Educação ribeirinha, no contexto atual
da legislação educacional brasileira é que se conhece como educação no campo ou
educação em área rural. Nesse contexto, para quem conhece essa realidade, logo
vai perceber que na maioria dos casos não existe escola do campo, mas uma
escola urbano-cêntrico, ou seja, a reprodução do currículo das escolas
localizadas nas áreas urbanas, no campo.
A denominação “escola ribeirinha” que tem sua
movimentação em função das cheias e das vazantes dos rios, abundantes na
região, tem sido defendida e vem ganhado força como modalidade de ensino, pelos
movimentos de defesa da identidade amazônica. No entanto, até então, não se tem
percebido, mesmo com todo o avanço que traz a nova Base Nacional comum
Curricular, algum movimento em relação a organização de currículo voltado para
essa realidade.
Atualmente, com o forte avanço da polarização
da educação em áreas rurais, em função dos repasses de recursos pelo governo
federal para as unidades mantenedoras dos sistemas de ensino, como é caso do
transporte escolar, muitas dessas escolas foram desativadas. Porém, ainda
têm-se unidades localizadas em áreas de difícil acesso onde há a predominância de
classes multisseriadas.
As classes
multisseriadas são uma forma de organização de ensino na qual o professor
trabalha, na mesma sala de aula, com várias séries do Ensino Fundamental
simultaneamente, tendo de atender a alunos com idades e níveis de conhecimento
diferentes. Essa realidade para a maioria dos professores traz serias dificuldades
quanto a realização do atendimento individual aos estudantes bem como no
planejamento das aulas para as séries iniciais do Ensino Fundamental em um mesmo
horário. A falta de material didático e bibliotecas no ambiente rural também é
um entrave rotineiro na realidade das classes multisseriadas.
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