Em
Geografia, o significado de relevo se refere ao conjunto de formas que sobressaem na crosta terreste,
concebidas sob ação de forças internas e externas denominadas
agentes de relevo. Os
agentes internos (endógenos) são os vulcões, os movimentos
tectônicos e os abalos sísmicos que agem de dentro para fora da
Terra. Os agentes externos (exógenos) são as chuvas, os mares, os
rios, as geleiras, os animais e as ações do homem que modificam a
superfície
Relevo
de Rondônia
O
relevo de Rondônia é formado por terrenos antigos da Era
Arqueozóica e Proterozóica. Existe ocorrência de áreas
sedimentares mais recentes da era Cenozóica, em partes da Planície
Amazônica. A altitude, em sua quase totalidade, situa-se acima de
100 metros do nível do mar. As maiores elevações encontram-se
nas serras
dos Pacaás Novos e Parecis, atingindo
altitudes superiores a 1000 metros acima do nível do mar.
´No
aspecto geral, o relevo é muito diversificado e com grande variação
de altitude entre 70 e 600m. As áreas com maiores incidências de
altitudes podem ser encontradas no Município de Vilhena (acima de
500m) e as menores no Município de Porto Velho (entre 90 e 200m).
Pela não apresentação de grandes elevações em sua quase
totalidade caracteriza-se como plano e suave ondulado.
Aspectos
geomorfológicos
Costuma-se
dividir o relevo de Rondônia em quatro porções geomorfológicas
distintas:
-
Planície Amazônica
-
Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro
-
Chapada dos Parecis – Pacaás Novos
-
Vale do Guaporé – Mamoré.
Planície
Amazônica
A
planície Amazônica em sua porção limitada pelo Estado de Rondônia
apresenta a altitude de 90 a 200 metros acima do nível do mar,
estende-se desde o extremo norte nos limites deste com o Estado do
Amazonas, se prolongando nas direções sul e sudeste até encontrar
as primeiras ramificações da chapada dos Parecis e da Encosta
Setentrional. A Planície Amazônica se constitui em sua superfície
aplainada morfoclimática típica de floresta, resultante das
oscilações climáticas do período quaternário com climas mais
secos sucedidos por climas mais úmidos, atuando para o seu
aplainamento e compartimentação da superfície.
Os
médios e baixos cursos do rio Madeira e de seus afluentes de
encaixam na planície acomodando-se nas falhas e fraturas do terreno.
Nos baixos cursos nas áreas de várzeas formam extensas planícies
de inundações e nas áreas de barrancos de 5 a 10 metros de altura
em relação ao nível normal das águas de seus cursos, exercem uma
ação erosiva por infiltração de água no solo desses barrancos
provocando os seus desabamentos, conhecidos como fenômeno das terras
caídas.
Os
seus médios cursos ao atravessarem as áreas de terras firmes
constituídas por terrenos pré-cambianos os desgastam atingindo o
substrato rochoso originando corredeiras, lajeados e cachoeiras. Os
rios, dessa forma, são os principais agentes de modificação e
remodelação da planície, aliados a outros fatores.
Encosta
setentrional do planalto brasileiro
Corresponde
a uma área de terreno arqueano (período pré-cambriano),
constituído por restos de uma superfície de aplainamento rebaixada
pelas sucessivas fases erosivas, subdividindo-se em patamares de
altitudes que variam de 100 a mais de 500 metros acima do nível do
mar.
Estende-se
na direção sul até atingir as encostas das chapadas dos Parecis e
Pacaás Novos. Na linha de limites entre o Estado de Rondônia e o
Estado de Mato Grosso. A Encosta Setentrional é limitada ao Norte
pela Planície Amazônica; a Noroeste e Nordeste pela linha de
fronteira entre o Estado do Amazonas e o Estado de Rondônia; ao
Leste, sudeste e Sul pelas chapadas dos Parecis e Pacaás Novos e ao
Oeste a linha de fronteira entre Rondônia e o Estado do Acre e entre
Rondônia e a República da Bolívia.
Chapada
dos Parecis – Pacaás Novos
A
chapada dos Parecis e Pacaás Novos surgem no Estado de Rondônia
como prolongamento do Planalto Brasileiro no sentido sudeste
noroeste. Representam
as maiores altitudes de nosso estado, que variam de 600 a 900 metros.
Há pontos culminantes com mais de 1.000 metros, como por
exemplo, o Pico do Tracuá ou Pico Jaru com 1.126 metros na Chapada
dos Pacaás Novos.
Vale
dos Rios Guaporé e Mamoré
O
vale dos rios Guaporé e Mamoré corresponde a uma vasta planície
tabular formada de sedimentos recentes com altitudes que variam de
100 a 300 metros acima do nível do mar e apresenta terrenos
alagadiços e platôs mais elevados. No estado de Rondônia,
estende-se do sopé das chapadas dos Pacaás novos e dos Parecis a
leste até a margem direita dos rios Mamoré e Guaporé. Em sentido
sul-sudeste, avança desde o norte até a divisa com Mato Grosso, no
qual se prolonga.
As
áreas mais baixas sofrem inundações de dezenas de quilômetros na
época das enchentes, formando lagos temporário e
amplos meandros divagantes de escoamento bastante complexo.
Geologia
O
quadro geológico do sudoeste do Cráton Amazônico, na área
abrangido pelo Estado de Rondônia, compreende unidades litológicas
e sistemas estruturais envolvidos em uma longa história geodinâmica
que registra os seus primórdios no final do período
paleoproterozóico, com continentalização no início do período
neoproterozóico.
Fonte:
Atlas Geoambiental de Rondônia, SEDAM.
A
região foi compartimentada com o objetivo de facilitar o
entendimento da história geológica regional, nos terrenos Jamari,
Roosevelt e Nova Brasilândia, sendo o primeiro subdividido nos
domínios Ariquemes-Porto Velho e Central de Rondônia. Essa
subdivisão baseou-se em critérios estratigráficos,
tectonometamórficos, geofísicos, geoquímicos e geocronológicos.
As coberturas fanerozóicas são comuns a todos os terrenos e,
portanto, tratados separadamente.
Terreno
Jamari
Neste
segmento crustal agrupam-se os tipos litológicos mais antigos
considerados
como pertencentes ao embasamento regional de Rondônia,
historicamente denominado de Pré-Cambriano. Este
ambiente, recoberto pela Floresta Tropical Aberta e ainda muito pouco
alterado pela intervenção humana, notabiliza-se por sua
estabilidade morfodinâmica frente aos processos erosivo e
deposicionais e a movimentos de massa.
O
Terreno Jamari caracteriza-se por um quadro estrutural onde se
ressalta a superposição de estruturas em condições de alto grau
metamórfico (temperaturas entre 700°C e 750°C, relacionados a, no
mínimo, dois ciclos de geração de retrabalhamento de rochas na
crosta terrestre (ciclos orogênicos).
Terreno
Roosevelt
A
região crustal denominada Terreno Roosevelt é constituída por
fragmentos do embasamento regional (Complexo Jamari), pelo denominado
Grupo Roosevelt, por uma suíte granítica de composição rapakivi
(Suit Intrusiva Serra da providência), pelos corpos máficos
relacionados à Suíte Básica-Ultrabásica Cacoal e por coberturas
sedimentares indeformadas correlacionáveis à Formação Palmeiral.
Idades
obtidas em rochas vulcânicas na região do médio Rio Roosevelt
indicam, para este terreno, idades máximas próximas a 1,74 bilhão
de anos. As evidências estruturais permitem interpretar que a região
foi palco de dois eventos tectônicos: o primeiro entre 1,74 e 1,62
bilhão de anos, em condições metamórficas de baixo/médio grau
(temperaturas entre 500°C e 600°C) e o segundo evento, de idade
mais jovem que 1,55 bilhão de anos, em condições metamórficas de
baixo grau (temperaturas entre 300°C e 400°C).
Terreno
Nova Brasilândia
O
Terreno Nova Brasilândia é constituído dominantemente por uma
sequência de rochas ígneas e sedimentares metamorfisadas em
condições de alto grau (temperatura em torno de 720°C), denominada
de Grupo Nova Brasilândia, por granitóides intrusivos das Suítes
Rio Pardo e Costa Marques, pelo Granito Rio Branco, por coberturas
sedimentares continentais da Formação Palmeiral e por coberturas
sedimentares marinho-continentais Paleo/Mesozóicas dos grupos
Primavera e Vilhena.
Está
diretamente associado ao desenvolvimento da Bacia dos Parecis, cujos
preenchimentos são caracterizados por sequências decorrentes de
ciclos marinhos alternados com períodos de continentalização,
envolvendo glaciação e desertificação. Muito expressivas neste
terreno são, igualmente, as coberturas sedimentares cenozoicas
inconsolidadas relacionadas à evolução da Planície do Guaporé.
Um
fator complicador para o entendimento da arquitetura pré-cambriana
da região diz respeito à definição dos megalineamentos, ou traços
tectônicos que a organizam, do ponto de vista de sua adequada
localização geográfica-geológica, de suas características
mecânicas, dos seus aspectos geométricos e cinemáticos e de sua
cronologia.
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