Na primeira década do século 21 quando
começaram as pressões da sociedade estudantil e dos próprios educadores para o
ingresso da escola no mundo tecnológico foi grande o alvoroço pelas mudanças
que esse recurso traria na forma de ensinar. É claro, que na época, o professor
estava muito distante desse mundo tecnológico. Ter um computador era um
privilégio de poucos. A tecnologia ainda era muito cara e inacessível às
massas.
O aluno por sua vez buscava acessar esse
“outro mundo da informação” fora da escola. E avançou de forma significativa
nesta área do conhecimento, ao ponto de causar susto aos docentes que nem se
quer tocavam no assunto em sala de aula. O livro didático, que para o professor
é um recurso importantíssimo na sala de aula, para os alunos passou a ter pouco
significado.
Então, a pergunta que pairava entre os
educadores era como ajustar o “mundo” vivido pelos alunos. Via-se que eram
mundos distintos e de algum modo desleal. Por um lado os aparatos tecnológicos
e tudo o que são capazes de proporcionar e por outro a escola com o professor e
seu livro o didático. Um novo paradigma para a educação que vê teorias caírem
por água abaixo. A internet então foi o limite do mundo inimaginável pelos
professores.
O aluno em muitos casos passou até a
desafiar o professor na sala de aula. Ora, a internet é um mundo sem limites de
conhecimentos. Lá tudo o que busca acha, e com este pensamento muitos caíram na
onda da era dos internautas. Parecia o fim da escola. A escola estava
ultrapassada na maneira de transmitir conhecimentos, acompanhar a evolução da
sociedade e inovar seus conceitos pedagógicos do inicio do século.
Como citamos anteriormente, uma forte
pressão circulava entre os educadores a grande massa da sociedade que realmente
acreditavam no poder da educação e na tecnologia como ferramenta de inovação e
fortalecimento da transmissão de conhecimento na sala de aula. O professor, no
inicio meio inquieto, pela falta de formação nesta área começa a perceber que a
tecnologia poderia ser sua grande aliada e acima de tudo a forma de aprimorar
suas aulas tornando-as atrativas para o aluno.
Foi nesse momento que começaram a ser
implantados laboratórios de informática nas escolas. Primeiro pelo governo
federal e em seguida os próprios estados deram continuidade atendendo as
demandas estudantis com seus próprios recursos. Vale enfatizar que não foi
fácil a mudança nas escolas. Houve muitas resistências no meio educacional,
particularmente pelos educadores mais tradicionais.
Em 2009, por ocasião da pesquisa de
mestrado em geografia levantamos esses dados nas escolas estaduais do município
Porto Velho e detectamos exatamente o que havíamos previsto como hipótese, ou
seja, que a grande maioria dos professores não utilizam qualquer recurso
tecnológico ou se utilizavam, o faziam muito pouco. Para os que utilizavam a tecnologia
em sala de aula, o laboratório de informática despontava entre os demais
equipamentos que poderiam ser utilizados como recurso pedagógico.
Podemos visualizar essa situação no
quadro abaixo, mesmo que a pesquisa seja sobre os professores que utilizavam
algum recurso tecnológico nas aulas de geografia, o cenário pode ser aplicado
às outras áreas educacionais.
Fonte: O.O. dos Santos, 2008. Dissertação de Mestrado: O uso das novas
tecnologias no ensino da
geografia nas escolas estaduais de Porto Velho
Na pesquisa os professores relatatam a utilização de vários equipamentos e
citam sua importância pedagógica. No entanto, ficou claro a falta de
conehcimento sobre como usar esses equipamentos de forma objetiva e planejada
com foco no ensino e aprendizagem dos alunos. Muitos utilizavam os laboratórios
de informática como forma de tentar inovar, no entanto, não tinha relação com o
conteúdo da disciplina trabalhada.
O fato é que atualmente, houve algum avanço nessa área e os professores,
alunos e sociedade estão mais consciente de que equipamento tecnológico por si
só não causa avanço, atração ou inovação na escola se não tiver voltado ao que
realmente interessa aos alunos que é o conhecimento.
Hoje se vê o limiar de politicas educacionais voltados para essa área, tal
como distribuição de notebooks e tablets a professores e alunos. A educação tem
que avançar e acompanhar o mundo das tecnologias. Se o avanço é lento, não
importa. O interessante é caminhar sabendo o que se quer e para onde vai.