segunda-feira, 9 de agosto de 2021

População tradicional em Rondônia

O termo “populações tradicionais” é bastante amplo e não se deve minimizar seu conceito pela adesão as tradições ou como populações causadoras de baixo impacto sobre o ambiente. Pode se dizer, de modo geral, que são tracionais aqueles povos que mantêm um modo de vida intimamente relacionado ao meio ambiente em que vivem. Além disso, eles têm seus hábitos, costumes, ciências e crenças transmitidas de modo oral, de geração em geração.


Festa da Melancia na comunidade de Nazaré – Porto Velho/RO. Fonte: http://www.amazoniadagente.com.br

Populações tradicionais são grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

Quem são as populações tradicionais

Duas características são fortemente evidenciadas nesses grupos. A primeira delas diz respeito ao território, que é considerado um espaço necessário para a reprodução cultural, social e econômica dessas comunidades, seja ele utilizado de forma permanente ou temporária. A segunda é o desenvolvimento sustentável: é comum o uso de recursos naturais de forma equilibrada, com a preocupação de manter os recursos para as novas gerações.

População tradicional – ribeirinhosFonte: http://www.dpu.def.br

   

Tipologia das comunidades tradicionais

No Brasil as políticas públicas voltadas para os Povos e Comunidades Tradicionais são recentes e esse público passou a integrar a agenda do governo federal a partir do ano de 2007, por meio do Decreto 6.040, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais.

Comunidade tradicional. Fonte: http://www.ecobrasil.org.br

Entre os povos e comunidades tradicionais no território brasileiro estão os quilombolas, ciganos, matriz africana, seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco de babaçu, comunidades de fundo de pasto, faxinalenses, pescadores artesanais, marisqueiras, ribeirinhos, vargeiros, caiçaras, praieiros, sertanejos, jangadeiros, ciganos, açorianos, campeiros, vazanteiros, pantaneiros, caatingueiros, entre outros.

As comunidades tradicionais constituem aproximadamente 5 milhões de brasileiros e ocupam um quarto do território nacional. Por seus processos históricos e condições específicas de pobreza e desigualdade, acabaram vivendo em isolamento geográfico e/ou cultural, tendo pouco acesso às políticas públicas de cunho universal, o que lhes colocou em situação de maior vulnerabilidade socioeconômica, além de serem alvos de discriminação racial, étnica e religiosa.

Populações tradicionais na Amazônia

A Amazônia abrange a maior biodiversidade do planeta. Os conhecimentos das comunidades tradicionais, ainda que produzidos localmente, são objeto de discussão global. Se faz necessário, no entanto, entender quem são essas populações e as implicações que essa terminologia suscita nos variados aspectos da vida desses grupos humanos, sobretudo nos seus campos de luta.

Comunidade do Distrito de Nazaré – Porto Velho/RO. Fonte: http://www.folharondoniense.com.br.

O conhecimento tradicional não se restringe aos organismos, mas inclui percepções e explicações sobre a paisagem, geomorfologia, e a relação entre diferentes seres vivos com o ambiente físico.


Manejo de jacaré em Rondônia. Fonte: https://www.xapuri.info. (Foto IcmBio)

Como modelo de desenvolvimento baseado no uso sustentável dos recursos naturais, leva em consideração os seus respectivos sistemas de manejo, que em grande medida contribuíram para formação de ecossistemas diferenciados, e até mesmo em alguns casos, por processos de especiação e domesticação de espécies, que figuram como uma das alternativas econômicas mais promissoras para a região.


Comunidades tradicionais no espaço rondoniense


Ribeirinhos – Os ribeirinhos residem proximidades dos rios e tem como principal atividade de subsistência a pesca. Essas comunidades caracterizam-se pela diversificação nas atividades produtivas, que giram em torno da cultura dos conhecimentos adquiridos sobre a natureza e seu funcionamento, garantindo a sobrevivência de acordo com necessidades e principalmente com o que o ambiente lhes oferece.


Pedras Negras - Rio Guaporé, em RO .Fonte: http://g1.globo.com/ro/(Foto Jonatas Boni/G1)


Seringueiro – Extração do látexFonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br


Seringueiros – Os seringueiros guardam consigo o conhecimento adquirido ao longo dos anos vividos em meio a um ecossistema extremamente diversificado e complexo no meio da floresta amazônica, onde desenvolveram todo um conhecimento na sua convivência com a natureza


Quilombolas são descendentes dos escravos negros que sobrevivem em enclaves comunitários. As comunidades quilombolas apresentam traços culturais relativos a um período histórico que deve ser preservado e que merece seu devido respeito perante toda a sociedade. A busca por uma significância histórica e por seu reconhecimento são as marcas da luta quilombola.




Quilombos de Santa Fé - Costa MarquesFonte: http://gentedeopiniao.com.br
   Povo Indigena Karipuna (RO). Fonte: https://pib.socioambiental.org

Povos Indígenas – A expressão genérica “povos Indígenas” refere-se a grupos humanos espalhados por todo o mundo, e que são bastante diferentes entre si. Em comum há o fato de cada etnia se identificar como uma coletividade específica, distinta de outras com as quais convive e, principalmente, do conjunto da sociedade nacional na qual está inserida.


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