A melhor maneira de aprender é aquela aonde a cada passo vão sendo elaborados os conhecimentos necessários para garantir as ações no ambiente local. São essas ações que irão auxiliar na melhoria da qualidade de vida na sociedade. É sabido que as estruturas do pensamento, do julgamento e da argumentação resultam de uma construção realizada por aquele que aprende, seja a criança ou jovem, em longas etapas de reflexão e de interação.
Na sociedade
globalizada se torna cada vez mais necessário partilhar os novos saberes com o
maior número de pessoas possíveis, envolto em discussões conscientes que
traduzam a singularidade das pessoas envolvidas, e repercutam para toda a
comunidade em melhores condições do ambiente em que vivem, onde cada um possa
fazer a sua parte. Em nossa sociedade, a escola pública, em todos os níveis e
modalidades da Educação Básica, tem como função social formar o cidadão, isto
é, construir conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante
solidário, crítico, ético e participativo.
Para isso, é
indispensável socializar o saber sistematizado, historicamente acumulado, como
patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse saber seja
criticamente apropriado pelos estudantes, que já trazem consigo o saber
popular, o saber da comunidade em que vivem e atuam. A interligação e a
apropriação desses saberes pelos estudantes e pela comunidade local
representam, certamente, um elemento decisivo para o processo de democratização
da própria sociedade.
A escola pública
poderá, dessa forma, não apenas contribuir significativamente para a
democratização da sociedade, como também ser um lugar privilegiado para o
exercício de uma cidadania consciente e comprometido com os interesses da
maioria socialmente excluída ou dos grupos sociais privados dos bens culturais
e materiais, produzidos pelo trabalho dessa mesma maioria.
É preciso formar
cidadãos conscientes dos processos educacionais envolto às novas tecnologias
chamando a atenção para o estabelecimento de uma relação entre aprender o
conhecimento sistematizado com as questões da vida real e a possibilidade de
transformação da realidade local onde vivem em sintonia com a global.
As ferramentas
tecnológicas estão sendo inseridas a todo instante na escola, e consequentemente,
em nossas vidas, modificando o modo de viver e o agir docente a partir do
vislumbramento de novas técnicas. O fenômeno técnico tem caráter exossomático
inerente à condição humana de reproduzir as próteses que irão potencializar o
seu corpo e moldar o ambiente, como afirma Milton Santos:
A principal forma de relação
entre o homem e natureza, ou melhor, entre o homem e o meio é dada pela
técnica. As técnicas são um conjunto de meios instrumentais e sociais, com os
quais o homem realiza sua vida, produz e, ao mesmo tempo, cria espaço. (SANTOS,
1999, p. 25).
Para Milton Santos,
técnica não é o mesmo que tecnologia. Pois, é preciso ressaltar que a diferença
entre técnica e tecnologia é a mesma diferença que há entre inovação e
invenção. A invenção é produto de uma dada técnica humana com vistas em
resolver um problema que é econômico e social. Mas, nem sempre uma nova
invenção se difunde no tecido social e isso a deixa restrita ao conceito de
invenção. Agora quando este novo produto técnico tem a capacidade de se
difundir no tecido social e se torna aceito pela sociedade que lhe dá um uso,
cria interconexão entre as pessoas e setor produtivo passa a ser chamado de
inovação.
A inovação é nada mais
do que, uma invenção com valor social sistêmico, sendo assim chamado de
tecnologia. A técnica tem o poder de criar novos objetos, mas somente quando
estes ganham poder sistêmico de se unir com outros objetos gerando novas ações
é que eles se tornam tecnológicos. Nos tempos atuais é notável o acelerado
avanço tecnológico que o processo de globalização permite e exige.
Tais avanços, ao mesmo
tempo, que possibilita inovação para uns educadores, para outros cria um novo
problema que precisa de urgente solução, de forma a permitir-lhe também
acompanhar tal processo e utilizá-lo a seu favor no dia-a-dia. É a necessidade
de um novo olhar sobre a realidade e a compreensão dos processos sobre a
construção de outra relação do homem com o meio natural, social e tecnológico.
Atualmente temos
acompanhado grandes debates em torno do uso das novas tecnologias como
ferramenta pedagógica nas escolas. Autores renomados e revistas especializadas
em educação sempre trazem essas discussões chegando a afirmar que “hoje os
professores sabem que os computadores possibilitam a criação de um ambiente de
aprendizagem” (NOVA ESCOLA, 2003, p. 11).
Por outro lado há os
que argumentam sobre a perplexidade do professor perante tal instrumento,
misturando uma sensação de admiração, surpresa, critica e cepticismo.
Acrescenta-se a estas reações a frustração, a inferioridade e a resistência em
usar instrumentos tecnológicos na sala de aula, reafirmadas pela “idéia de que
qualquer criança lida melhor com esses instrumentos do que os adultos”
(CARNEIRO, 2002, p. 57).
A geografia é uma
disciplina que exige cada vez mais a atualização dos professores e a
interatividade destes com os discentes. Tem se notado no Brasil,
particularmente no Estado de Rondônia, a preocupação em dotar as escolas de
equipamentos tecnológicos (computador, data show, internet, DVD, televisão,
entre outros), que permitam o dinamismo e o envolvimento de professores e
alunos nos conteúdos trabalhados em sala de aula e consequentemente melhorar o
aprendizado em todas as áreas do conhecimento.
Acredita-se que tais
aparatos tecnológicos a serviço da educação, quando bem utilizados nas aulas de
geografia poderão ampliar e desenvolver os saberes nesta área de conhecimento e
incentivar o diálogo entre alunos, professores e a sociedade, e consequentemente
obter resultados significativos no processo de ensino e aprendizagem. No
entanto, é preciso que os professores se movam com clareza no desenvolvimento
de suas práticas, tornando-os mais seguro do seu próprio desempenho (FREIRE,
2004, p. 68).
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