sexta-feira, 28 de novembro de 2025

A realidade do mundo atual e a teoria do condicionamento ambiental

A realidade do mundo no qual vivemos na atualidade é marcada por uma complexidade multifacetada, que escancara crises globais, como as  geopolíticas e sanitárias, e mudanças tecnológicas em uma velocidade assustadora, que alteraram profundamente o trabalho e suas relações, e mais profundamente as interações sociais.

Pode se afirmar que a realidade do mundo hoje é de velocidade, conectividade, engajamento, de tensões, polaridades e de afinidades por gostos compartilhados. Em muitos casos, tal fato coexiste com uma percepção distorcida por parte das pessoas, que tendem a focar em aspectos negativos e informações sensacionalistas, muitas vezes sem interesse pela verdade factual, conforme documentado em diversas pesquisas.

Incoerentemente, quanto mais acumulo e disponibilidade de tecnologia, quanto mais conectadas as pessoas estão, mais solitárias e vazias se encontram. Nessa perspectiva, conceitos e valores como família, solidariedade, espiritualidade, dedicação, abnegação são deixados em segundo plano e deliberada ou inconscientemente deturpados, numa busca frenética de auto justificação a uma nova postura que já foi adotada ou pretende ser.

Nesse contexto é real a discussão e afirmação de que o homem é um ser social e portanto, não deveria viver isolado, resultado do excessivo uso das novas tecnologias e preso conscientemente ao mundo, alienado das questões do mundo real e condicionado ao isolamento, ambiente e espaço criado por ele mesmo.

É o ambiente global com sus facetas influenciando diretamente a vida das pessoas, desde as condições de saúde, bem-estar ou comportamento como bem afirma a psicologia e Behaviorismo.

Na psicologia, o termo se relaciona com as teorias de aprendizagem do condicionamento clássico (Ivan Pavlov) e condicionamento operante (B.F. Skinner). Ambas as teorias explicam como os comportamentos são moldados por associações entre eventos ambientais e respostas comportamentais, através de estímulos, reforços e punições.

No condicionamento clássico envolve a criação de uma resposta automática a um novo estímulo por meio de associações repetidas. Já o condicionamento operante concentra-se em como as consequências do comportamento (reforço ou punição) aumentam ou diminuem a probabilidade de esse comportamento se repetir. Nesse contexto, o condicionamento ambiental refere-se a como o ambiente, através de suas influências externas, molda o comportamento individual.

Outra interpretação comum refere-se à Teoria Ambientalista criada por Florence Nightingale, pioneira da enfermagem moderna. Sua teoria tinha como foco o meio ambiente, defendendo que todas as condições do entorno (higiene, ventilação, iluminação, temperatura) podem influenciar o processo de saúde, doença e recuperação dos pacientes.

Com o passar dos tempos, este conceito se expandiu para outras áreas, e em síntese, a teoria do condicionamento ambiental pode se referir a como os fatores externos, sejam eles estímulos de aprendizagem ou condições físicas do entorno podem influenciar a vida, o desenvolvimento e o comportamento dos organismos.


Fonte: 

A realidade do mundo de hoje. Edgar Stoever. https://pt.linkedin.com/pulse/realidade-do-mundo-de-hoje-edgar-stoever.

https://www.google.com/search?q=teoria+do+concionamento&rlz=1C1GCEU_pt-BRBR1161BR1183&oq=teoria+do+concionamento&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOdIBCTkxMTNqMGoxNagCCLACAfEFjjwauR4_RRo&sourceid=chrome&ie=UTF-8


segunda-feira, 24 de novembro de 2025

MEIO AMBIENTE E O SER HUMANO

Quando falamos em meio ambiente, devemos ter ciência de que esse termo pode ter diversos conceitos. A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, conceitua o meio ambiente como o conjunto de elementos físicos, químicos, biológicos e sociais que podem causar efeitos diretos ou indiretos sobre os seres vivos e as atividades humanas, ou seja, o identifica de acordo os componentes que fazem parte do mesmo.

Neste sentido, podemos afirmar que o meio ambiente é composto por todo tipo de vegetação, animais, micro-organismos, solo, rochas, água e a atmosfera e as relações e influências que são estabelecidas entre os seus componentes. É somente através da harmonia e do equilíbrio do meio ambiente que a vida é garantida no planeta e podemos desenvolver todas as nossas atividades.

Os estados e seus municípios, localizado na Região Amazônia desfrutam de uma exuberante, diversificada e bela vegetação, além de rios, igarapés, lagos, cacheiras e muitos outros corpos de água. A diversidade de animais e florestas faz com que a região tenha uma das mais bonitas fauna e flora do país e do planeta. 

Nesse cenário amazônico, são desenvolvidas as mais diversas atividades utilizando os diferentes espaços individuais e coletivos, almejando a qualidade de vida no presente e pensando no futuro. Os municípios dessa região, aos poucos vêm deixando de serem apenas exportador de matéria prima e já começa a dar grandes passos para a implantação de grandes indústrias.

Além do turismo e o comercio, o agronegócio em expansão movimenta uma significativa parcela da economia local. São fatores que se de um lado movimenta a economia, por outro trazem consigo a preocupação que todos devem ter com o meio ambiente, pois sendo este, um bem comum, é dever de todos a sua preservação para seja garantida a qualidade de vida. Afinal, ter um meio ambiente equilibrado é um direito garantido na Constituição Federal brasileira.

Em resumo o meio ambiente na região amazônica é caracterizado pela vasta biodiversidade, clima equatorial úmido e a presença do maior sistema fluvial do mundo



sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Recursos hídricos em Rondônia e suas complexidades

Em Rondônia, os principais impactos sobre os recursos hídricos estão relacionados às atividades antrópicas orientadas ao desenvolvimento econômico, como a expansão da fronteira agropecuária, responsável pelo desmatamento dos redutos florestais remanescentes e contaminação do solo e corpos d’águas locais.

A área de abrangência do PERH/RO compreende o território do Estado de Rondônia, com extensão total de aproximadamente 238.000 km2, onde estão inseridos 52 municípios que abrigam uma população de quase 1.790.000 habitantes (IBGE, 2016).

A atividade garimpeira, na região leste do Estado, também é uma fonte de poluição hídrica com o lançamento de metais pesados nos corpos d’água. A ocupação e distribuição populacional também geram impactos significativos sobre os recursos hídricos, principalmente devido à inexistência de redes de esgotamento sanitário nos municípios e, consequentemente, o descarte do esgoto doméstico diretamente em corpos d’água.

Nos estudos de disponibilidade hídrica registra-se a insuficiência de dados e informações quantitativas e qualitativas, mais acentuadamente no caso das águas subterrâneas. A disponibilidade hídrica superficial foi determinada a partir da vazão de referência Q95% (vazão de 95% de permanência), seguindo as diretrizes preconizadas na esfera federal.

A avaliação da qualidade da água superficial mostra condições regionais bastante distintas, considerando os parâmetros disponíveis nas estações de monitoramento de qualidade da água. A estimativa do potencial poluidor proveniente de efluentes domésticos, da pecuária e da agricultura mostrou-se consistente com os resultados proporcionais aos respectivos quantitativos de população humana, animal e área cultivada, mais preocupantes nos maiores centros urbanos e polos agropecuários.

No que tange às águas subterrâneas, o Sistema Aquífero Parecis, ao sul do Estado, apresenta a maior produtividade. Estudos apontam que, em geral, as águas subterrâneas em zonas urbanas de Rondônia possuem indicativos de contaminação provenientes de efluentes urbanos ou agropecuários e comprovam a precariedade das condições sanitárias da água consumida por grande parte da população abastecida por poços.

Sob a ótica do volume de água retirado para atendimento aos diferentes usos consuntivos, destaca-se o abastecimento animal que, a partir dos anos 2000, passou a representar as maiores retiradas de vazões do Estado, atingindo aproximadamente 40% da água consumida, seguido pelo setor de abastecimento humano urbano.

A irrigação, a partir do ano de 2004, passou a apresentar uma tendência contínua de crescimento. A retirada de água para o abastecimento humano rural apresentou decréscimo ao longo da série, motivada pelo êxodo rural. O município do Estado de Rondônia com as maiores retiradas de água para atendimento aos diversos setores usuários do recurso hídrico é Porto Velho.

O diagnóstico sobre as disponibilidades e as demandas hídricas em Rondônia, mostra que, de modo geral, os recursos hídricos do Estado possuem condições quantitativas de atender adequadamente aos setores usuários, a menos de problemas locais de desabastecimento.

Assim, é imprescindível o desencadeamento efetivo de ações de recuperação da qualidade das águas, bem como de maior conhecimento das características locais dos recursos hídricos, para seu aproveitamento otimizado e sustentável. Além disso, é importante destacar que os problemas de desabastecimento localizados deverão ser abordados no âmbito dos Planos de Bacias Hidrográficas.

 Sob a ótica do volume de água retirado pelos diferentes usos consuntivos, destaca-se o abastecimento animal, que a partir dos anos 2000 passou a representar as maiores retiradas de vazões do Estado, aproximadamente 40%, seguido pelo abastecimento humano urbano. A irrigação a partir dos anos 2004 passou a apresentar uma tendência contínua de crescimento.

O abastecimento humano rural apresenta decrescimento ao longo da série histórica. De modo geral, o município com maiores vazões retiradas do Estado de Rondônia no ano de 2016 foi Porto Velho. Em termos de UHGs, destacam-se as do Médio Rio Machado e Margem Esquerda do Rio Jamari.

Do diagnóstico sobre as disponibilidades e demandas hídricas em Rondônia, pode-se dizer que, de modo geral, os recursos hídricos do Estado possuem condições quantitativas de atender adequadamente a grande parte das demandas. Entretanto, é imprescindível o desencadeamento efetivo de ações de recuperação da qualidade das águas, bem como de maior conhecimento das características locais dos recursos hídricos, para seu aproveitamento otimizado e sustentável.

Além disso, é importante destacar que problemas locais de desabastecimento já existem em alguns municípios do Estado, conforme mencionado ao longo do estudo, e devem ser abordados com maior detalhe no âmbito dos Planos de Bacias Hidrográficas.

Para responder às necessidades levantadas relacionadas aos recursos hídricos do Estado, o PERH/RO é composto por 4 grandes Diretrizes Norteadoras:

- Desenvolvimento/ fortalecimento legal-institucional;

- Consolidação e implementação dos instrumentos de gestão de recursos hídricos;

- Desenvolvimento tecnológico, capacitação e comunicação; e

- Conservação da água, solo e ecossistemas.

As diretrizes norteadoras agregam 16 programas e 32 projetos específicos a serem implementados nos diversos municípios do Estado de Rondônia. O Estado de Rondônia não possui os critérios de outorga regulamentados. Para auxiliar a SEDAM, como órgão outorgante, na análise das alternativas dos critérios e procedimentos mais adequados, o PERH/RO, propôs critérios iniciais de outorgas.

No período de execução do PERH/RO nenhum rio de domínio do Estado apresentava proposta de enquadramento consolidada, devendo as águas doces ser consideradas como classe 2, segundo a Resolução CONAMA no 357/2005. O PERH/RO apresenta diretrizes para a elaboração da proposta de enquadramento dos cursos d’água, em conformidade com as legislações estaduais e nacionais vigentes.

Ainda, o PERH/RO buscou fornecer diretrizes gerais e uma estimativa do potencial de arrecadação global a partir da cobrança pelo uso da água nas bacias hidrográficas contidas no Estado de Rondônia.

O valor total estimado foi de aproximadamente R$ 63 milhões. Para os horizontes de 2021, 2026 e 2036, os valores estimados foram respectivamente de R$ 68 milhões, R$ 74 milhões e R$ 88 milhões. Desses montantes, 92,5% retornariam para os CBHs para a aplicação em projetos previstos nos planos de bacias hidrográficas.

Por fi m, é importante destacar que todos os resultados do Diagnóstico e Prognóstico dos recursos hídricos no Estado de Rondônia, bem como das Diretrizes, Programas e Projetos do PERH/RO foram consolidados a partir da participação pública, incorporando informações importantes de usuários de recursos hídricos, gestores municipais, sociedade civil, comunidades tradicionais, técnicos dos órgãos setoriais e demais cidadãos.


Texto do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia (PERH/RO).

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

INVISIBILIDADE DOS RIBEIRINHOS DA AMAZÔNIA

A região ribeirinha, apresenta desafios significativos impensáveis para moradores das comunidades tradicionais que a habitam histórica e secularmente. Viver nessas áreas é superar o isolamento geográfico, à precariedade de infraestrutura e aos impactos extremos dos ciclos de cheia e seca dos rios.

A população ribeirinha se caracteriza como uma população vulnerável por suas condições de moradia, precariedades sanitárias e distanciamento entre suas moradas, além dos momentos de angústia que enfrentam quando acontecem as enchentes e recentemente, grandes secas, consequência das degradações ambientais, impulsionadas pelo império capitalista.

Isolamento geográfico, limitações tecnológicas, dificuldades de locomoção e acesso as politicas públicas são algumas das principais barreiras enfrentadas por essas populações. No contexto geral, as principais dificuldades incluem:

  • Acesso a Serviços Básicos: O isolamento geográfico, frequentemente exacerbado pelas condições climáticas, dificulta ou impede o acesso a serviços essenciais, ou seja, a população está sempre alienada e carente de politicas públicas em todas as áreas dos direitos que lhes são assegurados constitucionalmente.

    • Saúde: Profissionais de saúde enfrentam grandes desafios logísticos para chegar a essas comunidades, e as unidades de saúde locais são frequentemente precárias ou inexistentes. Na grande maioria carente de profissionais que possa atender a população no lugar onde moram.

    • Educação: Estudantes enfrentam dificuldades diárias, com a falta de escolas adequadas e a necessidade de longos deslocamentos, geralmente de barco, para estudar em outras localidades. Com a nucleação escolar na região, a partir da década de 1990, as escolas existentes em pequenas comunidades foram desativadas aumentando o número de desistências e retenções de alunos, consequência dos longos percursos até as escolas-nucleos.

    • Saneamento Básico: A maioria das comunidades não possui acesso a esgoto tratado ou coleta regular de lixo, o que impacta diretamente a saúde local.

  • Impactos das Variações Climáticas: As comunidades ribeirinhas são altamente vulneráveis a eventos climáticos extremos, como secas severas e grandes inundações, fatores que tem se gravado nos últimos anos.

    • Secas: Causam a falta de água potável, dificuldade no transporte (barcos encalham em bancos de areia), escassez de alimentos e suprimentos, e a necessidade de deslocamentos constantes para cidades próximas.

Inundações: Resultam na invasão de casas pela água, perda de móveis e veículos, risco de doenças (dengue, verminoses, doenças de pele) e acidentes, além de aglomeração em áreas secas remanescentes.

  • Logística e Transporte: A dependência de rios como principal via de transporte torna a logística de suprimentos e o deslocamento de pessoas demorados e difíceis, especialmente durante a seca ou cheia, quando a navegabilidade é comprometida.

  • Vulnerabilidade Social: As comunidades são caracterizadas por condições de moradia vulneráveis e a falta de incentivos econômicos para práticas sustentáveis, muitas vezes dependendo de atividades de subsistência como pesca e agricultura.