No século 21, as distâncias encurtaram e toda nova idéia ganha repercussões, antes imagináveis. Não há dúvidas de que isto faz parte do curso natural das coisas. No entanto, existem situações em os avanços são tão lentos que chaga a serem imperceptíveis as mudanças ocorridas ao longo do tempo.
Fica-se a imaginar, que para determinadas situações as mudanças não ocorrem. É como a história de um professor que se dizia educador e passou quase a vida toda assim pensando. Esse professor que se dizia educador trabalhou com muitos alunos e em várias escolas em lugares diferentes e ministrou muitas disciplinas.
Depois de muito tempo em sua atividade docente resolveu por um ato de humanidade fazer uma visita a determinada delegacia para conhecer o sistema e levar palavras de conforto e esperança, considerando a sua vasta experiência educacional.
Acontece que ao percorrer a delegacia, visitar celas e demais dependência, encontrou um dos seus alunos ali preso. Foi grande a surpresa, pois para aquele professor que se dizia educador jamais tal coisa poderia acontecer com um dos seus alunos, tendo em vista tudo o que foi ensinado na sala de aula.
Aproximou, puxou conversa e quis saber como o sujeito havia chegado a essa situação. Aliás, soube pelo mesmo, que outros alunos daquela turma e de outras escolas nas quais tinha lecionado, também haviam se tornado infratores nos mais diversos crimes.
No pensamento daquele professor surgiu um dos grandes questionamentos até então um tanto difícil de desmistificar para muitos profissionais que atuam na área educacional: o que é educar e o que é ensinar.
Há professores que ensinam e professores que educam. Ora a educação é uma ação profunda de conhecimento e discernimento da pessoa humana. Remete a ação transformadora do ser, da mudança de atitude, de raciocinar antes do agir. Simplesmente deixar florescer as habilidades e potencialidades tornando explícitos os poderes inatos do homem, do latim educare.
Ensinar, por sua vez, é ministrar ou transmitir conhecimentos. Nesse caso, o docente exerce um papel passivo no processo, sendo um simples banco de dados ou receptáculo do conhecimento alheio. È como se a mente humana fosse uma folha em branco, na qual os professores pudessem gravar o que desejassem é treinar para fazer algo.
Pensando na história do professor que ensinou aos alunos sobre os mais diversos conteúdos nas mais diversas disciplinas, verifica-se que os alunos apenas foram ensinados e não educados. Assim, educar significa, entre outras coisas, adquirir conhecimentos para a vida. No século 21, a educação precisa ser uma educação para o século 21, ou seja, é preciso educar e não ensinar os alunos, principalmente se esse ensino não tem nada a ver com a realidade deles.
Prof. Ms. Osmair Santos