sexta-feira, 1 de maio de 2015

AULA DE FILOSOFIA: ORIGEM DO CONHECIMENTO

Qual a origem do conhecimento: a razão ou a experiência? 

Racionalismo
A razão é a fonte principal do conhecimento.
O conhecimento sensível é considerado enganador.
As representações da razão são as mais certas, e as únicas que podem conduzir ao conhecimento.

Objetivo: atingir verdades indiscutíveis, deduzidas logicamente, a partir de uma evidência irrefutável.
Dúvida Metódica: todos os dados do sentidos o podem enganar.
Primeira Evidência. Ao pôr tudo em dúvida descobre que a única coisa que resiste à própria dúvida é a razão. Esta seria a primeira verdade absoluta da filosofia. "Eu penso, logo existo" (cogito).
Ideias inatas. Descobre ainda que possuímos ideias, como a ideia de perfeição, que se impõem à razão como verdadeiras, mas que não derivam da experiência, nem foram por nós criadas. Atribui a sua criação a Deus (prova da existência de Deus).   
Deus garantia da verdade. Sendo a bondade um dos atributos de Deus, certamente que Ele não nos enganar, logo as ideias inatas são verdadeiras. Deus é assim, a garantia da possibilidade do acesso à verdade.
Dualismo. Deduz uma divisão nas coisas:
Aquilo cuja existência se revelou irrefutável, corresponde à razão ("pensamento", "espírito", "alma" ou "entendimento").
Aquilo que levanta dúvidas, corresponde ao mundo exterior (corpos físicos).
Dedução. Só com base nestas ideias claras e distintas, se pode construir um conhecimento universal e necessário.  

Empirismo
 Para o empirismo a experiência é a fonte de todo o conhecimento, mas também o seu limite. Os empiristas negam a existência de ideias inatas, como defendiam Platão e Descartes. A mente está vazia antes de receber qualquer tipo de informação proveniente dos sentidos.
 

 
 
Tipos de Conhecimento segundo Hume:
1. Conhecimento resultante das relações entre ideias. Nesta categoria inclui a aritmética, a algebra e geometria. Estamos perante raciocínios demonstrativos, cujas conclusões são independentes da realidade e se apresentam como necessárias.  
 2. Conhecimento resultante da relação entre factos. Estes raciocínios são indutivos, logo apenas prováveis. Correspondem em geral a relações de causa-efeito.  

3. Criticismo
Kant (1724-1804). Todo o conhecimento inicia-se com a experiência, mas este é organizado pelas estruturas a priori do sujeito. Segundo Kant  o conhecimento é a síntese do dado na nossa sensibilidade (fenómeno) e daquilo que o nosso entendimento produz por si (conceitos). O conhecimento nunca é pois, o conhecimento das coisas "em si", mas das coisas "em nós". 


 
Sensibilidade
A sensibilidade é uma faculdade que nos permite receber ou perceber objectos mediante impressões (sensações) através dos sentidos externos. Estas impressões são percepcionadas no espaço e no tempo, formas puras (vazias) que fazem parte das estruturas cognitivas inatas do sujeito. Elas são a condição indispensável para que possamos ter acesso ao conhecimento sensível (empírico). 

Entendimento
O entendimento é uma faculdade que nos permite dar forma, unificar e ordenar os dados recebidos da sensibilidade. Para produzir conhecimentos (juízos) utiliza 12 categorias (causa, substância, etc), cuja função é estabelecer relações entre fenómenos (julgamentos). Os juízos são pois operações de interpretação e organização dos dados sensoriais. O conhecimento resulta da aplicação destas categorias (conceitos puros) à experiência. 

Classificou os juízos em três tipos
Juízos Analíticos. Ex. "O triângulo tem três lados". O predicado está contido sujeito. Trata-se de um juízo a priori, isto é, não está dependente da experiência. Este tipo de juízo é universal e necessário.
Juízos Sintéticos. Ex."Os lisboetas medem mais do que 1,3 metros de altura". O predicado acrescenta elementos novos ao sujeito. Trata-se de um juízo a posteriori, pois assenta em dados da experiência e carece da mesma como comprova. Este tipo de juízo não é universal, nem necessário.
 Juízos Sintéticos a priori (a sua principal inovação teórica). Ex. "Uma recta é a menor distância entre dois pontos". Este juízo acrescenta algo de novo ao sujeito, mas não está dependente da experiência. Este tipo de juízo é universal e necessário. 

Razão
A razão tem a função de sintetizar os conhecimentos, dando-lhes uma unidade mais elevada. Não trabalha sobre os conhecimentos sensoriais, mas sobre os juízos do entendimento. Elabora juízos dos juízos, produzindo "ideias" que  ultrapassam os limites da experiência.


 

 
 

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