terça-feira, 5 de dezembro de 2017

EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

A Educação Matemática, no contexto geral é o estudo das relações de ensino e aprendizagem da matemática em si como disciplina, e dos aspectos pedagógicos estabelecidos na fronteira ente a pedagogia com a psicologia. A discussão envolvendo a pratica do ensino dessa ciência nas instituições educacionais nos remete ao século XX e mais recente nas ações da UNESCO e da França nas décadas de 1950 e 1970 respectivamente.
As discussões até então, desencadeiam-se para uma abordagem cartesiana como possibilidade de encontrar os elementos básicos do pensamento humano e seu comportamento, sendo a aprendizagem para muitos teóricos, uma serie de conexões entre situações e respostas. Nesse contexto, argumenta D’Ambrosio (1997, p. 125):

A disciplina identificada como matemática é na verdade uma etnomatemática. Originou-se e chegou a forma atual na Europa. Recebeu, porém contribuições das civilizações hindus e islâmica, sendo imposta a todo o mundo a partir do período colonial. Hoje adquire um caráter de universalidade, sobretudo ao predomínio da ciência e tecnologia modernas, desenvolvidas a partir do século XVII, na Europa (D’AMBROSIO, 1997, p. 125).

Essas discussões têm como principio três leis fundamentais para a aprendizagem: a) Lei do efeito: uma conexão recém estabelecida tem sua força aumentada se acompanhada por uma sensação de satisfação. b) Lei do exercício: quanto mais utilizada uma conexão, mais forte ela se torna e c) Lei da prontidão: parte da idéia de que as conexões podem ou não estar prontas para serem postas em prática, se uma conexão está pronta, seu uso gera satisfação, se não está seu uso gera desconforto. Da mesma forma outras correntes estabelecem que à aprendizagem se liga a capacidade de compreender estruturas e não de decorar procedimentos.
O sistema educacional brasileiro utiliza as teorias do ensino da matemática européia. Uma herança colonial portuguesa que vigora até os dias atuais, ressaltando que atualmente a matemática tem outra natureza, com maior rigor científico, passando a exigir cada vez mais currículos modernos, adaptados as situações locais, em conformidade com a Lei nº 9.394/96, que trata das diretrizes e bases da educação nacional.
No entanto, ainda é comum, até mesmo por falta de aprimoramento de metodologias inovadoras neste campo do conhecimento, que ainda se conduza o ensino de forma tradicional, aplicando aos currículos o modelo cartesiano do século XX, que se caracteriza numa distribuição fragmentada de conteúdos, a fim de realizar uma posterior junção das partes. Busca-se, assim a compreensão do todo por meio do exercício de cognição. Desse modo, rejeita-se um currículo dinâmico articulado com experiências individuais e coletivas, ou seja, descontextualizada da realidade atual.
Os expostos nos propõem a refletir sobremaneira que várias dificuldades de aprendizagem apóiam-se em consensos como, por exemplo, que a Matemática é, por excelência, uma ciência abstrata e por isso mais difícil de ser assimilada ou ainda que a sua compreensão exige do aprendiz posturas e habilidades especiais. Outras tendências educacionais e correntes pedagógicas atuais propõem, de modo geral, uma abordagem de conteúdos que sejam capazes de contemplar o contexto social do estudante e suas individualidades.
Nessa perspectiva podem-se considerar os trabalhos de Jean Piaget, juntamente a inúmeros estudiosos que compartilham de suas idéias, defende o construtivismo e propõe um ensino de Matemática que ressalte situações concretas. Paulo Freire, educador brasileiro de renome internacional, preocupa-se com o educando inserido num contexto social a partir do qual se dará a inserção de conteúdos.
Outro fator importante a ser levado em consideração, no que se refere ao sistema de educação no Brasil são os Parâmetros Curriculares Nacionais, que na sua concepção procura promover a interação entre o ensino com a prática apontando diretrizes voltadas para a identificação de sentidos e significados da matemática para os estudantes e fazendo conexões entre a prática com o seu cotidiano.
A Educação Matemática, mais que uma disciplina ou ensino de matemática caracteriza-se como um processo imerso na totalidade concreta e se desenvolve a partir de pensamentos matemáticos. Através dela se pretende dar conta de um conjunto de práticas ligadas à justificação e à argumentação, com base na perspectiva das relações sociais manifestadas na realidade concreta. Embora a Matemática se caracterize pela abstração e formalismo, o conhecimento matemático é reforçado através das interações entre o indivíduo e o meio.
Portanto, o que deve predominar como pressupostos teóricos na educação matemática é a compatibilidade da teoria com a prática, constituindo uma unidade indissolúvel, assim como nos demais componentes curriculares, sob diferentes configurações. Tal unidade deverá ser propositiva no que se refere às condições de interrogar e articular de forma funcional os aspectos didáticos, pedagógicos, filosóficos e psicológicos. São desafios que a ciência matemática já deu grandes passos, mas que ainda está longe da sua excelência em quanto pratica de ensinamento.

FORMAÇÃO DE PROFESSOR E CURRÍCULO

A discussão atual que trata das políticas de formação de professores e currículo contextualiza os aspectos político e cultural que ganharam corpo a partir das transformações ocorridas a partir da década de 1990 que tem como finalidade a apropriação de um determinado conjunto de conhecimentos específicos e técnicos. No entanto, esse pensamento à medida que o mundo do trabalho evolui passa a ser substituído pela construção de capacidades cognitivas flexíveis e competências relacionadas ao saber fazer. Pressupostos que visa permitir ao trabalhador resolver de forma rápida e eficiente os problemas da prática cotidiana adaptando-se a um universo produtivo volátil, como descreve (Anfope, 2002):


A formação de professores é um desafio que tem a ver com o futuro da educação básica, esta por sua vez, intimamente vinculada com o futuro de nosso povo e a formação de nossas crianças, jovens e adultos. No entanto, as perspectivas de que essa formação se faça em bases teoricamente sólidas, e fundada nos princípios de uma formação de qualidade e relevância social, são cada vez mais remotas, se não conseguirmos reverter o rumo das políticas educacionais implementadas (ANFOPE, 2002).

A formação de professores no cenário brasileiro toma como centro de atenção, praticamente por volta da década de 1980, e tem representado um campo de pesquisa bastante frutífero, diante da variedade de objetos que permitem analises e discussões de diversos contextos. Para Azevedo (1997), a formação de professores é uma questão socialmente problematizadora. Tem sido um tema bastante discutido, no entanto, carece de um olhar mais atento sobre o currículo dos cursos de formação, uma vez que no currículo as concepções de sociedade, educação, conhecimento, professor e aluno precisam ser mais bem articulados entre si e aos conhecimentos teóricos e práticos necessários ao trabalho docente.
Para Campos (2002), construir uma análise da formação de professores no momento atual é ao mesmo tempo conhecer as condições de produção do discurso hegemônico de formação docente, visualizando na profissionalização a principal estratégia para o enfrentamento dos dilemas da atualidade, mais precisamente o dilema da produção para o desenvolvimento econômico. Dessa forma o que coloca em questão não é apenas os aspecto da qualificação, mas a construção de um novo profissional, alicerçado nas referências da adaptabilidade e eficácia que a sociedade precisa (CAMPOS, 2002, p. 59).
Podemos observar, diante dos expostos de Campos que a questão da formação de professores, precisa ser objeto de atenção, tanto do ponto de vista epistemológico quanto político. Assim, cada vez mais essa temática ganha importância diante das exigências que são postas no contexto da educação básica no Brasil, partindo do ponto de vista que a competência pratica do professor é um conjunto de capacidades que lhe permitam resolver rapidamente problemas concretos e imediatos do cotidiano escolar, a partir da realidade vivenciada na escola.
O que se percebe diante de tantas argumentações teóricas e pesquisas realizadas é que a formação de professores deverá ancorar como eixo orientador a aquisição de competências e habilidades pedagógicas para compreender uma organização curricular que seja capaz de p materializar-se na sua pratica cotidiana.  São competências que não podem ser apreendidas apenas pela comunicação de idéias. A construção de ações mentais é essencial, mais insuficiente para que a prática se realize, ou seja não basta uma pessoa ter conhecimentos sobre seu trabalho é preciso saber fazê-lo.
Em fim, analisando o panorama geral, percebemos que o modelo de formação de professores, a partir da concepção da formação para a prática iremos claramente reconhecer que cada vez mais se faz necessário implementar um modelo de currículo para os cursos de formação mais dinâmico, flexível e interdisciplinar que seja capaz de apreender o mundo da prática adaptando-se e moldando-se continuadamente.
Além disso, é preciso reconhecer quanto da definição dos currículos, as mudanças sociais, políticas e econômicas que configuraram o atual modelo de educação. Diante dessa lógica, se faz necessário a percepção da importância do planejamento curricular, pois as grandes questões que norteiam a função social do ensino, em algum momento futuro poderão tornar-se novos componentes curriculares. Daí a importância de compreender o significado do currículo, uma vez que este será o definidor e organizador de conhecimentos e práticas que refletem uma concepção e um ideal de educação e que serão apropriados pela sociedade de forma geral.

Por isso, é salutar que a proposta de formação de professores considere a multidimensionalidade do fenômeno educativo e ao mesmo tempo propicie respostas aos desafios históricos e emergentes e da educação básica brasileira de forma a constituir-se em elemento de resistência às concepções de formação que por muitas vezes não atendem as prerrogativas do ser professor e do que esperado pela sociedade, quanto ao papel do professor como agente de transformação na construção do conhecimento.

domingo, 8 de outubro de 2017

SORRISO DE CRIANÇA

Uma criança sorriu.
Parei à escutar.
Sorri também.
Por alguns instantes
voltei a pensar nos meus tempos de criança.
Sonhei com a felicidade!
Senti uma sensação de liberdade e
fortemente respirei.
A suavidade do ar batendo no rosto,
sem preocupações, sorri...
Um canto de paz me embalou e
logo me senti envolvido por uma
infinidade de sons que me acalentaram
a alma.
E continuei sorrindo...
Parecia estar em um jardim florido.
A paz, a paz estava comigo.
A paz voltou.
Sorri como uma criança
que acabou de perceber-se no mundo.
E sorri... sorri como criança.
Alegria, alegria sincera..
Felicidade em estar ali ouvindo
a pureza de uma criança
demonstrada num sorriso.
Criança, um dia todos pararão para ouvir-te.
E, alguém agradecerá tão sincera transmissão
de felicidade...
E, todos sorrirão também.

Osmair Oliveira dos Santos

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rondônia: complexo rodoviário

            Atualmente o complexo rodoviário disponível no Estado de Rondônia é bem extenso e permite a escoação dos produtos de todos os municípios para os grandes centros do pais.

Rodovias Federais

As Rodovias Federais no Estado de Rondônia são 07 (Sete), sendo: 01 (Uma) longitudinal: BR-174/RO (Vilhena/RO), 02 (Duas) diagonais: BR-364/RO (Cortando todo Estado) e BR-319/RO (Porto Velho/RO) e as outras 04 (Quatro) de ligação: BR-435/RO (Vilhena/RO), BR-429/RO (Presidente Médici/RO), BR-421/RO (Ariquemes/RO) e BR-425/RO (Porto Velho/RO).
A principal rodovia é a BR-364/RO, que corta todo o Estado, ligando o Sul e Norte do País, com 1.091,70 quilômetros de extensão toda pavimentada. As demais rodovias que conectam internamente os municípios.
  • BR-174/RO – com 65,70 quilômetros de extensão, liga Vilhena/RO à Divisa RO/MT, sentido Juína/MT.
  • BR-435/RO - com 160,00 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO à Pimenteiras/RO
  • BR-429/RO – com 343,50 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Pres. Médici) a Costa Marques/RO.
  • BR-421/RO – com 290,60 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Ariquemes) à BR-425/RO (Guajará Mirim/RO).
  • BR-421/RO - com 46,00 quilômetros de extensão, liga do Acesso à Buritis/RO à Campo Novo de Rondônia/RO.
  • BR-319/RO – com 64,60 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Porto Velho) à Divisa RO/AM, sentido Manaus/AM.
  • BR-425/RO – com 133,00 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Abunã/RO) a Guajará Mirim (Fronteira Brasil/Bolívia).
RO-010 | RO-133 | RO-135 | RO-138 | RO-140 | RO-144 | RO-205 | RO-257 | RO-267 | RO-370 | RO-377 | RO-383 | RO-387 | RO-391 | RO-399 | RO-452 | RO-455 | RO-457 | RO-458 | RO-459 | RO-461 | RO-463 | RO-464 | RO-466 | RO-470 | RO-472 | RO-473 | RO-474 | RO-475 | RO-479 | RO-480 | RO-481 | RO-482 | RO-485 | RO-487 | RO-488 | RO-489 | RO-491 | RO-494 | RO-495 | RO-496 | RO-497 | Entre outros.

Rodovias Estaduais

A implantação das rodovias estaduais do estado de Rondônia foi iniciada na década de 1970. A primeira rodovia estadual (RO) foi aberta pela Colonizadora Itaporanga S/A, empresa particular, ligando a BR 364, próximo da cidade de Pimenta Bueno, a região onde formou se a cidade de Espigão d’Oeste. Quase que a totalidade das rodovias estaduais foi implantada por iniciativas oficiais.
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2015, mostra o perfil das rodovias estaduais em Rondônia. A pesquisa avaliou 1.850 quilômetros de estradas, deste, 284 quilômetros receberam a classificação de ruim e péssimo. A CNT avalia toda malha federal pavimentada e os principais trechos das malhas estaduais também pavimentadas.

Nomenclatura das rodovias de Rondônia

A nomenclatura das rodovias estaduais de Rondônia são três números precedidos das letras "R" e "O", que correspondem à sigla do estado. As rodovias de Rondônia podem ser identificadas como: RO-xxx, onde x é o número da rodovia, conforme descrição abaixo:

Referencias:

BELLIA, V. & BIDONE, E. D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Ministério dos Transportes/Departamento Nacional de Estradas de Rodagem/Universidade Federal Fluminense. Editora da Universidade Federal Fluminense (EDUFF), Rio de Janeiro,1993. 360 p., il., tb.



BRASIL. Diagnóstico geoambiental e socioeconômico: área de influência da Br-364 – trecho Porto Velho/Rio Branco. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Planejamento Econômico e Social (IPEA). Rio de Janeiro, 1990. 132 p. map., gr., il. (Projeto de Proteção do Meio Ambiente e das Comunidades Indígenas-PMACI I)

BR 319 – interligando o Amazonas a todo o território nacional

A BR-319, no Estado de Rondônia tem uma extensão muito pequena, de 64,80 km. Inicia na divisa do AM/RO até o entroncamento da BR-364 em Porto Velho, conhecido como Trevo do Roque. Constitui a partir da Ponte sobre o Rio Madeira a importante função de interligar o Estado de Rondônia ao Estado do Amazonas, possibilitando, principalmente, que o Estado do Amazonas se interligue com os demais estados brasileiros através da BR-364.
Além dos fatores pertinentes a trafegabilidade de pessoas e veículos, a economia de forma geral será beneficiada significativamente, tanto pelos retornos econômicos decorrentes dos investimentos como pelas melhores condições e rapidez do transporte de cargas e das atividades socioeconômicas em geral.
Única ligação por terra entre Porto Velho e Manaus, a BR-319 é fruto do projeto de integração nacional promovido pelos governos militares nas décadas de 60 e 70. O projeto decorre da construção de rodovias em escala nacional e em incentivos à migração, cuja intenção do governo era possibilitar a ocupação da Amazônia de forma a garantir o controle estratégico sobre a região.
Neste contexto, a rodovia ligando Porto Velho/RO a Manaus/AM, foi construída entre os anos de 1968 e 1973. O asfaltamento da estrada foi concluído às pressas - chegaram a ser usadas coberturas de plástico para proteger o piso durante a época de chuvas, em que normalmente as obras são suspensas. Oficialmente sua inauguração aconteceu em 27 de março de 1976 no governo do presidente Ernesto Geisel.

Referencias:


Asfalto na Floresta: A história da BR-319 na Amazônia. Disponivel em; <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/10/091022_asfaltoflorestahistoriaebc.shtml?print=1>. acesso em 21 de setembro de 2017.


FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA – FIERO Projeção para Nova Dimensão Econômica e Integração Comercial: Rondônia/Bolívia/Peru/ coordenado por William José Curi; colaboradores Antônio Rocha Guedes . . . [et alii]; revisão técnica por Márcio Fontes Nascimento. Porto Velho: SEBRAE, 1999.

O caminho da integração e do desenvolvimento no norte do Brasil – BR 364

Historicamente a economia de Rondônia enquanto unidade federada esteve sustentada por ciclos econômicos, como o da borracha e o da mineração ainda em sua fase de Território Federal do Guaporé, em 1943 e posteriormente, em 1956 como Território Federal de Rondônia. Nesse momento, as condições de infraestruturas, técnicas e políticas, não eram suficientes para promover o desenvolvimento que se esperava, deixando a região isolada em relação ao restante do país.
Somente no final dos anos 1940 tem início a construção da BR 29, mais tarde denominada como BR 364 ligando Cuiabá/MT a Porto Velho/RO. O trecho final foi concluído na década de 1960, no entanto a trafegabilidade regular só foi possível mesmo em 1968 com sua pavimentação concluída em 1984. A partir da BR 364, foi possível a ocupação da região noroeste do Brasil, assim como a nova configuração socioeconômica do Estado de Rondônia.
Uma nova dinâmica econômica, social, política e populacional inicia-se em torno do grandioso feito que estava intrinsicamente ligado a estratégia geopolítica adotada pelos governos militares que massificavam o lema ““integrar para não entregar” e “a ocupação dos vazios demográficos” particularmente em relação a região amazônica brasileira.
Nesse contexto, a política adotada para Rondônia consistia na abertura de rodovias, incentivo à migração com distribuição de terras através da colonização dirigida e dos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, propiciando a expansão das fronteiras agrícolas, ao mesmo tempo em que se tentava minimizar as graves tensões sociais, especialmente por terras, verificadas nas demais regiões do país.
       No ato inaugural a Rodovia BR-364/RO, teve seu momento de ápice, inclusive recebendo o nome de Rodovia Marechal Rondon, em homenagem ao grande desbravador da Região Norte o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, executor da construção da Linha Telegráfica Cuiabá – Porto Velho, que serviu de inspiração e impulso para construção da Rodovia BR-364/RO.

Contexto rodoviário amazônico

A Amazônia brasileira, com quase 5.000.000 km² de área, é uma vasta e rica região a ser, ainda, plenamente incorporada à economia nacional. Considerada a mais importante reserva biológica do mundo, com mercado mundial de produtos naturais em franca expansão, é fundamental encontrar meios de aproveitamento racional desses recursos. A exploração otimizada das riquezas naturais da floresta amazônica será, decerto, o meio mais seguro de se evitar as ocupações desordenadas de áreas cada vez maiores, com consequentes danos ao meio ambiente natural.
Neste vasto cenário, o sistema rodoviário é ainda incipiente, embora várias capitais da Amazônia como Belém, Porto Velho e Rio Branco estejam ligadas às outras regiões do país por meio de rodovias asfaltadas. As principais vias da malha federal são:
• Rodovia Belém/Brasília (BR-158, BR-226, BR-010, BR-316). Rodovia de integração nacional, parte do Sistema Pan-americano de Rodovias, no trecho Buenos Aires/Assunção/Belém;
• Rodovia Cuiabá/Porto Velho/Rio Branco/Boqueirão da Esperança (fronteira com o Peru) – BR-364. Estrada pioneira, principal responsável pela ocupação do Sudoeste Amazônico, na fronteira oeste do Brasil com a Bolívia e o Peru;
• Rodovia Transamazônica (BR-230) – Parte do Sistema Pan-americano de Rodovias, integra a rodovia Lima/Recife. Prevista para interligar o Brasil de Leste a Oeste, entre João Pessoa no estado da Paraíba e Benjamim Constant, no estado do Amazonas, na fronteira Brasil/Peru. Encontra-se, particularmente na porção amazônica, em péssimas condições, com alguns trechos já fechados ao tráfego;
• Rodovia Abunã/Guajará-Mirim (BR-425) no estado de Rondônia. Fundamental para a conjugação dos meios rodoviário e fluvial e para a integração das regiões amazônicas do Brasil e Bolívia. É parte da rodovia La Paz/Caracas, do Sistema Pan-Americano de Rodovias;
• Rodovia Manaus/Santa Elena – Venezuela (BR-174) – Também integra a rodovia La Paz/Caracas;
• Rodovia Porto Velho/Manaus (BR-319) – Também parte integrante da rodovia La Paz/ Caracas, do Sistema Pan-Americano de Rodovias, é fundamental para manter a conexão terrestre entre Manaus.
No que concerne aos governos estaduais, a rede rodoviária amazônica com 80.698 km, dos quais 7.326 km são asfaltados, correspondendo a 9,1%. As rodovias municipais totalizam 197.016 km, dos quais 908 km são pavimentados, representando apenas 0,5%.
A rede ferroviária regional é também incipiente e destinada, basicamente, ao escoamento da produção de minérios em diversas províncias produtoras. A maioria tem pequena extensão, sendo a de maior importância a Estrada de Ferro Carajás, com 1.005 km, interligando as minas de Serra dos Carajás ao terminal de Ponta da Madeira, em São Luís do Maranhão.
Dentre as demais, destacam-se ainda algumas pequenas ferrovias privadas que têm a mesma função principal de escoar a produção de minérios desde as minas onde são extraídos até os terminais de embarque, são elas:
• Estrada de Ferro Amapá, de propriedade da Indústria e Comércio de Minério S/A – ICOMI. Com 194 km de extensão, transporta minério de manganês entre as minas em Serra do Navio até o porto de Santana, no estado do Amapá;
• Estrada de Ferro Jari, com 81 km de extensão, construída para suprir de madeira a fábrica de celulose do Projeto Jari;
• Estrada de Ferro Mineração Rio do Norte, com 35 km de extensão, construída para escoar o minério de bauxita da região do Rio Trombetas até o porto de embarque.
Cabe registrar a existência de dois projetos de construção de ferrovias que poderão alterar significativamente as condições nas suas áreas de influência: o primeiro é a ferrovia Norte/Sul, com 1.600 km de extensão, interligando a Estrada de Ferro de Carajás, em Açailândia no estado do Maranhão, à malha ferroviária do Centro/Sul em Goiânia, no estado de Goiás, dos quais já foram inaugurados 107 km que ligam hoje Açailândia a Imperatriz.
O segundo projeto é o da ferrovia Ferronorte S/A, a ser executado pela iniciativa privada, e que pretende interligar Cuiabá (MT) ao Sudoeste goiano e ao Noroeste paulista, devendo também ser estendido a Santarém (PA) e a Porto Velho (RO) visando escoar a produção agropecuária para o Centro-Sul de maneira a integrar a economia rondoniense no chamado corredor Leste-Oeste tendo valor estratégico.
Por outro lado, Rondônia inclui-se no corredor de transportes do Centro-Oeste brasileiro, no Programa de Corredores de Transportes, instituído ainda durante o I Plano Nacional de Desenvolvimento. Este programa procura induzir a multimodalidade do transporte, visando maior eficiência no escoamento, principalmente, de grãos destinados à exportação.

Coronel Jorge Teixeira de Oliveira

O coronel Jorge Teixeira de Oliveira foi um dos políticos que marcaram a história de Rondônia. Teixeirão, como era conhecido foi o último governador do antigo Território Federal de Rondônia e o primeiro governador do novo Estado.  Sua nomeação para governar o Território foi feita pelo Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. Assumiu o cargo em 10 de abril de 1979 e sua principal tarefa era transformar o Território Federal de Rondônia em Estado. 
Em 16 de dezembro de 1981, o projeto de lei complementar nº 221-A/81, foi aprovado na Câmara Federal, dando origem a Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que criava a nova Unidade da Federação, o Estado de Rondônia.  O Coronel Jorge Teixeira de Oliveira foi empossado no cargo de governador do Estado de Rondônia, no dia 29 de dezembro de 1981, em Brasília. Sua empreitada começou, portanto, em 10 de abril de 1979 e se estendeu até 1985.
Em sua trajetória política ganhou a maioria das eleições que participou elegendo deputados estaduais, federais e senadores. Durante seu governo, com apoio federal, foram construídas a Usina Hidrelétrica de Samuel e a rodovia BR-364, além da implantação da Assembleia Legislativa do Estado. Também foram suas obras a criação em 1981, dos municípios de Colorado, Espigão, Presidente Médici, Ouro Preto, Jaru e Costa Marques.

Governadores do Território Federal de Rondônia 1956/198
Nome
Início do mandato
Fim do mandato
Observação
1
José Ribamar de Miranda
17/02/1956
14/10/1956
Governador nomeado pelo Presidente da República
2
Jaime Araújo dos Santos
14/10/1956
06/11/1958
Governador nomeado pelo Presidente da República
3
Paulo Nunes Leal
06/11/1958
18/03/1961
Governador nomeado pelo Presidente da República
4
Abelardo Alavarenga Malfra
18/03/1961
08/09/1961
Governador nomeado pelo Presidente da República
5
Ênio dos Santos Pinheiro
13/09/1961
03/07/1962
Governador nomeado pelo Presidente da República
6
Nilton Lima
03/07/1962
12/12/1962
Governador nomeado pelo Presidente da República
7
Wadih Darwizh Zachaarias
12/12/1962
27/06/1963
Governador nomeado pelo Presidente da República
8
Ari Marcos da Silva
27/06/1963
14/10/1963
Governador nomeado pelo Presidente da República
9
Paulo Eugênio Pinto Guedes
14/10/1963
27/01/1964
Governador nomeado pelo Presidente da República
10
Abelardo Alvarenga Malfra
27/01/1964
06/04/1964
Governador nomeado pelo Presidente da República
11
José Manuel Lutz da Cunha Menezes
14/04/1964
29/03/1965
Governador nomeado pelo Presidente da República
12
João Carlos dos Santos Mader
29/03/11965
10/04/1967
Governador nomeado pelo Presidente da República
13
Flavio de Assunção Cardoso
10/04/1967
30/11/1967
Governador nomeado pelo Presidente da República
14
José Campedelli
30/11/1967
13/02/1969
Governador nomeado pelo Presidente da República
15
João Carlos Marques Henrique Neto
07/02/1969
31/10/1972
Governador nomeado pelo Presidente da República
16
Theodorico Gahyva
31/10/1972
23/04/11974
Governador nomeado pelo Presidente da República
17
João Carlos Marques Henrique Neto
23/04/1974
20/05/1975
Governador nomeado pelo Presidente da República
18
Humberto da Silva Guedes
20/05/1975
02/04/1979
Governador nomeado pelo Presidente da República
19
Jorge Teixeira de Oliveira
10/04/1979
22/12/1981
Governador nomeado pelo Presidente da República


Rondônia: Geografia". Nova Enciclopédia Barsa volume 12. (1998). São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações. pp.474.

Marechal Rondon e sua importância para a região

O prolongamento até o Amazonas e o Acre das linhas telegráficas estendidas em Mato Grosso pela comissão Gomes Carneiro levou à região, no ano de 1906, o futuro marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Sua ação desbravadora assegurou, através do telégrafo, a ligação da fronteira oeste com o resto do país.
O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon é considerado um dos desbravadores do Brasil. Reconhecido nacionalmente como o patrono das Comunicações no Brasil, Rondon foi o responsável pela instalação de 2.232 quilômetros de linhas telegráficas do Mato Grosso ao Estado do Amazonas.
A empreitada de grande importância estratégica para o país foi dividida em três expedições. A primeira foi iniciada em setembro de 1907 e a última concluída em dezembro de 1909. Enfrentou doenças, fome e o ataque dos índios pelas regiões inexploradas por onde passavam.

Tendo como lema "morrer se preciso for matar nunca" Rondon e sua equipe homens enfrentaram os índios Nhambiquaras e os Baroro com extremo respeito e cuidado para não gerar grandes choques no contato entre as duas culturas. Outro fato que merece ser ressaltado na trajetória dessa grande personalidade foi a redescoberta do "Forte Príncipe da Beira", às margens do rio Guaporé, em Rondônia, em 1906.