Diante das questões que envolvem
a discussão aprofundada sobre quem é o professor e qual o seu papel,
verifica-se que ao longo da literatura educacional há vários princípios ou
doutrinas que poderiam definir tal argumentação. No entanto, as circunstancia
nos remete ao pensamento de que este é um fator construído de acordo com as
mudanças sociais.
É um ser humano e, como
tal constrói sua própria história através da ação; é determinado pelas
condições e circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo.
Sofre as influências sociais onde vive e com elas se autoconstrói. O professor
é um profissional que se habilita para trabalhar na área educacional, exercendo
sua função na área da docência.
Os cursos de magistério,
licenciatura e pedagogia devem ser ocasião de uma compreensão sistematizada da
educação para que o trabalho pedagógico se desenvolva para além do senso comum
e se torne realmente uma atividade intencional. Destacam-se três aspectos
importantes na formação do professor a qualificação, a formação pedagógica e a
formação política.
A qualificação pela qual
se deve adquirir o conhecimento científico dá-se através de estudos especializados
garantindo uma formação acadêmica indispensável ao exercício da profissão. Na
formação pedagógica prática de ensinar deve superar os níveis do senso comum
para tornar-se atividade sistematizada.
A formação política se refere ao fato de o professor pode desenvolver
um trabalho intelectual e transformador. Permitindo lutar por salários mais dignos,
aperfeiçoamento, reuniões pedagógicas. Para isso eles devem estar integrados em
associações representativas de classe que defendam seus interesses. Portanto,
se faz necessário compreender o processo educativo dentro de um contexto maior,
ou seja, no campo social, econômico, politico e cultural.
No contexto da história
da educação, o professor tem assumido diversas imagens a partir da expectativa a
respeito do papel que ele desempenha em determinada sociedade. Assim, na
educação tradicional a figura do professor era magistrocêntrica, era dono do
saber e da autoridade levando ao aluno a passividade do conhecimento. Já na Escola
Nova assume a postura de teocêntrica, isto é, centrada na atividade do aluno em
“aprender a aprender”.
Por outro lado, a
tendência tecnicista, em nome da racionalidade e produtividade, burocratiza as
funções do professor o reduz a mero executor de atividade emanadas do setor de planejamento,
descaracterizando o processo educacional. Já os teóricos, crítico-produtivista acusava
os professores de cúmplice do sistema, por reproduzirem em sala de aula a
ideologia dominante e por reforçarem as desigualdades sociais.
Um dos aspectos da
revalorização do magistério se acha na formação do professor, afim de que
supere os problemas encontrados no modelo retrógado de educação. Neste contexto
a pesquisa sobre a formação de professores busca resgatar o papel do professor,
enfocando a importância de se pensar bem, utilizando estudos reflexíveis, intelectuais e teórico-metodológico
onde a bola da vez é o professor.
Estamos vivendo a época
de incertezas, mudanças e novos rumos que afetam frontalmente a educação no
sentido de modificação de hábito na prática docente e nas relações que se dão
no cotidiano da escola. O grande problema de tudo isso é a percepção de que a
estrutura organizacional dos ambientes escolares não se preparou para as
mudanças e acabam provocando um clima de ações que sempre procuram rivalizar
professores e alunos tirando sempre a cumplicidade deste no processo de geração
e construção do conhecimento.
Sendo que a educação é,
sobretudo troca, debates, construção de ideias e formação de hábitos que
precisam ter como pontode partida a formação ética e a proposta de construção
de novas visões de mundo e busca pela justiça social e na certeza de luta pela
igualdade.
Atualmente, o mundo
tecnológico invade diversos ambientes de vivência dos cidadãos e certamente
reserva novas funções aos membros do processo de geração deconhecimento
vivenciado na escola onde não é mais possível desenvolver escolas arcaicas em
termos de conhecimento e pautadas em uma lógica de aprendizado que visa apenas
o responder a prova e não dá aos educando oportunidade adequado e voltado
essencialmente para a compreensão do valor das transformações e dos aspectos da
dinâmica social que molda espaços e faz idéias e concepções.
A Escola deve ter um
papel de aproximação do aluno em relação à realidade que lhe cerca para que
este esteja sempre preparado para o mundo do trabalho e para a vida social. O
papel da escola é explicar o mundo compreendendo claramente suas transformações
e os fatores motivadores de cada processo de metamorfose da vida política,
econômica e social.
O educador qualificado é
hoje peça fundamental para entendimento do mundo e para criação de hábitos
saudáveis de vida que gerem ideias de valorização dos seres humanos de respeito
à diversidade das vidas, de análise das possíveis transformações de buscaplena
por um mundo onde reinem ideais éticos e cidadão para todos os seres que habitam
nosso planeta.
Valorizar o educador é
uma tarefa da sociedade numa conquista de um mundo sustentável e igualitário na
medida certa do amor universal e na concretização de práticas de cidadania em
todos os momentos da vida neste planeta. De acordo com o professor MaurícioTardif
(2002), “o saber do professor é seu saber resultado do seu esforço, da sua
identidade ideológica, mediado pela sua experiência de vida e das suas relações
práticas na sala de aula.”
Portanto, deve-se buscar
uma ação pedagógica onde o papel do professor supere a compreensão e prática
sobre sua disciplina, abrangendo uma reflexão sobre os conteúdos e valores a
ele associados, ampliando a responsabilidade do educador com a formação dos
alunos. Ou seja, com base nos temas transversais propostos e na necessidade de
cada realidade escolar, o professor deve aproximar seus conteúdos e sua prática
escolar para o desenvolvimento da capacidade de o aluno ler e interpretar a realidade,
contextualizando-a, aprendendo a aprender.
Fazendo com que o aluno
saiba se questionar sobre os problemas decorrentes dos aspectos da dinâmica
social, se questionar sobre os valores que os permeiam e como estes estão presentes
em nossa sociedade atual. A Formação Inicial e Continuada dos Professores é
garantida pela Resolução nº 04/2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais
para a Educação Básica.
Da mesma forma, o artigo
9º garante acesso e permanência para conquista da qualidade social e os pré-requisito
estão no inciso VIII que especificamente versa sobre a valorização dos
profissionais da educação, com programa de formação construindo, critérios de
acesso permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definido
no projeto Político-pedagógico.
Neste contexto, o Artigo
56, § 1º, da mesma resolução ampara o questionamento anterior no que se refere a
formação inicial e continuada, onde as escolas de formação dos profissionais da
educação, sejam gestores, professores ou especialistas, deverão incluir em seus
currículos e programas:
a)
O conhecimento da escola como organização
complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania;
b)
A
pesquisa, a análise e aplicação dos resultados de investigações de interesse da
área educacional;
c)
A
participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento
de sistemas e instituições de ensino;
d)
A temática da gestão democrática, dando
ênfase à construção do projeto político pedagógico, mediante trabalho coletivo
de que todos os que compõem a comunidade escolar são reesposáveis.
O Artigo 57, também faz
referencia ao citar que entre os princípios definidos para a educação nacional
está a valorização do profissional da educação, com a compreensão de que
valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social,
cultural, ética, estética, ambiental.
Assim, com esse processo
de formação e valorização do profissional da educação a escola, aluno e
professor garantem um ambiente agradável para uma aprendizagem prazerosa. Com
essa interação, ajuda a desenvolver uma nova perspectiva sobre o planejamento
das aulas e o ensino do conteúdo curricular para garantir a participação de
todos os estudantes.
Diante desse programa de
formação inicial e continuada dos profissionais da educação, o professor deve
ser capaz de inovar dia-a-dia a partir de sua experiência de sala de aula com
objetivo de aperfeiçoar e desenvolver sua prática pedagógica, mediante o
processo de reflexão e pesquisa da própria ação.
A aprendizagem da prática reflexiva exige que as
atividades de formação dos docentes levem em conta as características dos
contextos nos quais eles intervêm os problemas reais que enfrentem em sua
prática; a reflexão e análise da prática baseiam-se em uma permanente continuação
da realidade, o que implica contínua interação entre os conhecimentos que o
docente possui e a realidade na qual atua