O
pensamento Kantiano sempre procurou mostrar a pedagogia através do
prisma filosófico e não apenas pelo caráter prático e
metodológico, como muitos pensadores o fazem. Sabendo pois, que o
sujeito não nasce um ser moral e sendo través da educação que o
mesmo se torna moral é possível perceber a pedagogia como objeto
filosófico. Nesta perspectiva o objetivo principal da educação, na
visão de Kant e despertar a critica e a autonomia do ser humano, ou
seja, levá-lo a pensar (KANT, 2006, p. 27).
A
doutrina da educação, ou pedagogia se divide em física e prática.
A educação física é aquela que o homem tem em comum com os
animais, ou seja, os cuidados com a vida corporal. A educação
prática ou moral, no entanto, é aquela que diz respeito à
construção cultural do homem, para que possa viver como um ser
livre. Para este pensador a educação consiste em três aspectos: na
cultura escolástica, ou mecânica, a qual diz respeito à
habilidade, que tem um aspecto puramente didático, na formação
pragmática, a qual se refere à prudência e por fim, na cultura
moral, tendo em vista a moralidade.
A
educação se torna, um meio de ligação entre a natureza e a moral
e, dessa forma têm-se a pedagogia como o caminho que suscita grande
relevância para a obtenção da autonomia do indivíduo, como bem
destaca CAMBI (1999), ao analisar a obra “Sobre a pedagogia” de
Kant:
… trata-se
na verdade de um texto certamente menor mas que, se relacionado com
as pesquisas de Kant sobra a moral, […] permite ler com clareza o
perfil do pensamento pedagógico kantiano e fixar com precisão tanto
seus vínculos com alguns pedagogos contemporâneos como as
contribuições mais estritamente originais, além do decisivo
destaque histórico, já que a posição kantiana terá uma
influência não-marginal na histórica das teorias pedagógicas
(CAMBI, 1999, p. 361).
Na
análise de Höffe (2005, p. 187), a obra Kantiana é uma
interpretação do processo educacional como uma espécie de ponte
entre natureza e moral, entre o caráter empírico e o caráter
inteligível do homem. Isso fica claro na própria afirmação do
autor que diz: “o homem é a única criatura que precisa ser
educada” (2006, p. 11). Nessa distinção do ser humano fica claro
o pensamento de que ao homem é dado a razão e que precisa ser
educado, uma vez que este não nasce dotado de todo os valores
necessário para o convívio em sociedade, como bem afirma PINHEIRO
(2007):
… a
razão cumpre a tarefa de diferenciar o homem dos outros seres;
entretanto, ela não vem acabada, pronta. É necessário um longo
caminho para que a razão possa cumprir a totalidade de sua tarefa.
Por isso, a educação ocupa um espaço tão importante em toda a
filosofia de Kant, já que o mais importante fator diferencial do
homem, a razão, necessita de um processo educacional para o seu
desenvolvimento (PINHEIRO, 2007, p. 33).
Tando
na visão de Cambi (1999), como para Pinheiro (2007), Kant, percebe
no processo pedagógico a maneira de tirá o homem do estado animal
para o estado humano. Asim, a educação tem como objetivo guiar o
ser humano pela razão. E mais do que a simples formas de guiar pela
razão, levá-lo ao caminho da autonomia, ou dotar-se de capacidade
para se autodeterminar, segundo uma legislação moral estabelecida
na sociedade de convívio.
A
partir do entendimento que educação se refere ao cuidado, a
disciplina e a instrução com a formação, Kant se refere ao homem
como
a única criatura que precisa ser educada.
E assim sendo, só poderá se tornar um verdadeiro homem pela
educação, uma vez que este, é aquilo que a educação dele faz.
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