A
gestão educacional, a partir da década de 1990, passou a ganhar
evidência, ocupando espaço na literatura e no contexto dos sistemas
de educação, sendo reconhecida como fundamental para a organização
das unidades de ensino com vistas à melhoria da qualidade social da
educação. Para LÜCK (2008), nessa mesma década o Conselho
Nacional de Secretários de Educação (CONSED) passou a ver gestão
educacional como uma de suas políticas prioritárias, tanto no nível
de gestão como também no ambiente escolar tendo em vista a
perspectiva da organização e a criação de um ambiente educacional
autônomo, de participação e compartilhamento, autocontrole e
transparência de processos e resultados.
Lück
(2008, p. 26) destaca que: “torna-se fundamental que se construa
uma consistência entre os processos de gestão do sistema de ensino
e o que se espera que ocorra no âmbito da escola, mediante uma
orientação única e consistente de gestão”. Segundo
Lück:
O
conceito de gestão muda de enfoque se amplia da mera administração
e passa a ser visto como mobilização da energia e talento do
elemento humano organizado coletivamente, passando a ser condição
básica e essencial para a qualidade do ensino e da transformação
da identidade das escolas, dos sistemas de ensino e da educação
brasileira.
(LÜCK,
2008,
p.26)
Nesta
visão, o conceito de gestão passa a ser tratado de forma ampliada,
a partir do conceito de administração, dando ênfase a valorização
do elemento humano, condição necessária para a organização
coletiva da escola. A
respeito do conceito de gestão Libâneo (2001) a define:
O
conjunto de todas as atividades de coordenação e acompanhamento do
trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de
cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a
manutenção do clima de trabalho, a avaliação de desempenho. Essa
definição se aplica aos dirigentes escolares, mas igualmente
aplicável aos professores, seja em seu trabalho de sala de aula,
seja quando são investidos de responsabilidades no âmbito da
organização escolar. (LIBÂNEO, 2001, p. 349)
O
entendimento de Libâneo sobre o conceito de gestão pressupõe a
ideia de participação, do trabalho associado de pessoas analisando
situações, decidindo sobre seu encaminhamento e o agir sobre elas.
Esse entendimento também é compartilhado por Cury (2002, apud
Freitas, 2007), ao afirmar que a gestão “(...) é a geração de
um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma,
democrática já que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento
coletivo e pelo diálogo”(p.165).
Nessa
perspectiva o tema Tecnologias da Informação e Comunicação irá cada vez mais dar sentido as questões referentes ao uso das tecnologias e as mudanças
ocorridas na sociedade provocando
mudanças na organização escolar pela necessidade de se ampliar os
canais de comunicação. De acordo com Hessel (2004):
Para
acompanhar essas profundas transformações a escola deve passar por
mudanças organizacionais, para incorporar novas formas de trabalhar
o conhecimento. Inserida num espaço social onde cresce a necessidade
de interação e participação dos sujeitos para enfrentarem seus
desafios, a agência educativa pode facilitar a conectividade, com
adoção das TIC. A questão não se reduz somente a assimilar as TIC
como ferramenta de ensino e aprendizagem, de pesquisa, de automação
de rotinas ou como provedora de informações gerenciais. Trata-se de
dar suporte e ampliar os canais de comunicação, quer seja
internamente, porque a descentralização do poder deve promover a
integração da equipe escolar, quer seja externamente, porque a
escola precisa compartilhar informações, estabelecer contatos de
todas as espécies, além de ativar uma rede comunicativa que
facilite a interação entre pais, alunos, professores, etc. (HESSEL,
2004 p. 8).
Autores
como Moran (2003), Kenski (2003), Tapscott (1997), Hessel (2004), e
Dias (1998) com vasto estudo sobre o uso das TICs na gestão escolar
concordam que a evolução
tecnológica não se restringe aos novos usos de determinados
equipamentos e produto, mas vislumbram a transformação dos fazeres
de todo um grupo social. Desta forma possibilita que as pessoas façam
mais em menos tempo, de forma que a eficiência resulta em economia
de tempo que, por sua vez, pode ser reinvestida na eficácia das suas
ações. A respeito do uso
das TIC no processo de gestão escolar Hessel comenta:
A
articulação dos aspectos administrativos e pedagógicos, a
preocupação com o trabalho em equipe, a integração e a rede de
comunicação dentro do âmbito escolar representam a adoção de um
estilo de gestão que também incorpora as TIC - tecnologias de
informação e comunicação- como auxílio ao trabalho. Comumente,
os gestores não
percebem as potencialidades das TIC, nem avaliam o uso que podem
fazer dela, para dar suporte ao seu trabalho de integração dos
esforços e das ações da escola. (HESSEL, 2004, p. 5).
A
autora destaca o uso das TICs na escola no sentido de facilitar o
trabalho de gestão. Ela ressalta também que a articulação dos
aspectos administrativos e pedagógicos, a preocupação com o
trabalho em equipe, a integração e a rede de comunicação dentro
do âmbito escolar representam a adoção de um estilo de gestão que
também incorpora as TICs como auxílio ao trabalho.
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