quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Os princípios da Geografia

Os princípios da Geografia são um conjunto de referências que nos permitem dizer que fazemos um discurso efetivamente geográfico sobre a realidade. São os elementos fundantes que permitem compreender cada uma das fases de produção do espaço, desde o período inicial, denominado fase de montagem, seguido pelo período do desenvolvimento e reerguimento de uma estrutura espacial mais densa, até chegar à fase do desdobramento, marcada por um movimento contínuo de reestruturação do arranjo espacial (MOREIRA, 2015).

Diversos autores abordaram essa temática em suas obras, como por exemplo Dollfus (1972), que destacou a importância da localização, homogeneidade, heterogeneidade e escala para que fosse possível compreender a dinâmica espacial.

Santos (2012) intitulou como principistas os geógrafos que buscavam encontrar leis ou princípios que permitissem a consolidação da geografia em ciência moderna: a Humboldt foi atribuído o princípio da unidade; a Ratzel, o da extensão, e a Jean Brunhes, o da conexão (SANTOS, 2012).

A Base Nacional Comum Curricular - BNCC (2018), destaca os princípios geográficos:

Localização: A localização pode ser absoluta (sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (relações espaciais topológicas ou interações espaciais).

Distribuição: A distribuição dos objetos pelo espaço. Extensão Espaço finito e contínuo delimitado pelo fenômeno geográfico.

Conexão: Interação entre fenômenos geográficos, próximos ou distantes.

Analogia: Um fenômeno é sempre comparável a outro. A semelhança entre fenômenos corresponde à unidade terrestre.

Diferenciação: A variedade dos fenômenos geográficos leva às diferenças entre áreas.

Ordem: Ordem ou arranjo espacial é o modo de estruturar o espaço de acordo com as regras da sociedade que o produziu


quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Filosofia Pós-Moderna: principais filósofos

Os filósofos pós-modernistas pós-estruturalistas em geral argumentam que a verdade sempre depende do contexto histórico e social, em vez de ser absoluta e universal, e que a verdade é sempre parcial e “em debate”, em vez de ser completa e certa.

Principais Filósofos

Jacques Derrida - Filósofo francês mais conhecido por desenvolver uma forma de análise semiótica conhecida como desconstrução, que ele discutiu em numerosos textos e desenvolveu no contexto da fenomenologia. Ele é uma das principais figuras associadas ao pós-estruturalismo e à filosofia pós-moderna.

Derrida reexaminou os fundamentos da escrita e suas consequências para a filosofia em geral; procurou minar a linguagem da "presença" ou da metafísica em uma técnica analítica que, começando como um ponto de partida da noção de Destruktion de Heidegger, passou a ser conhecida como desconstrução

Michel Foucault - Filósofo francês, historiador de ideias, teórico social e crítico literário. Primeiro associado ao estruturalismo, Foucault criou uma obra que hoje é vista como pertencente ao pós-estruturalismo e à filosofia pós-moderna. Considerado uma das principais figuras da chamada "French Theory", seu trabalho continua frutífero no mundo acadêmico de língua inglesa e em países influenciados, por exemplo os de línguas neolatinas, em um grande número de sub-disciplinas. O Times Higher Education Guide o descreveu em 2009 como o autor mais citado em ciências humanas.[67]

Michel Foucault introduziu conceitos como 'regime discursivo', ou re-invocou os de filósofos mais antigos, como 'episteme' e 'genealogia', a fim de explicar a relação entre significado, poder e comportamento social dentro das ordens sociais (As Palavras e as Coisas, A Arqueologia do Saber, Vigiar e Punir, e História da Sexualidade).

Jean-François Lyotard - creditado como o primeiro a usar o termo em um contexto filosófico, em seu trabalho de 1979, A condição pós-moderna. Nele, ele segue o modelo de jogos de linguagem de Wittgenstein e a teoria dos atos de fala, contrastando dois jogos de linguagem diferentes, o do especialista e o do filósofo. Ele fala sobre a transformação do conhecimento em informação na era do computador e compara a transmissão ou recepção de mensagens codificadas (informação) a uma posição dentro de um jogo de linguagem.

Richard Rortyargumenta em A Filosofia e o Espelho da Natureza que a filosofia analítica contemporânea imita erroneamente métodos científicos. Além disso, ele denuncia as perspectivas epistemológicas tradicionais do representacionalismo e da teoria da correspondência que se baseiam na independência dos conhecedores e observadores dos fenômenos e na passividade dos fenômenos naturais em relação à consciência.

Jean Baudrillardem Simulacros e Simulação, introduziu o conceito de que a realidade ou o princípio de "O Real" está em curto-circuito pela permutabilidade de signos em uma época em que os atos comunicativos e semânticos são dominados pela mídia eletrônica e pelas tecnologias digitais. Baudrillard propõe a noção de que, nesse estado, em que os sujeitos são desapegados dos resultados de eventos (políticos, literários, artísticos, pessoais ou outros), os eventos não têm mais influência sobre o assunto nem contexto identificável; eles, portanto, têm o efeito de produzir ampla indiferença, desapego e passividade em populações industrializadas.

Ele alegou que um fluxo constante de aparências e referências sem consequências diretas para os espectadores ou leitores poderia eventualmente tornar indiscernível a divisão entre aparência e objeto, resultando, ironicamente, no "desaparecimento" da humanidade no que é, de fato, um estado virtual ou holográfico, composto apenas de aparências. Para Baudrillard, "a simulação não é mais a de um território, um ser referencial ou uma substância. É a geração por modelos de um real sem origem ou realidade: um hiper-real”.

Fredric Jameson - estabeleceu um dos primeiros tratamentos teóricos expansivos do pós-modernismo como período histórico, tendência intelectual e fenômeno social em uma série de palestras no Whitney Museum, posteriormente expandido como Postmodernism, or The Cultural Logic of Late Capitalism (1991).


Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pós-modernismo>.

Filosofia Pós-Moderna: Características

Movimento filosófico que surgiu na segunda metade do século 20, filosofia pós-moderna é uma resposta crítica às suposições supostamente presentes nas ideias filosóficas modernistas sobre cultura, identidade, história ou linguagem que foram desenvolvidas durante o Iluminismo do século XVIII.

Os denominados pensadores pós-modernistas desenvolveram conceitos como diferença, repetição, traço e hiper-realidade para subverter grandes narrativas, univocidade do ser e certeza epistêmica. A filosofia pós-moderna questiona a importância das relações de poder, personalização e discurso na construção da  verdade e das visões de mundo. Muitos pós-modernistas parecem negar que existe uma realidade objetiva e parecem negar que existem valores morais objetivos.

                  Edifício Portland (1982), do arquiteto Michael Graves, um exemplo da arquitetura pós-moderna



Jean-François Lyotard definiu o pós-modernismo filosófico em The Postmodern Condition, escrevendo “Simplificando ao extremo, eu defino o pós-moderno como incredulidade em relação às metanarrativas”, onde o que ele entende por metanarrativa é algo como uma história unificada, completa, universal e epistemicamente certa sobre tudo.

Os pós-modernistas rejeitam as metanarrativas porque rejeitam o conceito de verdade que as metanarrativas pressupõem. Os filósofos pós-modernos em geral argumentam que a verdade é sempre contingente ao contexto histórico e social, em vez de ser absoluta e universal, e que a verdade é sempre parcial e “em questão”, e não completa e certa.

A filosofia pós-moderna é muitas vezes céptica quanto às simples oposições binárias características do estruturalismo, enfatizando o problema do filósofo distinguir claramente conhecimento da ignorância, progresso social da reversão, dominância da submissão, bem do mal e presença da ausência.

Mas, pelas mesmas razões, a filosofia pós-moderna deve ser particularmente cética sobre as complexas características espectrais das coisas, enfatizando o problema do filósofo novamente distinguindo conceitos de maneira clara, pois um conceito deve ser entendido no contexto de seu oposto, como existência e nada, normalidade e anormalidade, fala e escrita e coisas do gênero.

A filosofia pós-moderna também tem fortes relações com a literatura substancial da teoria crítica.


Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Pós-modernismo>.


Filosofia Moderna - características

A Filosofia Moderna é uma corrente ideológica que surgiu no século XV e prevaleceu até o século XVIII, marcando uma mudança de pensamento medieval - que até então era voltado à fé cristã - para a reflexão em torno do conhecimento humano e valorização da razão.

O início do pensamento moderno se deu com os filósofos René Descartes e Galileu Galilei, deixando para trás as ideias aristotélicas e abrindo caminhos para a possibilidade de explicações pautadas na ciência. Diante desse contexto, o final da Idade Média trouxe consigo muitas descobertas científicas e também grandes transformações culturais na Europa, provocando intensa repercussão no meio artístico e em outros campos do saber.

Nesse momento, apesar de muitas características clássicas do período medieval terem sido preservadas, surgiram novos paradigmas, como, por exemplo, a ideia do homem como centro do universo - antropocentrismo. Assim, pode-se dizer que as novas formas de pensar desenvolvidas a partir do Renascimento e difundidas pelo Humanismo colaboraram então para a consolidação do período conhecido como Filosofia Moderna. A Filosofia Moderna destacou-se por diversas características e escolas e, por isso, foi organizada a partir de correntes filosóficas que abordaram temas de mais destaque na época, como o Racionalismo e o Empirismo

A primeira corrente ganhou força a partir dos ideais difundidos pelos filósofos René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz. Para os racionalistas, o conhecimento verdadeiro era aquele obtido a partir da racionalidade, devendo eliminar tudo que se aprende a partir das experiências.

Já a segunda corrente filosófica defendia uma ideia contrária ao racionalismo, seguindo a concepção de que a experiência prática era a chave para a construção do conhecimento. Quanto mais intensa e rica fosse essa vivência, maior e mais profundo seria esse aprendizado. Os filósofos que impulsionaram essa corrente foram Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.

Vale destacar que durante a modernidade essa discussão entre racionalistas e empiristas contribuiu para que surgisse uma busca pela verdade absoluta e final. E alinhado com o dogmatismo está o ceticismo que, para estudiosos, é uma das características relevantes da Filosofia Moderna, pois entre os filósofos do período questionavam-se tudo que lhes eram apresentados.


Fonte: Mayanna Marques. <https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna>.

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Filosofia Moderna - Principais filósofos

Dentre os principais filósofos e escolas merecem destaque:

Nicolau Maquiavel (1469-1527) - Considerado pai do pensamento político moderno, Maquiavel desenvolveu sua filosofia no período renascentista. É autor de “O Príncipe”, obra que aponta as diretrizes de como os rei devem governar seus países.

Jean Bodin (1530-1596) - Filósofo francês, Bodin apresenta visões que contribuem para a evolução do pensamento político moderno. Faz a análise da teoria do direito divino dos reis em sua obra, composta por seis livros e denominada “A República”.

Francis Bacon (1561-1626) - Bacon colaborou com a criação do método indutivo de investigação científica que preza as observações e depois apresenta induções para os fenômenos naturais.

Galileu Galilei (1564-1642) - Astrônomo, físico e matemático, Galileu é considerado o pai da Física e da Ciência Moderna. Criador do método matemático experimental, que aplica a matemática a fenômenos naturais, e defensor das ideias heliocêntricas de Copérnico, Galileu contraria as crenças e dogmas católicos que acreditavam no geocentrismo.

René Descartes (1596-1650) - Criador do pensamento cartesiano, apresentado na obra “O discurso sobre o método”, de 1637, e que influenciou pensadores e filósofos modernos.

Baruch Spinoza (1634-1677) - É um filósofo holandês que critica e combate todo tipo de superstição, pois seriam criadas pela imaginação. Spinoza acredita e defende a existência de um Deus transcendental que está ligado a natureza.

São também importantes nomes da filosofia moderna: Thomas Hobbes, John Locke, David Hume, Montesquieu, Voltaire, Diderot, Rousseau, Adam Smith e Immanuel Kant, Isaac Newton e Pascal.

O Homem Vitruviano, Leonardo Da Vinci, 1492




Filosofia Moderna - concepções

 A Filosofia Moderna é uma corrente ideológica que surgiu no século XV e prevaleceu até o século XVIII, marcando uma mudança de pensamento medieval - que até então era voltado à fé cristã – para a reflexão em torno do conhecimento humano e valorização da razão.

O início do pensamento moderno se deu com os filósofos René Descartes e Galileu Galilei, deixando para trás as ideias aristotélicas e abrindo caminhos para a possibilidade de explicações pautadas na ciência.

Diante desse contexto, o final da Idade Média trouxe consigo muitas descobertas científicas e também grandes transformações culturais na Europa, provocando intensa repercussão no meio artístico e em outros campos do saber.

Nesse momento, apesar de muitas características clássicas do período medieval terem sido preservadas, surgiram novos paradigmas, como, por exemplo, a ideia do homem como centro do universo antropocentrismo.

Assim, pode-se dizer que as novas formas de pensar desenvolvidas a partir do Renascimento e difundidas pelo Humanismo colaboraram então para a consolidação do período conhecido como Filosofia Moderna.

A Filosofia Moderna destacou-se por diversas características e escolas e, por isso, foi organizada a partir de correntes filosóficas que abordaram temas de mais destaque na época, como o Racionalismol e o Empirismo.

A primeira corrente ganhou força a partir dos ideais difundidos pelos filósofos René Descartes e Gottfried Wilhelm Leibniz. Para os racionalistas, o conhecimento verdadeiro era aquele obtido a partir da racionalidade, devendo eliminar tudo que se aprende a partir das experiências.

Já a segunda corrente filosófica defendia uma ideia contrária ao racionalismo, seguindo a concepção de que a experiência prática era a chave para a construção do conhecimento. Quanto mais intensa e rica fosse essa vivência, maior e mais profundo seria esse aprendizado. Os filósofos que impulsionaram essa corrente foram Thomas Hobbes, John Locke e David Hume.

Durante a modernidade essa discussão entre racionalistas e empiristas contribuiu para que surgisse uma busca pela verdade absoluta e final. E alinhado com o dogmatismo está o ceticismo que, para estudiosos, é uma das características relevantes da Filosofia Moderna, pois entre os filósofos do período questionavam-se tudo que lhes eram apresentados.

Fonte: Mayanna Marques em 28/10/2020 e atualizado pela última vez em 30/10/2020. Disponivel em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-moderna.

Noções de poder

Não se pode negar que a discussão sobre as relações de poder sempre demonstrou um campo vasto de estudo que envolve objeto de estudos de vários saberes como a filosofia, sociologia, história, política e direito.

Tradicionalmente, o poder é compreendido como algo que é exercido por um agente capaz de impor sua vontade a outrem, independentemente da sua anuência. Essa noção tradicional está necessariamente ligada à ideia de liberdade, ou melhor, de restrição da liberdade individual pela dominação de um indivíduo por outro.

Max Weber (1991, p.33) apresenta um clássico conceito de poder ao asseverar que: “poder significa toda probabilidade de impor a vontade numa relação social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento dessa probabilidade”. Ou melhor, é a probabilidade de que uma ordem com um determinado conteúdo específico seja seguida por um dado grupo de pessoas.

A moderna sociologia norte-americana apresenta uma teoria interessante e que reforça a ideia de Max Weber. É a teoria do “poder de soma zero”. Defende essa teoria que o poder que alguém ou uma instituição possui é a contrapartida do fato de que alguém ou outra instituição não possui. Se 'X' detém poder é porque um ou vários 'Y' estão desprovidos de tal poder.

Hodiernamente, a teoria tradicional do poder teve seu espírito renovado por Dahl que, em meados do século XX, apresenta a seguinte definição: “poder é a relação entre dois sujeitos, dos quais o primeiro obtém do segundo um comportamento que, em caso contrário não ocorreria”. Dessa feita, enquanto relação entre dois sujeitos, o poder está estritamente ligado à ideia de liberdade; os dois conceitos são definidos um mediante a negação do outro: “O poder de ‘A’ implica a não liberdade de ‘B’; a liberdade de ‘A’ implica o não poder de ‘B’ ”(PERISSINOTTO, Renato Monseff. Revista de Sociologia e Política, nº 20, 2003).

Caminhando no mesmo sentido, Haywardn apud PERISSINOTTO (2003, p.38) atesta que o poder deve ser entendido não como algo que uma pessoa poderosa tem, mas como um conjunto de mecanismos sóciopolíticos que funcionam no sentido de limitar o campo de ação de todos os agentes sociais, até mesmo daqueles que a literatura chama de poderosos.

Nesse enfoque, o poder não tem face e não é exercido dentro de uma relação individual, pois é constituído por mecanismos que, por meio de normas, regras, hábitos e outros constrangimentos, que definem identidades e comportamentos a serem “naturalizados” pelos atores submetidos a eles.

Fonte: . <https://www.conjur.com.br/2009-jun-26/conceito-poder-concepcao-relacoes-trabalho#:~:text=Tradicionalmente%2C%20o%20poder%20%C3%A9%20compreendido,de%20um%20indiv%C3%ADduo%20por%20outro>. Acesso em: 3/10/2022.