terça-feira, 5 de dezembro de 2017

EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS

Diante das questões que envolvem a discussão aprofundada sobre quem é o professor e qual o seu papel, verifica-se que ao longo da literatura educacional há vários princípios ou doutrinas que poderiam definir tal argumentação. No entanto, as circunstancia nos remete ao pensamento de que este é um fator construído de acordo com as mudanças sociais.
É um ser humano e, como tal constrói sua própria história através da ação; é determinado pelas condições e circunstâncias que o envolvem. É criador e criatura ao mesmo tempo. Sofre as influências sociais onde vive e com elas se autoconstrói. O professor é um profissional que se habilita para trabalhar na área educacional, exercendo sua função na área da docência.
Os cursos de magistério, licenciatura e pedagogia devem ser ocasião de uma compreensão sistematizada da educação para que o trabalho pedagógico se desenvolva para além do senso comum e se torne realmente uma atividade intencional. Destacam-se três aspectos importantes na formação do professor a qualificação, a formação pedagógica e a formação política.
A qualificação pela qual se deve adquirir o conhecimento científico dá-se através de estudos especializados garantindo uma formação acadêmica indispensável ao exercício da profissão. Na formação pedagógica prática de ensinar deve superar os níveis do senso comum para tornar-se atividade sistematizada.
A formação política se refere ao fato de o professor pode desenvolver um trabalho intelectual e transformador. Permitindo lutar por salários mais dignos, aperfeiçoamento, reuniões pedagógicas. Para isso eles devem estar integrados em associações representativas de classe que defendam seus interesses. Portanto, se faz necessário compreender o processo educativo dentro de um contexto maior, ou seja, no campo social, econômico, politico e cultural.
No contexto da história da educação, o professor tem assumido diversas imagens a partir da expectativa a respeito do papel que ele desempenha em determinada sociedade. Assim, na educação tradicional a figura do professor era magistrocêntrica, era dono do saber e da autoridade levando ao aluno a passividade do conhecimento. Já na Escola Nova assume a postura de teocêntrica, isto é, centrada na atividade do aluno em “aprender a aprender”.
Por outro lado, a tendência tecnicista, em nome da racionalidade e produtividade, burocratiza as funções do professor o reduz a mero executor de atividade emanadas do setor de planejamento, descaracterizando o processo educacional. Já os teóricos, crítico-produtivista acusava os professores de cúmplice do sistema, por reproduzirem em sala de aula a ideologia dominante e por reforçarem as desigualdades sociais.
Um dos aspectos da revalorização do magistério se acha na formação do professor, afim de que supere os problemas encontrados no modelo retrógado de educação. Neste contexto a pesquisa sobre a formação de professores busca resgatar o papel do professor, enfocando a importância de se pensar bem, utilizando estudos     reflexíveis, intelectuais e teórico-metodológico onde a bola da vez é o professor.
Estamos vivendo a época de incertezas, mudanças e novos rumos que afetam frontalmente a educação no sentido de modificação de hábito na prática docente e nas relações que se dão no cotidiano da escola. O grande problema de tudo isso é a percepção de que a estrutura organizacional dos ambientes escolares não se preparou para as mudanças e acabam provocando um clima de ações que sempre procuram rivalizar professores e alunos tirando sempre a cumplicidade deste no processo de geração e construção do conhecimento.
Sendo que a educação é, sobretudo troca, debates, construção de ideias e formação de hábitos que precisam ter como pontode partida a formação ética e a proposta de construção de novas visões de mundo e busca pela justiça social e na certeza de luta pela igualdade.
Atualmente, o mundo tecnológico invade diversos ambientes de vivência dos cidadãos e certamente reserva novas funções aos membros do processo de geração deconhecimento vivenciado na escola onde não é mais possível desenvolver escolas arcaicas em termos de conhecimento e pautadas em uma lógica de aprendizado que visa apenas o responder a prova e não dá aos educando oportunidade adequado e voltado essencialmente para a compreensão do valor das transformações e dos aspectos da dinâmica social que molda espaços e faz idéias e concepções.
A Escola deve ter um papel de aproximação do aluno em relação à realidade que lhe cerca para que este esteja sempre preparado para o mundo do trabalho e para a vida social. O papel da escola é explicar o mundo compreendendo claramente suas transformações e os fatores motivadores de cada processo de metamorfose da vida política, econômica e social.
O educador qualificado é hoje peça fundamental para entendimento do mundo e para criação de hábitos saudáveis de vida que gerem ideias de valorização dos seres humanos de respeito à diversidade das vidas, de análise das possíveis transformações de buscaplena por um mundo onde reinem ideais éticos e cidadão para todos os seres que habitam nosso planeta.
Valorizar o educador é uma tarefa da sociedade numa conquista de um mundo sustentável e igualitário na medida certa do amor universal e na concretização de práticas de cidadania em todos os momentos da vida neste planeta. De acordo com o professor MaurícioTardif (2002), “o saber do professor é seu saber resultado do seu esforço, da sua identidade ideológica, mediado pela sua experiência de vida e das suas relações práticas na sala de aula.”
Portanto, deve-se buscar uma ação pedagógica onde o papel do professor supere a compreensão e prática sobre sua disciplina, abrangendo uma reflexão sobre os conteúdos e valores a ele associados, ampliando a responsabilidade do educador com a formação dos alunos. Ou seja, com base nos temas transversais propostos e na necessidade de cada realidade escolar, o professor deve aproximar seus conteúdos e sua prática escolar para o desenvolvimento da capacidade de o aluno ler e interpretar a realidade, contextualizando-a, aprendendo a aprender.
Fazendo com que o aluno saiba se questionar sobre os problemas decorrentes dos aspectos da dinâmica social, se questionar sobre os valores que os permeiam e como estes estão presentes em nossa sociedade atual. A Formação Inicial e Continuada dos Professores é garantida pela Resolução nº 04/2010. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica.
Da mesma forma, o artigo 9º garante acesso e permanência para conquista da qualidade social e os pré-requisito estão no inciso VIII que especificamente versa sobre a valorização dos profissionais da educação, com programa de formação construindo, critérios de acesso permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definido no projeto Político-pedagógico.
Neste contexto, o Artigo 56, § 1º, da mesma resolução ampara o questionamento anterior no que se refere a formação inicial e continuada, onde as escolas de formação dos profissionais da educação, sejam gestores, professores ou especialistas, deverão incluir em seus currículos e programas:
a)      O conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania;
b)       A pesquisa, a análise e aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional;
c)       A participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino;
d)     A temática da gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto político pedagógico, mediante trabalho coletivo de que todos os que compõem a comunidade escolar são reesposáveis.
O Artigo 57, também faz referencia ao citar que entre os princípios definidos para a educação nacional está a valorização do profissional da educação, com a compreensão de que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética, ambiental.
Assim, com esse processo de formação e valorização do profissional da educação a escola, aluno e professor garantem um ambiente agradável para uma aprendizagem prazerosa. Com essa interação, ajuda a desenvolver uma nova perspectiva sobre o planejamento das aulas e o ensino do conteúdo curricular para garantir a participação de todos os estudantes.
Diante desse programa de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, o professor deve ser capaz de inovar dia-a-dia a partir de sua experiência de sala de aula com objetivo de aperfeiçoar e desenvolver sua prática pedagógica, mediante o processo de reflexão e pesquisa da própria ação.
A aprendizagem da prática reflexiva exige que as atividades de formação dos docentes levem em conta as características dos contextos nos quais eles intervêm os problemas reais que enfrentem em sua prática; a reflexão e análise da prática baseiam-se em uma permanente continuação da realidade, o que implica contínua interação entre os conhecimentos que o docente possui e a realidade na qual atua

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