As ferrovias no Brasil surgiram no século XIX quando Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá as trouxe para o país. O sucesso do novo transporte, não demorou muito para que outras regiões entrassem na moda das ferrovias do Sudeste.
Deste
modo, o governo brasileiro decidiu iniciar no Estado de Rondônia uma ferrovia
que cortaria parte da floresta amazônica e escoaria o produto principal da
região: a borracha.
A ideia
de construí-la surgiu na Bolívia, em 1846. O país não tinha como escoar a
produção de borracha por seu território. O único jeito seria usar o Oceano
Atlântico. Mas, para isso, era preciso subir os rios Mamoré, em solo boliviano,
e Madeira, no Brasil.
A construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré é o principal marco
histórico da conquista e do desbravamento da região onde atualmente é o estado
de Rondônia. Um feito humano que por longas cinco décadas, ao ser finalmente
concluída em 1912, apresentava um rastro de aproximadamente 6.000 trabalhadores
mortos.
As causas de tantas mortes foram as mais diversas: acidentes de
trabalhos, doenças tropicais, ataques de índios e de animais selvagens,
acidentes, desaparecimentos na mata, etc. O grande empecilho estava no trecho
encachoeirado do rio Madeira, cerca de 300km entre o rio Mamoré e Santo Antônio do
Madeira
Mais de 20.000 operários (alguns autores falam em 34.000), pessoas de cerca de 40
nacionalidades participaram da construção da Madeira-Mamoré. Foi oficialmente inaugurada em 1º de
agosto de 1912 e desativada em 1972. A soma de
dificuldades que acompanhou toda a construção da ferrovia Madeira-Mamoré
deu-lhe um aspecto exageradamente catastrófico, no Brasil e no exterior.
No dia 30 de
abril de 1912, a May, Jeckyll e Randolph entregou a estação terminal Mamoré,
localizada no porto mato-grossense de Esperidião Marques, onde está situada a
cidade de Gajará-Mirim. Entre entusiasmados discursos das autoridades presentes
que saudavam o término da construção dos 364 quilômetros de via férrea, um
prego de ouro foi simbolicamente batido no último dormente. A ferrovia
Madeira-Mamoré foi inaugurada no dia 1º de agosto de 1912.
Por
tudo o que ocorreu, a Madeira-Mamoré recebeu várias denominações que procuravam
identificá-la muito mais com seus graves problemas do que com seus posteriores
benefícios sociais, políticos e econômicos. Dizia-se que cada um dos seus
dormentes representa uma vida, para avaliar de forma exagerada o número de
trabalhadores mortos durante suas obras.
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