terça-feira, 13 de março de 2012

GEOGRAFIA DE RONDONIA

*Osmair Oliveira dos Santos

1. ASPECTOS GEOGRAFICOS

O Estado de Rondônia, criado pela Lei Complementar n° 41, de 22 de dezembro de 1981, originou-se do Território Federal do mesmo nome, criado pelo Decreto-Lei n° 5.812 de 13 de setembro de 1943, com a denominação de Território Federal do Guaporé.
               Mudando a denominação posteriormente para Território Federal de Rondônia, através da Lei n° 21.731, de 17 de fevereiro de 1956, de autoria do Deputado Federal pelo Estado do Amazonas, Áureo de Melo, em homenagem ao Marechal Candido Mariano da Silva Rondon.

1.1  LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA

Rondônia localiza-se totalmente na Amazônia legal e na Região Norte do Brasil, com relação a latitude sul da linha do Equador e longitude oeste de greenwich. Hora Legal – Está a menos 4 horas de fuso horário em relação a Greenwich e 1 hora do horário oficial do Distrito Federal (Brasília).

1.2. AREA TOTAL E PONTOS EXTREMOS

Área Total – 238.512,80 Km². Representa 6,19% da área total da Região Norte e 2,80% da área do Brasil. Rondônia é o 15° estado brasileiro em área, sendo maior que os Estados do Acre, Roraima, Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal.

Pontos Extremos – Ao norte, a confluência do Igarapé Maicy com o Rio Madeira à 7°55’30” LS;
Ao sul, a foz do rio Cabixi, no rio Guaporé à 13°41’30” LS;
A leste, o salto Joaquim Rios, no rio Iquê à 13°41’30” LS;
A oeste, a paisagem da Geodésica Cunha Gomes no divisor de águas Abuná-Ituxi à 66°15’00” LW.

Fronteira com país limítrofe – O Estado de Rondônia possui 1.342 km de linha divisória com a Bolívia delimitada em sua totalidade por rios. O limite começa na foz do rio Cabixi no rio Guaporé; desce o rio Guapopré até o rio Mamoré; desce o rio Mamoré até o rio Madeira; desce o rio Madeira até o rio Abunã; sobe o rio Abunã até o cruzamento com a linha geodésica Cunha Gomes, no limite com o Estado do Acre.

Município com áreas de interesses específicos – Rondônia possui 52 municípios, dos quais 20 estão situados em faixa de fronteiras.

2. CICLOS ECONÕMICOS

2.1 O PRIMEIRO CICLO DA BORRACHA

A Revolução Industrial ocorrida no século XIX aumentou a demanda do mercado internacional da borracha e provocou um grande estímulo à sua produção na Amazônia, de onde era nativa. Esse fator desencadearia o hoje chamado “Primeiro Ciclo da borracha”, trazendo como efeito o deslocamento de grande contingente de mão-de-obra para a exploração, o que levou a produzir sensíveis transformações na região.
               Os fatores que influenciaram a formação dessa corrente migratória estão associados com a grande seca que assolou o Nordeste entre 1877 e 1880, e a intensa propaganda dos governos brasileiros e regionais, que acenavam com prêmios e facilidades para os migrantes. Por esta época Rondônia recebeu mais de oito mil homens que adentraram os rios e se estabeleceram nos seringais.

2.2 O CICLO DO TELÉGRAFO.

Após o declínio da borracha, Rondônia passa por um período de estagnação, a exemplo de toda a Amazônia, até o ano de 1940. A preocupação governamental com o isolamento e o esvaziamento da região resultou na decisão de implantar uma rede telegráfica entre Cuiabá e Porto Velho, cortando todo o Norte do Mato Grosso. Parte da região atingida por essa rede daria origem a Rondônia.
               À frente dessa missão estava o coronel Cândido Mariano da Silva Rondon, para a implantação da rede telegráfica, concluída em 1915, utilizou mão-de-obra do sul do país. Foram esses homens que, somados aos migrantes eventuais, criaram povoados nas localidades onde os postos telegráficos foram instalados: Vilhena, Marco Rondon, Pimenta Bueno, Vila Rondônia, Ariquemes, entre outros.

2.3 O SEGUNDO CICLO DA BORRACHA

Em 1943, durante a 2ª Guerra Mundial, A Malásia ficou isolada da Europa pela ocupação do sudeste asiático pelos japoneses, o que fez renascer a importância dos seringais da Amazônia. Desta época datam a última grande leva de migrantes para a região, compostas quase que exclusivamente de nordestino vinculados à exploração de seringais, e denominados “Soldados da Borracha”.
               Neste mesmo ano, o Presidente Getúlio Vargas criou os territórios federais, entre eles o Território Federal do Guaporé, desmembrado de terras do Amazonas e Mato Grosso. Em 1945 foram criados os município de Guajará-Mirim, que ocupava toda a região do Vale do Guaporé, e Porto velho Abrangendo toda a região de influências da atual BR – 364.
2.4 O CICLO DA CASSITERITA

Em 1958 foram descobertos os primeiros aluviões de cassiterita em Rondônia, nas áreas de seringais, dando inicio ao extrativismo mineral sob o regime de garimpo. Essa atividade induziu o fluxo de migrantes oriundos de diversos estados brasileiros, que se concentravam em Porto Velho e em alguns povoados que praticamente haviam desaparecido com a desativação da Estrada de ferro Madeira-Mamoré.
               Entre 58 e 70, toda a economia local se desenvolveu à sombra da exploração da cassiterita. Entretanto, em 31 de março de 1971, através da Portaria Ministerial n° 195/70, expedida pelo Ministério das Minas e Energias, ocorreu a proibição sumária da garimpagem manual em favor da garimpagem mecanizada, afirmando ser esta economicamente mais rentável, privilegiando um reduzido numero de empresas.

2.5 O CICLO AGRICOLA

A descoberta de grande manchas de terras férteis e o intenso fluxo migratório dirigido ao Território, tornaram a agricultura a alternativa mais viável à economia rondoniense, praticada por micro e pequenos produtores rurais.
              O processo de ocupação humana de Rondônia ligado ao Ciclo da Agricultura, foi executado pelo INCRA, inicialmente, através dos Projetos Integrados de Colonização – PIC e dos Projetos de Assentamentos Dirigidos – PAD, estrategicamente criados para cumprir a política destinada à ocupação da Amazônia.
               O Ciclo da Agricultura em pouco mais de uma década, proporcionou ao território Federal de Rondônia as condições econômicas, sociais e políticas para que fosse transformado na 23ª Unidade Federada Brasileira.
3. ASPECTOS DEMOGRAFICOS

As tentativas de conquista e colonização do atual espaço limitado pelo Estado de Rondônia, remonta ao século XVII, quando os padres jesuítas nela se instalaram para obra de catequese. Porem a posse, o desbravamento e povoamento, só foram realizados com a exploração da borracha e a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Assim uma região que era densa floresta, tendo apenas uma pequena povoação, Santo Antônio do Alto Madeira, a partir de 1907 a 1909 houve um rápido crescimento populacional e assim sucessivamente conforme a tabela abaixo.

                    Tabela 1: Evolução demográfica do Estado de Rondônia.
Anos
População
Anos
População
1909
3.700
1970
111.064
1911
25.000
1980
491.025
1915
40.000
1991
1.130.874
1950
36.925
1996
1.231.007
1960
69.792
2000
1.377.792
                      Fonte: Governo do estado de Rondônia, 1998, IBGE, Censo Demográfico 2000.

3.1 DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA POPULAÇÃO

O Estado de Rondônia com sua área geográfica de 238.512,80 km², tem uma densidade demográfica de 5,8 habitantes por k², relativa a uma população de 1.379.787 (2000).
               A distribuição da população até na década de setenta, apresentava-se linear, localizando-se ao longo dos rios e dos eixos rodoviários. Situação que passou a se modificar com a implantação das empresas de exploração de minérios, de colonização agropecuária e madeireira em expansão afastando-se das margens dos rios e do eixo da rodovia BR-364, na direção do planalto interior, do vale do Guaporé e do Roosevelt. Surgindo no período de 1970/90 núcleos populacionais que se transformaram em cidades de pequeno e médio porte, tais como: Espigão do Oeste, Colorado do Oeste, Alta Floresta, Rolim de Moura, Cerejeiras, Santa Luzia e São Miguel do Oeste. A partir de 1960 o censo demográfico registra os seguintes percentuais:

                 Tabela 2: Evolução da população urbana e rural.
CENSO                  % Pop. Urbana               % Pop. Rural
1960                                56,40                          43,60
1970                                53,64                          46,36
1980                                46,37                          53,63
1991                                58,21                          41,79
1996                                62,00                          38,00
2000                                64,10                          36,90
                                   Fonte: IBGE, 2000.

 4. TRAÇOS DA URABANIZAÇÂO

A rede urbana do Estado é composta basicamente pelos núcleos demográficos ao longo da BR-364, destacando-se, além da capital Porto Velho, as cidades do Centro-Sul do Estado, em função de certo dinamismo agroindustrial.
               É resultante das três gerações urbanas detectadas por Coy(1988). Havia de inicio, apenas os núcleos tradicionais ao norte e noroeste do Estado, respectivamente Porto velho e Guajará-Mirim, oriundos da Ferrovia Madeira-Mamoré. Em seguida surgiram os núcleos pioneiros ao longo da BR-364, em torno dos antigos postos telegráficos (Ji-Paraná, Pimenta Bueno e Vilhena) e/ou por conta dos projetos de colonização (ouro Preto do Oeste). Por último, as cidades que surgem nas novas áreas de assentamentos ao longo dos eixos secundários da expansão colonizatória ( Rolim de Moura).

5. CLIMA

Localizado na Amazônia Ocidental, situado entre os paralelos 7°58’ e 13°43’ de latitude sul  e os meridianos 59°50’ e 66°48’ de Longitude Oeste de Greenwich, o estado de Rondônia não sofre grandes influencias do mar ou da altitude. Seu clima predominante é o tropical, quente e úmido durante todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual e notável amplitude térmica diurna, especialmente no inverno.
               Segundo a classificação de Kôppen, O Estado de Rondônia possui um clima do tipo Aw – Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da temperatura do ar, durante o mês mais frio, superior a 18°.
               A média anual da precipitação pluvial varia entre 1.400 e 2.500 mm/ano, e a media anual da temperatura do ar entre 24 e 26°C. A media anual da umidade relativa do ar varia de 80% a 90% no verão, e em torno de 75% no outono-inverno.
                Os principais fenômenos atmosféricos ou mecanismos dinâmicos que atuam no regime pluvial do estado de Rondônia são as Altas Convecções diurnas, a Alta da Bolívia-AB, a Zona de Convergência Intertropical-ZCIT e as Linhas de Instabilidade-Lis.

6. SOLO

Os solos variam de acordo com as condições ambientais, porque são formados a partir da rocha matriz, que através da ação dos elementos do clima , com efeito do tempo e ajuda dos seres vivos vai sendo desfeita, diminuindo de tamanho até transformar-se em grânulos pequenos, soltos e macios. Esse processo é chamado de intemperismo. Portanto o solo é o resultado do intemperismo da rocha.
               O levantamento de solo mais recente em Rondônia foi realizado pela Tecnosolo/DHV/EPTISA, como requisito para a elaboração da segunda aproximação do Zoneamento Sócio-Econômico Ecológico do Estado. O mapa gerado pelo levantamento informa a diversidade de solos com predominância dos Latossolos, Argissolos, Neossolos, Gleissolos e Cambissolos. É predominante a ocorrência de solos em condições de terras firmes e relevo suave ondulados.
 6.1 CONTEXTO GEOLOGICO

O quadro geológico da região abrangida pelo estado de Rondônia compreende unidades de rochas e sistemas estruturais, envolvidos em uma longa historia que se inicia no final do período denominado de Paleoproterozóico (1,8 a 1,6 bilhões de ano), culminando com a deposição das coberturas cenozóica num período mais recente (2milhoes de ano até o recente).
              O Estado de Rondônia foi compartimentado, com base em critérios geológicos nos terrenos Jamari, Roosevelt e Nova Brasilandia, sendo primeiro subdividido em nos domínios Ariquemes/Porto Velho e Central de Rondônia.

7. HIDROGRAFIA

A rede hidrografia do Estado de Rondônia é composta pelo rio Madeira e seus tributários e os lagos de várzeas que interagem com os rios fazendo parte da grande bacia Amazônica. Isto ocorre em função da disposição das chapadas dos Parecis e Paccaás Novos, com sentido predominante de sudeste a oeste, formando o grande divisor da drenagem superficial a nível estadual, com padrão radial-dentritica predominante.
            Os principais rios do Estado são: Madeira, Machado, Mamoré, Guaporé, Jamari, Roosevelt e Abunã.

                                  Tabela 3: Bacias hidrográficas de Rondônia
Nome
Área (Km²)
01. Bacia do Rio Guaporé
59.339,3805
02. Bacia do Rio Mamoré
22.790,6631
03. Bacia do Rio Abunã
4. 792,2105
04. Bacia do Rio Madeira
31.422,1525
05. Bacia do Rio Jamari
29.102,7078
06. Bacia do Rio Machado
80. 630,5663
07. Bacia do Rio Roosevelt
15.538,1922
                                     Fonte: CREA/RO, Governo de Rondônia/MMA/1999.

8. VEGETAÇÂO

A vegetação do Estado de Rondônia é reconhecida pela grande biodiversidade de espécies. Isto se deve ao fato de ser uma área de transição entre o cerrado mato-grossense e a floresta amazônica, apresentando, portanto, três importantes biomas: Floresta Amazônica, Pantanal e Cerrado. Rondônia é constituído de 8 tipos principais de vegetação:
- Floresta Ombrófila Aberta;
: Florestas Ombrófila Abertas Aluvia;
: Florestas Ombrófilas Abertas de Terras Baixas;
: Florestas Abertas Submontana;ç:
: Florestas Abertas com Bambus.

- Floresta Ombrófila Densa:
: Floresta Ombrófila Densa Aluvial;
: Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas;
: Floresta Ombrófila Densa Submontana.

- Floresta Estacional Semidecidual:
: Floresta Estacional Semidecidual Aluvial;
: Floresta Estacional Semidecidual Montana;
: Floresta Estacional Semidecial Submontana.

- Floresta de Transição ou Contato:
: Contato Floresta ombrófila/Floresta Estacional Semidecidual;
: Contato Savana/Floresta Estacional Semidecidual;
: Contato Savana/Floresta Ombrófila.

- Cerrado – Formações vegetais com feições xeromórficas. Recebe também a denominação de savanas.
- Formação Pioneira – Ocorrem em terrenos sujeitos as inundações, apresentando diversas fisionomias. O tamanho das árvores é determinado pela altitude ou pelo grau de inundação.
- Capinarana – São formações não florestais que ocorre em manchas bem pequenas e dispersa por toda a Amazônia. Cresce em solos de areia branca muito pobre. A maioria das espécies é endêmica.
- Umirizal – Tipo de vegetação que cresce em solos pobres, mal drenados e rasos. Localizam-se nas bacias dos rios Guaporé e Madeira.

9. ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS

9.1 população – 1.379.787 (2000). Densidade: 5,8 hab./km2 (2000). Cresc. dem.: 2,2% ao ano (1991-2000). Pop. urb.: 64,1% (2000). Domicílios: 347.194 (2000); carência habitacional: 35.502 (est. 2000). Acesso à água: 30,7%; acesso à rede de esgoto: 20,7% (2000). IDH: 0,82 (1996).

9.2 SaúdeMort. infantil: 32,80 (2000). Médicos: 6,7 por 10 mil hab. (set./2002). Leitos hosp.: 2,4 por mil hab. (jul./2002).

9.3 EducaçãoEduc. infantil: 28.796 matrículas (70,5% na rede pública). Ensino fundamental: 318.707 matrículas (94,2% na rede pública). Ensino médio: 52.883 matrículas (89,9% na rede pública) (prelim. 2002). Ensino superior: 15.651 matrículas (51,9% na rede pública) (2000). Analfabetismo: 11,5%; analfabetismo funcional: 36,7% (2000).

9.4
GovernoGovernador: Ivo Cassol (PSDB). Senadores: 3. Dep. federais: 8. Dep. estaduais: 24. Eleitores: 882.545 (0,8% do eleitorado brasileiro) (maio/2002). Sede do governo: Palácio Getúlio Vargas. Praça Getúlio Vargas, s/nº, centro, Porto Velho. Tel. (69) 216-5024.

9.5 EconomiaParticipação no PIB nacional: 0,5% (2000). Composição do PIB: agropec.: 17,5%; ind.: 23,1%; serv.: 59,5% (1999). PIB per capita: R$ 4.065 (2000).

9.6.1 Agricultura: mandioca (311.069 t), milho (181.471 t), arroz (144.591 t), café (90.416 t), feijão (47.974 t), cacau (15.779 t) (prelim. maio/2002). Extrat.: madeira (647.515 m3), lenha (495.871 m3), castanha-do-pará (6.508 t) (2000). Pecuária: bovinos (5.664.320), aves (5.291.407), suínos (460.868), eqüinos (124.786) (2000). Mineração: areia e cascalho (698.900 m3), pedra britada (532.629 m3), calcário (60.400 t), estanho-cassiterita (7.797.797 kg), água mineral (22.936.896 l) (2000). Indústria: alimentícia, extrativa mineral, madeireira (2000). Export. (US$ 56,8 milhões): madeira (92%), granito (3%), carnes congeladas (2%). Import. (US$ 35,9 milhões): geradores a diesel (85%), malte (5%), trigo (2%) (2001).

9.7 Energia ElétricaGeração: 1.248 GWh; consumo: 1.106 GWh (2001).

9.8 TelecomunicaçõesTelefonia fixa: 339,9 mil linhas; celulares: 295,5 mil (est. 2002).

9.9 Capital – Porto Velho. Habitante: porto-velhense. Pop.: 334.661 (2000). Malha pavimentada: 30% (1999). Vias urbanas iluminadas: 60% (1999). Automóveis: 39.203 (2000). Jornais diários: 3 (2001). Cultura e lazer: bibliotecas públicas (2), museus (2), teatros e casas de espetáculo (2), cinemas (4) (1999). Prefeito: Roberto Eduardo Sobrinho (PT). Nº de vereadores: 21 (2000). Data de fundação: 2/10/1914.

9.10 Aspectos sociais - Rondônia tem 1,31 milhão de habitantes, dos quais 61,93% vivem nas cidades. Cerca de 300 mil, ou um quarto dos habitantes, moram na capital, Porto Velho. Recoberto em sua maior parte por vegetação típica de cerrado, o estado conta com 22.433 km de rodovias, sendo apenas 6,32% pavimentadas. O saneamento básico também é bastante precário. Em 1998, a rede de esgoto alcança apenas 3,5% dos domicílios do estado, segundo o IBGE. Os reflexos dessas condições insalubres aparecem na saúde da População: o estado é considerado pela Fundação Nacional de Saúde (FNS) uma região endêmica de malária, leishmaniose e febre amarela. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina, conta com 4,59 médicos para cada grupo de 10 mil habitantes, menos da metade do que é considerado aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


* Osmair Oliveira dos Santos – Professor de Geografia, licenciado pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Pós-graduado em Historia, Geografia e Meio Ambiente, pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas – FACISA. Especialista em Recursos Hídricos pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica - FCTH.

Os Canalhas nos ensiam mais

Texto ecrito por Arnaldo Jabor

Nunca vimos uma coisa assim. Ao menos, eu nunca vi. A herança maldita da política de sujas alianças que Lula nos deixou criou uma maré vermelha de horrores.
Qualquer gaveta que se abra, qualquer tampa de lata de lixo levantada faz saltar um novo escândalo da pesada. Parece não haver mais inocentes em Brasília e nos currais do País todo. As roubalheiras não são mais segredos de gabinetes ou de cafezinhos. As chantagens são abertas, na cara, na marra, chegando ao insulto machista contra a presidente, desafiada em público. Um diz que é forte como uma pirâmide, outro que só sai a tiro, outro diz que ela não tem coragem de demiti-lo, outro que a ama, outro que a odeia. Canalhas se escandalizam se um técnico for indicado para um cargo técnico.
Chego a ver nos corruptos um leve sorriso de prazer, a volúpia do mal assumido, uma ponta de orgulho por seus crimes seculares, como se zelassem por uma tradição brasileira.
Temos a impressão de que está em marcha uma clara "revolução dentro da corrupção", um deslavado processo com o fito explícito de nos acostumar ao horror, como um fato inevitável.
Parece que querem nos convencer de que nosso destino histórico é a maçaroca informe de um grande Maranhão eterno.
A mentira virou verdade? Diante dos vídeos e telefonemas gravados, os acusados batem no peito e berram: "É mentira!" Mas, o que é a mentira? A verdade são os crimes evidentes que a PF e a mídia descobrem ou os desmentidos dos que os cometeram?
Não há mais respeito, não digo pela verdade; não há respeito nem mesmo pela mentira.
Mas, pensando bem, pode ser que esta grande onda de assaltos à Republica seja o primeiro sinal de saúde, pode ser que esta pletora de vícios seja o início de uma maior consciência critica.
E isso é bom. Estamos descobrindo que temos de pensar a partir da insânia brasileira e não de um sonho de razão, de um desejo de harmonia que nunca chega. Avante, racionalistas em pânico, honestos humilhados, esperançosos ofendidos! Esta depressão pode ser boa para nos despertar da letargia de 400 anos. O que há de bom nesta história toda? Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos!
Aprendemos a dura verdade neste rio sem foz, onde as fezes se acumulam sem escoamento. Finalmente, nossa crise endêmica está em cima da mesa de dissecação, aberta ao meio como uma galinha. Vemos que o País progride de lado, como um caranguejo mole das praias nordestinas. Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades sórdidas estamos conhecendo, fecundas como um adubo sagrado, tão belas quanto nossas matas, cachoeiras e flores. É um esplendoroso universo de fatos, de gestos, de caras. Como mentem arrogantemente mal! Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma.
Ai, Jesus, que emocionantes os súbitos aumentos de patrimônio, declarações de renda falsas, carrões, iates, piscinas em forma de vaginas, açougues fantasmas, cheques podres, recibos laranjas de analfabetos desdentados em fazendas imaginárias. Que delícia, que doutorado sobre nós mesmos !...
Assistimos em suspense ao dia a dia dos ladrões na caça. Como é emocionante a vida das quadrilhas políticas, seus altos e baixos - ou o triunfo da grana enfiada nas meias e cuecas ou o medo dos flagrantes que fazem o uísque cair mal no Piantella diante das evidências de crime, o medo que provoca barrigas murmurantes, diarreias secretas, flatulências fétidas no Senado, vômitos nos bigodes, galinhas mortas na encruzilhada, as brochadas em motéis, tudo compondo o panorama das obras públicas: pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, orgasmos entre empreiteiras e políticos.
Parece que existem dois Brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e "puros". E o fascinante é que são os mesmos homens.
O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) - isto é, filosófico: o que é a verdade? Se a verdade aparecesse em sua plenitude, nossas instituições cairiam ao chão. Mas, tudo está ficando tão claro, tão insuportável que temos de correr esse risco, temos de contemplar a mecânica da escrotidão, na esperança de mudar o País.
Já sabemos que a corrupção não é um "desvio" da norma, não é um pecado ou crime - é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas.
Vivemos nossa diplomação na cultura da sacanagem.
Já sabemos muito, já nos entrou na cabeça que o Estado patrimonialista, inchado, burocrático é que nos devora a vida. Durante quatro séculos, fomos carcomidos por capitanias, labirintos, autarquias. Já sabemos que enquanto não desatracarmos os corpos públicos e privados, que enquanto não acabarem as emendas ao orçamento, as regras eleitorais vigentes, nada vai se resolver.
Enquanto houver 25 mil cargos de confiança, haverá canalhas, enquanto houver Estatais com caixa-preta, haverá canalhas, enquanto houver subsídios a fundo perdido, haverá canalhas. Com esse Código Penal, com essa estrutura judiciária, nunca haverá progresso.
Já sabemos que mais de R$ 5 bilhões por ano são pilhados das escolas, hospitais, estradas. Não adianta punir meia dúzia. A cada punição, outros nascerão mais fortes, como bactérias resistentes a antigas penicilinas. Temos de desinfetar seus ninhos, suas chocadeiras.
Descobrimos que os canalhas são mais didáticos que os honestos. O canalha ensina mais. Os canalhas são a base da nacionalidade! Eles nos ensinam que a esperança tem de ser extirpada como um furúnculo maligno e que, pelo escracho, entenderemos a beleza do que poderíamos ser!
Temos tido uma psicanálise para o povo, um show de verdades pelo chorrilho de negaças, de "nuncas", de "jamais", de cínicos sorrisos e lágrimas de crocodilo.
Nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Céus, por isso é que sou otimista! Ânimo, meu povo! O Brasil está evoluindo em marcha à ré!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sonhadores do futuro

Minha foto

Professor é uma pessoa que ensina uma ciência, arte, técnica ou outro conhecimento. Para o exercício dessa profissão, requer-se qualificações acadêmica e pedagógica, para que consiga mediar o conhecimento É uma das profissões mais antigas e mais importantes, tendo em vista que as demais, na sua maioria, dependem dela.
Essa é apenas uma das definições que se dá ao profgessor, um profissional que a cada dia perde o valor e consequentemente, a autonomia. Consequência do seculo XXI? Que seja! No entanto, vejo esse profissional envolto no turbulento mundo das novas tecnologias. O mundo tecnológico é surpreendente, motivador e se renova todos os momentos. Exatamente como a juventude aspira.

A escola continua do mesmo jeito que era no século passado, sem atração. Uma escola que não é atrativa e professores pouco motivados é a fórmula exata para o retrato que temos no sistema educacional atual. O que diriam os grandes educadores como: Paulo Freire, Anísio Teixeira, Darci Ribeiro e muitos outros que sonhavam com uma escola capaz de se renovar a cada instante.

O fato é que o professor é um grande sonhador. Sonha com um mundo melhor. Sonha que terá um execelente salário..... Tudo acontece ao seu redor, porém o seu mundo continua o mesmo. Se decepciona quando um alunos que concluiu apenas o ensino médio arruma um emprego onde o salário é maior que o seu. Essa profissão é assim, espinhosa, mas cativante. Quem entra nela, dificilmente sai. É a "droga" dos intelectuais.  Quem experimenta ser professor, será professor por toda a vida.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

EDUCAÇÃO: PROBLEMA DE QUEM?

O termo Eoducação é muito amplo e engloba os processos de ensinar e aprender. É um fenômeno social que quando bem realizado transforma toda uma sociedade. Na medida em que transforma o ser humano, a educação vai além da boa convivência, pois desperta o sentimento de cooperação entre os povos e a consequente promoção da paz e preservação do meio onde vive.
Neste a este processo está o professor que atua como facilitador do conhecimento. Este quando não bem preparado perde espaço a cada dia para o mundo tecnológico. No mundo tecnológico, diferente da sala de aula formal o aluno cria e recria suas ações com criatividade e determinação. O professor ficou ultrapasso ou já não atende as espectativas dos alunos.
O fato é que esta profissão já não é mais vista com entusiasmo pela juventude atual, apesar das campanhas milionárias pratocinadas pelo governo federal. Salários baixo e assédio moral são os maiores fatores de desestimulo dessa classe profissional.
Resta ao professor a mobilização no sentido de convencer os governantes da necessidade da valorização profissional. Os governantes, por sua vez, não estão nem um pouco preocupados em pagar bem professores, poi sabem que se o professor trabalhar com entusiasmo e dedicação irá transformar a sociedade. Transformando a sociedade os governantes perdem poderes, e isso não é bom para quem se tornou um profissional da politica por falta de conhecimento da população que o colocou no poder.
Então, se o sistema de ensino vai de mal a pior, será que a culpa é do professor ou daqueles que estão no poder e administram o setor educacional? E a sociedade, por que não faz nada? Está bom, assim...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

ÁREAS DEGRADADAS OU DEGRADAÇÃO AMBIENTAL

O conceito de áreas degradadas ou degradação ambiental tem sido geralmente associado aos efeitos ambientais considerados negativos ou adversos decorrentes principalmente de atividades ou intervenções antrópicas. Raramente o termo se aplica às alterações decorrentes de fenômenos ou processos naturais.

No decorrer das mudanças de concepções sobre o uso dos recursos naturais tal conceito tem variado segundo a atividade em que esses efeitos são gerados, bem como em função do campo do conhecimento humano em que são identificados e avaliados. De acordo com o uso atribuído ao solo, a definição de degradação pode então variar, como podemos verificar a seguir:

De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da sua NBR 10703, a degradação do solo é apontada como sendo a “alteração adversa das características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento, como os potenciais”, (TAVARES et al, 2008)

O conceito contempla o entendimento do solo enquanto espaço geográfico, ou seja, extrapola o sentido de matéria ou componente predominante abiótico do ambiente. Além disso, ao citar a expressão “alteração adversa”, sugere a aproximação com o conceito de efeito ou impacto ambiental considerado negativo.

Outros conceitos reafirmam a definição para área degradada como o reafirmado por LAL (1998):

         Um dos principais processos relacionados com a degradação de terras é a própria degradação do solo, definida como a perda da capacidade produtiva e da utilizadade atula ou potencial do mesmo. Os processos relacionados com a degradação do solo são: erosão, compactação, acidificação, salinização, esgotamento de nutrientes, exaustão do solo, diminuição do carbono orgânico e da biodiversidade. Tais processos podem afetar outros componentes do meio físico, como clima, vegetação e água, caracterizando, assim, as áreas degradadas (LAL, 1998).



Para Parrota (apud KOBYAMA, 2001), as áreas degradadas são caracterizadas por solos empobrecidos e erodidos, hidrologicamente instáveis, e com redução da diversidade biológica e produtividade primária. Moreira (2004) considera que as áreas degradadas são extensões naturais que perderam a capacidade de recuperação natural após sofrerem distúrbios e faz a seguinte conceituação:

         A degradação é um processo induzido pelo homem ou por acidente natural que diminui a atual e futura capacidade produtiva do ecossistema. De acordo com Belensiefer (1998) áreas degradadas são aquelas que perderam sua capacidade de produção, sendo difícil retornar a um uso econômico. O termo degradar conforme Ferreira (1986) pode ser interpretado como: estragar, deteriorar, desgastar, atenuar ou diminuir gradualmente (MOREIRA, 2004).



Segundo Reinert (apud KOBYAMA, 2001), a degradação do solo pode ser dividida em três categorias:

1     Degradação física: refere-se ás alterações de características ligadas ao arranjamento das partículas do solo, tendo como principais parâmetros a permeabilidade, a densidade, a estrutura, a aeração e a coesão. Alto grau de compactação, baixa aeração, alta friabilidade, alta susceptibilidade à erosão, baixa retenção de água e alteração topográfica do terreno;

2     Degradação biológica: este tipo de degradação demonstra a baixa ou nula atividade da micro, meso e macrofauna e flora no solo. Isto é consequência dos baixos valores de matéria orgânica presente;

3     Degradação química: esta forma de degradação é reflexo da presença de elementos indesejáveis no solo, ou então a perda de elementos essenciais para o equilíbrio deste. Por exemplo, a deposição de substâncias tôxicas em um aterro pode degradar quimicamente o solo.


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A ESCOLA IDEAL E A ESCOLA REAL

No século atual a geografia mundial passa por grandes transformações. O espaço, esse conjunto indissociavel de objetos e ações, como afirma o geógrafo Milton Santos, parece estar prestes a sofrer um colápso, tamanha é a pressão imposta pelos seres humanos.
Será que tudo poderia melhorá se tivéssemos uma educação voltada à realidade imposta pelo meio ambiente onde vivemos? Escola atrativa em que sentido seria boa para os alunos? Fico a refletir as grandes teorias educacionais. Aliás, convivo com muitos teóricos visionários. Aqueles que idealizam uma a escola e uma educação transformadora, inovadora.
No entanto, também há pessoas que ao fincarem os pés no chão, rebatem dialéticamente o argumento da escola ideal afirmando que educação inovadora existe apenas no papel. A teoria não condiz com a pratica docente. O fato é quando se trata de educação, o nosso país não é bem o modelo para ser seguido.
Para quem se envolve verdadeiramente com as questões da escola brasileira, Paulo Freire é um divisor de águas. O sábio pernambucano elevou o discurso educacional a um patamar superior, legando-nos um modelo de pensamento e posicionamento histórico, político e ético que não apenas abrange os aspectos relativos à alfabetização no curso dos descaminhos sócio-econômicos de um país complicado como o Brasil, mas também alcança o que é importante para nos formarmos como cidadãos na total acepção da palavra (http://www.duplipensar.net/artigos/2006-Q2/o-ideal-e-o-real-na-escola-brasileira.html).
 O panorama atual vivenciado nas escola, nos permite a afirmar que a escola dos sonhos não existe, e jamais existirá. Não que eu seja um educador pessimista. Apenas observo a realidade do ambiente onde vivo. Escolas superlotadas, pais disputando vagas para os seus filhos. Essas são algumas das questões de milhares de outras que conhecemos. O governo faz de conta que investe, ou investe muito mal neste setor. O incrivel é que algumas pessoas ainda o aplaudem. A vida segue e a escola ideal ainda estar por existir. Mesmo assim nos acreditamos.

Prof. Ms. Osmair Santos.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Os sonhadores

            Inevitável, o pensamento dos que permeiam o espaço (mundo) da educação. Por não dizer, professores. Sonhadores por natureza, que por força do seu ofício vislumbram uma sociedade perfeita. Ora, se assim o fosse, o mundo já estava melhor. Por que, então nada melhorou no cenário educacional público? Sempre há um novo método a ser trabalhado nas escolas. No entanto, a educação caminha em rumo incerto, à perspectivas de resultados positivos. Veja o brilhante método de Paulo Freire.
             Paulo Freire é inspirador de um método revolucionário que alfabetizava em 40 horas, sem cartilha ou material didático. Em Natal, no ano de 1962, no Rio Grande do Norte, surgia a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a liderança de Moacir de Góis. Em Recife, Pernambuco, o Movimento de Cultura Popular, o MCP, instalava as "praças de cultura" e os "círculos de cultura". O cunho fundamental desta "campanha" era reciclar culturalmente uma população que ficara para trás no processo de desenvolvimento, vivenciando posturas próprias do período colonial em pleno século XX.
              Paulo Freire achava que o problema central do homem não era o simples alfabetizar mas fazer com que o homem assumisse sua dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura própria, capaz de fazer história. Ainda segundo Paulo Freire o homem que detém a crença em si mesmo é capaz de dominar os instrumentos de ação à sua disposição, incluindo a leitura.
              Com o golpe militar de 1964, a experiência de Paulo Freire, já espalhada por todo o país, foi abortada sob alegações inconsistentes como subversiva, propagadora da desordem e do comunismo etc.. A cartilha do MEB foi rasgada diante das câmeras de televisão, no Programa Flavio Cavalcante, depois de ter sido proibida, no extinto Estado da Guanabara, pelo então Governador Carlos Lacerda. As campanhas de alfabetização que tinham objetivos mais abrangentes do que a própria alfabetização chegava ao seu fim, em 1964. Alguns trabalhos dispersos continuaram a ser levados a efeito, mas a proposta de renovação humana estava prejudicada.
            Paulo Freire concebe educação como reflexão sobre a realidade existencial. Articular com essa realidade nas causas mais profundas dos acontecimentos vividos, procurando inserir sempre os fatos particulares na globalidade das ocorrências da situação.  A aprendizagem da leitura e da escrita equivale a uma releitura do mundo. Ele parte da visão de um mundo em aberto, isto é, a ser transformado em diversas direções pela ação dos homens (
José Luiz de Paiva Bello / Vitória - 1993).
                 Se é neste sentido que os educadores caminham nos espaços educacionais, por que então, as escolas não refletem na prática as teorias educacionais? Ou então, como explicar, neste cenário teórico tão bonito, a falta de atração dos jovens pelo exercicio da profissão de professor? A resposta que surge, é sempre a mesma. Simplesmente falta de motivação financeira.
              Os professores têm sempre salários muito inferiores às demais profissões. Os ambientes de trabalho também não refletem o significado da educação que tanto se teoriza nos discursos. Tudo isso sem falar na rebeldia dos educandos. E assim, caminham os sonhadores...... Eu também.

Prof. Ms Osmair Santos

Gestão democrática: inovação tardia

              O que nos parece complexo atualmente, fazer uma gestão democrática nas escolas públicas, reflete a ineficácia e a insignificância com que a educação foi tratada em todos esses anos, nos quais apenas se fez discursos. No entanto, não precisamos entrar nessa discussão para perceber que na verdade, esta é uma prática que chega de forma tardia, uma vez que as escolas públicas, em muitos estados brasileiros,  por décadas ficaram a cargo de políticos, sem a devida autonomia e sem liberdade para implementar uma proposta pedagógica séria, eficaz que refletisse a aprendizagem dos alunos.
                Pensar em autonomia é pensar em liberdade para os diversos agentes sociais. Na escola, pode ser essa também, uma idéia complexa, porém motivante. O que deverá ser considerado são as multifaces das organizações educacionais, assim como suas interdenpências. Este sim é um motivo que faz esse processo democrático caminhar sempre diante de várias indagações, para que os atores envolvidos não camufle as informações, bem como, desprezem as opiniões da sociedade que deverá assiduamente participar.
                 Autores teóricos como Padilha (1998), Dourado (2000) e vários outros defendem a eleição de diretores de escola e a implantação de conselhos escolares como forma de implementar uma gestão eficaz. São essas, na verdade, teorias já implentadas na legislação educacional brasileira desde 1996, somente agora colocadas em prática. O que comprova a afirmação que fazemos de que a educação, por década tem sido relegada a segundo plano, no cenário político brasileiro.
                A discussão é longa, assim como o processo de amadurecimento dessa nova forma de gestão na escola pública. O que vemos, no momento é a certeza de um novo caminho, do qual o êxito no futuro depende dos atores que por ele caminharão. Bem ou mal, o primeiro passo foi dado diante da expectativa dos educadores e da sociedade que tanto esperaram por esse momento. A escola publica vai melhorar o ensino? As pessoas que ocuparão os cargos de diretores estão comprometidas? Os professores que diretamente atuarão neste processo estão devidamente preparados? Estas são algumas das indagações apriori suscitadas.
                   De imediato, que se vislumbra é o pensamento esperançoso de que a educação brasileira vai melhorar. Que a escola seja mais receptiva para os alunos e comunidade, que os professores se motivem a dar si o melhor e, por fim, que a educação, realmente transforme a sociedade pelo conhecimento.

Prof. Ms. Osmair O. Santos

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

EDUCAÇÃO E AS POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Terra Indígena Juari - Rondônia

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Paulo Freire, educador brasileiro muito nos ensinou e nos ensina com suas reflexões sobre a educação e seus efeitos na sociedade atual.
Que todos precisam se educar para viver melhor em sociedade, todos sabem. No entanto, o que muitos ainda não sabem é que através da educação se vive com qualidade e se pode transformar o ambiente ao seu redor, com grandes possibilidades de melhorar também o meio ambiente das outras pessoas.
O fato é que em pleno século 21, o século das transformações e da revolução tecnológica, ainda existem lugares aonde a educação formal não chegou por quem constitucionalmente tem o dever de assim o fazer, o Estado. As populações tradicionais: indígenas, ribeirinhas e seringueiros, são exemplos claros do descaso.
Os indígenas são os mais esquecidos nesse envolto de indignações. Lutam por escola e educação de qualidade. Como isso é possível? Não são eles as pessoas que moravam nessas terras quando os europeus por aqui aportaram? Os ribeirinhos e os seringueiros também já moravam em seus lugares quando os capitalistas lhes tomaram as terras e conseqüentemente sua cultura.
A sociedade do século 21 parece um tanto quanto individual. O capitalismo alcançou sua plenitude e a nós que ainda temos uma pequena força nas palavras por sermos educadores, cabe o dever de falar, mobilizar e formar opinião. Do contrario, só teremos desespero e seres humanos calados em seus mundos, forçados a seguir a cartilha dos comandantes do poder que impera em uma escala desmedida e de forma global. Mais uma vez vale apenas lembrar-se da filosofia freiriana de que “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.

Prof. Ms. Osmair Santos
e-mail: smairsantos@gmail.com

           

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ambiente atual

Após a realização da última conferência de Meio Ambiente (2008), nas versões adultas e juvenil, muitos edcadores ficaram empolgados com as temáticas apresentadas naque momento. Como todo tema novo há sim, os que não o levam muita fé. No entanto, a empolgação era geral, e como tal a mídia também se fazia presente.
Hoje, após três anos de muita luta, toda aquela euforia parece ter passado e as escolas que ainda trabalham motivadas pelas ações da conferncia são as que mesmo com muitos problemas fincaram o pé no chão, se alicerçaram com suas "Com-Vidas" e até então fazem um belissimo trabalho na comunidade escolar em que estão inseridas.
Um belo exemplo de ação em educação ambiental é a Escola Murilo Braga, em Porto Velho/RO. A coordenação das ações são feitas pela professora Carmem que elabora e desenvolve os projetos com a parceria de várias instituições locais. Isso é realmente uma prova de que é possivel fazer educação ambiental nas escolas públicas.
A grande questão, é fazer a sociedade compreender a importância dessa temática nos tempos atuais e também fazer a sua parte. Nunca é tarde para se educar, e em comunhão governo e sociedade, trabalhar para um mundo melhor para todos.

Osmair Santos.