quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Tecnologia nas salas de aula: inovação ou distração?

 

A inclusão das novas tecnologias nas escolas evidencia a inserção de práticas pedagógicas inovadoras com repercussão na interação de alunos e professores com diferentes linguagens. São ferramentas que podem contribuir no desenvolvimento social, econômico, cultural e intelectual do aluno, no entanto, o seu uso como recurso didático no processo de educação, exige do professor conhecimentos sobre as possibilidades do referido recurso tecnológico, para utilizá-lo como instrumento de aprendizagem.

Essa é uma tarefa de imensa mdificuldade para a realidade do sistema publico educacional brasileiro, uma vez que o acesso a computador e principalmente a internet ainda é limitado e muitos alunos não dispõem dessas ferramentas. Por outro lado, os governos quando tem levado esses equipamentos às escolas, com a intenção de oferecer novas possibilidades para o trabalho pedagógico, na contrapartida carece na oferta de formação para os docentes no que tange o uso e aplicabilidade dos recursos em sala de aula, o que provoca dúvidas e indagações com o consequente abandono dos mesmos pelos professores.

Em outras palavras, essa é uma realidade que acontece de uma forma até então nunca vivenciada na história da humanidade, pois ela se faz em um processo, cuja velocidade das mudanças se dá por meio dos avanços das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). São tantas tentativas de entender e explicar o momento histórico contemporâneo, que às vezes fica difícil acompanhar os adjetivos da época, indivíduos, sociedade, a Era das incertezas do Prigogine e a modernidade líquida do Bauman (GIORDANI; TONINI, 2014).

Essas mudanças tecnológicas a cada dia avançam simultaneamente. Uma das razões desta evolução é a inteligência de criar em interface aos campos tecnológicos, por meio de uma linguagem digital convencional e/ou tradicional, onde a informação é gerada, guardada, resgatada, excluída, executada e enviada. Nesta linha de reflexão, Castells declara que vivemos numa era “[...] onde os computadores, sistema de comunicação, decodificação e programação genética são ampliadores e extensões da mente humana [...]” (1999, p. 69).

E ainda, Costa (1980, p. 110) acrescenta dizendo que a principal característica da era atual não é a facilidade de obtenção de conhecimento e informação, mas sim a “interação, a globalização, a relativização, o imediatismo, a agilidade, a derrubada de fronteiras, a extraterritorialidade, o nomadismo” e, sobretudo, a aplicação dos mesmos para geração de novos conhecimentos ou de dispositivos num ciclo de realimentação cumulativa entre a inovação e seu uso.

A tecnologia digital penetra “em todas as esferas de atividade da vida humana”. No entanto, Castells (1999, p. 70) alerta sobre o fato de que “devemos localizar esse processo de transformação tecnologicamente revolucionária no contexto social em que ele ocorre e pelo qual está sendo moldado”.