A carência de investimentos em infraestrutura desde os anos 80 vem afetando negativamente a produtividade e o crescimento da economia brasileira. A insuficiência é agravada por problemas de qualidade e os baixos investimentos, conforme abordado em recente relatório produzido por técnicos do Banco Mundial sobre o tema.
Obra da usina de Belo Monte. Fonte: https://www.poder360.com.br
O atual estoque de infraestrutura física no Brasil é menor que na maioria de países com níveis comparáveis de renda. Embora o acesso a eletricidade e telecomunicações tenha melhorado substancialmente desde os anos 90, o saneamento básico e as redes de transporte estão aquém daqueles de seus pares – mesmo quando se leva em conta a dispersão territorial e a densidade populacional relativamente baixa do país.
Os
investimentos em infraestrutura se mantiveram na média acima de 5% do PIB entre
as décadas dos anos 1920 e 1980, ao longo de um período em que a renda per
capita cresceu a um ritmo anual médio de 4% e a urbanização atingia níveis de
60% em 1980. Nas duas últimas décadas, porém, o ritmo de investimento caiu para
menos de 2,5% do PIB, mal cobrindo necessidades de manutenção. A falta de
investimentos vem prejudicando o crescimento potencial do PIB tanto direta
quanto indiretamente, ao desestimular investimentos privados por seus usuários.
A
compressão de gastos públicos em infraestrutura se deu enquanto a despesa pública
corrente crescia 2% acima do PIB e os gastos primários do governo, como
proporção do PIB, subiam de 22% em 1991 para 36% em 2014. O espaço fiscal,
enquanto esteve disponível, foi usado na concessão de generosos privilégios a
vários grupos desde os anos 1980, ao mesmo tempo em que se elevavam os gastos
sociais.
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