A
região do baixo Rio Madeira, no Município de Porto Velho/RO, caracteriza-se por apresentar um
conjunto de comunidades tradicionais que sobrevivem da agricultura e
do extrativismo vegetal e animal. Atualmente, contam com geração e
distribuição pública de energia, linha telefônica, televisão com
recepção via antena parabólica. Posto de saúde comunitário
instalado na sede de cada distrito apresenta condições
satisfatórias nos aspectos físicos, se comparado aos demais da
região. Um grande desafio dos habitantes corresponde à falta de
profissionais qualificados e abastecimento de água tratada.
A
água consumida é captada diretamente do rio através de bombas
elétricas ou de poços semiartesiano. A má qualidade gera muitos
problemas de saúde, especialmente na época em que o nível do rio
Madeira começa a subir, e do mesmo modo, quando começa a descer. A
educação enfrenta enormes dificuldades não pela estrutura física
das escolas, mas pela falta de professores especializados. Nas sedes
dos distritos a população conta com o ensino fundamental e médio.
Organizados
em associação, os produtores realizam festas tradicionais, festejos
de Santos em várias épocas do ano que atrai centenas de pessoas.
Para
Almeida (2008), a repetida inovação de modernidade e progresso, que
parecia justificar que os agentes sociais atingidos pelos grandes
projetos fossem menosprezados ou tratados etnocentricamente como
primitivos e sob o rótulo de atrasado, tem sido abalado face à
gravidade de conflitos prolongados e à eficácia dos movimentos
sociais e das entidades ambientalistas em impor novos critérios de
consciência econômica e ambiental.
Em
meio às diversas abordagens sobre desenvolvimento, o conceito de
Desenvolvimento Sustentável, originário da economia ecológica, tem
sido um dos mais institucionalizados através de uma proposta ideológica muito sedutora: compatibilizar o
desenvolvimento econômico, social e equilíbrio ambiental. Porém, essa discussão sobre Desenvolvimento
Sustentável envolve contradições com relação à questão
ambiental e as relações produtivas, quando relacionada ótica
capitalista atual de desenvolvimento. Muitas são as discussões de que o sistema capitalista é contraditório e por si
só, incapaz de gerar sustentabilidade até para si mesmo, como
discutido por Marx (1963).
Nos
últimos anos, o poder público, a iniciativa privada e as
organizações não governamentais têm direcionado parte de seus
esforços para o estabelecimento de estudos, ações e projetos que
melhor deem conta e atendam a valorização da cultura dos povos
tradicionais. Estes esforços relacionam-se a um desejo de
entendimento para além do senso comum do problema social e ao
crescente interesse pela promoção da inclusão econômica e social
desses povos, que resistem culturalmente.
Não
se trata apenas de uma questão voltada ao aspecto geográfico, ou
econômico. Ao entender o processo histórico de formação dessas
comunidades será possível apresentar a história econômica
regional incorporando os componentes socioeconômicos ao longo do
tempo e projetar cenários e conceitos alternativos para o futuro, de
forma a se arquitetar o planejamento regional considerando aspectos
amplos de natureza geopolítica e de logística para esta região.
Sobremaneira há que evidenciar a
formação histórica e os processos de colonização das comunidades
ribeirinhas para mostrar a potencialidade econômica cultural
e ambiental existente que poderiam ser exploradas de forma
equilibrada gerando riqueza e qualidade de vida para a população. Somente assim, será possível direcionar os olhares das autoridades
constituídas para o incremento de politicas eficazes que incentive
os meios produtivos, sem perder de vista a sustentabilidade cultural
e ambiental.
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