A
construção do Real Forte Príncipe da Beira teve como objetivo assegurar o
domínio português, na margem direita do Guaporé permitindo a vigilância dos
rios Guaporé e Paraguai. Sua obra foi iniciada no ano de 1776 e finalizada
somente em 1783. O fim do ciclo do ouro, no Vale Guaporé e a Proclamação da
República deram esquecimento ao Forte. Não havia mais interesse em manter uma
fortaleza na Amazônia.
O Forte Príncipe da Beira não é
apenas uma grande fortaleza, ele representa a potência portuguesa ao construir
uma obra faraônica na região, com a intenção de defender os limites
portugueses, no auge do Ciclo do Ouro, e também vigiar sua inimiga, a Espanha
que tencionava atingir o Oceano Atlântico através dos rios Guaporé e Paraguai.
A imponente obra de 970
metros de extensão e 10 metros de altura, no coração da
Amazônia, nem mesmo chegou a ser utilizada como base militar. A demora nas
comunicações viria a impedir que a Capitania de Mato Grosso tomasse conhecimento
do tratado de Ildefonso, firmado entre Portugal e Espanha que legitimava o
domínio da margem direita do Guaporé a Portugal, tornando desnecessária a
empreitada, entretanto, o comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de anos.
O Forte Príncipe não foi a primeira construção dessa
envergadura na região, no entanto, foi a mais dispendiosa e demorada, pois
deveria impor respeito ao inimigo, por sua localização estratégica. Depois de servir durante muitos anos como presídio e
asilo dos extraditados de Portugal ficou abandonado, voltando a ser lembrado
somente em 1914 com os trabalhos realizados pelo Marechal Cândido Mariano da
Silva Rondon, na região.