A região ribeirinha, apresenta desafios significativos impensáveis para moradores das comunidades tradicionais que a habitam histórica e secularmente. Viver nessas áreas é superar o isolamento geográfico, à precariedade de infraestrutura e aos impactos extremos dos ciclos de cheia e seca dos rios.
A população ribeirinha se caracteriza como uma população vulnerável por suas condições de moradia, precariedades sanitárias e distanciamento entre suas moradas, além dos momentos de angústia que enfrentam quando acontecem as enchentes e recentemente, grandes secas, consequência das degradações ambientais, impulsionadas pelo império capitalista.
Isolamento geográfico, limitações tecnológicas, dificuldades de locomoção e acesso as politicas públicas são algumas das principais barreiras enfrentadas por essas populações. No contexto geral, as principais dificuldades incluem:
Acesso a Serviços Básicos: O isolamento geográfico, frequentemente exacerbado pelas condições climáticas, dificulta ou impede o acesso a serviços essenciais, ou seja, a população está sempre alienada e carente de politicas públicas em todas as áreas dos direitos que lhes são assegurados constitucionalmente.
Saúde: Profissionais de saúde enfrentam grandes desafios logísticos para chegar a essas comunidades, e as unidades de saúde locais são frequentemente precárias ou inexistentes. Na grande maioria carente de profissionais que possa atender a população no lugar onde moram.
Educação: Estudantes enfrentam dificuldades diárias, com a falta de escolas adequadas e a necessidade de longos deslocamentos, geralmente de barco, para estudar em outras localidades. Com a nucleação escolar na região, a partir da década de 1990, as escolas existentes em pequenas comunidades foram desativadas aumentando o número de desistências e retenções de alunos, consequência dos longos percursos até as escolas-nucleos.
Saneamento Básico: A maioria das comunidades não possui acesso a esgoto tratado ou coleta regular de lixo, o que impacta diretamente a saúde local.
Impactos das Variações Climáticas: As comunidades ribeirinhas são altamente vulneráveis a eventos climáticos extremos, como secas severas e grandes inundações, fatores que tem se gravado nos últimos anos.
Secas: Causam a falta de água potável, dificuldade no transporte (barcos encalham em bancos de areia), escassez de alimentos e suprimentos, e a necessidade de deslocamentos constantes para cidades próximas.
Inundações: Resultam na invasão de casas pela água, perda de móveis e veículos, risco de doenças (dengue, verminoses, doenças de pele) e acidentes, além de aglomeração em áreas secas remanescentes.
Logística e Transporte: A dependência de rios como principal via de transporte torna a logística de suprimentos e o deslocamento de pessoas demorados e difíceis, especialmente durante a seca ou cheia, quando a navegabilidade é comprometida.
Vulnerabilidade Social: As comunidades são caracterizadas por condições de moradia vulneráveis e a falta de incentivos econômicos para práticas sustentáveis, muitas vezes dependendo de atividades de subsistência como pesca e agricultura.