quarta-feira, 21 de novembro de 2018

MORAL E ÉTICA NA EDUCAÇÃO


As formas de buscar e adquiri conhecimentos se dão de várias maneiras, uma vez que tal ação rege o percurso de toda a vida humana, mesmo que inconscientemente. A vontade aliada a realidade vivida de cada indivíduo é talvez o que determinará o objetivo e o tipo de informação ou conhecimento que o mesmo quer ou precisa adquirir, sabendo pois que em detrimento disto, ou seja, em virtude do empoderamento por determinado tipo de saber, por consequência, em muitos outros prevalecerá a ignorância.
Em primeira análise, para falar sobre moral e ética é necessário fazer distinções entre o bom e mau, ou seja, dois conceitos motivadores que dão significado à vida do ser humano. De forma simplista poderemos dizer que ética é o conjunto de normas que norteiam a conduta do ser humano, enquanto moral tem caráter prático, e se refere ao conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade, podendo ser evoluída com o tempo.
Neste sentido, ética e educação sempre caminharam juntas. A ética enquanto fundamento do agir moral humano, interpreta, discute e problematiza as normas necessárias para o convívio na sociedade. Por sua vez, a educação, elabora os caminhos para esta formação, conduzindo o ser humano para uma vida social virtuosa enquanto cidadão responsável no convívio com o outro.
Assim, a ética, enquanto princípio formativo, tem representado, desde a sua concepção grega, a ideia de formação do homem, no sentido de conter seus impulsos e paixões, com o propósito de estabelecer normas que sejam capazes de regular a convivência humana no convívio social. A partir desse pensamento, é que a educação identifica-se com a ética no intuito de educar o indivíduo para sua relação em uma comunidade, articulada com a ideia de bem.
Para Kant é somente a partir da educação que o homem pode alcançar, com plenitude, sua humanidade, pois a educação o “constrói”, fazendo com que ele seja capaz de gozar sua liberdade. A liberdade plena só pode ser alcançada a partir do momento em que o homem compreende que deve cumprir a lei moral e é capaz de cumpri-la. O papel da educação é aperfeiçoar as disposições que o homem já traz dentro de si referentes a esta lei.
Diante da premissa Kantiana surge o seguinte questionamento: no mundo globalizado atual com tamanha diversidade social, cultural e a dissolução de parâmetros tradicionais milenares, a educação ainda contribui significativamente para alicerçar valores morais e éticos na sociedade? 



quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O uso das tecnologias de informação e comunicação na gestão escoar

A gestão educacional, a partir da década de 1990, passou a ganhar evidência, ocupando espaço na literatura e no contexto dos sistemas de educação, sendo reconhecida como fundamental para a organização das unidades de ensino com vistas à melhoria da qualidade social da educação. Para LÜCK (2008), nessa mesma década o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) passou a ver gestão educacional como uma de suas políticas prioritárias, tanto no nível de gestão como também no ambiente escolar tendo em vista a perspectiva da organização e a criação de um ambiente educacional autônomo, de participação e compartilhamento, autocontrole e transparência de processos e resultados.
Lück (2008, p. 26) destaca que: “torna-se fundamental que se construa uma consistência entre os processos de gestão do sistema de ensino e o que se espera que ocorra no âmbito da escola, mediante uma orientação única e consistente de gestão”. Segundo Lück:

O conceito de gestão muda de enfoque se amplia da mera administração e passa a ser visto como mobilização da energia e talento do elemento humano organizado coletivamente, passando a ser condição básica e essencial para a qualidade do ensino e da transformação da identidade das escolas, dos sistemas de ensino e da educação brasileira. (LÜCK, 2008, p.26)

Nesta visão, o conceito de gestão passa a ser tratado de forma ampliada, a partir do conceito de administração, dando ênfase a valorização do elemento humano, condição necessária para a organização coletiva da escola. A respeito do conceito de gestão Libâneo (2001) a define:

O conjunto de todas as atividades de coordenação e acompanhamento do trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da equipe, a realização do trabalho em equipe, a manutenção do clima de trabalho, a avaliação de desempenho. Essa definição se aplica aos dirigentes escolares, mas igualmente aplicável aos professores, seja em seu trabalho de sala de aula, seja quando são investidos de responsabilidades no âmbito da organização escolar. (LIBÂNEO, 2001, p. 349)

O entendimento de Libâneo sobre o conceito de gestão pressupõe a ideia de participação, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e o agir sobre elas. Esse entendimento também é compartilhado por Cury (2002, apud Freitas, 2007), ao afirmar que a gestão “(...) é a geração de um novo modo de administrar uma realidade e é, em si mesma, democrática já que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo”(p.165).
Nessa perspectiva o tema Tecnologias da Informação e Comunicação irá cada vez mais dar sentido as questões referentes ao uso das tecnologias e as mudanças ocorridas na sociedade provocando mudanças na organização escolar pela necessidade de se ampliar os canais de comunicação. De acordo com Hessel (2004):

Para acompanhar essas profundas transformações a escola deve passar por mudanças organizacionais, para incorporar novas formas de trabalhar o conhecimento. Inserida num espaço social onde cresce a necessidade de interação e participação dos sujeitos para enfrentarem seus desafios, a agência educativa pode facilitar a conectividade, com adoção das TIC. A questão não se reduz somente a assimilar as TIC como ferramenta de ensino e aprendizagem, de pesquisa, de automação de rotinas ou como provedora de informações gerenciais. Trata-se de dar suporte e ampliar os canais de comunicação, quer seja internamente, porque a descentralização do poder deve promover a integração da equipe escolar, quer seja externamente, porque a escola precisa compartilhar informações, estabelecer contatos de todas as espécies, além de ativar uma rede comunicativa que facilite a interação entre pais, alunos, professores, etc. (HESSEL, 2004 p. 8).

Autores como Moran (2003), Kenski (2003), Tapscott (1997), Hessel (2004), e Dias (1998) com vasto estudo sobre o uso das TICs na gestão escolar concordam que a evolução tecnológica não se restringe aos novos usos de determinados equipamentos e produto, mas vislumbram a transformação dos fazeres de todo um grupo social. Desta forma possibilita que as pessoas façam mais em menos tempo, de forma que a eficiência resulta em economia de tempo que, por sua vez, pode ser reinvestida na eficácia das suas ações. A respeito do uso das TIC no processo de gestão escolar Hessel comenta:

A articulação dos aspectos administrativos e pedagógicos, a preocupação com o trabalho em equipe, a integração e a rede de comunicação dentro do âmbito escolar representam a adoção de um estilo de gestão que também incorpora as TIC - tecnologias de informação e comunicação- como auxílio ao trabalho. Comumente, os gestores não percebem as potencialidades das TIC, nem avaliam o uso que podem fazer dela, para dar suporte ao seu trabalho de integração dos esforços e das ações da escola. (HESSEL, 2004, p. 5).

A autora destaca o uso das TICs na escola no sentido de facilitar o trabalho de gestão. Ela ressalta também que a articulação dos aspectos administrativos e pedagógicos, a preocupação com o trabalho em equipe, a integração e a rede de comunicação dentro do âmbito escolar representam a adoção de um estilo de gestão que também incorpora as TICs como auxílio ao trabalho.