domingo, 24 de maio de 2015

ÉTICA NA HISTÓRIA

A ética na antiguidade.

A ética nasceu na Grécia - contexto mítico e religioso
Regras de comportamento para permitir o convívio entre indivíduos.
Para Platão, todas as formas de governo poderiam ser resumidas em quatro, todas produtoras de homens não éticos:

1. Timocracia. O regime dos amantes da riqueza, onde o poder é partilhado apenas entre os membros das oligarquias, palavra que em grego significa “governo de poucos”, restringindo-se ao controle exercido pelas famílias mais ricas e proeminentes que formam a nobreza.
O poder é transmitido hereditariamente, sem possibilidade de alternância ou de compartilhamento.

2. Oligarquia. O regime decidido pela transação de fortunas, governado pelos ricos, independente de sua origem familiar, sem nenhuma participação dos pobres.
Onde o que é valorizado é a capacidade econômica e não a virtude.

3. Democracia. O governo da Pólis ao gosto de cada um, com representantes eleitos ou cidadãos participando diretamente, estabelecendo acordos para pautar leis, as quais os indivíduos devem se adaptar.

4. Tirania. O sistema em que um homem, o tirano, assume o poder sob pretexto de beneficiar o coletivo, mas que na verdade representa seu desejo por bajulações, demonstrando total ausência de virtude e pobreza de alma.
Antes de Aristóteles, herdeiro da tradição socrática, Platão tratou a ética como componente indissociável da vida política, da harmonia entre os habitantes da Pólis.

A ética medieval.
A Idade Média foi dominada pelo catolicismo na Europa Ocidental, pautando uma ética vinculada com a religião e dogmas cristãos, dominando o panorama conceitual entre o século XI e XIX;
O catolicismo alterou profundamente a ética, introduzindo a ideia de que a bondade, uma vida virtuosa, só podia ser alcançada pela vontade de Deus, desvinculando a felicidade da racionalização do mundo.

A ética moderna.
Entre os séculos XVI e XVIII, as discussões éticas estiveram centralizadas no embate entre racionalismo e empirismo.
Os preceitos religiosos começaram a perder força, em uma tentativa da ética se sobrepor a moral, universalizando e discutindo princípios de convivência em sociedade.

A ética contemporânea.
Ao separar o conhecimento da religião, no século XVIII, o iluminismo inaugurou uma releitura da ética, estabelecendo críticas que voltaram a centralizar o foco na razão, apostando na autonomia humana e na crença otimista no progresso.

A crise da ética.
O século XX, centralizado na sociedade de consumo e no individualismo, desvirtuou o caminho da preocupação com a coletividade no mundo Ocidental capitalista, inaugurando a crise da ética em sentido amplo.
A ética passou a ser um termo comum na boca de todos, mas esvaziada de sentido concreto, conceitualmente interpretada pelo senso comum de forma torta e equivocada.
Simultaneamente, a ética profissional passou a dominar o cenário globalizado,

Para saber mais:
ARISTÓTELES. A ética; textos selecionados. São Paulo: Edipro, 2003.
BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1974.
DESCARTES, René. Discurso sobre o método. São Paulo: Hemus, 1972.
HUME, David. Ensaios morais, políticos e literários. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
MACIEL JR, A. Pré-socráticos: a invenção da razão. São Paulo: Odysseus, 2007.

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