quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Educação Escolar Indígena: novos caminhos


Rondônia atualmente é conhecido como o Estado das oportunidades. Possui uma superfície de 237.590,8 Km² (4,5% do território da Região Amazônica) e uma população de 1.562,4 mil habitantes com densidade demográfica de 6,58 hab/Km², composto por 52 municípios e tem como capital a cidade de Porto Velho, que devido à construção do complexo hidrelétrico do Rio Madeira e outras grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal ganhou destaque nacional nos últimos anos. Suas fronteiras territoriais são com a Bolívia e os Estados do Acre, Amazonas e Mato Grosso.
Localizado na Amazônia Ocidental, outros fatores se destacam como potencialidades para o desenvolvimento em bases sustentáveis, além do grande patrimônio cultural como a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (Porto Velho) e o Forte Príncipe da Beira (Guajará-Mirm). O estado dispõe ainda de um patrimônio natural com grandes riquezas biológicas, um sistema integrado pela continuidade da floresta com a grande bacia hidrográfica do Rio Madeira que integra vários subsistemas ecológicos.
De acordo com dados do Banco da Amazônia, o PIB do Estado de Rondônia é da ordem de R$ 15,0 bilhões (equivalente a 0,60% do PIB nacional) enquanto o PIB per capita corresponde a R$ 10,32 mil. O setor mais representativo na composição do PIB estadual é o de comércio e serviços, com participação relativa de 65%. A base produtiva apresenta-se bastante diversificada, fato que tem contribuído para o desenvolvimento de sua vocação exportadora. A exportação rondoniense é composta, predominantemente, por produtos básicos e semimanufaturados, destacando-se bens de origem animal, florestal e agrícolas (Basa - Plano de aplicação dos recursos para 2012).
A diversidade cultural se destaca com suas mais diversificadas representações. Vale destacar a população indígena que vem ganhando  reconhecimento e apoio dos órgãos constituídos, entre estes a Secretaria de Estado da Educação que se manifesta através da construção de escolas, compra de equipamentos  e contratação de professores para atuar diretamente nas Aldeias. No Município de Porto Velho, o Povo Indígena Karitiana obteve grandes conquistas em relação à educação escolar. Distribuído em quatro Aldeias, três delas têm escola que atende os alunos do Ensino Fundamental (Aldeia Central, Joari e Candeias). Na Aldeia Bom Samaritano, uma escola está em processo de criação e na Aldeia Central o Ensino médio já funciona desde o ano de 2011.
O povo Indígena Karipuna, por sua vez, através do Consórcio Hidrelétrico do Rio Madeira obteve a construção de uma Unidade Escolar com quatro salas de aula e demais dependências. Anteriormente, na Aldeia existia uma escola construída de madeira que funcionava em precárias condições. A conquista se deve a determinação do professor indígena Batiti Karipuna, que trabalha no local e atende os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A perspectiva e que no ano de 2013, seja implantado de forma gradativa, na Escola Pin Kaeipuna, o segundo seguimento do Ensino Fundamental (6º ao 9º). Como em todas as outras Aldeias Indígenas, a grande dificuldade é professor para atuar nestes lugares de difícil acesso.
Dificuldades no atendimento existem, no entanto, a equipe da Coordenação de Educação Escolar Indígena de Porto Velho, formada pelos Técnicos: Márcia, Leonildo, Maelson, Osmair e Michele, vem superando barreiras e proporcionado às escolas indígena sob sua jurisdição, apoio pedagógico e acompanhamento técnico constante, algo carente há muito tempo nessas escolas e que agora ganha sua devida atenção. A logística para o atendimento ainda é pequena, no entanto, o esforço é unânime e cada dia e em cada visita realizada em uma Aldeia, o entusiasmo renasce em meio ao sentimento do dever cumprido com a vontade de fazer de algo mais.
Os professores indígenas no Estado de Rondônia passam por um ciclo de formação, tanto de ensino médio (magistério), como de nível superior (Curso Intercultural) pela Universidade Federal de Rondônia, que está transformando as atividades dos professores em sala de aula. A mudança já é percebida no cotidiano da escola e na valorização dos aspectos culturais de cada povo. Os resultados advindos de tudo isso, certamente que é mérito dos próprios povos indígenas que começam a ter seus direitos constitucionais respeitados e efetivamente garantidos. Um desses direitos, com certeza é a educação.