segunda-feira, 19 de março de 2018

Tipologia das comunidades tradicionais


No Brasil as políticas públicas voltadas para os Povos e Comunidades Tradicionais são recentes e tiveram como marco a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que foi ratificada em 1989 e trata dos direitos dos povos indígenas e tribais no mundo. Esse público passou a integrar a agenda do governo federal em 2007, por meio do Decreto 6.040, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Entre os povos e comunidades tradicionais no território brasileiro estão os quilombolas, ciganos, matriz africana, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco-de-babaçu, comunidades de fundo de pasto, faxinalenses, pescadores artesanais, marisqueiras, ribeirinhos, varjeiros, caiçaras, praieiros, sertanejos, jangadeiros, ciganos, açorianos, campeiros, varzanteiros, pantaneiros, caatingueiros, entre outros.
As Comunidades Tradicionais constituem aproximadamente 5 milhões de brasileiros e ocupam um quarto do território nacional. Por seus processos históricos e condições específicas de pobreza e desigualdade, acabaram vivendo em isolamento geográfico e/ou cultural, tendo pouco acesso às políticas públicas de cunho universal, o que lhes colocou em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, além de serem alvos de discriminação racial, étnica e religiosa.

Comunidades tradicionais no espaço rondoniense

Ribeirinhos - Os Ribeirinhos são trabalhadores e trabalhadoras que residem proximidades dos rios e, que há muito caracterizam-se por ter como principal atividade de subsistência a pesca. ” (NEVES, 2008, p. 01). Estas comunidades caracterizam-se pela diversificação nas atividades produtivas, as quais giram em torno da cultura dos conhecimentos adquiridos sobre a natureza e seu funcionamento, garantindo a sobrevivência de acordo com necessidades e principalmente com o que o meio lhes oferece.

Seringueiros - Os seringueiros guardam consigo o conhecimento adquirido ao longo dos anos vividos em meio à um ecossistema extremamente diversificado e complexo em meio da floresta amazônica, onde desenvolveram todo um saber, todo um conhecimento na sua convivência com a natureza que, sem dúvida, constitui um enorme acervo cultural. ” (PORTO-GONÇALVES, 2001, p. 22).

Quilombolas
Os quilombolas são descendentes dos escravos negros que sobrevivem em enclaves comunitários. Apesar de existirem, sobretudo após o fim da escravatura, no final do século XIX, sua visibilidade social é recente, fruto da luta pela terra, da qual, em geral, não possuem escritura. Assim, as comunidades Quilombolas apresentam traços culturais relativos a um período histórico que deve ser preservado e que merece seu devido respeito perante toda a sociedade. A busca por uma significância histórica e por seu reconhecimento são as marcas da luta quilombola por uma vida com mais justiça, dignidade e igualdade.  

Povos Indígenas - A expressão genérica Povos Indígenas refere-se a grupos humanos espalhados por todo o mundo, e que são bastante diferentes entre si. Em comum entre os povos indígenas é o fato de cada qual se identificar como uma coletividade específica, distinta de outras com as quais convive e, principalmente, do conjunto da sociedade nacional na qual está inserida. Todo indivíduo que se reconhece como parte de um grupo com essas características e é reconhecido pelo grupo como tal pode ser considerado índio.

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