A realidade dos estados da Região Norte do Brasil é bem diferente dos demais estados brasileiros. A economia em processo de desenvolvimento apresenta o reflexo das políticas nacionais descontinuadas e determina impactos e problemas sociais diversos. Rondônia é o terceiro estado mais rico do norte do país, responsável por uma grande parcela do Produto Interno Bruto – PIB, da região.
Economia em desenvolvimento
O Produto Interno Bruto é a soma de todas as riquezas produzidas em um dado território durante um determinado tempo. Representa o nível de crescimento econômico no qual um país, região, estado ou município encontra-se, dimensionando o nível de produção nos setores primário, secundário e terciário.
Estados |
Agropecuária |
Industria |
Serviços |
Pará |
4,5 |
0,8 |
-1,5 |
Amazonas |
7,2 |
1,1 |
0,7 |
Rondônia |
9,4 |
-0,5 |
-0,7 |
Tocantins |
10,6 |
-0,2 |
0,2 |
Amapá |
9 |
-2,1 |
1,3 |
Acre |
1,3 |
-1,4 |
-0,5 |
Roraima |
8,7 |
-1,7 |
1,2 |
Nas participações das atividades econômicas estão sempre projetados os serviços, o agronegócio evidenciado no setor agropecuário, seguido pelo setor industrial. Rondônia é o destaque na Região Norte do Brasil, figurando como o Estado que mais contribui para o Produto Interno Bruto Nacional (PIB) na região, marcado pelo desempenho da sua agropecuária.
Produto interno bruto per capita
É uma medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, indústria e serviços. É um indicador muito utilizado na macroeconomia de um país, estado ou região. Quanto mais rico o país é, mais seus cidadãos se beneficiam. O PIB possui apenas uma consideração, é possível que aumente enquanto os cidadãos ficam mais pobres, e isso ocorre, por não considerar o nível de desigualdade de renda das sociedades.
Agricultura
Produtos |
Produção |
Taxa
de crescimento |
|||
2010 |
2011 |
2012 |
2011/2010 |
2012/2011 |
|
Arroz
(em casca) (t) |
164.701
|
168.956
|
239.082
|
2,58
|
41,51
|
Cana-de-açúcar
(t) |
233.527
|
218.975
|
221.870
|
-6,23
|
1,32
|
Feijão
(em grão) (t) |
8.747
|
35.563
|
37.685
|
306,57
|
5,97
|
Mandioca
(t) |
505.004
|
513.515
|
472.207
|
1,69
|
-8,04
|
Milho
(em grão) (t) |
365.980
|
340.045
|
534.423
|
-7,09
|
57,16
|
Soja
(em grão) (t) |
385.388
|
419.522
|
470.485
|
8,86
|
12,15
|
Banana
(cacho) (t) |
53.037
|
53.965
|
59.151
|
1,75
|
9,61
|
Cacau
(em amêndoa) (t) |
17.486
|
15.770
|
16.314
|
-9,81
|
3,45
|
Café
(em grão) total (t) |
141.160
|
88.119
|
85.444
|
-37,58
|
-3,04
|
Coco-da-baía
(Mil frutos) |
1.550
|
90
|
913
|
-94,19
|
914,44
|
Arroz
(em casca) (t) |
164.701
|
168.956
|
239.082
|
2,58
|
41,51
|
Fruticultura
A fruticultura rondoniense ainda é pouco expressiva. A industrialização cresce, mas a maioria das frutas ainda são vendidas in natura. A produção está concentrada ao norte e no centro do Estado, principalmente nos municípios de Porto Velho, Cujubim, Buritis; Cacoal; Ariquemes; Guajará-Mirim; Seringueiras; Presidente Médici; Novo Horizonte; Pimenta Bueno; Espigão do Oeste; Rolim de Moura; Itapuã do Oeste e Ji-Paraná.
O abacaxi é a fruta mais produzida do Estado, seguida da banana, cupuaçu; coco; maracujá; melancia; laranja; açaí; pupunha e mamão. A fruticultura é um seguimento que tende a crescer com o incremento de pesquisas e novas tecnologias.
Piscicultura
As primeiras referências da atividade de piscicultura no Estado aconteceram por iniciativa da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER-RO, na década de 1980. Cerca de trinta anos depois Rondônia se tornou um dos principais criadores de peixe, destacando-se como o maior produtor de peixes redondos da região norte, e encontra-se na vanguarda da produção da espécie pirarucu (Arapaima gigas).
Uma das peculiaridades do crescimento da piscicultura no
Estado é a participação decisiva da agricultura familiar. Essa evolução se deve
ao conjunto de inúmeros fatores:
· Aspectos
físicos como disponibilidade de recursos hídricos, temperatura, etc.,
· Opção por
espécies nativas, como o tambaqui, que possui bom desempenho zootécnico e
tecnologia de produção conhecida;
· Mercado em
expansão, pronto para ser ocupado não só pela diminuição da oferta de pescado
oriundo da pesca artesanal, mas pelo aumento do consumo per capta, tendência
mundial até o incentivo do governo por meio de políticas públicas, somados ao
interesse dos agricultores familiares pela atividade como alternativa de uso do
solo e renda, potencializada pela assistência técnica que promove o
desenvolvimento da atividade.
Em Rondônia, a piscicultura é caracterizada pela produção de
peixes em regime semintensivo de criação. O aumento expressivo na produção reflete
a adoção de Boas Práticas de Manejo, o caminho para a produção com condições de
sanidade animal que atendam às expectativas do mercado consumidor, cada vez
mais exigente.
Pecuária
A produção agropecuária responde com uma parcela significativa na economia do Estado, bem acima da média nacional. É a atividade do setor primário que mais se expandiu nos últimos anos, especialmente a bovina, que hoje se apresenta como plenamente capaz de satisfazer o consumo interno e ainda oferecer excedentes exportáveis.
Foi à
atividade do setor primário que mais se expandiu nos últimos anos no Estado,
especialmente a bovina, que hoje se apresenta como plenamente capaz de
satisfazer o consumo interno e ainda oferecer excedentes exportáveis.
A pecuária de corte possui nível tecnológico mais elevado que a pecuária de leite e tem evoluído mais rapidamente junto com a expansão das áreas de pastagens, contra uma estagnação, até mesmo redução de áreas de lavoura.
Extrativismo mineral
O extrativismo mineral com exceção da madeira e da extração de cassiterita, que marcou toda a história de Rondônia, perdeu nos dias atuais qualquer sentido verdadeiramente econômico. Borracha, castanha do Pará, pau rosa, copaíba, ouro, que foram todos itens importantes na pauta de exportações de Rondônia até há algumas décadas atrás, representam pouco atualmente.
A extração de ouro,
que já teve grande importância, é hoje totalmente insignificante. A exploração
de minerais não metálicos, tipo areia, argila e cascalho, é feita em grande
parte pela economia informal, tendo significativa importância social. Há
importante ocorrência de rochas graníticas com elevado valor de mercado, para
uso na construção civil.
A mineração de calcário dolomítico, em Pimenta Bueno, com capacidade para 50.000 ton/ano, representa um importante insumo agrícola na correção da acidez do solo, característica predominante em grandes áreas da Amazônia.
Granito e pedras ornamentais
Embora o potencial das jazidas de granito do Estado não esteja perfeitamente dimensionado, a ocorrência desse minério em vários municípios como Ariquemes, Jaru, Ouro Preto e Ji-Paraná, além de outros, permite afirmar que o suprimento dessa matéria prima para a indústria está assegurado por muitas décadas. Por outro lado, o granito encontrado em Rondônia em forma bruta é de excelente qualidade, apresentando várias tonalidades e, por conseguinte, atendendo a exigência de diversos mercados.
Indústria madeireira
A indústria madeireira em Rondônia, devido ao seu caráter pioneiro, típico das novas áreas de ocupação e de colonização, assumiu um papel histórico, uma vez que contribuiu, ao lado das atividades extrativas minerais e agropecuárias, para a formação e o desenvolvimento de muitos municípios.
Essa atividade ainda é muito significativa para a economia do Estado, por ser grande empregadora de mão-de-obra e importante geradora de renda e tributos. Em decorrência das dificuldades vivenciadas, o setor foi induzido a buscar outras alternativas de exploração das madeiras abundantes em todo o Estado, principalmente na produção de laminados e compensados.
Produção de energia
Além de contar com a Usina Hidrelétrica de Samuel, localizada no município de Candeias do Jamari, construída nos anos 80 para atender à demanda energética dos estados de Rondônia e Acre, bem como diversas pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), foi construída no Rio Madeira, as usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que juntas apresentam uma capacidade instalada de 6.450 MW.
As usinas são apontadas pelos especialistas da área como uma solução para os problemas de racionamento de energia do país. Apesar da polêmica criada em torno das obras por parte de ambientalistas e organizações não-governamentais, são as primeiras da Amazônia a utilizar o sistema de turbinas tipo "bulbo", o que não requer grandes volumes de água, uma vez que as mesmas são acionadas pela correnteza do rio e não pela queda d'água.
Turismo
Rondônia tem um grande potencial turístico a ser explorado. Nos últimos anos vem atraindo turistas interessados em conhecer a rica história da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e a arquitetura clássica do Mercado Cultural bem como os passeios em barcos que os levam até a monumental Usina Hidrelétrica de Santo Antônio.
Destaca-se também o turismo ecológico e histórico em vários municípios do estado, que contam uma excelente infraestrutura hoteleira.
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