Muitos escritos que já li falam da lenda do Maquinguari, um gigante peludo com um olho na testa e a boca no umbigo que vive na floresta amazônica. Segundo esta Lenda, alguns índios ou caboclos da região ao atingirem uma idade mais avançada evoluiriam e transformariam-se em Mapinguari e passariam a habitar o interior das florestas passando a viver apenas no seu interior e sozinhos.
Há também quem diga que seus pés têm o formato de uma mão de pilão. Seu coberto de pelos, porém usa uma armadura feita do casco da tartaruga, para outros, a sua pele é igual ao couro de jacaré. Emite gritos semelhantes ao grito dado pelos caçadores. Se alguém responder, ele logo vai ao encontro do desavisado, que acaba perdendo a vida.
Acontece
que para o caboclo amazônico, o que dizem ser apenas uma lenda, de fato é algo
verdadeiro e afirmam que muitos já viram o Mapinguari no interior da floresta
ou já ouviram os seus gritos e barulhos.
Gosto muito de ouvir os feitos das pessoas mais idosas, suas experiências de vida. Contou-me
certa vez um senhor, pescador e caçador ribeirinho, matreiro acostumado a andar
na floresta, que um determinado dia saiu para caçar na companhia de um amigo. Chegaram até uma colação antiga de
seringueiros, chamada primavera na região do baixo rio Madeira, no Estado de
Rondônia. Dia chuvoso, mata escura, pouco se ouvia os pássaros cantar.
Na
floresta os amigos separaram-se, cada um foi para um lado. Combinaram de
encontrar em outro lugar depois da caça e voltar para casa. Isso é algo comum
entre os caçadores da Amazônia.
Miro,
nome fictício do senhor que contou esse ocorrido, disse que depois de
aproximadamente uma hora que havia separado do amigo e ter saído por uma vereda
já conhecida por ele, ouviu um barulho parecido com o de arvores caindo, e que
vinha na sua direção. Conforme o barulho se aproximava e aumentava, ele foi
ficando paralisado e não conseguia mais se mexer do lugar que estava.
Começou
a rezar e apegar-se com todos os santos que veio na sua memoria naquele momento.
De repente surgiu na sua frente um ser que ele não sabia explicar a forma, pois
era algo tão diferente do que ele jamais teria visto ou imaginado.
Segundo
ele, tinha aproximadamente três metros de altura, bem peludo, os braços chegavam
próximo aos pés, mãos bem grandes, pés arredondados, orelhas enormes e olhos
bem grande que fixaram o olhar no dele.
O
medo foi tanto que Miro desmaiou e não viu ou sentiu mais nada, a não ser o
chamado do seu amigo no outro dia. Como não chegou ao local combinado para
voltarem juntos, seu amigo, conhecedor da floresta e das coisas que já viu e
ouviu falar sobre o assunto, previu que algo teria acontecido e deixou passar a
noite. No outro dia, bem cedo, assustado por Miro não ter voltado, saiu para procurá-lo.
Seguiu
na direção que Miro havia saída no dia anterior e viu o amigo caído, ainda
desmaiado... Chamou-o varias vezes, derramou agua na sua cabeça, até que Pedro
acordou muito assustado, com uma forte dor de cabeça e as pernas tremendo que
mal podia caminhar.
Ao
contar o ocorrido, no dia anterior os dois cuidaram de sair da floresta e
voltar pra casa temendo que o ser visto por Miro voltasse novamente. Eles
acreditam que o animal visto por Pedro era um Mapinguari e que esse ser, de
fato existe.