A Amazônia brasileira, com quase 5.000.000 km²
de área, é uma vasta e rica região a ser, ainda, plenamente incorporada à
economia nacional. Considerada a mais importante reserva biológica do mundo,
com mercado mundial de produtos naturais em franca expansão, é fundamental
encontrar meios de aproveitamento racional desses recursos. A exploração
otimizada das riquezas naturais da floresta amazônica será, decerto, o meio
mais seguro de se evitar as ocupações desordenadas de áreas cada vez maiores,
com consequentes danos ao meio ambiente natural.
Neste vasto cenário, o sistema rodoviário é
ainda incipiente, embora várias capitais da Amazônia como Belém, Porto Velho e
Rio Branco estejam ligadas às outras regiões do país por meio de rodovias
asfaltadas. As principais vias da malha federal são:
• Rodovia Belém/Brasília (BR-158, BR-226,
BR-010, BR-316). Rodovia de integração nacional, parte do Sistema Pan-americano
de Rodovias, no trecho Buenos Aires/Assunção/Belém;
• Rodovia Cuiabá/Porto Velho/Rio
Branco/Boqueirão da Esperança (fronteira com o Peru) – BR-364. Estrada
pioneira, principal responsável pela ocupação do Sudoeste Amazônico, na
fronteira oeste do Brasil com a Bolívia e o Peru;
• Rodovia Transamazônica (BR-230) – Parte do
Sistema Pan-americano de Rodovias, integra a rodovia Lima/Recife. Prevista para
interligar o Brasil de Leste a Oeste, entre João Pessoa no estado da Paraíba e
Benjamim Constant, no estado do Amazonas, na fronteira Brasil/Peru. Encontra-se,
particularmente na porção amazônica, em péssimas condições, com alguns trechos
já fechados ao tráfego;
• Rodovia Abunã/Guajará-Mirim (BR-425) no
estado de Rondônia. Fundamental para a conjugação dos meios rodoviário e
fluvial e para a integração das regiões amazônicas do Brasil e Bolívia. É parte
da rodovia La Paz/Caracas, do Sistema Pan-Americano de Rodovias;
• Rodovia Manaus/Santa Elena – Venezuela
(BR-174) – Também integra a rodovia La Paz/Caracas;
• Rodovia Porto Velho/Manaus (BR-319) – Também
parte integrante da rodovia La Paz/ Caracas, do Sistema Pan-Americano de
Rodovias, é fundamental para manter a conexão terrestre entre Manaus.
No que concerne aos governos estaduais, a rede
rodoviária amazônica com 80.698 km, dos quais 7.326 km são asfaltados,
correspondendo a 9,1%. As rodovias municipais totalizam 197.016 km, dos quais
908 km são pavimentados, representando apenas 0,5%.
A rede ferroviária regional é também incipiente
e destinada, basicamente, ao escoamento da produção de minérios em diversas
províncias produtoras. A maioria tem pequena extensão, sendo a de maior
importância a Estrada de Ferro Carajás, com 1.005 km, interligando as minas de
Serra dos Carajás ao terminal de Ponta da Madeira, em São Luís do Maranhão.
Dentre as demais, destacam-se ainda algumas
pequenas ferrovias privadas que têm a mesma função principal de escoar a
produção de minérios desde as minas onde são extraídos até os terminais de
embarque, são elas:
• Estrada de Ferro Amapá, de propriedade da
Indústria e Comércio de Minério S/A – ICOMI. Com 194 km de extensão, transporta
minério de manganês entre as minas em Serra do Navio até o porto de Santana, no
estado do Amapá;
• Estrada de Ferro Jari, com 81 km de extensão,
construída para suprir de madeira a fábrica de celulose do Projeto Jari;
• Estrada de Ferro Mineração Rio do Norte, com
35 km de extensão, construída para escoar o minério de bauxita da região do Rio
Trombetas até o porto de embarque.
Cabe registrar a existência de dois projetos de
construção de ferrovias que poderão alterar significativamente as condições nas
suas áreas de influência: o primeiro é a ferrovia Norte/Sul, com 1.600 km de
extensão, interligando a Estrada de Ferro de Carajás, em Açailândia no estado
do Maranhão, à malha ferroviária do Centro/Sul em Goiânia, no estado de Goiás,
dos quais já foram inaugurados 107 km que ligam hoje Açailândia a Imperatriz.
O segundo projeto é o da ferrovia Ferronorte
S/A, a ser executado pela iniciativa privada, e que pretende interligar Cuiabá
(MT) ao Sudoeste goiano e ao Noroeste paulista, devendo também ser estendido a
Santarém (PA) e a Porto Velho (RO) visando escoar a produção agropecuária para
o Centro-Sul de maneira a integrar a economia rondoniense no chamado corredor
Leste-Oeste tendo valor estratégico.
Por outro lado, Rondônia inclui-se no corredor de transportes do
Centro-Oeste brasileiro, no Programa de Corredores de Transportes, instituído
ainda durante o I Plano Nacional de Desenvolvimento. Este programa procura
induzir a multimodalidade do transporte, visando maior eficiência no
escoamento, principalmente, de grãos destinados à exportação.
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