVIII, nos vales dos rios Guaporé e Madeira. Advém das entradas e bandeiras formadas por mineradores, comercializadores, militares e padres jesuítas. Desde de então, iniciou-se a formação populacional do estado que em nada foge à semelhança com os demais, distribuídos ao longo do território brasileiro. Uma população que tinha como base os brancos, negros e índios. Mais tarde, em decorrência dos vários ciclos de produção econômica, ocorrem também várias fases de atração migratória onde diversos povos e raças constituíram o elemento humano rondoniense.

                                    Fonte: http://rondoniaemsala.blogspot.com.br/2011/09/aspectos-economicos-de-ro.html

Ainda no século XVIII, quando o topo da sociedade na região é formado por portugueses e comerciantes paulista, o ciclo da produção aurífera entra em declínio fazendo com que haja um intenso esvaziamento das vilas, arraiais e cidades que surgiram em torno dessas minas. Ficam apenas os negros remanescentes do escravismo, os mulatos e os índios já aculturados.


terça-feira, 17 de novembro de 2020

QUESTÕES DO DESMATAMENTO EM RONDÔNIA

Rondônia é uma das regiões mais afetadas pelo desmatamento no Brasil. O estado já teve mais da metade de sua cobertura florestal destruída. O atual modelo econômico de ocupação e uso dos recursos naturais é um dos principais fatores que causam o aumento do desmatamento. Além de Rondônia, outras regiões amazônicas passam pelo mesmo problema, o que gera preocupação, visto que mais de um terço de todas as espécies do mundo vivem nessa região. A situação é critica e o ser humano precisa tomar consciência dos seus atos. A partir desse ponto de vista fica claro a necessidade de uma reeducação da humanidade para o convívio com o meio ambiente de forma equilibrada.

Para deter o avanço do desmatamento em áreas protegidas há a necessidade da presença do governo através de um sistema de fiscalização mais eficiente e transparente e de  programas de incentivo à preservação com o devido esclarecimento a legislação ao povo, ou seja de como conviver em harmonia com o meio ambiente natural.

É muito importante que a ideia de preservar o meio ambiente e o convívio com as florestas com os princípios de sustentabilidade, comece desde criança, na escola. Quando uma floresta é destruída, muito mais do que apenas árvores é perdido: um ecossistema inteiro é destruído. Inúmeras espécies de plantas e animais ou se adaptam a seus novos ambientes ou perecem. Populações humanas são deslocadas e suas culturas e fontes de sobrevivências são danificadas ou perdidas. Solos tropicais frágeis se tornam inférteis e ficam propensos à erosão, o que podem causar danos generalizados. Fluxos regulares de correntes de água são substituídos por enchentes, alternadas por secas.

Da mesma forma, quando o desmatamento é extensivo, o clima local pode ficar mais seco. Valiosas fontes de madeira, alimentos, medicamentos e matérias-primas para indústrias são perdidos. Essas perdas podem, ainda, contribuir para um grande número de problemas sociais, econômicos e políticos. (ADAS; ADAS, 2004, p. 97).

Assim como em grande parte do mundo, o desmatamento em Rondônia é um processo resultante do crescimento das atividades produtivas e econômicas e, principalmente, pelo aumento da densidade demográfica de cada localidade, esse processo coloca em risco as regiões compostas por florestas, a partir do momento em que os seres humanos desenvolvem suas ações sem planejamento.

RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA E O POTENCIAL ECONÔMICO OCULTO

Ribeirinhos é a denominação dada às populações que vivem nas beiras dos rios na região amazônica. Geralmente são pessoas que tem a economia de subsistência baseada no artesanato, agricultura e o extrativismo vegetal e animal. Seu modo de vida acompanha o sobe e desce das águas, ou seja, cheia e vazante dos rios que exerce um papel fundamental em suas vidas, seja como caminho para o deslocamento ou como local de execução de suma das suas principais atividades de renda e sobrevivência, a pesca.

O que caracteriza potencial econômico oculto nessa região é de fato, a grande riqueza que se encontra envolto ao verde e as águas abundantes nesse imenso território. Além da fertilidade da terra para o desenvolvimento da agricultura, a Amazônia possui uma imensa diversidade de produtos vegetais e minerais. Sua fauna é talvez, a maior e mais bonita do planeta, e esconde maravilhas como cachoeiras e lagos.

 

   Foto: portaldoamazonas.com/Edson Piola

Diante de todas essas riquezas, o que se observa é que a população vive, em sua grande maioria na pobreza, sobrevivendo com os mínimos recursos disponíveis no lugar onde moram ou que chegam até os mesmos através dos programas sociais. Uma grande controvérsia para um olhar de fora. Como pode uma população viver em meio a tamanha riqueza e continuar na pobreza? Essa é a realidade do povo ribeirinho da Amazônia brasileira.

Evidente que a falta de politicas voltadas ao desenvolvimento produtivo sustentado para essa região propicia o aumento da pobreza e da miséria. Além disso, para o pouco que é produzido surgem barreiras intransponíveis para o ribeirinho com  a falta de transporte para o escoamento da produção. Isso faz com que a figura do atravessador prevaleça, subvalorizando os produtos da região.

A Amazônia carece de transformação, não na forma ou nas características do seu território, mas no ambiente politico dos países que dela fazem parte. Necessita de politicas que visem o desenvolvimento, ou seja, um processo de transformação econômica, política e social, através da qual o crescimento do padrão de vida da população tende a tornar-se automático e autônomo.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

O tema educação ambiental nas escolas, no primeiro momento parece ser um assunto recorrente ou mesmo algo desnecessário neste século XXI. O ideal era que a sociedade em geral, e não somente os professores e alunos, tivessem a concepção, bem como o senso critico necessário para entender os conceitos relacionados a sustentabilidade, preservação e conservação do lugar onde vivem e que essas praticas se estendessem por todo o planeta.
De certo que na escola, a educação ambiental ganha importância não só pelo  fato de formar o intelecto das pessoas, mas também pela capacidade de que neste lugar se prepara cidadãos deveras conscientes do seu papel no mundo. Aqui também se adquire os conhecimentos necessários para a atuação sobre as diversas realidades impostas na atualidade través de praticas sustentáveis que possam reduzir possíveis danos ambientais.
Vale destacar que no ambiente escolar o tema não pode ser dissociado das demais disciplinas obrigatórias do currículo, uma vez que é um tema transversal e por isso deve ser trabalhado em todas elas.  Assim, a educação ambiental deve ser desenvolvida coimo uma pratica educativa integrada, continua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal.

terça-feira, 3 de novembro de 2020

O povo ribeirinho da Amazônia no contexto eleitoral

Período eleitoral é sempre um momento de muitas expectativas em relação as melhorias que a população tanto precisa. Na região do baixo Madeira em Rondônia, Estado brasileiro localizado na Amazônia o momento é marcado pela presença de muitas autoridades e pessoas conhecidas e desconhecida para a população local.

O motivo é sempre o mesmo, a disputa pela conquista dos votos dos leitores. Chama a atenção a cordialidade com a qual essas pessoas são tratadas por quem vem de fora. Dos novos visitantes a proposta é trabalhar pelo povo, fazer o que os detentores de cargos políticos não fizeram. Já para os atuais governantes e legisladores a proposta é a ampliação do tempo para fazer o que não foi possível realizar nos quatro anos que se passaram.

Uma breve visita nessas comunidade é possível perceber o nível de carência pela qual seus habitantes passam. Vale ressaltar que são necessidades básicas que com politicas efetivas poderiam melhorar a qualidade de vida do povo. Incluem-se nesse rol de necessidades básicas a saúde, educação, meio ambiente, transporte e desenvolvimento da economia.

A região tem um grande potencial econômico não estimulado devido a ausência de politicas publicas que deixa a população inerte sem os mecanismo necessários para produzir. Ações mínimas que poderiam modificar para melhor a vida dessa gente que não mais acredita nos rios de promessas ouvida nesse período de eleição. O pior é que o povo,  depois de muita enganação e por não acreditar mais em propostas vazias dispersa seus votos em candidatos que nem consegue lembrar o nome no dia seguinte.

E a vida continua nessa parte do mundo verde.