O conceito de áreas degradadas ou degradação ambiental tem sido geralmente associado aos efeitos ambientais considerados negativos ou adversos decorrentes principalmente de atividades ou intervenções antrópicas. Raramente o termo se aplica às alterações decorrentes de fenômenos ou processos naturais.
No decorrer das mudanças de concepções sobre o uso dos recursos naturais tal conceito tem variado segundo a atividade em que esses efeitos são gerados, bem como em função do campo do conhecimento humano em que são identificados e avaliados. De acordo com o uso atribuído ao solo, a definição de degradação pode então variar, como podemos verificar a seguir:
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da sua NBR 10703, a degradação do solo é apontada como sendo a “alteração adversa das características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento, como os potenciais”, (TAVARES et al, 2008)
O conceito contempla o entendimento do solo enquanto espaço geográfico, ou seja, extrapola o sentido de matéria ou componente predominante abiótico do ambiente. Além disso, ao citar a expressão “alteração adversa”, sugere a aproximação com o conceito de efeito ou impacto ambiental considerado negativo.
Outros conceitos reafirmam a definição para área degradada como o reafirmado por LAL (1998):
Um dos principais processos relacionados com a degradação de terras é a própria degradação do solo, definida como a perda da capacidade produtiva e da utilizadade atula ou potencial do mesmo. Os processos relacionados com a degradação do solo são: erosão, compactação, acidificação, salinização, esgotamento de nutrientes, exaustão do solo, diminuição do carbono orgânico e da biodiversidade. Tais processos podem afetar outros componentes do meio físico, como clima, vegetação e água, caracterizando, assim, as áreas degradadas (LAL, 1998).
Para Parrota (apud KOBYAMA, 2001), as áreas degradadas são caracterizadas por solos empobrecidos e erodidos, hidrologicamente instáveis, e com redução da diversidade biológica e produtividade primária. Moreira (2004) considera que as áreas degradadas são extensões naturais que perderam a capacidade de recuperação natural após sofrerem distúrbios e faz a seguinte conceituação:
A degradação é um processo induzido pelo homem ou por acidente natural que diminui a atual e futura capacidade produtiva do ecossistema. De acordo com Belensiefer (1998) áreas degradadas são aquelas que perderam sua capacidade de produção, sendo difícil retornar a um uso econômico. O termo degradar conforme Ferreira (1986) pode ser interpretado como: estragar, deteriorar, desgastar, atenuar ou diminuir gradualmente (MOREIRA, 2004).
Segundo Reinert (apud KOBYAMA, 2001), a degradação do solo pode ser dividida em três categorias:
1 Degradação física: refere-se ás alterações de características ligadas ao arranjamento das partículas do solo, tendo como principais parâmetros a permeabilidade, a densidade, a estrutura, a aeração e a coesão. Alto grau de compactação, baixa aeração, alta friabilidade, alta susceptibilidade à erosão, baixa retenção de água e alteração topográfica do terreno;
2 Degradação biológica: este tipo de degradação demonstra a baixa ou nula atividade da micro, meso e macrofauna e flora no solo. Isto é consequência dos baixos valores de matéria orgânica presente;
3 Degradação química: esta forma de degradação é reflexo da presença de elementos indesejáveis no solo, ou então a perda de elementos essenciais para o equilíbrio deste. Por exemplo, a deposição de substâncias tôxicas em um aterro pode degradar quimicamente o solo.