quarta-feira, 7 de abril de 2021

Estrada de Ferra Madeira Mamoré

Diante do agravamento dos conflitos na região, o governo brasileiro, procurando resolvê-los diplomaticamente colocou a disposição para as negociações, o Barão do Rio Branco, que resultaram no Tratado de Petrópolis. O Tratado de Petrópolis foi assinado a 17 de novembro de 1903 entre os governos do Brasil e da Bolívia e resultou na entrega do território do Acre ao Brasil, ocupado pelos seringueiros brasileiros durante a corrida à borracha da floresta amazônica.

Pátio da Estrada de Ferro Madeira Mamoré. Fonte: www.revistaplaneta.com.br

A região do rio acre era no início dos século XX pertencente ao país vizinho, a Bolívia, em razão dos
tratados de Madri, Santo Ildefonso e Avacucho que sucessivamente estava sendo ocupada por  seringueiros brasileiros em virtude da extração da borracha

A assinatura do documento formalizou a incorporação do Acre ao território brasileiro mediante ao pagamento à Bolívia da quantia de 2 milhões de libras esterlinas e indenizou o Bolivian Syndicate em 110 mil libras esterlinas pela rescisão do contrato de arrendamento, firmado em 1901 com o governo boliviano.

TRATADO DE PETRÓPOLIS

Brasil e Bolívia (17 de novembro de 1903. 

A Republica dos Estados Unidos do Brasil e a Republica da Bolívia, animadas do desejo de consolidar para sempre a sua antiga amisade, removendo motivos de ulterior desavença, e querendo ao mesmo tempo facilitar o desenvolvimento das suas relações de commercio e boa visinhança, convieram em celebrar um Tratado de Permuta de Territorios e outras compensações, de conformidade com a estipulação contida no art. 5º do Tratado de Amisade, Limites, Navegação e Commercio de 27 de março de 1867. (...)

Fonte: http://www.newmarc.com.br

Pelo acordo, o Brasil cedia também algumas terras no Amazonas e se comprometia a construir a Estrada de Ferro Madeira Mamoré no trecho encachoeira do rio Madeira, partindo de Santo Antônio até Guajará Mirim para que a Bolívia pudesse escoar sua produção fazendo-a chegar até o oceano atlântico.

Fim do monopólio da produção da borracha na Amazônia

 A partir de 1912 a borracha oriunda da Amazônia começa a perder o monopólio da produção, uma vez que os seringais plantados pelos ingleses na Malásia, no Ceilão e na África tropical, com sementes oriundas da própria Amazônia, passaram a produzir o mesmo produto com maior eficiência. Com custos e preço final menor, a Ásia passa a assumir o controle do comércio mundial do produto.

Seringueiros e a extração do látex. Fonte: http://www.naturezabelavida.com.br

Sem uma política governamental de incentivo a criação de projetos para o planejamento sustentado da região, a partir da extração do látex, o reflexo é a imediata estagnação das cidades que viviam em torno da extração e comercialização do produto. Os trabalhadores dos seringais, agora desprovidos da renda da extração, fixaram-se na periferia de Manaus em busca de melhores condições de vida.

Algumas tentativas para contornar a crise não tiveram o efeito esperado, dentre elas a criação da Superintendência de Defesa da Borracha, criada pelo governo central do Brasil e o cultivo de seringais na década de 1920, por Henry Ford com técnicas de cultivo especiais não lograram êxito.

https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-do-brasil/ciclo-da-borracha.

Acesso em 20 de janeiro de 2017.