Atualmente, a hidrovia do Rio Madeira, é a segunda via mais importante para o transporte de cargas e escoamento de produtos na Amazônia, ficando atrás somente do rio Amazonas. Além dessa função comercial, por ela trafegam também moradores de comunidades tradicionais que residem ao longo do rio, desenvolvem suas atividades e possuem intrínseca relação de sustentabilidade para com o rio
Com legislação específica o transporte hidroviário constitui um dos conceitos de mobilidade urbana, mas subutilizado no Brasil. Neste sentido, a Hidrovia do Rio Madeira é um vetor de desenvolvimento sustentável porque é um modal de transporte com menor impacto ambiental que o rodoviário e ferroviário.
No entanto, é um modal com grande potencial econômico que carece de otimizar a logística, garantir a navegabilidade durante todo o ano e promover o desenvolvimento econômico local através de melhorias na infraestrutura, como dragagem e sinalização, e a criação de empregos. Além disso, inclui programas ambientais e busca fortalecer as comunidades ribeirinhas, preservando o meio ambiente e mitigando mudanças climáticas.
A bacia do Rio Madeira, tem origem na cordilheira dos andes e é formada por rios andinos e brasileiros, representa 23% do total da bacia Amazônica e se estende por Bolívia (51%), Brasil (42%) e Peru (7%), sua área total de drenagem é de 1.324.727 km² representando a maior sub-bacia Amazônica (GUYOT, 1993)
Apesar de o Brasil possuir grande extensão em hidrovias, esse modo ainda é pouco utilizado. No agronegócio, por exemplo, apesar de identificado como mais competitivo e sustentável, tem participação inferior a 5% (BALLAN, 2011). Dentre as hidrovias, as utilizadas para grãos e farelo são: Tietê-Paraná com destino ao porto de Santos/SP, e a hidrovia do Madeira, que opera no rio Madeira e tem início em Porto Velho/RO, e finaliza em Itacoatiara/AM.
Ainda de acordo com ALBERTI (2016), a bacia do Rio Madeira possui extensão de 1.086 quilômetros entre Porto Velho e a foz, em Itacoatiara/AM, permitindo a navegação de grandes comboios, com até 18 mil toneladas, mesmo durante a estiagem. A largura varia entre 440 metros e 9.900 metros. Segundo a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), a profundidade oscila de acordo com as estações seca e chuvosa, e pode ir de 2 metros a 17 metros.
Desenvolvimento sustentável que as hidrovias podem promover quando bem estruturadas:
1. Transporte ecológico:
O transporte hidroviário emite de 4 a 5 vezes menos poluentes que o rodoviário e 1,5 vezes menos que o ferroviário, o que a torna uma opção mais sustentável.
2. Segurança e eficiência logística:
A concessão inclui serviços de dragagem, balizamento e sinalização para garantir a segurança e a confiabilidade da navegação, permitindo que embarcações operem 24 horas por dia e com maior capacidade. Isso melhora a eficiência no escoamento de cargas, como grãos, e no abastecimento de combustíveis.
3. Desenvolvimento econômico e social:
A melhoria da infraestrutura da hidrovia gera empregos e renda na região.
4. Proteção do meio ambiente:
Promoção de projetos de responsabilidade ambiental e a conservação de recursos naturais, além de contribuir para a preservação do meio ambiente e a mitigação das mudanças climáticas.
5. Conexão com a Amazônia:
A hidrovia conecta a produção agrícola do Centro-Oeste e Norte do Brasil aos portos amazônicos, facilitando a exportação de mercadorias e o transporte de passageiros, e integrando as comunidades ribeirinhas às cadeias produtivas.