Urbanização é o processo de afastamento das características rurais de um lugar ou região, para características urbanas. Demograficamente, o termo significa a redistribuição das populações das zonas rurais para assentamentos urbanos, mas também pode designar a ação de dotar uma área com infraestrutura e equipamentos urbanos, como água, esgoto, gás, eletricidade e serviços como transporte, educação e saúde, dentre outros.
A urbanização é a mola propulsora das transformações na sociedade, porque traz consigo mudanças nos processos sociais capazes de modificar as formas espaciais. Em linhas gerais, no Brasil, a urbanização ocorreu de uma forma rápida, no entanto, desorganizada, pois dependia muito dos recursos econômicos encontrados no local. A partir do século XX, o fator motivador para o aceleramento desse processo foi a industrialização.
Área urbana de Ji Paraná - RO. Fonte: https://www.portaljipa.com.brA urbanização é a mola propulsora das transformações na sociedade, porque traz consigo mudanças nos processos sociais capazes de modificar as formas espaciais. Em linhas gerais, no Brasil, a urbanização ocorreu de uma forma rápida, no entanto, desorganizada, pois dependia muito dos recursos econômicos encontrados no local. A partir do século XX, o fator motivador para o aceleramento desse processo foi a industrialização.
A partir dos
anos 70, a ocupação da Amazônia tornou-se prioridade nacional e o governo
federal passou a viabilizar e subsidiar a ocupação de terras para a expansão
pioneira. Ao longo das últimas décadas, a região tem experimentado as maiores
taxas de crescimento urbano do país. A diversificação das atividades econômicas
e as mudanças populacionais resultantes, reestruturaram e reorganizaram a rede
de assentamentos humanos na região.
Padrões de urbanização regional
Os diversos contextos e padrões espaciais de organização das cidades, os maiores adensamentos urbanos, a organização das cidades de acordo com sua geografia, história e relações externas, dentre outros, possibilita a identificação de modelos de urbanização regional.
· Urbanização espontânea – Ação indireta do estado: estradas e incentivos fiscais, povoados e vilas
dispersos, dominados por centros regionais e ausência de cidades médias.
· Urbanização dirigida – Executada pelo estado ou companhias colonizadoras. Fundamentada no
Urbanismo rural do INCRA que consistia de um sistema de núcleos urbanos rurais
hierarquizados.
· Urbanização por grandes projetos
– minerais e madeireiros. Fronteira de recursos
isolada, desvinculada com a região, parte de organização transnacional.
Rondônia – urbanização e transformação do espaço
A urbanização de Rondônia acompanha a tendência geral de urbanização da fronteira de povoamento amazônica em que 73,2% da população reside em cidades e 86,5% nas suas dez maiores cidades.
Ano |
População |
Total |
||
|
Urbano |
Rural |
% Urb/Rur |
- |
1950 |
13 816 |
23 119 |
37,4/62,6 |
36 935 |
1960 |
30 186 |
39 606 |
43,2/56,8 |
69 792 |
1970 |
59 564 |
51 500 |
53,6/46,4 |
111 064 |
1980 |
228 168 |
262 857 |
46,4/53,6 |
491 025 |
1991 |
658 172 |
472 702 |
58,2/41,8 |
1 130 874 |
1996 |
762 864 |
468 143 |
61,9/38,0 |
1 231 007 |
2000 |
883 048 |
494 744 |
62,7/35,9 |
1 377 792 |
2010 |
1.142.648 |
417.853 |
73,2/26,8 |
1.560.501 |
Assim como
ocorreu em outras regiões brasileiras, a urbanização decorreu, sobretudo, em
função dos mecanismos internos de desenvolvimento do país, que necessitava de
subsídios para o desenvolvimento de outras regiões brasileiras, naquele
momento. Com exceção da
capital Porto Velho e as cidades do centro-sul do Estado. A rede urbana de
Rondônia formou-se basicamente, pelos núcleos demográficos ao longo da BR
364, em três momentos distintos: |
· Surgimento dos núcleos tradicionais ao norte e noroeste do estado, respectivamente Porto Velho e Guajará Mirim, oriundos da Madeira-Mamoré;
· Criação dos
núcleos pioneiros ao longo da BR 364, em torno dos antigos postos telegráficos
(Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena) e/ou por conta dos projetos de colonização
(Ouro Preto d’Oeste).
· Surgimento das
cidades nas novas áreas de assentamento ao longo dos eixos secundários da
expansão colonizatória (por exemplo, Rolim de Moura).
Principais programas de colonização em Rondônia
a) Programa de Polos Agropecuários e Agro minerais da Amazônia
A
criação do Poloamazônia (Programa de Polos Agropecuários e Agrominerais da
Amazônia) em 1974, tinha como objetivo concentrar recursos em áreas
selecionadas, com o objetivo de estimular a migração, promover as potencialidades agropecuárias,
agroindustriais, florestais e minerais em diversas áreas da Amazônia,
assim como a melhoria da infraestrutura urbana. |
b) Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA
A
criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA fazia
parte do pacote de mudanças previstas para a década de 1970, cujo objetivo
era organizar a distribuição de terras, além de ordenar os aparatos
necessários para o seu aproveitamento, visto que em Rondônia nesse período,
quase 93% das terras existentes na região pertenciam a União, que pregava a ideologia do vazio demográfico. |
O objetivo do Programa de Desenvolvimento Integrado para o Noroeste do Brasil – Polonoroeste era corrigir os problemas socioambientais gerados pela colonização da década de 1970, e incluía medidas como:
· Pavimentação da BR 364 a partir de Cuiabá até
Porto Velho;
· Construção de estradas vicinais;
· Preservação de comunidades indígenas e
extrativistas;
· Promover a preservação do sistema ecológico e
a proteção das comunidades florestais.
Apesar da
fragilidade do desempenho do Polonoroeste, que em 1984 o sofre uma
reformulação, seu período marca a consolidação das políticas de colonização em Rondônia.
d) Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia
O
Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia – Planafloro continha uma série de
componentes para mitigar os problemas causados pelos programas anteriores
incluindo uma série de objetivos relacionados à proteção ambiental. Um
pré-requisito para a aprovação do empréstimo por parte do Banco Mundial foi a
criação do Zoneamento Agroecológico de Rondônia. |
A
principal característica do Planafloro foi a divisão do estado em seis zonas
diferentes, assegurando uma utilização controlada dos recursos naturais
existentes no estado. É o marco inicial da terceira fase de colonização
induzida em Rondônia, sendo a primeira e a segunda de cunho tecnocrata, foram
implementadas pelo Incra e pelo Polonoroeste.
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