segunda-feira, 19 de março de 2018

Rondônia: populações tradicionais


Você certamente já estudou e logo concordará que o termo "populações tradicionais" é bastante amplo. Da mesma forma, não se deve minimizar seu conceito pela adesão as tradições ou como populações causadoras de baixo impacto sobre o ambiente. Pode se dizer, de modo geral, que são tracionais aqueles povos que mantêm um modo de vida intimamente relacionado ao meio ambiente em que vivem. Além disso, eles têm seus hábitos, costumes, ciências e crenças transmitidas de modo oral, de geração em geração.


Povos e Comunidades Tradicionais:

Grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

(Decreto Federal Nº 6.040 de 7 de fevereiro de 2000.  Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais). 
Comunidade do Distrito de Nazaré – Porto Velho/RO.
Fonte: Secom - Governo de Rondônia - Fotos: Esio Mendes


De forma mais clara, Povos e Comunidades Tradicionais são grupos que possuem culturas diferentes da cultura predominante na sociedade e se reconhecem como tal. Para entender melhor a questão das populações tradicionais é fundamental entender sua cultura que está intimamente dependente das relações de produção e de sobrevivência. Veja algumas características das populações tradicionais:
  • Dependência e até simbiose com a natureza, os ciclos naturais e os recursos naturais renováveis a partir do qual se constroem um "modo de vida";
  • Conhecimento aprofundado da natureza e de seus ciclos que se reflete na elaboração de estratégias de uso e de manejo dos recursos naturais. Esse conhecimento é transferido de geração em geração por via oral;
  • Noção de território ou espaço onde o grupo se reproduz econômica e socialmente;
  • Moradia e ocupação desse território por várias gerações, ainda que alguns membros individuais possam ter-se deslocado para os centros urbanos e voltado para a terra dos seus antepassados;
  • Importância das atividades de subsistência, ainda que a produção de mercadorias possa estar mais ou menos desenvolvida, o que implica numa relação com o mercado;
  • Reduzida acumulação de capital;
  • Importância dada à unidade familiar, doméstica ou comunal e às relações de parentesco ou de compadrio para o exercício das atividades econômicas, sociais e culturais;
  • Importância de mito e rituais associados à caça, à pesca e a atividades extrativistas;
  • A tecnologia utilizada é relativamente simples, de impacto limitado sobre o meio ambiente. Há uma reduzida divisão técnica e social do trabalho, sobressaindo o trabalho artesanal. Nele, o produtor e sua família, dominam o processo de trabalho até o produto final;
  • Fraco poder político, que em geral reside com os grupos de poder dos centros urbanos; auto identificação ou identificação pelos outros de se pertencer a uma cultura distinta das outras.

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