quarta-feira, 26 de agosto de 2015

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E TEORIAS ACERCA DA GEOGRAFIA

Fonte: http://professor-josimar.blogspot.com.br/2009/09/desemvolvimento-historico-e-teorias.html

Geo = Terra e Graphos = escrever, ou seja, a Geografia ao pé da letra seria uma ciência que descreve o planeta Terra, sua superfície, os fenômenos que nele acontecem, sejam eles de cunho cientifico, biológico ou humano. Este é um termo grego criado por Eratóstenes por volta de 300 a. C. Aliás, foi na antiga Grécia que surgiu a Geografia, mas era denominada de filosofia natural ou de história natural.
Ao longo da história, a Geografia foi recebendo novos conceitos e abrangendo cada vez mais seu objeto de estudo. As novas descobertas feitas pelo homem contribuíram para o desenvolvimento e o amadurecimento das ideias tanto conceituais quanto operacionais em torno da Geografia.
Muitos teóricos e pesquisadores, no decorrer do tempo, questionaram, conceituaram, e buscaram explicações para a Geografia em si e para os seus aspectos.
Vários fatores contribuíram para que a Geografia tivesse início na Grécia Antiga (século IV a. C.): os gregos dominavam uma grande parte da região do Mar Mediterrâneo, principalmente o leste; buscavam novos territórios para seu domínio e para ampliar seu comércio.
Para tanto, era preciso que eles conhecessem os aspectos naturais e físicos do ambiente. Observando as chuvas, as cheias dos rios, os ventos, o céu, os gregos puderam detalhar certas características do espaço geográfico. Para Moreira (apud SOUZA, 2008), além do fator comercial, o surgimento da geografia pelos gregos deve-se ao fato de, na Grécia, as lutas pela democracia ganharem mais profundidade e duração entre os povos da Antiguidade.
Posteriormente, os romanos também deram sua contribuição para o avanço da geografia, dando destaque aos estudiosos Estrabão e Ptolomeu, que embora não fossem romanos natos, deixaram importantes relatos, criaram diversas obras e elaboraram trabalhos que não se limitavam à descrição das características físicas.
Sobre a importância do conhecimento do espaço geográfico, Estrabão afirmou que até mesmo um caçador terá mais êxito se conhecer a natureza e a extensão do bosque e, além do mais, só aquele que conhece uma região pode escolher o melhor local para acampar, para fazer uma emboscada ou para dirigir uma campanha militar (apud. VESENTINI, 2008).
Na Idade Média, com o fim do Império Romano do Ocidente, a Geografia voltou à sua forma tradicional, ou seja, descrição do espaço geográfico e representação gráfica, além disso, acreditava-se por força da Igreja Católica que a Terra era plana e que seria também o centro do Universo.
Os árabes traduziram muitos trabalhos gregos e aprofundaram o estudo da Geografia. No século VII, Al-Idrisi apresentaria um sofisticado sistema de classificação climática. Em suas viagens à África e à Ásia, outro explorador árabe, Ibn Battuta, encontrou a evidência concreta de que, ao contrário do que afirmara Aristóteles, as regiões quentes do mundo eram perfeitamente habitáveis.
Entre os séculos XII e XV, as viagens de Marco Pólo, as cruzadas, as rotas de comércio terrestre e as grandes navegações e os descobrimentos de territórios foram fatores importantes que propiciaram novos conhecimentos acerca do mapeamento dos continentes e das suas características geográficas, afinal, muitos navegadores descreviam as novas terras e como eram os povos que nelas já habitavam.
A partir do século XVII a Geografia passa a receber subdivisões. O alemão Bernard Varenius distinguiu a geografia geral e regional; nomes como Goethe, Kant, e Montesquieu estavam preocupados em estabelecer em seus estudos a relação entre a humanidade e o meio ambiente, dando forma à geografia social; entre outras podemos destacar a geografia antropológica e a geografia política. As “escolas” que começaram a surgir por volta do século XVIII propõem teorias e técnicas do estudo da Geografia como ciência. Conforme Neis (apud. SOUZA, 2008), “o conhecimento geográfico se estrutura em diferentes níveis, sendo, todavia, transmitido segundo o que determina a sociedade estratificada”.
Apenas no século XIX que a Geografia se tornou uma ciência específica, se separando da filosofia, da astronomia, da geologia e de outros saberes que, até então, eram mais ou menos integrados com ela. Isso ocorreu como consequência de uma maior delimitação de cada objeto ou campo de estudos. A Geografia passou a ter um campo de estudos mais restrito. Ela deixou de ser identificada com todos os conhecimentos sobre a Terra, sobre o nosso planeta em todos os seus aspectos, e passou a se ocupar especificamente do espaço geográfico, ou seja, a superfície terrestre, que é o lugar onde a humanidade vive e no qual produz modificações.

A ESCOLA ALEMÃ E OS PRINCIPAIS PENSADORES
Por volta do século XIX, surgia a Escola Alemã, apresentando o Determinismo, que propunha a ideia de que o clima era capaz de estimular ou não a força física e o desenvolvimento intelectual das pessoas, teoria esta que era fundamentada pelo geógrafo alemão Friedrich Ratzel.
Outros estudiosos alemães se destacaram: Alexander Von Humboldt (1769-1859), Karl Ritter (1779-1859) e Immanuel Kant (1724 – 1804). Eles produziram importantes trabalhos de pesquisa no estudo da Geografia Física, como foi o caso de Humboldt, ou então da Geografia Humana, como foi o caso de Ritter.

FRIEDRICH RATZEL E O DETERMINISMO
Baseado na teoria evolucionista de Darwin, Ratzel elaborou o Determinismo. Trata-se de uma linha de pensamento onde a humanidade se define conforme às condições ambientais onde vive.



HUMBOLDT: GEOGRAFIA FÍSICA E REGIONAL
Responsável por aproximar a Geografia Geral da Regional, ou seja, rompeu a análise isolada dos fatores para que estes fossem estudados num todo. Em outras palavras, Humboldt conectou o estudo geral da Geografia com o específico dando origem à Geografia moderna.


KARL RITTER E A GEOGRAFIA HUMANA
Relaciona o meio físico com a ação humana. Para ele não basta saber apenas informações sobre a Terra, mas sim como o homem interage com a natureza, como ele a transforma e como ela se comporta em relação à sua ação.


IMMANUEL KANT: A GEOGRAFIA COMO CIÊNCIA
Definiu a Geografia como uma ciência e estabeleceu a ela modalidades para o seu estudo como: matemática, moral, política, física, comercial e teológica.


A GEOGRAFIA HOJE
A Geografia conheceu, num passado recente, um movimento de renovação teórica, que exercitou com radicalidade a crítica às perspectivas tradicionais e introduziu novas orientações metodológicas no horizonte de investigação dessa disciplina. “A Geografia em sua busca de novos caminhos e de novas interpretações do mundo se posiciona de uma forma crítica, direcionando sua contribuição para resgatar a importância do espaço no mundo atual”. (SANTOS, 2008).
Ela tem assumido um papel muito importante em uma época em que as informações são transmitidas pelos meios de comunicação com muita rapidez e em grande volume. É impossível acompanhar e entender as mudanças e os fatos ou fenômenos que ocorrem no mundo sem conhecimentos geográficos.
A importância do estudo da Geografia no mundo atual é inquestionável. Por ter se tornado uma ciência crítica, ela tem como encontrar respostas para diversos fatos, soluções para vários problemas, explicações sobre os fenômenos que ocorrem e nos faz entender como nós, seres humanos, temos um grande poder de transformação sobre a natureza e como a natureza reage às nossas ações.

REFERÊNCIAS 
SANTOS. História da Geografia. Disponível em: Acesso em 24 out 2008.
SOUZA, Arildo João de. Fundamentos Epistemológicos da Geografia. Indaial: Ed. Asselvi, 2008.
VESENTINI José Willian. Geo-História. Disponível em. Acesso em 28 out 2008.