domingo, 22 de maio de 2016

OFICINA METODOLOGIA DE RPOJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Prof. Ms. Osmair Oliveira dos Santos¹
e-mail: osmairsantos@gmail.com

1.    Introdução
Os processos educativos construídos em todas as etapas do aprendizado, quer seja formal ou informal, abrem horizontes, tornam as pessoas críticas sobre o ambiente de forma geral e ao mesmo tempo possibilitam ações para permitir a inclusão social. A inclusão social é possível de várias formas e uma delas é disponibilizar conhecimento para todos independentes de classe social ou faixa etária.
Fazer com que crianças e adolescentes entendam a importância da sua responsabilidade na manutenção e preservação do meio ambiente é um desafio no contexto atual da sociedade consumista e degradadora. Dessa forma, as ações de Educação Ambiental procuram realizar esse processo, com atividades que tornem o conhecimento mais acessível, utilizando uma linguagem adequada para as diferentes situações.
Neste sentido, é pertinente dotar as pessoas formadoras de opinião dos conhecimentos necessários sobre como trabalhar a temática ambiental na educação formal de forma planejada e articulada com as demais ações desenvolvidas no âmbito da escola. Dentre estas pessoas, o professor tem um papel preponderante, por atuar diretamente com o público juvenil que uma vez assimilando os conhecimentos e percebendo a necessidade de cuidar do seu ambiente, serão os protagonistas do amanhã.
A oficina Metodologias de Projetos de Educação Ambiental, a partir dessa nova realidade, será desenvolvida junto à Comunidade docente, tendo em vista a necessidade de desenvolver esta ação em todas as escolas da rede municipal de ensino de Porto Velho, com vistas à criação de espaço para criar e desenvolver atividades que venham de encontro com a realidade socioambiental do local onde a escola está inserida.

1.    Justificativa
O Desenvolvimento Sustentável necessita ser compreendido e incorporado ao mundo que cada pessoa constrói, em seu domínio de condutas, com as demais pessoas com quem convive. Isto leva a uma necessidade de qualificação das pessoas e isto nada mais é do que um processo educacional. A Educação Ambiental surge, então, como um esforço pedagógico de articular conhecimentos, metodologias e práticas ditadas pelo paradigma da sustentabilidade.
A Educação Ambiental pode ser vista como a estratégia inicial do Desenvolvimento Sustentável através da qual as pessoas não só se qualificam, mas se sensibilizam para reencontrar suas pertinências e afinidades com a natureza e o Universo, ponto de partida substantivo do paradigma da sustentabilidade. (SILVA).
A escola precisa contextualizar na sua proposta pedagógica e no seu conjunto de ações as praticas de educação ambiental, tendo em vista as novas demandas sociais e a necessidade de uma educação que promova a sustentabilidade das suas próprias práticas pedagógicas. O professor, agente de transformação social não pode alienar-se do cotidiano dos alunos e do ambiente onde vivem.
Nesse sentido, há uma necessidade pertinente de envolvê-los estimulá-los a buscar  novos conhecimentos para o desenvolvimento das novas práticas pedagógicas voltadas as questões ambientais e com vistas a sustentabilidade das ações demandadas pela escola e de forma geral, no planeta.

2.    Resultados esperados
O principal resultado esperado é o empoderamento dos professores através do conhecimento, proporcionado pelo desenvolvimento de estratégias pedagógicas o desenvolvimento de atividades de educação ambiental na escola. Espera-se também:
a) Aumentar a efetividade e eficiência da gestão das políticas públicas de desenvolvimento sustentável, neste caso das políticas educacionais de educação ambiental;
b)      Desenvolver estratégia cognitiva na sala de aula de sensibilização e o resgate da ligação do homem com a natureza, produzindo mudança de valores, percepções e sentimentos que deverá possibilitar a transformação dos hábitos da comunidade escolar.
c)      Produzir, dentro do processo de gestão da escola a inserção de ações continuadas de educação ambiental estimulando a participação qualificada da comunidade escolar.

3.    Objetivo Geral:
A Oficina Metodologias de Projetos de Educação Ambiental tem a proposta de trazer para a realidade dos docentes a observação de fenômenos que ocorrem na escola e permitir que se sintam fazendo parte deles, com capacidade de análise crítica e ação sobre os mesmos.

4.    Metodologia:
Os docentes realizarão no período de 2 horas várias atividades práticas e de forma transdisciplinares com a temática educação ambiental, quais sejam:

4.1              Muro das lamentações (O Muro das Lamentações é um painel criado pelos participantes da oficina. Cada um dos participantes escreve ou desenham em pedaços de cartolina o que não funciona corretamente no seu espaço escolar e o que precisa melhorar. As discussões podem ser socializadas no ambiente).

4.2              Arvore dos Sonhos (Para realizar essa atividade os educadores, podem escrever ou desenhar seus sonhos de futuro e colar no painel.

4.3              Painel do realizável (Agenda 21) Ao final das duas atividades é montado painel do realizável ou agenda 21 que são as ações que podem ser realmente realizável no ambiente escolar. Essa é uma atividade que serve de diagnóstico da percepção que os professores têm do meio e da situação do seu ambiente escolar.

4.4              Projeto O painel realizável poderá levar a várias discussões que darão suporte para a realização dos projetos. Mediante votação pela maioria dos participantes do melhor tema realizável, se passará a montagem de um projeto.

4.4.1        Desdobramento 1 (dividir os professores em grupos de 5 ou 10 pessoas escolher os temas conforme os resultados que foram apresentados no painel, solicitar que façam uma breve discussão do assunto e idealizar um projeto para ser desenvolvido na escola. Cada equipe deverá, após discussão sobre o assunto, escrever um dos item do projeto: justificativa, objetivos, metas, metodologia, cronograma de execução e avaliação O grupo deverá escolher um relator(es) para apresentar o projeto aos demais participantes da oficina. Ao final tem-se o projeto montado.

4.4.2        Desdobramento 2 Paralelo à atividade anterior cada equipe desenhará uma parte do corpo humano – cabeça, olhos, orelha, boca, braço, mão, perna direta, perna esquerda, pé, tronco). Após montar o esqueleto observar que o objetivo dessa atividade é mostrar que um projeto tem que ser planejado com todos os envolvidos no ambiente escolar.

5.    Bibliografia
ODUM, Eugene P.- Ecologia - Ed. Guanabara, 1988- RJ
CASSINO, Fabio; JACOBI, Pedro; OLIVEIRA, José Flávio - Educação, Meio Ambiente e Cidadania - Reflexões e Experiências - Secretaria de Meio Ambiente /SP - 1998.
FIX, Mariana. Parceiros da Exclusão: duas histórias da construção de uma “nova cidade” em São Paulo: Faria Lima e Água Espraiada – São Paulo; Bom tempo, 2001.
INSTITUTO ECOAR PARA CIDADANIA, Desafio das Águas- Agenda 21 do Pedaço. Fórum de Educação Ambiental /Encontro da Rede Brasileira de Educação Ambiental - 1997-RJ.
Educação e Desenvolvimento Sustentável - Brasília: SESI-DN-1997
MARGALEF, Ramón – Ecologia – Ed. Omega – Barcelona – Espanha – 1989.
LABOURIAU, Maria Léa Salgado – História Ecológica da Terra – Ed. Edgard Blüchar – 1994.
ERICKSON, Jon – Nosso Planeta está morrendo – Ed. Makron Books – 1992 – SP. COIMBRA, José de Avila Aguiar – O outro lado do meio ambiente – CETESB – 1985 –SP.
LOVELOCK, James – As Eras de Gaia – Ed. Campus – 1991 – RJ.
SILVA, Jorge Xavier; SOUZA, Marcelo J.L. - Análise Ambiental - Ed. Universidade Federal do Rio de Janeiro - 1988 - RJ


ANEXOS

Materiais necessários para a oficina:
Papel A4
Caneta esferográfica
Lápis preto
Borracha
Régua 30cm
Papel craft
Pincel atômico (cores)
Pincel para quadro branco
Computador
Data Show


MURO DAS LAMENTAÇÕES

(escrever tudo o que você pensa que está errado na escola, o que não funciona bem)
Exemplo: violência, drogas, lixo na rua, esgoto a céu aberto e moradias.

ÁRVORE DOS SONHOS

(escrever seus sonhos de uma escola melhor, o poderia fazer para melhorar)
Exemplo: melhoria na limpeza pública e nas moradias, mobilização social, assistência à saúde e policiamento.

PAINEL DO REALIZÁVEL

(escrever o que é possível fazer para melhorar)
Exemplo: mobilização social e informação sobre os problemas do lixo

PROJETO

(dentre todas as sugestões escolher um tema possível de ser realizado na escola e fazer um projeto).
Exemplo: cada grupo faz uma parte do projeto – um item.

DESENHAR E RECORTAR O ESQUELETO (PARTES DE UM CORPO HUMANO

(demonstrar a necessidade do planejamento, articulação, discussão e envolvimento de todos na execução de um projeto)
  
GRUPO 1: CABEÇA COM CABELO
GRUPO 2: ORELHAS (DIREITA E ESQUERDA), OLHOS DIREITO E ESQUERDO.
GRUPO 3: BOCA E NARIZ
GRUPO 4: TRONCO HUMANO COM PESCOÇO
GRUPO 5: BRAÇOS ESQUERDO COM MÃO
GRUPO 6: BRAÇO DIREITO COM MÃO
GRUPO 7: PERNAESQUERDA COM PÉ
GRUPO 8: PERNA DIREITA COM PÉ

¹Mestre em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia - UNIR. Pós Graduado em História Geografia e Meio Ambiente pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA/SC. Licenciatura Plena em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR.


OS DESAFIOS DE ALFABETIZAR O ADULTO

Em todos os estudos sobre a Educação de Jovens e Adultos, o que mais tem se destacados são os desafios que os educadores têm tido nas várias práticas pedagógicas de escolarização. Dificuldades em ensinar, em lidar com a motivação, em conseguir resultados no decorrer do processo é a tônica permanente nos depoimentos daqueles que buscaram o trabalho nessa modalidade de ensino, particularmente quando se trata das camadas populares da sociedade, escolas localizadas em áreas periféricas dos centros urbanos ou rural.
A condição, no entanto, para o ingresso nessa modalidade é uma premissa da lei de diretrizes e bases da educação brasileira estabelecem que todos que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos na idade regular devem ter acesso a cursos gratuitos que ofereçam oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho. O desafio é criar um sistema que possa atender de modo satisfatório um grupo tão diverso de estudantes, que abrange alunos em várias etapas da vida.
Dentre os inúmeros desafios, a taxa de evasão no ensino dos adultos é o que mais preocupa os educadores. A evasão, por sua vez, precede os índices de repetência quando os alunos não se sentem objetivamente encaminhado ao que eles buscam na escola, com uma perspectiva inovadora de forma que tenham uma motivação maior para continuar seus estudos, e consequentemente utilizar os conhecimentos utilizados no trabalho e nos afazeres do dia-a-dia.
A alfabetização de jovens e adultos deve acontecer de maneira envolvente de modo que os alunos se sintam valorizados como parte integrante do processo educativo e no contexto das demais atividades desenvolvidas pela escola. É importante identificar e valorizar o conhecimento trazido pelos estudantes, considerando o meio onde vivem promovendo a interação entre os saberes formal e informal, como afirma Pinto (2005, p. 83):
O educador tem de considerar o educando com um ser pensante. É um portador de ideias e um produtor de ideias dotado frequentemente de alta capacidade intelectual, que se revela espontaneamente em sua conversação, em crítica aos fatos, em sua literatura oral.

A educação, no contexto do ser pensante, deve ser considerada com um ato político. Ao pensar dessa maneira, Paulo Freire argumenta que a mesma deverá estar sempre voltada aos interesses de alguém e consequentemente contra outros. Isso é uma premissa de um país onde a desigualdade e a divisão de classes se faz transparecer sem qualquer repúdio, sendo praticamente impossível que se tenha uma educação que venha atender a todos os cidadãos, prevalecendo sempre os que têm maior visibilidade.
Para Freire (1980), essa é uma realidade onde o educador tem papel fundamental quanto a sua transformação, ou seja, é ele quem deve motivar o desencadeamento de mudança no comportamento dos seus educandos. Tais incentivos, em muitos casos, são o que eles precisam para reconhecer e admitir socialmente a importância da educação na modificação no meio onde vivem.
O que admite o educador Paulo Freire, é a necessidade de uma educação que torne o indivíduo compromissado com a criticidade sobre as forças que o cerca. Sendo assim, a partir do momento em que o mesmo sai da neutralidade de convicções e assume o compromisso através de sua criticidade, será possível superar os limites, buscando cada vez mais uma educação que não somente lhe instrua no campo das atividades diárias e imediatas, mas para a vida.

FATORES QUE CAUSAM A DESISTÊNCIA DO ALUNO
Apesar dos fatores políticos e a sua inércia para atuar no campo da Educação de Jovens e Adultos, essa modalidade de ensino tem crescido de forma bastante na última década, tanto no campo da alfabetização como no segmento de escolarização daqueles, que por razões diversas, não concluíram o ensino fundamental ou o ensino médio, como também na formação profissional voltada à qualificação e requalificação para o trabalho.
Apesar de todos esses fatores, nos deparamos cotidianamente com problemas educacionais, dentre eles a desistência escolar que se tornou um desafio a ser considerado nas escolas brasileiras. O estudante adulto quando procura a escola traz consigo um vasto conhecimento adquirido através das experiências ao longo da vida. Este conhecimento deve ser respeitado pelo educador e por meio do trabalho dialógico desenvolver uma prática educativa que em conjunto promova a construção do saber com bases científicas.
Essa forma de encaminhar o processo educativo, além de compreender o universo do educando tem como fundamento para a sua alfabetização, o seu próprio mundo, ou seja, palavras e ações do meio vivido no seu cotidiano. Tais fatores, na medida em que ensejam a ambientação do estudante adulto, poderão também ser utilizadas na aprendizagem da leitura e escrita, bem como o ponto de partida para os demais campos do saber.
Segundo Pinto (2007), o ato de educar não se reduz à transmissão de conteúdos particulares de conhecimento, nem tampouco o ensino de determinadas matérias; é muito mais do que isto, pois se trata de preparar o educando para um novo modo de pensar e de sentir a existência em face das condições sociais com que se defronta; é dar-lhe a consciência de sua constante relação com comunidade, país e mundo, e que todo o seu saber deve contribuir para o empenho coletivo de transformação da sua própria realidade.
Pesquisas atuais apontam que a desistência escolar carrega consigo, na soma de todos os eventos que a mesma desencadeia na sociedade, várias consequências. Essas causas são concorrentes e não exclusivas, ou seja, a evasão escolar se verifica em razão da somatória de vários fatores e não necessariamente de um especificamente. Na opinião de Charlot (2000, p. 18), a problemática da evasão escolar deve ser vista sob vários ângulos, tais como:
Sobre o aprendizado... sobre a eficácia dos docentes, sobre o serviço público, sobre a igualdade das chances, sobre os recursos que o país deve investir em seu sistema educativo, sobre a crise, sobre os modos de vida e o trabalho na sociedade de amanhã, sobre as formas de cidadania.


Soma-se a essa opinião às questões pertinentes ao contexto extraescolar como, falta de incentivo da família, trabalho e gravidez precoce. Concorrem igualmente às dificuldades de aprendizagem, distância entre a escola e a moradia do aluno, falta de comprometimento dos gestores escolares com os alunos, e a existência de um distanciamento entre o educador e os alunos.