terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ESCOLA SUSTENTÁVEL

Conceito Geral: Em primeiro lugar, trata-se de um conceito sistêmico, ou seja, ele correlaciona e integra de forma organizada os aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade. A palavra-chave é continuidade — como essas vertentes podem se manter em equilíbrio ao longo do tempo.
“Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades”.

ESCOLA SUSTENTÁVEL

Conceito Geral: Escolas sustentáveis são definidas como aquelas que mantêm relação equilibrada com o meio ambiente e compensam seus impactos com o desenvolvimento de tecnologias apropriadas, de modo a garantir qualidade de vida às presentes e futuras gerações. Esses espaços têm a intencionalidade de educar pelo exemplo e irradiar sua influência para as comunidades nas quais se situam. A transição para a sustentabilidade nas escolas é promovida a partir de três dimensões inter-relacionadas: espaço físico, gestão e currículo.

· Espaço físico: utilização de materiais construtivos mais adaptados às condições locais e de um desenho arquitetônico que permita a criação de edificações dotadas de conforto térmico e acústico, que garantam acessibilidade, gestão eficiente da água e da energia, saneamento e destinação adequada de resíduos. Esses locais possuem áreas propícias à convivência da comunidade escolar, estimulam a segurança alimentar e nutricional, favorecem a mobilidade sustentável e respeitam o patrimônio cultural e os ecossistemas locais.

· Gestão: compartilhamento do planejamento e das decisões que dizem respeito ao destino e à rotina da escola, buscando aprofundar o contato entre a comunidade escolar e o seu entorno, respeitando os direitos humanos e valorizando a diversidade cultural, étnico-racial e de gênero existente.

· Currículo: inclusão de conhecimentos, saberes e práticas sustentáveis no Projeto Político-Pedagógico das instituições de ensino e em seu cotidiano a partir de uma abordagem que seja contextualizada na realidade local e estabeleça nexos e vínculos com a sociedade global.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

A base do pensamento do Ocidente teve na Antiga Grécia o seu mais destacado marco, não obstante, o Oriente Próximo (Oriente Médio) também tivesse deixado sua marca indelével através da tradição religiosa judaico-cristã. Se buscar as raízes mais profundas do racionalismo, uma pedra angular da filosofia, e do experimentalismo técnico-científico, há de se encontrá-los na Grécia Clássica.
A civilização grega teve a peculiaridade de reunir em seu restrito território e em curto lapso temporal o que possuía de melhor e de mais elaborado no campo do pensamento e das ciências aplicadas dos mais diversos ramos, como matemática, arquitetura, escultura, construção naval etc.
A singularidade da localização geográfica grega no Mediterrâneo entre Europa, África, Ásia, aliada ao livre modo de interpretar o mundo foi o fundamento ímpar, da originalidade única das diversas maneiras de conceber o universo.
Os gregos, ao contrário, de outros povos da Antiguidade não estavam sujeitos aos conceitos opressores e terrificantes da religiosidade sufocantes, antes sim, seus deuses eram concebidos à imagem e semelhança dos homens diferentemente do Egito, da Mesopotâmia e do Judaísmo. Dialeticamente o livre pensar favoreceu a prática democrática no mundo grego, e vice-versa.
Os pré-socráticos são a demonstração cabal de algo diferente na história do pensamento e o avanço com Sócrates, Platão e Aristóteles, deixando o legado inestimável em pleno século XXI. A criação do liceu, da academia, das escolas dos estóicos, pitagóricos e outros iniciados são bases de um sistema educacional que deitam suas raízes ao mundo helênico, romano, medieval e dos tempos modernos. O ideário da Paidéia, a formação integral do cidadão grego, tão bem estudado por Werner Jaeger continua sendo o sistema educacional contemporâneo dentro de um mundo cibernético e digital.
A figura do pedagogo; isto é “aquele que conduz a criança”, segundo a tradução do grego, tornou-se um elemento fundamental no processo educacional para a elite dominante do mundo romano, cujos filhos eram preferencialmente educados pelos escravos cultos de origem grega. A classe patrícia da república e do império romano confiavam nos preceptores gregos para tornar seus filhos equipados com o que estava em voga no mundo de então, uma vez que mesmo a Grécia dominada por Roma militarmente, era por aquela dominada culturalmente.
No mundo romano nunca se criou um sistema educacional sistematizado, pois o que se buscava era a formação para o debate no senado ou nas assembleias populares através da retórica, dialética, silogismo e da oratória.
Durante a Idade Média no reino de Carlos Magno criou-se um embrião de futuros centros de ensinos, por meio da escola palatina, para a qual foram contratados professores e sábios de outros reinos da Europa, ainda que o próprio rei franco fosse analfabeto.
Observa-se que durante a Antiguidade Clássica e Idade Média a educação estava antes voltada ao atendimento das necessidades imediatas das classes sociais dirigentes, sem qualquer preocupação para  a incorporação de elementos das classes subalternas à  educação como prática regular e oficial de uma elite dominante.
Na Baixa Idade Média, ou seja, a partir do século XI o Ocidente europeu passou a conhecer as universidades como Salamanca, Bolonha, Oxford, Paris e outras que se destacaram como notáveis centros do saber e do conhecimento cientifico de então.
Entretanto, não se pode olvidar do importante papel prestado pela Igreja Católica ao se tornar depositária da clássica cultura greco-romana, conservando e reproduzindo os textos dos sábios da Antiguidade por meio do trabalho dos monges copistas, dado que livros impressos advêm apenas na transição do fim da Idade Média para o início da Idade Moderna. A escolástica foi o sistema educacional predominante na Idade Média para a formação de religiosos nos mosteiros de toda a Europa.
O método praticado no sistema de ensino escolástico privilegiava a memorização, sem possibilitar o estímulo à criatividade e a originalidade do educando. Assim, o sistema de ensino utilizado ao longo da Idade Média antes satisfazia aos interesses da instituição religiosa e estava no compasso do poder feudal predominante.
Com a expansão do capitalismo e a busca incessante por novos mercados nas colônias tornava-se necessário que os nascentes Estados Modernos tivessem a preocupação de não apenas fornecer um sistema educacional adequado para a nascente elite econômica, como também precisava abastecer a sua própria burocracia com quadros eficazes para atender as novas exigências político-administrativas.
Na própria Contra Reforma ou Reforma Católica, os Jesuítas criaram um sistema educacional com duplo propósito de tanto obstar o avanço do protestantismo como também melhorar o nível de aperfeiçoamento dos próprios membros da Companhia de Jesus, que quando na América atuaram de forma decisiva para o fortalecimento das duas monarquias ibéricas.
Com o processo de emancipação dos nascentes Estados Nacionais em meados do século XIX fazia-se necessário a organização político-administrativos e os novos grupos dirigentes, normalmente as oligarquias rurais e as burguesias urbanas criam escolas ainda tendo como padrão um sistema de ensino baseado nas escolas confessionais, ou jesuítas ou dominicanas, que se espalhavam por toda a América latina. Um sistema de ensino laico e de embasamento menos acadêmico e mais científico foi se firmando ao longo dos séculos XIX e XX
A própria Escola Nova está dentro do contexto das novas demandas de uma economia capitalista em expansão, exigente de profissionais qualificados para o atendimento das novas forças produtivas que em avanço permanente  partindo dos centros  econômicos dominantes, ou dos Estado Unidos, ou da Europa Ocidental atingindo à Ásia, África, América Latina e mesmo o Brasil.
Com a redemocratização no final dos anos 80, o Brasil incorporou milhões de estudantes em suas escolas possuidoras dos mais diversos níveis e estruturas, sejam do sistema privado ou oficial de ensino, mas todas de olhos voltados a uma economia de amplitude global, na qual a qualificação e o treinamento tornam-se ferramentas indispensáveis para os novos desafios.

A construção do objeto de pesquisa em educação

A pesquisa cientifica objetiva fundamentalmente contribuir para evolução do conhecimento humano em todos os saberes, sendo sistematicamente planejada e executada segundo critérios de processamento das informações. A pesquisa cientifica se caracteriza  se for realizada por objeto investigação planejada , desenvolvida e realizada conforma as normas metodológica intitulada pela ciência. Portanto os trabalhos de cunho científico de graduação e pós-graduação, para serem consideradas pesquisas  científicas, devem produzir ciência  ou dela derivar, ou acompanhar seu modelo de tratamento.
      A Era Moderna é considerada aquela marcada pelo triunfo do projeto novo de sociedade, capitaneado pela burguesia em suas diversas etapas, trazendo consigo uma visão científica, crítica, antropocêntrica e racional do universo, do homem e da sociedade.
A arma fundamental da burguesia é o controle econômico, que distancia em contrapartida, o controle das idéias e dos valores. A “modernidade da filosofia” consiste em propor, com relação ao mundo medieval novas categorias de apreensão da realidade e do homem em sociedade. De avançar no progresso tecnológico, a economia inglesa gera uma tradição filosófica capaz de qualificar a realidade material para dela se apropriar.
O problema do conhecimento marca a compreensão primária do Empirismo inglês século XVI, abrindo espaço para uma crítica do idealismo e do racionalismo francês. Tanto o racionalismo de Descartes, como o Empirismo inglês  acabou gerando uma grande influência sobre os ideólogos da revolução francesa.
O Iluminismo, movimento filosófico e cultural percussor da revolução francesa prega a supremacia da razão sobre tudo. A única forma de organizar a sociedade é adquirir novos conhecimentos sobre o mundo racional e empírico. A partir do Iluminismo é que surge o positivismo exacerbado as afirmações racionalistas e empíricas do Iluminismo, aplicando-as às ciências da natureza e do social.
O Iluminismo francês do século XVII, propõe em termos ideológicos, as principais categorias filosóficas da burguesia. Eles serão os formadores da ideologia e do consenso sobre um novo mundo burguês, racional e cientifico.
Desse modo, a filosofia pode ajudar a desenvolvermos uma sociedade articulada, com suas estruturas de pensar, agir, linguagem e valores estabelecidos. Somos personalidades sociais, constituídos como tais. O desenvolvimento da nossa consciência é o desenvolvimento de qualidades reflexivas sobre o exterior que nos é imediato.
       Para compreender o conjunto de relações sociais e histórica  A Era Moderna é considerada aquela marcada pelo triunfo do projeto novo de sociedade, capitaneado pela burguesia em suas diversas etapas, trazendo consigo uma visão científica, crítica, antropocêntrica e racional do universo, do homem e da sociedade.
do ser humano, Marx diz que o agir humano se faz de forma social e histórica produzindo não só o mundo dos bens materiais, mas também o próprio modo de ser do ser humano.
Através de sua atividade sobre os outros elementos da natureza no contexto de um conjunto de relações sociais, constrói bens para satisfazer suas necessidades. Ele é um feixe de necessidades, para satisfazê-las, age sobre o mundo exterior transformando criticamente, fazendo propriamente seu.                   Enquanto harmoniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si mesmo.
E o homem só se realiza no outro, pelo outro e com o outro, mas ainda, no outro superior. A filosofia situa-se no todo, não tem limites e com isso deve ser a base para outras ciências particulares que se prendem aos objetos imediatos.
Portanto, a Epistemologia estuda o conhecimento sua origem, suas formas, e sua produção a partir das relações entre sujeito e objeto. O conhecimento, portanto, é o resultado também da verdade que pode ser subjetiva, objetiva, parcial e total. Com esses elementos a história é constituída pelo homem, pois o objeto sempre foi seu parceiro de estudo. A partir do momento em que o ser torna-se conhecido, necessitando assim do seu conhecedor, produz o conhecimento necessário a construção da história, da ciência. Tudo isto    ajudará, de imediato, a formação do novo Homem e do novo humanismo, mas não lhe será essencial. O essencial estará na atitude do Homem. Uma nova atitude que cumprirá, também sua função, como a que a antecedeu filosoficamente.
Entretanto, o extremismo em que  esquece a origem da filosofia, isto é, o homem, o indivíduo que se torna possível com todas suas pretensões e limitações. A filosofia confrontada à técnica entre outras coisas que oferece a realidade contemporânea. Isto é, a manipulação da natureza,  para dela fazer um instrumento a serviço do homem, uma técnica que pretenda ser cada vez mais precisa , de uma precisão que fez possível o domínio quase fantástico que o homem parecia alcançar sobre a natureza.
Capacidade de domínio que fez da ciência a que a teologia fez da filosofia na idade média , isto é, serva da técnica. Serva que se pretende estender a filosofia ao limitar-se a função da mesma à simples lógica. A uma lógica rigorosa precisa tal como deve ser a técnica capaz de construir os aparelhos dentro dos quais o homem se desloca da terra e pretende alcançar o domínio de novos mundos.
Em outras palavras, o homem, como cinicamente o descrevia Hobbes, continua sendo o lobo do homem . O mundo moderno continua dividido numa humanidade composta de pobres e ricos, de povos desenvolvidos e subdesenvolvidos e povos na plenitude do desenvolvimento. As grandes potências ameaçam entre si , mas são os povos débeis que sofrem  o impacto destas ameaças.
O homem ocidental toma consciência de sua desumanidade e de sua alienação, na medida em que o não ocidental afirma sua liberdade e humanidade. O mundo ocidental como tal não quer mudança, responde com violência à verdade como violência do mundo que ele avassalou. E o único projeto histórico coerente que um francês que é filosofo pode hoje apresentar é desejar a morte de nossa sociedade para que chegue a liberdade.

CIÊNCIA DA EDUCAÇÃO

Segundo o festejado historiador inglês Eric Hobsbaum (1982), o mundo contemporâneo é filho da dupla revolução; isto é, da Revolução Industrial Inglesa e da Revolução Francesa. Desta maneira, o século XXI recebe o legado direto desta impactante dupla revolução seja nas configurações e realinhamentos dos modelos de representação político-institucional das democracias liberais e da revolução tecnológica do âmbito da transformação dos processos produtivos de uma globalizada economia de mercado.
Ainda que no século XXI se viva apenas um momento passageiro do andamento histórico da humanidade não se deve descurar das instigantes conseqüências de um mundo em que o prevalecimento das estruturas tecnológicas envolve e dominam o ser humano. Paradoxalmente quanto mais o desenvolvimento das forças produtivas se torna mais complexas e sofisticadas, mais o ser humano torna-se subserviente à sua própria força criadora.
Na medida em que o avanço do saber científico se expande e se aprofunda na multiplicidade de saberes específicos, faz-se necessário a reflexão filosófica de maneira minuciosa e assertivas para se poder localizar e se situar no mundo de uma complexidade e instigante inovação tecnológica.
O pensador húngaro George Lukacs (   ), em meados do século XX na sua obra “Zerstoerung der Vernunft” (destruição da razão) notadamente salienta para estruturas produtivas cada vez mais racionais e objetivas com o objetivo do acúmulo do capital e concomitantemente na  super estrutura ideológica haveria uma crescente irracionalidade nos diversos campos do saber e da cultura além das próprias formas de diversão e lazer.
         Da mesma forma, George Lukacs (    ), antecedendo os próprios pensadores alemães da escola de Frankfurt tal como Adorno e Habermas já antevia os insofismáveis rumos que a era industrial produzia nas sociedades industrializadas e com domínio absoluto da tecnologia.
          O saber cientifico, jamais esteve desvinculado do poder político, seja na Antiguidade ou no mundo contemporâneo, uma vez que a ciência não se desvincula dos meandros do domínio político.
          Assim sendo, torna-se cada vez mais premente que sejam constituídos mecanismos de controle sobre os rumos que a ciência possa conduzir o mundo atual, sob pena de conseqüências imponderáveis, especialmente após o domínio da energia nuclear.
          A ciência nos seus multifacetários saberes precisa e deve estar atrelada no amplo processo de ensino-aprendisagem sob as condicionantes de permanente avaliação filosófica para se avaliar para onde está se rumando, ou seja, uma ciência que tenha efetivos compromissos com o desenvolvimento ético da própria humanidade.
          A ciência como aliança do sistema educacional é imprescindível, entretanto, os cuidados devem ser relevados, pois a sutileza do avanço tecnológico tem a tendência de camuflar, escamotear as verdadeiras intenções da tecnologia em sociedades de pouca representatividade popular nas instituições políticas.
          A América Latina, no pós Segunda Guerra Mundial se debateu nos estreitos dilemas maniqueístas da Guerra Fria que ainda assaltam os paises latino-americanos que procuram se livrar das estruturas do período colonial sem ainda obter uma autonomia político- administrativa dos grandes centros do poder.
           Ressalta-se, no entanto que no contexto geral do continente americano, a América Latina, apesar das dificuldades estruturais, ao menos está firmando sistemas político-representativos como fortalecimento das suas instituições na perspectiva de consolidar uma maior representatividade através de democracias liberais.
           O binômio Ciência e Educação, na verdade, é uma articulação permanente na qual os países em desenvolvimento devem manter com o máximo de zelo para garantir no futuro das próximas gerações as conquistas sociais até aqui obtidas.
          No entanto, trata-se de colocar à disposição do processo educativo os recursos da tecnologia moderna para que todos realmente tenham acesso ao processo educativo pleno, e de criar um novo ambiente que propicie oportunidades iguais para o educando e o educador. Nesse novo processo, o educador será a pessoa dotada de sabedoria prática, disposto a incentivar o novato na aventura educativa, de ao estimular suas expectativas e auxiliá-lo a libertar as suas forças críticas e criativas.
           Se a Filosofia é interrogação, questionamento radical e implacável, a golpe de martelo, como dizia NIETSCHE (   ), ela será sempre contestação daquilo que é, mas também contestação daquilo que poderá vir a ser. Portanto, a Filosofia da Educação deve levar-nos à procura das raízes do processo educativo como fato, mas também como ideal prático a ser por nós construídos. 

A CONSTRUÇÃO DO OBJETO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO

A Era Moderna é considerada aquela marcada pelo triunfo do projeto novo de sociedade, capitaneado pela burguesia em suas diversas etapas, trazendo consigo uma visão científica, crítica, antropocêntrica e racional do universo, do homem e da sociedade. A arma fundamental da burguesia é o controle econômico, que distancia em contrapartida, o controle das idéias e dos valores.
A “modernidade da filosofia” consiste em propor, com relação ao mundo medieval, novas categorias de apreensão da realidade e do homem em sociedade. De avançar no progresso tecnológico, a economia inglesa gera uma tradição filosófica capaz de qualificar a realidade material para dela se apropriar.
O problema do conhecimento marca a compreensão primária do Empirismo inglês do século XVI, abrindo espaço para uma crítica do idealismo e do racionalismo francês. Tanto o racionalismo de Descartes, como o Empirismo inglês acabaram gerando uma grande influência sobre os ideólogos da revolução francesa.
O Iluminismo, movimento filosófico e cultural percussor da revolução francesa prega a supremacia da razão sobre tudo. A única forma de organizar a sociedade é adquirir novos conhecimentos sobre o mundo racional e empírico. A partir do Iluminismo é que surge o positivismo exacerbado as afirmações racionalistas e empíricas do Iluminismo, aplicando-as às ciências da natureza e do social.
O Iluminismo francês do século XVII propõe em termos ideológicos, as principais categorias filosóficas da burguesia. Eles serão os formadores da ideologia e do consenso sobre um novo mundo burguês, racional e cientifico.
Desse modo, a filosofia pode ajudar a desenvolvermos uma sociedade articulada, com suas estruturas de pensar, agir, linguagem e valores estabelecidos. Somos personalidades sociais, constituídos como tais. O desenvolvimento da nossa consciência é o desenvolvimento de qualidades reflexivas sobre o exterior que nos é imediato.
Para compreender o conjunto de relações sociais e histórica do ser humano, Marx diz que o agir humano se faz de forma social e histórica produzindo não só o mundo dos bens materiais, mas também o próprio modo de ser do ser humano.
Através de sua atividade sobre os outros elementos da natureza no contexto de um conjunto de relações sociais, constrói bens para satisfazer suas necessidades. Ele é um feixe de necessidades, para satisfazê-las, age sobre o mundo exterior transformando criticamente, fazendo propriamente seu. Enquanto harmoniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si mesmo.
E o homem só se realiza no outro, pelo outro e com o outro, mas ainda, no outro superior. A filosofia situa-se no todo, não tem limites e com isso deve ser a base para outras ciências particulares que se prendem aos objetos imediatos.
Portanto, a Epistemologia estuda o conhecimento sua origem, suas formas, e sua produção a partir das relações entre sujeito e objeto. O conhecimento, portanto, é o resultado também da verdade que pode ser subjetiva, objetiva, parcial e total. Com esses elementos a história é constituída pelo homem, pois o objeto sempre foi seu parceiro de estudo. A partir do momento em que o ser torna-se conhecido, necessitando assim do seu conhecedor, produz o conhecimento necessário a construção da história, da ciência. Tudo isto ajudará, de imediato, a formação do novo Homem e do novo humanismo, mas não lhe será essencial. O essencial estará na atitude do Homem. Uma nova atitude que cumprirá também sua função, como a que a antecedeu filosoficamente.
Entretanto, o extremismo em que esquece a origem da filosofia, isto é, o homem, o indivíduo que se torna possível com todas suas pretensões e limitações. A filosofia confrontada à técnica entre outras coisas que oferece a realidade contemporânea. Isto é, a manipulação da natureza, para dela fazer um instrumento a serviço do homem, uma técnica que pretenda ser cada vez mais necessário, de uma precisão que fez possível o domínio quase fantástico que o homem parecia alcançar sobre a natureza. Capacidade de domínio que fez da ciência a que a teologia fez da filosofia na idade média, isto é, serva da técnica. Serva que se pretende estender a filosofia ao limitar-se a função da mesma à simples lógica. Uma lógica rigorosa precisa tal como deve ser a técnica capaz de construir os aparelhos dentro dos quais o homem se desloca da terra e pretende alcançar o domínio de novos mundos.
 Em outras palavras, o homem, como cinicamente o descrevia Hobbes (     ), continua sendo o lobo do homem. O mundo moderno continua dividido numa humanidade composta de pobres e ricos, de povos desenvolvidos e subdesenvolvidos e povos na plenitude do desenvolvimento. As grandes potências ameaçam entre si, mas são os povos débeis que sofrem o impacto destas ameaças.
No que se refere especificamente ao objeto de pesquisa em educação e seus limites é necessário considerar a visão geral da realidade e dos aspectos, tanto fenomenológico quanto ao momento em que ocorrem as transformações. O objeto, assim definido será tido como motivação para o desenvolvimento da pesquisa e sua delimitação, tanto no campo teórico como na pratica.

CULTURAS ESCOLARES E LINGUAGENS

A discussão sobre culturas escolares e linguagens, de forma geral nos leva a refletir sobre as particularidades da escola no conjunto de práticas que procura estabelecer continuamente com a sociedade, tanto no contexto local como geral. No entanto, nessa relação intima entre a escola com a sociedade é preciso reconhecer os limites da percepção do lugar central exercito pela escrita na produção do exercício ordinário do fazer da escola, seja como produto das relações pedagógicas, como resultado das práticas administrativas, como efeito da construção dos diversos saberes sobre os alunos, professores ou ainda como derivação de uma pratica escritural escolar.
Assim, para Chartier (1990), todas as práticas escolares são constituídas historicamente, e emergem naturalmente no âmbito da propagação da palavra impressa e manuscrita para uma parcela cada vez mais crescente da população. Da mesma forma as relações pedagógicas constituem-se na forma da oralidade que passa a ser socializada e pouco deixa marcas históricas e são constituídas na interação dos sujeitos com os objetos culturais cotidianamente, ao longo dos tempos, distribuídos na escola.
Ao estabelecer relações ente as praticas escolares e os aspectos da cultura percebemos que a História Cultural pode ser compreendida como um fenômeno que atua na prática historiográfica atual. Nesse contexto é muito difícil configurar um fenômeno cultural simultaneamente à sua ocorrência, mesmo que tais mudanças ocorram no interior da escola. Efetivamente, para Burke (2005), a História Cultural passa pelo campo interdisciplinar estabelecendo correlações ente o local e o momento em que a noção de cultura sofre modificações para oferecer aos historiadores e à sociedade potencial de síntese analítico ou explicativo.
Identificar prioritariamente o modo como em diferentes tempos e espaços uma determinada realidade social é construída, pensada e colocada em pratica pela sociedade é objeto da história cultural. A partir da clareza do seu objeto passa a ser fácil presumir que uma atribuição deste porte supõe a projeção de vários cenários a ser perseguidos. Um desses importantes cenário diz respeito às delimitações, classificações e divisões que organizam a apreensão do mundo e sua realidade social.
Essas apreensões do mundo e sua realidade social são cenários variáveis em conformidade com as classes sociais e aos meios intelectuais disponíveis no contexto da história. Assim, embora sua projeção seja à universalidade de um diagnóstico imposto na razão, as representações do mundo social são sempre determinadas pelos interesses de grupo que as imperam. Dessa forma, as percepções do social não são de forma alguma consideradas como discursos neutros. Chartier (1990) lembra que as lutas de representações sociais têm tanta importância quanto às lutas econômicas para compreender os mecanismos pelos quais um grupo impõe, ou de alguma forma tenta impor a sua concepção de mundo social, seus valores culturais e seus domínios apreendidos.
O contexto das práticas escolares e da cultura, as modalidades do agir e do pensar devem ser sempre remetidas para os laços de interdependência que regulam as relações entre os povos e a sociedade. Essas diversas relações são constantemente transformadas, imposta pelas diferentes situações e de várias maneiras pelas estruturas e apropriação do poder. A noção de apropriação, segundo Chartier (1990), pode ser reformulada e colocada no centro de uma abordagem de história cultural que se prende com práticas diferenciadas. No pensamento de Chartier a história social das interpretações pode ser remetida sobremaneira para as suas determinações fundamentais, que são sociais, institucionais e culturais e inscritas nas práticas específicas e determinantes que as produzem.
Nas questões sobre as culturas escolares e suas linguagens é importante lembrar que tradicionalmente, as nossas escolas têm adotado em seu percurso a língua, no sentido da sua descrição e da sua estrutura, como objeto principal no ensino. Ao longo do tempo e como decorrência das transformações ocorridas na sociedade diversas propostas inovadoras têm surgido no ambiente escolar, visando uma reconstrução da realidade e das possibilidades imposta pelo seu contexto.
 Estas propostas elencam, dentre outras, a leitura e a escrita como atores principais de um modelo revolucionário, que busca evidenciar as necessidades das pessoas com os aspectos sociais do homem diante do mundo que o envolve. Esta é uma proposta que gera inúmeros sentimentos contrários nos corações e nas mentes das pessoas ligadas direta ou indiretamente ao sistema educacional.
Para Kramer (2006), as mudanças e inovações que buscam o aprimoramento e a eficácia do sistema educativo são recentes e, de certa forma, causam impacto por incidirem de frente com os antigos pilares culturais que alicerçam o sistema educacional de forma geral. Até certo ponto parece um aspecto comum essa resistência, afinal toda constituição de novas práticas desconhecidas no ambiente escolar são consideradas inseguras e instáveis até sua total assimilação.
Para Soares (2004) o surgimento de uma nova palavra ou fenômeno cultural está sempre condicionado ao contexto de um novo fenômeno, como é o caso do letramento surgido no Brasil, na década de 1980 em decorrência das altas taxas de repetência dos alunos naquele momento. A partir daí a sociedade passa a tecer reflexões sobre a problemática da alfabetização em contraposição ao analfabetismo e como forma de buscar soluções para a questão do fracasso escolar.
O exposto leva à consonância de que uma definição única para o termo letramento ao longo da história tem sido algo difícil, uma vez que se trata de um conceito amplo e complexo. Conforme Soares (2009, p. 65), as dificuldades e impossibilidades devem-se ao fato de que o letramento cobre uma vasta gama de conhecimentos, habilidades, capacidades, valores, usos e funções sociais. O conceito de letramento envolve, portanto, sutilezas e complexidades difíceis de serem contempladas em uma única definição.
Já para Mortatti, o termo letramento até por ser uma palavra recente, nem sempre são idênticos os significados que lhe vêm sendo atribuídos ao longo da historia da educação, assim como os objetivos com que é utilizada. Ainda se tratando de relações entre alfabetização e escolarização, Mortatti (2004, p. 107) afirma que somente o fato de ser alfabetizada, não garante que a pessoa seja letrada.

Diante desses conceitos e práticas retratadas no aspecto da cultura que se refletem na linguagem propriamente dita vemos o papel fundamental exercido pela instituição escolar tanto na formação de opinião como no seu poder de transformação da sociedade. Assim, como a cultura, o processo se ensino e aprendizagem, alfabetização e outros temas bastante difundidos no espaço escolar são fenômenos complexos que precisam transpassar o campo do discurso superficial e das circunstâncias momentâneas. Somente após o devido tempo de disseminação e assimilação do seu conceito pela sociedade poderá passar a ser aceito como prática cultural com reflexos na mudança de postura da sociedade.

EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS

Diante das questões que envolvem a discussão aprofundada sobre quem é o professor e qual o seu papel, verifica-se que ao longo da literatura educacional há vários princípios ou doutrinas que poderiam definir tal argumentação. No entanto, as circunstancia nos remete ao pensamento de que este é um fator construído de acordo com as mudanças sociais.
É um ser humano e, como tal constrói sua própria história através da ação; é determinado pelas condições e circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo. Sofre as influências sociais onde vive e com elas se autoconstrói. O professor é um profissional que se habilita para trabalhar na área educacional, exercendo sua função na área da docência.
Os cursos de magistério, licenciatura e pedagogia devem ser ocasião de uma compreensão sistematizada da educação para que o trabalho pedagógico se desenvolva para além do senso comum e se torne realmente uma atividade intencional. Destacam-se três aspectos importantes na formação do professor a qualificação, a formação pedagógica e a formação política.
A qualificação pela qual se deve adquirir o conhecimento científico dá-se através de estudos especializados garantindo uma formação acadêmica indispensável ao exercício da profissão. Na formação pedagógica prática de ensinar deve superar os níveis do senso comum para tornar-se atividade sistematizada.
A formação política se refere ao fato de o professor pode desenvolver um trabalho intelectual e transformador. Permitindo lutar por salários mais dignos, aperfeiçoamento, reuniões pedagógicas. Para isso eles devem estar integrados em associações representativas de classe que defendam seus interesses. Portanto, se faz necessário compreender o processo educativo dentro de um contexto maior, ou seja, no campo social, econômico, politico e cultural.
No contexto da história da educação, o professor tem assumido diversas imagens a partir da expectativa a respeito do papel que ele desempenha em determinada sociedade. Assim, na educação tradicional a figura do professor era magistrocêntrica, era dono do saber e da autoridade levando ao aluno a passividade do conhecimento. Já na Escola Nova assume a postura de teocêntrica, isto é, centrada na atividade do aluno em “aprender a aprender”.
Por outro lado, a tendência tecnicista, em nome da racionalidade e produtividade, burocratiza as funções do professor o reduz a mero executor de atividade emanadas do setor de planejamento, descaracterizando o processo educacional. Já os teóricos, crítico-produtivista acusava os professores de cúmplice do sistema, por reproduzirem em sala de aula a ideologia dominante e por reforçarem as desigualdades sociais.
Um dos aspectos da revalorização do magistério se acha na formação do professor, afim de que supere os problemas encontrados no modelo retrógado de educação. Neste contexto a pesquisa sobre a formação de professores busca resgatar o papel do professor, enfocando a importância de se pensar bem, utilizando estudos     reflexíveis, intelectuais e teórico-metodológico onde a bola da vez é o professor.
Estamos vivendo a época de incertezas, mudanças e novos rumos que afetam frontalmente a educação no sentido de modificação de hábito na prática docente e nas relações que se dão no cotidiano da escola. O grande problema de tudo isso é a percepção de que a estrutura organizacional dos ambientes escolares não se preparou para as mudanças e acabam provocando um clima de ações que sempre procuram rivalizar professores e alunos tirando sempre a cumplicidade deste no processo de geração e construção do conhecimento.
Sendo que a educação é, sobretudo troca, debates, construção de ideias e formação de hábitos que precisam ter como pontode partida a formação ética e a proposta de construção de novas visões de mundo e busca pela justiça social e na certeza de luta pela igualdade.
Atualmente, o mundo tecnológico invade diversos ambientes de vivência dos cidadãos e certamente reserva novas funções aos membros do processo de geração deconhecimento vivenciado na escola onde não é mais possível desenvolver escolas arcaicas em termos de conhecimento e pautadas em uma lógica de aprendizado que visa apenas o responder a prova e não dá aos educando oportunidade adequado e voltado essencialmente para a compreensão do valor das transformações e dos aspectos da dinâmica social que molda espaços e faz idéias e concepções.
A Escola deve ter um papel de aproximação do aluno em relação à realidade que lhe cerca para que este esteja sempre preparado para o mundo do trabalho e para a vida social. O papel da escola é explicar o mundo compreendendo claramente suas transformações e os fatores motivadores de cada processo de metamorfose da vida política, econômica e social.
O educador qualificado é hoje peça fundamental para entendimento do mundo e para criação de hábitos saudáveis de vida que gerem ideias de valorização dos seres humanos de respeito à diversidade das vidas, de análise das possíveis transformações de buscaplena por um mundo onde reinem ideais éticos e cidadão para todos os seres que habitam nosso planeta.
Valorizar o educador é uma tarefa da sociedade numa conquista de um mundo sustentável e igualitário na medida certa do amor universal e na concretização de práticas de cidadania em todos os momentos da vida neste planeta. De acordo com o professor MaurícioTardif (2002), “o saber do professor é seu saber resultado do seu esforço, da sua identidade ideológica, mediado pela sua experiência de vida e das suas relações práticas na sala de aula.”
Portanto, deve-se buscar uma ação pedagógica onde o papel do professor supere a compreensão e prática sobre sua disciplina, abrangendo uma reflexão sobre os conteúdos e valores a ele associados, ampliando a responsabilidade do educador com a formação dos alunos. Ou seja, com base nos temas transversais propostos e na necessidade de cada realidade escolar, o professor deve aproximar seus conteúdos e sua prática escolar para o desenvolvimento da capacidade de o aluno ler e interpretar a realidade, contextualizando-a, aprendendo a aprender.
Fazendo com que o aluno saiba se questionar sobre os problemas decorrentes dos aspectos da dinâmica social, se questionar sobre os valores que os permeiam e como estes estão presentes em nossa sociedade atual. A Formação Inicial e Continuada dos Professores é garantida pela Resolução nº 04/2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
Da mesma forma, o artigo 9º garante acesso e permanência para conquista da qualidade social e os pré-requisito estão no inciso VIII que especificamente versa sobre a valorização dos profissionais da educação, com programa de formação construindo, critérios de acesso permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definido no projeto Político-pedagógico.
Neste contexto, o Artigo 56, § 1º, da mesma resolução ampara o questionamento anterior no que se refere a formação inicial e continuada, onde as escolas de formação dos profissionais da educação, sejam gestores, professores ou especialistas, deverão incluir em seus currículos e programas:
a)      O conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania;
b)       A pesquisa, a análise e aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional;
c)       A participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino;
d)     A temática da gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto político pedagógico, mediante trabalho coletivo de que todos os que compõem a comunidade escolar são reesposáveis.
O Artigo 57, também faz referencia ao citar que entre os princípios definidos para a educação nacional está a valorização do profissional da educação, com a compreensão de que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética, ambiental.
Assim, com esse processo de formação e valorização do profissional da educação a escola, aluno e professor garantem um ambiente agradável para uma aprendizagem prazerosa. Com essa interação, ajuda a desenvolver uma nova perspectiva sobre o planejamento das aulas e o ensino do conteúdo curricular para garantir a participação de todos os estudantes.
Diante desse programa de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, o professor deve ser capaz de inovar dia-a-dia a partir de sua experiência de sala de aula com objetivo de aperfeiçoar e desenvolver sua prática pedagógica, mediante o processo de reflexão e pesquisa da própria ação.
A aprendizagem da prática reflexiva exige que as atividades de formação dos docentes levem em conta as características dos contextos nos quais eles intervêm os problemas reais que enfrentem em sua prática; a reflexão e análise da prática baseiam-se em uma permanente continuação da realidade, o que implica contínua interação entre os conhecimentos que o docente possui e a realidade na qual atua

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

A Educação Matemática, no contexto geral é o estudo das relações de ensino e aprendizagem da matemática em si como disciplina, e dos aspectos pedagógicos estabelecidos na fronteira ente a pedagogia com a psicologia. A discussão envolvendo a pratica do ensino dessa ciência nas instituições educacionais nos remete ao século XX e mais recente nas ações da UNESCO e da França nas décadas de 1950 e 1970 respectivamente.
As discussões até então, desencadeiam-se para uma abordagem cartesiana como possibilidade de encontrar os elementos básicos do pensamento humano e seu comportamento, sendo a aprendizagem para muitos teóricos, uma serie de conexões entre situações e respostas. Nesse contexto, argumenta D’Ambrosio (1997, p. 125):

A disciplina identificada como matemática é na verdade uma etnomatemática. Originou-se e chegou a forma atual na Europa. Recebeu, porém contribuições das civilizações hindus e islâmica, sendo imposta a todo o mundo a partir do período colonial. Hoje adquire um caráter de universalidade, sobretudo ao predomínio da ciência e tecnologia modernas, desenvolvidas a partir do século XVII, na Europa (D’AMBROSIO, 1997, p. 125).

Essas discussões têm como principio três leis fundamentais para a aprendizagem: a) Lei do efeito: uma conexão recém estabelecida tem sua força aumentada se acompanhada por uma sensação de satisfação. b) Lei do exercício: quanto mais utilizada uma conexão, mais forte ela se torna e c) Lei da prontidão: parte da idéia de que as conexões podem ou não estar prontas para serem postas em prática, se uma conexão está pronta, seu uso gera satisfação, se não está seu uso gera desconforto. Da mesma forma outras correntes estabelecem que à aprendizagem se liga a capacidade de compreender estruturas e não de decorar procedimentos.
O sistema educacional brasileiro utiliza as teorias do ensino da matemática européia. Uma herança colonial portuguesa que vigora até os dias atuais, ressaltando que atualmente a matemática tem outra natureza, com maior rigor científico, passando a exigir cada vez mais currículos modernos, adaptados as situações locais, em conformidade com a Lei nº 9.394/96, que trata das diretrizes e bases da educação nacional.
No entanto, ainda é comum, até mesmo por falta de aprimoramento de metodologias inovadoras neste campo do conhecimento, que ainda se conduza o ensino de forma tradicional, aplicando aos currículos o modelo cartesiano do século XX, que se caracteriza numa distribuição fragmentada de conteúdos, a fim de realizar uma posterior junção das partes. Busca-se, assim a compreensão do todo por meio do exercício de cognição. Desse modo, rejeita-se um currículo dinâmico articulado com experiências individuais e coletivas, ou seja, descontextualizada da realidade atual.
Os expostos nos propõem a refletir sobremaneira que várias dificuldades de aprendizagem apóiam-se em consensos como, por exemplo, que a Matemática é, por excelência, uma ciência abstrata e por isso mais difícil de ser assimilada ou ainda que a sua compreensão exige do aprendiz posturas e habilidades especiais. Outras tendências educacionais e correntes pedagógicas atuais propõem, de modo geral, uma abordagem de conteúdos que sejam capazes de contemplar o contexto social do estudante e suas individualidades.
Nessa perspectiva podem-se considerar os trabalhos de Jean Piaget, juntamente a inúmeros estudiosos que compartilham de suas idéias, defende o construtivismo e propõe um ensino de Matemática que ressalte situações concretas. Paulo Freire, educador brasileiro de renome internacional, preocupa-se com o educando inserido num contexto social a partir do qual se dará a inserção de conteúdos.
Outro fator importante a ser levado em consideração, no que se refere ao sistema de educação no Brasil são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que na sua concepção procura promover a interação entre o ensino com a prática apontando diretrizes voltadas para a identificação de sentidos e significados da matemática para os estudantes e fazendo conexões entre a prática com o seu cotidiano.
A Educação Matemática, mais que uma disciplina ou ensino de matemática caracteriza-se como um processo imerso na totalidade concreta e se desenvolve a partir de pensamentos matemáticos. Através dela se pretende dar conta de um conjunto de práticas ligadas à justificação e à argumentação, com base na perspectiva das relações sociais manifestadas na realidade concreta. Embora a Matemática se caracterize pela abstração e formalismo, o conhecimento matemático é reforçado através das interações entre o indivíduo e o meio.
Portanto, o que deve predominar como pressupostos teóricos na educação matemática é a compatibilidade da teoria com a prática, constituindo uma unidade indissolúvel, assim como nos demais componentes curriculares, sob diferentes configurações. Tal unidade deverá ser propositiva no que se refere às condições de interrogar e articular de forma funcional os aspectos didáticos, pedagógicos, filosóficos e psicológicos. São desafios que a ciência matemática já deu grandes passos, mas que ainda está longe da sua excelência em quanto pratica de ensinamento.

FORMAÇÃO DE PROFESSOR E CURRÍCULO

A discussão atual que trata das políticas de formação de professores e currículo contextualiza os aspectos político e cultural que ganharam corpo a partir das transformações ocorridas a partir da década de 1990 que tem como finalidade a apropriação de um determinado conjunto de conhecimentos específicos e técnicos. No entanto, esse pensamento à medida que o mundo do trabalho evolui passa a ser substituído pela construção de capacidades cognitivas flexíveis e competências relacionadas ao saber fazer. Pressupostos que visa permitir ao trabalhador resolver de forma rápida e eficiente os problemas da prática cotidiana adaptando-se a um universo produtivo volátil, como descreve (Anfope, 2002):


A formação de professores é um desafio que tem a ver com o futuro da educação básica, esta por sua vez, intimamente vinculada com o futuro de nosso povo e a formação de nossas crianças, jovens e adultos. No entanto, as perspectivas de que essa formação se faça em bases teoricamente sólidas, e fundada nos princípios de uma formação de qualidade e relevância social, são cada vez mais remotas, se não conseguirmos reverter o rumo das políticas educacionais implementadas (ANFOPE, 2002).

A formação de professores no cenário brasileiro toma como centro de atenção, praticamente por volta da década de 1980, e tem representado um campo de pesquisa bastante frutífero, diante da variedade de objetos que permitem analises e discussões de diversos contextos. Para Azevedo (1997), a formação de professores é uma questão socialmente problematizadora. Tem sido um tema bastante discutido, no entanto, carece de um olhar mais atento sobre o currículo dos cursos de formação, uma vez que no currículo as concepções de sociedade, educação, conhecimento, professor e aluno precisam ser mais bem articulados entre si e aos conhecimentos teóricos e práticos necessários ao trabalho docente.
Para Campos (2002), construir uma análise da formação de professores no momento atual é ao mesmo tempo conhecer as condições de produção do discurso hegemônico de formação docente, visualizando na profissionalização a principal estratégia para o enfrentamento dos dilemas da atualidade, mais precisamente o dilema da produção para o desenvolvimento econômico. Dessa forma o que coloca em questão não é apenas os aspecto da qualificação, mas a construção de um novo profissional, alicerçado nas referências da adaptabilidade e eficácia que a sociedade precisa (CAMPOS, 2002, p. 59).
Podemos observar, diante dos expostos de Campos que a questão da formação de professores, precisa ser objeto de atenção, tanto do ponto de vista epistemológico quanto político. Assim, cada vez mais essa temática ganha importância diante das exigências que são postas no contexto da educação básica no Brasil, partindo do ponto de vista que a competência pratica do professor é um conjunto de capacidades que lhe permitam resolver rapidamente problemas concretos e imediatos do cotidiano escolar, a partir da realidade vivenciada na escola.
O que se percebe diante de tantas argumentações teóricas e pesquisas realizadas é que a formação de professores deverá ancorar como eixo orientador a aquisição de competências e habilidades pedagógicas para compreender uma organização curricular que seja capaz de p materializar-se na sua pratica cotidiana.  São competências que não podem ser apreendidas apenas pela comunicação de idéias. A construção de ações mentais é essencial, mais insuficiente para que a prática se realize, ou seja não basta uma pessoa ter conhecimentos sobre seu trabalho é preciso saber fazê-lo.
Em fim, analisando o panorama geral, percebemos que o modelo de formação de professores, a partir da concepção da formação para a prática iremos claramente reconhecer que cada vez mais se faz necessário implementar um modelo de currículo para os cursos de formação mais dinâmico, flexível e interdisciplinar que seja capaz de apreender o mundo da prática adaptando-se e moldando-se continuadamente.
Além disso, é preciso reconhecer quanto da definição dos currículos, as mudanças sociais, políticas e econômicas que configuraram o atual modelo de educação. Diante dessa lógica, se faz necessário a percepção da importância do planejamento curricular, pois as grandes questões que norteiam a função social do ensino, em algum momento futuro poderão tornar-se novos componentes curriculares. Daí a importância de compreender o significado do currículo, uma vez que este será o definidor e organizador de conhecimentos e práticas que refletem uma concepção e um ideal de educação e que serão apropriados pela sociedade de forma geral.

Por isso, é salutar que a proposta de formação de professores considere a multidimensionalidade do fenômeno educativo e ao mesmo tempo propicie respostas aos desafios históricos e emergentes e da educação básica brasileira de forma a constituir-se em elemento de resistência às concepções de formação que por muitas vezes não atendem as prerrogativas do ser professor e do que esperado pela sociedade, quanto ao papel do professor como agente de transformação na construção do conhecimento.