sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Região Ribeirinha de Porto Velho no Estado de Rondônia

A região do baixo Rio Madeira, no Município de Porto Velho/RO, caracteriza-se por apresentar um conjunto de comunidades tradicionais que sobrevivem da agricultura e do extrativismo vegetal e animal. Atualmente, contam com geração e distribuição pública de energia, linha telefônica, televisão com recepção via antena parabólica. Posto de saúde comunitário instalado na sede de cada distrito apresenta condições satisfatórias nos aspectos físicos, se comparado aos demais da região. Um grande desafio dos habitantes corresponde à falta de profissionais qualificados e abastecimento de água tratada.
A água consumida é captada diretamente do rio através de bombas elétricas ou de poços semiartesiano. A má qualidade gera muitos problemas de saúde, especialmente na época em que o nível do rio Madeira começa a subir, e do mesmo modo, quando começa a descer. A educação enfrenta enormes dificuldades não pela estrutura física das escolas, mas pela falta de professores especializados. Nas sedes dos distritos a população conta com o ensino fundamental e médio.
Organizados em associação, os produtores realizam festas tradicionais, festejos de Santos em várias épocas do ano que atrai centenas de pessoas. Para Almeida (2008), a repetida inovação de modernidade e progresso, que parecia justificar que os agentes sociais atingidos pelos grandes projetos fossem menosprezados ou tratados etnocentricamente como primitivos e sob o rótulo de atrasado, tem sido abalado face à gravidade de conflitos prolongados e à eficácia dos movimentos sociais e das entidades ambientalistas em impor novos critérios de consciência econômica e ambiental.
Em meio às diversas abordagens sobre desenvolvimento, o conceito de Desenvolvimento Sustentável, originário da economia ecológica, tem sido um dos mais institucionalizados através de uma proposta ideológica muito sedutora: compatibilizar o desenvolvimento econômico, social e equilíbrio ambiental. Porém,  essa discussão sobre Desenvolvimento Sustentável envolve contradições com relação à questão ambiental e as relações produtivas, quando relacionada ótica capitalista atual de desenvolvimento. Muitas são as discussões de que o sistema capitalista é contraditório e por si só, incapaz de gerar sustentabilidade até para si mesmo, como discutido por Marx (1963).
Nos últimos anos, o poder público, a iniciativa privada e as organizações não governamentais têm direcionado parte de seus esforços para o estabelecimento de estudos, ações e projetos que melhor deem conta e atendam a valorização da cultura dos povos tradicionais. Estes esforços relacionam-se a um desejo de entendimento para além do senso comum do problema social e ao crescente interesse pela promoção da inclusão econômica e social desses povos, que resistem culturalmente.
Não se trata apenas de uma questão voltada ao aspecto geográfico, ou econômico. Ao entender o processo histórico de formação dessas comunidades será possível apresentar a história econômica regional incorporando os componentes socioeconômicos ao longo do tempo e projetar cenários e conceitos alternativos para o futuro, de forma a se arquitetar o planejamento regional considerando aspectos amplos de natureza geopolítica e de logística para esta região.
Sobremaneira há que evidenciar a formação histórica e os processos de colonização das comunidades ribeirinhas para mostrar a potencialidade econômica cultural e ambiental existente que poderiam ser exploradas de forma equilibrada gerando riqueza e qualidade de vida para a população. Somente assim, será possível direcionar os olhares das autoridades constituídas para o incremento de politicas eficazes que incentive os meios produtivos, sem perder de vista a sustentabilidade cultural e ambiental.

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