O que é filosofia
A palavra filosofia tem origem grega e é uma junção das
palavras “philos” (amor) e “sophia” (conhecimento), que
significa amor ao conhecimento ou, também, amor à sabedoria. Esta palavra foi
utilizada pela primeira vez por Pitágoras no século VI a.C., um filósofo e
matemático bem conhecido. Assim a filosofia indica um estado de espírito da
pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o
respeita.
Fonte: https://etimologia.com.br/filosofia/
Desde a Antiguidade, a surpresa e o espanto perante
o mundo levaram o homem a formular questões sobre a origem e a razão do
universo e a buscar o sentido da própria existência. Segundo a filosofia, todos
os aspectos da cultura humana podem ser objetos de reflexão. A questão central
de cada corrente filosófica está inserida na estrutura econômica, social e
política de determinado momento histórico.
Surgimento da filosofia
São diversos os fatores históricos que fazem parte do
surgimento da filosofia. São eles: a humanização dos deuses gregos, as viagens
marítimas, o desenvolvimento de uma economia comercial urbana, a utilização em
larga escala da moeda, a criação de um calendário laico, o uso do alfabeto, a
atividade política e o surgimento da razão.
A humanização dos deuses gregos se dá pela projeção de
traços humanos nas divindades gregas ou a concepção dos deuses à
imagem dos seres humanos, o que facilita a autonomia humana em relação à
religiosidade, algo que constituiria importante aspecto da especulação
filosófica.
No mesmo sentido, atuam as viagens marítimas, que
revelam a diferença entre os relatos míticos e as observações geográficas
efetuadas. Por conta de sua construção e localização geográfica, a sociedade
grega tornou-se um importante centro de comércio e uma potência marítima. Isso
fez com que os gregos tivessem contato com outras culturas.
Outro importante fator para a desmitificação da realidade
é ao uso de um calendário desvinculado da religião, organizado com base em
eventos humanos e regularidades da natureza, como as estações do ano.
A economia comercial urbana, a circulação generalizada
da moeda e o uso do alfabeto também contribuíram para o
desenvolvimento de um pensamento abstrato.
As cidades-estados gregas, formadas no período arcaico e
consolidadas em configurações democráticas ou oligárquicas na época
clássica da Antiguidade Helênica (séculos V a.C. e IV a.C.), instituíram uma
novidade histórica. Trata-se do surgimento da política, compreendida como
corpo cívico no qual os cidadãos, em igualdade de condições, apresentam
propostas, debatem e participam diretamente das decisões de sua comunidade.
Nas assembleias das cidades gregas, o discurso
racional assume o plano principal dos debates, pois os temas da
coletividade são discutidos por cidadãos que, para a defesa de seus pontos de
vista, dependem apenas da qualidade de suas argumentações. Então, pode-se
constatar que o surgimento da filosofia corresponde ao exercício da política e
na constituição de uma cultura propensa à dessacralização do saber e da razão.
O primeiro filosofo da história foi Tales de Mileto, no
início do século VI a.C., mas foi o Pitágoras quem criou o termo filosofia.
Desde então, a filosofia é a atividade que se dedica a compreender, identificar
e comunicar a realidade através de conceitos lógico-racionais.
A partir do final do século VII a.C., os primeiros
filósofos, conhecidos como filósofos pré-socráticos – recebem esse nome pois
são os filósofos que antecederam Sócrates – dedicaram-se à investigação sobre a
natureza (physis) e buscaram estabelecer princípios lógicos para a formação do mundo.
A natureza desmitificada (sem o auxílio das explicações míticas) era o objeto
de estudo, tendo como principal objetivo encontrar o elemento primordial
(arché) que teria dado origem a tudo o que existe.
Esses pensadores buscavam nos elementos da natureza as
respostas sobre a origem do ser e do mundo e por isso eram chamados de
“filósofos da physis” ou “filósofos da natureza”. Foram eles os
responsáveis pela transição da consciência mítica para a consciência
filosófica. A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu
origem a uma produção de conhecimento e de representação da realidade. Toda
essa construção serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental.
Linhas de
Pensamento
Lógica
Trata da preservação da verdade e dos
modos de se evitar a inferência e raciocínio inválidos.
Metafísica ou
ontologia
Trata da realidade, do ser e do nada.
Epistemologia ou
teoria do conhecimento
Trata da crença, da justiça e do
conhecimento.
Ética
Trata do certo e do errado, do bem e
do mal.
Filosofia da Arte
ou Estética
Trata do belo.
Períodos da Filosofia e principais pensadores
Filosofia Antiga – a.C. a 300 d.C.
É a fase de origem da filosofia, entendida como uma
maneira de pensar totalmente nova que se originou na Grécia no final do século
VII e início do século VI a.C. A filosofia antiga marca a primeira forma
de pensamento filosófico existente e surge da admiração e do questionamento de
alguns pensadores gregos insatisfeitos com as explicações tradicionais da
realidade. Até então, todas as indagações humanas acerca do mundo e da natureza
tinham recebido respostas baseadas no misticismo, na magia e na religião.
Os pensamentos desenvolvidos na época serviram de base
para a construção do raciocínio crítico e do modo de pensar ocidental. Antes,
não havia preferência para explicações racionais e lógicas para os fenômenos da
natureza. Com os primeiros raciocínios filosóficos (baseados em análises
empíricas da realidade), surgiram as primeiras formas de ciências.
Isso ocorreu na região da Jônia (Grécia), onde as cidades
eram movimentadas pelo mercantis do mar Mediterrâneo e, por isso, tinham grande
concentração de intelectuais. Foi precisamente na cidade de Mileto que surgiram
os três primeiros filósofos (Tales, Anaximandro e Anaxímenes), que tinham ideias
que rejeitavam as explicações tradicionais baseadas na religião e buscavam
apresentar uma teoria cosmológica baseada em fenômenos observáveis.
A Filosofia Antiga pode ser dividida em três
períodos, pré-socrática, socrática e pós-socrática.
Pré-socráticos
Parmênides de Eleia (c. 515 – 440 a.C.)
Parmênides é considerado o fundador da escola de
pensamento de Eleia, colônia grega que ficava no litoral da região da Campânia
(sul da Itália). Para alguns estudiosos, ele teria sido discípulo do pitagórico
Amínia, para outros ele era considerado um seguidor do pensamento de Xenófanes.
Ele foi admirado por seus contemporâneos por ter levado
uma vida regrada e exemplar. Pouco se conhece sobre a sua vida, mas sabe-se que
ele esteve em Atenas por volta da metade do século V, onde conheceu e se tornou
amigo de Sócrates.
Parmênides foi o mais influente dos filósofos antes de
Platão. Em sua doutrina se destacam o monismo e o imobilismo. Ele defendia a
ideia de que tudo o que existe é eterno, imutável, indestrutível, indivisível
e, portanto, imóvel. Além disso, ele considera que o pensamento humano pode
atingir o conhecimento e a compreensão.
Ao contrário da maioria dos filósofos precedentes, que
divulgaram seus pensamentos em prosa, Parmênides era um poeta e escreveu sua
grande obra – hoje, disponíveis apenas fragmentos – em versos hexâmetros
semelhantes aos de Homero. Além disso, ele atribuiu suas ideias a uma revelação
divina.
Principais Obras
Pitágoras (c. 580 – 497 a.C.)
A vida desse filósofo, considerado um dos fundadores da
Matemática, está envolvida em muitas lendas, porque talvez Pitágoras não
tenha deixado uma obra escrita. Mas, o que se sabe, com certeza, é que os
primeiros trabalhos expondo a doutrina dessa escola filosófica foram escritos por
Filolau, um contemporâneo de Platão.
Segundo a lenda, Pitágoras nasceu na ilha de Samos, na
Ásia Menor, por volta do primeiro quarto do século VI a.C., tendo falecido ao
fim desse mesmo século. Aristocrata, teria deixado a ilha por aversão à tirania
de Polícrates, passando, então, a visitar santuários gregos e o Egito.
A vida e a obra de Pitágoras ficaram conhecidas como
sendo o “filósofo feminista” por admitir mulheres na sua escola, ao contrário
do que era habitual na época, em que às mulheres era atribuído um papel
secundário e subserviente. Da obra dele, ressalta que a sua reforma religiosa
foi tão relevante que viria a servir de suporte ao pensamento filosófico de
Platão.
Por volta de 530 a.C. teria se mudado para a cidade de
Crotona, na Magna Grécia, onde passou a se dedicar ao ensino e à política. Ao
que parece, a confraria fundada por Pitágoras teve atuação decisiva na derrota
que, em 510 a.C., Crotona atribuiu à cidade de Sibaris. Depois, Pitágoras e
seus partidários aristocratas teriam sido derrotados por um partido
democrático. Não se tem notícia sobre as causas da morte do filósofo, mas
alguns estudiosos acreditam que ele poderia ter sido assassinado em uma
perseguição política.
Principais Obras
Não se sabe as obras realizadas por Pitágoras, mas
sabemos que foi ele que deu os primeiros passos para a descoberta da teoria dos
números – estudo das relações abstratas envolvendo números. Uma interessante
curiosidade sobre os estudos pitagóricos são os números
amigáveis: dois números se dizem amigáveis se cada um deles é igual à soma
dos divisores próprios do outro.
Uma das grandes descobertas geométricas pitagórica é o
Teorema de Pitágoras, que é uma relação matemática entre os comprimentos dos
lados de qualquer triângulo retângulo. Ou seja, num triângulo retângulo, a soma
dos quadrados dos comprimentos dos catetos é igual ao quadrado do comprimento
da hipotenusa.
Além disso, outras importantes descobertas atribuídas aos
pitagóricos são:
- Aritmética pitagórica;
- Descoberta de grandezas irracionais;
- Identidades algébricas;
- Resoluções geométricas de equações quadráticas;
- Transformações de áreas.
Tales de Mileto (c. 624 – 556 a.C.)
Tales, considerado o primeiro pensador do ocidente, era
tão sábio que, prevendo pela meteorologia uma colheita abundante, comprou todos
os instrumentos usados para processar a azeitona, arrendando-os tempos depois
com um grande lucro. Por esse motivado, além de ter sido matemático, também
ficou conhecido como astrônomo.
Nascido na cidade de Mileto (Ásia Menor), sua grande
contribuição foi a busca de um princípio único para as coisas da natureza.
Segundo alguns historiadores, Tales foi comerciante, o que lhe rendeu recursos
suficientes para dedicar-se a suas pesquisas. Ele provavelmente viajou para o
Egito e a Babilônia, entrando em contato com astrônomos e matemáticos. Depois
de aposentado, passou a dedicar-se à matemática, estabelecendo os fundamentos
da geometria.
Atribuem-se a Tales diversas descobertas matemáticas.
Além de estudar a geometria do círculo e do triângulo isósceles, ele demonstrou
o cálculo da altura de uma pirâmide, baseado no comprimento de sua sombra. Daí,
surgiu o Teorema de Tales, que afirma que num plano, a interseção de retas
paralelas por retas transversais, forma segmentos proporcionais.
Principais Obras
Sabemos que Tales foi um dos grandes contribuidores para
a matemática e a ciência tal como ela é hoje. Porém, não foram encontrados
pelos historiadores modernos nenhum tipo de arquivo deixado por ele.
Nem manuscritos, nem estudos, nada existe de autoria do próprio filósofo.
No entanto, podemos citar os feitos de Tales descritos
por Aristóteles e Heródoto como o conjunto de sua obra. São eles:
- Teorema de Tales;
- Descoberta do triângulo isósceles;
- Explicação e previsão sobre eclipse solar;
- Explicação sobre as enchentes no Rio Nilo;
- Descoberta de que o triângulo é determinado
pela sua base e os ângulos de suas extremidades;
- Formulação da primeira teoria cosmológica e
invenção da filosofia.
Filosofia Clássica
A Filosofia Clássica teve os sofistas – grandes mestres
que eram procurados por jovens bem-nascidos, dispostos a pagar muito dinheiro
para aprender o que os filósofos tinham a lhes ensinar – e Sócrates como
principais personagens. Eles se distinguem pela preocupação metafísica, ou
procura do ser, e pelo interesse político em criar a cidade harmoniosa e justa
que tornasse possível a formação do homem e da vida de acordo com a sabedoria.
Esse período corresponde ao apogeu da democracia e é marcado pela hegemonia
política de Atenas.
Sócrates (469 a.C. – 399 a.C.)
Conhecido somente pelo testemunho de Platão, já que não
deixou nenhum documento escrito, Sócrates desloca a reflexão
filosófica da natureza para o homem e define, pela primeira vez, o universal
como objeto da ciência. Dedica-se à procura metódica da verdade identificada
com o bem moral. Seu método se divide em duas partes. Pela ironia (do
grego eironéia, perguntar) ele força seu interlocutor a reconhecer que ignora o
que pensava saber. Descoberta a ignorância, tenta extrair do interlocutor a
verdade contida em sua consciência (método denominado maiêutica).
Sócrates é famoso por ter contribuído para os primeiros
estudos dessa área, sendo considerado, inclusive, patrono da filosofia
ocidental. Alguns duvidavam de sua existência. Contudo, depois que os diálogos
com seus discípulos, como Platão, vieram à tona por meio de obras escritas,
teve-se a certeza da sua vida e obra.
Foi no momento de esplendor de Atenas e da democracia
ateniense que Sócrates floresceu, expressão que tradicionalmente designa o
período de atuação dos filósofos, em especial da Antiguidade. Ele estudou as
doutrinas de seus antecessores (os chamados pré-socráticos) e concluiu que elas
eram um emaranhado de teorias conflitantes, além de inexistir um modo
efetivamente satisfatório de se decidir por uma delas.
Além disso, Sócrates também questionou o interesse do
conhecimento desenvolvido pelos que vieram antes dele, o qual se voltava para a
natureza o mundo e do universo. Sócrates se perguntava em que isso afeta o
nosso comportamento. Para ele, o mais importante era saber o que é bom, o que é
certo, o que é justo, ou seja, estabelecer um conhecimento que ajudasse a
pautar uma conduta correta para o ser humano.
Ao contrário dos pré-socráticos, que discutiam questões
relacionadas à natureza, Sócrates e os socráticos apreciavam analisar questões
humanas, seus valores, verdades e fundamentos. Para eles, os homens fariam
melhor se investigassem a si mesmos: a verdadeira descoberta estava no interior
da alma humana, e não fora dela.
O filósofo foi tido por muitos como um homem sábio
justamente por assumir não saber de nada. A frase mais célebre atribuída a
ele é: “Só sei que nada sei”.
Considerado por alguns como o primeiro a ter pensamentos
humanistas, Sócrates gostava de desenvolver suas reflexões filosóficas em
praças públicas de Atenas. Conversava com jovens, em especial sobre política e
religião, buscando saber o que pensavam.
Principais Obras
Não há registros e obras escritas por Sócrates. Naquela
época, era difícil guardar material escrito. Além disso, relatos apontam que
ele considerava a tradição oral mais importante.
Sócrates confiou seus estudos aos discípulos. Isso
significa que o que realmente se sabe sobre ele é por meio dos seus alunos –
Platão, Xenofonte e Aristófanes.
Platão (427 a.C. – 347 a.C.)
Um dos filósofos mais importantes de todos os tempos,
Platão não deixou uma obra filosófica sistemática, organizada de forma lógica e
abstrata. As obras dele foram escritas em forma de diálogo, em que diferentes
personagens discutem um determinado tema. Aliás, o diálogo não é apenas a forma
como o filósofo se expressa, mas também a essência de seu método filosófico de
descoberta da verdade.
Uma das principais ideias de Platão era que o
conhecimento é resultado do convívio entre homens que discutem de forma livre e
cordial. Discípulo de Sócrates, Platão afirma que as ideias são o próprio
objeto do conhecimento intelectual, a realidade metafísica. Para melhor expor
sua teoria, utiliza-se de uma alegoria, o mito da caverna, no qual a caverna
simboliza o mundo sensível, a prisão, os juízos de valor em que só se percebem
as sombras das coisas.
O exterior é o mundo das ideias, do conhecimento racional
ou científico. Feito de corpo e alma, o homem pertenceria simultaneamente a
esses dois mundos. A tarefa da filosofia seria libertar o homem da caverna, do
mundo das aparências para o mundo real, das essências.
Principais Obras
A maior parte dos escritos de Platão é composta
pelos diálogos socráticos, em que Sócrates, é a figura central. Os diálogos se
baseiam em um tema, mas podem se desdobrar em outros assuntos. Hoje, conhece-se
35 diálogos que podem ser compreendidos dentro de quatro
períodos distintos:
- Diálogos de juventude ou socráticos: Apologia
de Sócrates, Láques ou Da coragem, Cármides ou da sabedoria;
- Diálogos ditos de transição: Hípias menor,
Hípias maior, Górgias, Protágoras, A República (livro I);
- Diálogos de maturidade: Fédon, O Banquete, A
República (livros II a X);
- Diálogos considerados de velhice: Parmênides,
Teeteto, O Sofista, Timeu.
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
Nascido na cidade de Estagira, pertencente ao Império
Macedônico, Aristóteles era aluno de Platão e passou a discordar de uma ideia
fundamental de sua filosofia e, então, o pensamento dos dois se distanciou.
Talvez seja esse o ponto de partida para se falar da obra filosófica
aristotélica.
O filósofo grego se dedicou aos estudos de lógica, que
renderam bons resultados para a argumentação, para a linguagem e para a escrita
filosófica até a contemporaneidade, quando filósofos da linguagem desenvolveram
novos modos de se entender e estudar a lógica.
A lógica, segundo ele, é um instrumento para atingir
o conhecimento científico, ou seja, aquilo que é metódico e sistemático. Ao
contrário de Platão, afirma que a ideia não possui uma existência separada –
ela só existe no ser real e concreto.
Ele foi o fundador do Liceu, uma escola filosófica para
ensinar os seus discípulos. Havia muitas semelhanças entre o Liceu de
Aristóteles e a Academia de Platão. E até por isso, quando Platão morreu,
Aristóteles esperava receber o cargo de gestor da Academia, o que não
aconteceu. Chateado com a situação, o pensador mudou-se para Artaneus, cidade
na Ásia Menor, onde ele recebeu o cargo de conselheiro político.
Talvez o maior legado que Aristóteles tenha deixado para
a posteridade seja a classificação sistemática das áreas do conhecimento, a
lógica e a valorização do conhecimento empírico para a obtenção de qualquer
conhecimento prático sobre o mundo.
Principais Obras
Nos dias de hoje, temos o conhecimento de 22 textos
deixados por Aristóteles. A maioria são extensos e escritos pelo próprio
filósofo e, em muitos casos, divididos em vários livros. Dentro de sua obra,
também se encontram alguns conjuntos de notas que deveriam ser usadas nas aulas
do filósofo no Liceu. Especula-se que algumas dessas notas tenham sido feitas
por seus alunos.
Veja alguns dos principais escritos de Aristóteles:
- Tratado metafísico: A Metafísica, conjunto de
escritos denominado pelo filósofo de Escritos sobre Filosofia Primeira e,
posteriormente, reunidos em catalogados por Andrônico de Rodes, é um
extenso tratado sobre uma filosofia pura que se dedicaria a entender o que
é o ser em sua totalidade, ou seja, uma espécie de ciência geral, mestra
de todas as ciências;
- Tratados de lógica: Possui dois tipos, o
Categorias, pequeno tratado de lógica que apresenta a necessidade da
distinção de categorias diferentes para que a expressão filosófica faça
sentido e o Da Interpretação, que é um texto que possui pontos em comum
com O Sofista, de Platão. Fala sobre a verdade e sobre a
relação das palavras escritas e as operações mentais, ou o raciocínio;
- Tratados de Física: Constituída de oito livros,
a obra faz observações científicas sobre a Física Antiga, anotando algumas
noções que os antigos já possuíam sobre, por exemplo, densidade e movimento;
- Tratados de Biologia: Nestes tratados ele
analisou o funcionamento dos corpos animais, classificação de plantas e
insetos e as teorias sobre a origem da vida. Entre seus tratados sobre o
assunto, estão: História dos animais, Da Geração e da Corrupção, Da
Geração Animal;
- Tratados de antropologia: Chamado de Da Alma,
foram escritos sobre a formação da alma, que habitaria e daria movimento e
vida aos corpos humanos, além da capacidade racional. Também pode ser
considerado um tratado de psicologia antigo;
- Tratados sobre a escrita: Titulados de Poética
e Retórica.
Filosofia Helenística
O período helenístico corresponde ao final do século III
a.C. – marcado pela morte de Alexandre Magno – e se estende, segundo alguns
historiadores, até o século VI d.C. As preocupações filosóficas fundamentais
voltam-se para as questões morais, para a definição dos ideais de felicidade e
virtude e para o saber prático.
Cícero (106 a.C. – 43 a.C)
Filósofo e orador, Marco Túlio Cícero nasceu em Arpino (Itália)
e sua educação foi baseada nos maiores oradores e jurisconsultos de sua época.
Cícero permaneceu afastado da política por quase dois anos, elaborando suas
obras filosóficas.
Seu primeiro triunfo no Fórum de Roma ocorreu em 80 a.C.,
quando defendeu Sextio Róscio Amerino, num processo que assumiu importância
política. Para escapar à vingança, Cícero viajou para a Grécia, onde se dedicou
ao estudo da filosofia e voltou para Roma depois da morte de Sila, já com
grande prestígio.
Grande intelectual, nos anos de ócio forçado pela
ditadura produziu verdadeira biblioteca de escritos filosóficos. Como filósofo,
Cícero foi eclético e divulgador do pensamento grego. A ele devemos o
conhecimento de muitas doutrinas que, de outro modo, estariam perdidas.
Foi ele quem dotou, primeiro Roma, depois a Europa, de um
vocabulário filosófico. Conceitos como “qualidade”, “individual”, “indução”,
“elemento”, “definição”, “noção”, “infinidade” etc. e foram por ele
introduzidos na língua latina.
Principais Obras
Suas principais obras são: Sobre a república e Sobre as
leis, em que tenta interpretar a história romana em termos da teoria política
grega; Sobre a consolação e Sobre os objetivos da ética, exposição e refutação
do epicurismo e do estoicismo; Discussões em Túsculo, diálogos sobre a dor, a
morte e a virtude; Sobre a natureza dos deuses, Catão o velho ou Sobre a
velhice, Sobre a adivinhação, Sobre a amizade, Sobre os deveres e Questões
Naturais.
Algumas de suas obras nos deram grande parte do atual
conhecimento da filosofia grega, enquanto outras influenciaram profundamente a
ética cristã e a moral leiga moderna, pela sua compreensiva sabedoria humana.
Marco Aurélio (121 – 180 d.C.)
O governo de Marco Aurélio, que se estendeu por quase
duas décadas (até sua morte, em campanha militar), foi marcado por guerras
prolongadas e por uma série de dificuldades internas. Ele foi um excelente
guerreiro e administrador e, ao mesmo tempo, humanizou profundamente o
exercício do poder.
Quando as obrigações de governo permitiam, ele se entregava
à reflexão filosófica e escrevia seus pensamentos, em língua grega. Tornou-se
assim a terceira e última figura do estoicismo romano. O conteúdo de suas “meditações” – como ficaram conhecidos
posteriormente seus pensamentos, registrados em forma de diário – é marcado
pela filosofia estoica. As especulações físicas e lógicas cedem lugar ao
caráter prático dos romanos e ao aconselhamento moral. Para os estoicos, a
filosofia não representa conhecimento, mas modo de vida.
Para Marco Aurélio, a questão central da filosofia é o
problema de como se deve encarar a vida para que se possa viver bem. O problema
é tratado com grande dedicação por ele, que é um homem religioso e pouco
interessado na investigação científica. Em seus pensamentos, são bem visíveis as
tendências ecléticas.
Principais Obras
- Meditações: formado por 12 livros, este é
título de uma série de escritos pessoais do imperador romano, onde ele
apresentou suas ideias sobre a filosofia estoica e escreveu como uma fonte
para sua própria orientação e para se tornar uma pessoa melhor.
Sêneca (4 a.C. – 65 d.C.)
Lucius Annaeus Seneca via a razão como guia para o
comportamento moral, uma característica da filosofia estoica. As obras dele
tiveram grande influência na filosofia e na literatura posterior.
Sêneca foi educado em Roma, onde estudou retórica e
filosofia. Tornou-se famoso como advogado, foi membro do senado romano e
posteriormente nomeado questor, magistrado da justiça criminal.
Quando foi exilado – após ter sido acusado de adultério,
escreveu suas famosas “consolações”, textos dirigidos a um interlocutor com o
propósito de confortar. Após esse período, afastado da vida pública, sofreu
perseguição do imperador Nero e foi acusado de participar da Conspiração de
Piso, que teria planejado o assassinato de Nero, e condenado ao suicídio.
Principais Obras
Suas obras filosóficas tiveram grande influência na
produção de dramaturgias durante a fase do Renascimento. As principais são:
- Consolação
a Márcia: dirige-se
a uma mulher que acabou de perder um filho, tecendo considerações sobre a
inconstância da sorte e a fragilidade da vida humana;
- Consolação
a Hélvia: dirige-se
à própria mãe, consolando-a pelo sofrimento de ver seu filho no exílio;
- Consolação
a Políbio;
- Diálogos;
- Espístolas
Morais;
- Questões
Naturais.
Filosofia Medieval – 300 d.C. a 1500
A Filosofia Medieval é toda filosofia desenvolvida na
Europa durante a Idade Média (período compreendido entre a queda do Império
Romano no século V até a Renascença no século XVI). Na Europa a filosofia
começou a renascer no século XI com Anselmo, outro dos santos filosóficos, que
ficou famoso por ter inventado o Argumento Ontológico da existência de Deus.
Considerada um processo de recuperação da antiga cultura
filosófica desenvolvida na Grécia e em Roma durante o período clássico, a
Filosofia Medieval é caracterizada pela necessidade de abordar os problemas
teológicos da época. Considerando que a Idade Média foi marcada pela forte
influência da igreja católica, os pensamentos filosóficos medievais tinham
relação com a fé e a razão, a existência e a influência de Deus e os
propósitos da teologia e da metafísica.
Tendo em vista o caráter predominantemente teológico da
filosofia medieval, os pensadores eram, muitas vezes, membros da igreja e
raramente se consideravam filósofos, uma vez que o termo ainda estava muito
relacionado a filósofos como Aristóteles e Platão. Contudo, o raciocínio
teológico da época utilizava muitos métodos e técnicas dos filósofos antigos
para refletir sobre a doutrina cristã.
Assim, é seguro afirmar que a Filosofia Medieval buscou
adequar duas áreas distantes: a razão científica e a fé cristã. Os
pensadores daquela época fotam:
Nicolau de Cusa (1401 – 1464)
Cardeal, teólogo, administrador e filósofo alemão, pouco
se conhece da formação de Nicolau de Cusa. Mas sabemos que, em 1416, ele foi
matriculado na Universidade de Heidelberg, um ano depois se mudou para Pádua,
onde recebeu o grau de doutor em direito canônico. Dedicado à reforma do
calendário e à unificação da cristandade, ele se envolveu na resolução de
diversos problemas político-eclesiásticos.
Tido por muitos como um filósofo versátil, é possível
identificar em seu sistema desde a mística neoplatônica até o nominalismo
racionalista dos franciscanos. Nicolau de Cusa é reconhecido como a grande
figura na transição do pensamento medieval para o pensamento moderno, sendo
gestado no Renascimento e em seu trajeto repleto de contrastes.
Principais Obras
- De
Concordantia Catholica: obra em que pregava a unidade
da Igreja católica e a concordância de todas as fés cristãs;
- De Docta
Ignorantia: a
primeira obra clássica alemã, que, de fato, fundou a filosofia moderna;
- De
Conjecturis;
- Apologia
Doctae Ignorantiae;
- De
visione Dei;
- De apice
theoriae.
Santo Agostinho (354 – 430 d.C.)
Agostinho de Hipona, conhecido universalmente como Santo
Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos, filósofos e escritores nos
primeiros séculos do Cristianismo. Ele era bispo de Hipona – uma cidade na
província romana da África, e foi uma das personalidades mais importantes da
igreja católica no período da História Medieval.
Suas obras foram muito influentes no desenvolvimento do Cristianismo e da
filosofia ocidental.
S
anto Agostinho buscou entender os conceitos da vida por
meio da psicologia, filosofia e religião, porém afirmava que cada acontecimento
era uma providência divina. Era defensor da ideia de pecado original e da
predestinação – teoria de que o destino da vida humana é planejado por Deus. A
fé seria o único meio de alcançar a verdade, sendo a razão o responsável pela
comprovação dessa verdade.
Principais Obras
As obras do santo são requisitadas também na atualidade.
Entre os muitos assuntos, escreveu intensamente sobre os problemas da
liberdade: o direito de escolha e a figura divina como incentivador do
autoconhecimento humano. Sua coletânea também inclui textos da doutrina cristã,
comentários sobre trechos da bíblia – principalmente o livro
de Gênesis – salmos, sermões e cartas.
As mais conhecidas são:
- Confissões
(Confessiones):
título de um livro autobiográfico, no qual relata a sua vida antes de se
tornar cristão e sua conversão.
- A
Cidade de Deus (De Civitate Dei): descreve o mundo, dividido entre
o dos homens (o mundo terreno) e o dos céus (o mundo espiritual);
- Doutrina
Cristã (De doctrina Christiana);
- Livre arbítrio (De libero
arbitrio);
- Trindade
(De Trinitate);
- A
mentira (De mendacio).
Tomás de Aquino (1225 – 1274)
Deus existe? É possível provar sua existência? Razão e fé
são incompatíveis? Tais questões foram centrais na filosofia medieval, que, por
mais de mil anos, subordinou especulações filosóficas aos dogmas das escrituras
sagradas, sob o domínio da igreja católica.
O período conhecido como Escolástica (século VIII a XIV),
assim chamada em razão dos professores das universidades medievais (os
escolásticos), foi marcada pela tentativa de conciliação entre razão e fé. Um
dos mais importantes nomes da filosofia medieval e maior representante deste
período foi Santo Tomás de Aquino.
Na época de Tomás de Aquino começaram a ser difundidos na
Europa escritos de Aristóteles, então coube a ele tornar a metafísica
aristotélica aceitável na igreja católica. Ele auxiliou na reintrodução
da filosofia aristotélica no pensamento europeu e atualizou
a teologia cristã junto à filosofia medieval, tendo escrito sobre os
conflitos entre fé e razão existentes no período.
Suas principais influências são, de um lado, Platão e
Santo Agostinho (que pode ser considerado um neoplatônico) e, de
outro, Alberto Magno e Aristóteles (que representa o
pensamento filosófico grego dominante durante a Escolástica).
Para Aquino, a identidade era o elo fundamental que, ao
conectar a existência e a essência, mostrava o toque divino.
A perfeição divina era capaz de alcançar e de explicar essa relação
tão obscura e intrigante.
Principais Obras
Tomás de Aquino produziu uma vasta obra escrita, somando
mais de 60 livros. Entre os principais, encontram-se a Suma Teológica e O
Ente e a Essência.
Filosofia Moderna – Sec. 16 a 18
A desintegração das estruturas feudais, as grandes
descobertas da ciência e a ascensão da burguesia marcam o nascimento do
Renascimento. Em contraste à Filosofia Medieval, dogmática e submissa à Igreja,
a Filosofia Moderna é irreligiosa e crítica. Representada por leigos que
procuram pensar de acordo com as leis da razão e do conhecimento científico, é
caracterizada pelo antropocentrismo – que considera o homem o centro
do Universo – e pelo humanismo.
O único método aceitável de investigação filosófica é o
que recorre à razão. Além do racionalismo, as principais correntes da
filosofia moderna são o empirismo e o idealismo, movimentos que têm relação com
a ascensão da burguesia e com a Revolução Industrial.
Renascimento
Foi um período de intensa renovação e caracterizou-se por
ser um movimento intelectual baseado na recuperação dos valores e modelos da
Antiguidade greco-romana, contrapondo as tradições medievais. O Renascimento
referiu-se não apenas às artes plásticas, a arquitetura e as letras, mas também
à organização política e econômica da sociedade.
Erasmo de Rotterdam (1469 – 1536)
Conhecido como o porta-voz do humanismo, o filósofo
holandês passou para a história por se opor ao domínio da igreja sobre a
educação, a cultura e a ciência. A influência religiosa vigorou praticamente
sem contestação durante toda a Idade Média no Ocidente e ainda no tempo de
Erasmo era preciso ousadia para ir contra ela.
Erasmo se inseria no panorama cultural como um símbolo da
nova era. Num tempo em que os papas instigavam guerras e acumulavam fortunas e
o clero dava mostras de ostentação, hipocrisia e arrogância, Erasmo pregou a
volta aos valores cristãos originais, a começar pela paz. Sua obra mais
célebre, O Elogio da Loucura, é uma sátira à inversão de valores
que detectava na sociedade de seu tempo.
Principais Obras
- O
Elogio da Loucura: trata-se de uma das obras
filosóficas mais divertidas de todos os tempos, uma vez que seu autor
resolveu escrevê-la de modo francamente satírico, em seus 68 breves
capítulos.
Maquiavel (1469 – 1527)
Quando queremos dizer que alguém é falso, astuto ou
traiçoeiro, costumamos dizer que é maquiavélico. O adjetivo não é nada
amistoso, mas o responsável por ele é um dos filósofos mais importantes da
história da filosofia política, Nicolau Maquiavel, nascido em Florença, na
época do Renascimento.
Durante o período medieval, o poder político era
concebido como presente divino. Os teólogos elaboraram suas teorias políticas
baseados nas escrituras sagradas e no direito romano. No período do
Renascimento, os clássicos gregos e latinos passaram a carregar o pensamento
político. Maquiavel, no entanto, elaborou uma teoria política totalmente
inédita, fundamentada na prática e na experiência concreta.
Nesse momento, a Europa passava então por grandes
transformações. Uma nova classe social, a burguesia comercial, buscava espaço
político junto à nobreza, ao mesmo tempo em que assistia a um movimento de
centralização do poder que daria origem aos Estados absolutistas (Portugal,
Espanha, França e Inglaterra).
Como tinha sido diplomata e homem de estado, Maquiavel
conhecia bem os mecanismos e os instrumentos de poder. Em sua principal obra, O
Príncipe (palavra dada a todos os governantes), o que temos é uma análise
lúcida e cortante do poder político. A política não é vista mais através de um
fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a natureza), mas sim
como uma atividade humana. O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta
pela conquista e pela manutenção do poder.
Principais Obras
- O
Príncipe: Sintetiza
o pensamento político de Maquiavel. A obra, publicada em 1532, foi escrita
durante algumas semanas, em 1513, durante o seu exílio, que tinha sido
banido de Florença, acusado de conspirar contra o governo;
- A
Mandrágora;
- História
de Florença.
Thomas More (1478 – 1535)
Thomas More foi um filósofo, escritor, advogado,
diplomata e estadista inglês, e representa uma das figuras mais importantes do
humanismo renascentista. Desde cedo teve uma boa educação, estudando línguas,
matemática, astronomia e teologia até se tornar advogado em Oxford, exercendo
a profissão por
algum tempo.
Por conta de seu reconhecimento na posição de homem das
leis, fez parte da Corte inglesa a partir de 1520. Ao lado da família real,
tornou-se embaixador, cavaleiro e chanceler da Inglaterra.
Thomas foi um ortodoxo religioso que defendeu os dogmas
da igreja atacando os valores da monarquia e o luxo desnecessário. Em sua
principal obra, A Utopia, ele faz críticas a sociedade inglesa de sua época,
donde a utopia seria uma ilha composta pela sociedade ideal, porém é
inatingível.
Principais Obras
- A
Utopia: Propõe uma sociedade alternativa e perfeita;
- A
Agonia de Cristo;
- A
Apologia;
- Diálogo
da fortaleza contra a tribulação;
- Tratado
sobre a Paixão de Cristo;
- Os
Novíssimos;
- Réplica
a Martinho Lutero;
- Diálogo
contra as heresias;
- Súplica
das Almas;
- Epitáfio.
Racionalismo Clássico
Francis Bacon (1561 – 1626)
Filho de uma das mulheres mais eruditas da época, Francis
Bacon nasceu na Inglaterra e sua educação orientou-se para a vida política, na
qual alcançou posições elevadas. Foi um filósofo, político inglês e um dos
fundadores do método indutivo de investigação científica, o qual estava baseado
no Empirismo e seus estudos contribuíram para a história da ciência moderna.
Em pouco tempo, Bacon conseguiu fama em seu país, sendo
um homem respeitado não somente por sua posição política, mas por suas
contribuições nas áreas jurídica e filosófica. Além disso, foi um dos mais
importantes pensadores da filosofia moderna, criando um método de investigação
filosófica. Por esse motivo é considerado o “Pai do Método Experimental”.
Principais Obras
Além de obra filosóficas, Francis Bacon escreveu obras
políticas, jurídicas e literárias, reunindo uma vasta produção intelectual das
quais se destacam:
- Novo
Instrumento (Novum Organum);
- Ensaios;
- História
de Henrique VII;
- Da
Sabedoria dos Antigos;
- Grande
Restauração;
- Das
Marés;
- Classificação
das Ciências;
- História
Natural e Experimental;
- Escala
do Entendimento;
- Antecipações
à Filosofia.
George Berkerley (1685 – 1753)
George Berkeley foi um filósofo, teólogo e bispo
anglicano irlandês. Adotou a doutrina imaterialista, em reação ao materialismo
de Hobbes. Idealista subjetivista, ele admitia que as qualidades das coisas são
apenas sensações dos homens. Dizia que as coisas são só um complexo de
sensações. Por isso, os objetos existem na medida em que são percebidos.
Existir significa, para Berkeley, ser percebido.
Ao tentar deixar a doutrina que considerava o “eu” como a
única realidade do mundo, em contradição com o princípio básico de sua
filosofia, afirmava que a causa das sensações é Deus (que existe
independentemente delas). Assim chega ao idealismo subjetivista: o mundo já não
é a representação do seu eu, senão resultado de uma causa espiritual suprema
Principais Obras
- Tratado
Sobre o Conhecimento Humano;
- Livro do
Lugar Comum;
- O
Filósofo da Minúcias;
- Um ensaio
para uma nova teoria da visão;
- Tratado
sobre os princípios do conhecimento humano;
Isaac Newton (1642 – 1727)
Quando criança, Isaac Newton não foi um aluno brilhante,
mas gostava de inventar e construir objetos. Graças a um tio, estudou em
Cambridge, onde desenvolveu um recurso matemático, o binômio de Newton. As
reflexões enquanto ficou refugiado na fazenda de sua mãe – na época de sua
formatura, o levaram a formular importantes teorias.
Ao observar uma maçã caindo de uma árvore, Newton começou
a pensar que a força que havia puxado a fruta para a terra seria a mesma que
impedia a Lua de escapar de sua órbita. Assim, ele descobriu a lei da
gravitação universal. Foi a primeira vez que uma lei física foi aplicada tanto
a objetos terrestres quanto a corpos celestes. Ao firmar esse princípio, ele
eliminou a dependência da ação divina e influenciou profundamente o pensamento
filosófico do século XVIII, dando início à ciência moderna.
Principais Obras
- Princípios
Matemáticos da Filosofia Natural (Philosophiae Naturalis Principia
Mathematica);
- Method
of fluxions;
- Opticks;
- Arithmetica
Universalis;
- The
Cronology of Ancient Kingdoms Amended.
John Locke (1632 – 1704)
Artesão do pensamento político liberal, filósofo,
acadêmico e pesquisador médico inglês, Locke nasceu numa aldeia inglesa, filho
de um pequeno proprietário de terras. A maior parte de sua obra é caracterizada
pela oposição ao autoritarismo, em todos os níveis: individual, político e
religioso. Ele acreditava que usar a razão para obter a verdade e determinar a
legitimidade das instituições sociais era a melhor opção.
Para o pensador inglês, o que dá direito à propriedade é
o trabalho que se dedica a ela. E desde que isso não prejudique alguém, fica
assegurado o direito ao fruto do trabalho. Foram essas as bases da ideia de uma
sociedade sem a interferência governamental, um dos princípios básicos do
capitalismo liberal.
John Locke baseava sua crença no poder da educação como
transformadora do mundo. Para ele, todo conhecimento humano pode ser obtido por
meio da percepção sensorial ao longo da vida. A mente do ser humano ao nascer
seria como uma folha em branco, e tudo que se sabe é aprendido depois.
De pesquisador a secretário de um nobre no governo
inglês, tornou-se um escritor de economia, ativista político e um
revolucionário cujas ideias ocasionaram a vitória da Revolução Gloriosa (1688),
contra o absolutismo. Locke foi também o precursor do pensamento iluminista nas
questões políticas.
Principais Obras
- Dois
Tratados sobre o Governo: Tinha como objetivo contestar a doutrina do
direito divino dos reis e do absolutismo real;
- Ensaios;
- Cartas
sobre a Tolerância;
- Ensaio
sobre o Entendimento Humano;
- Pensamentos
sobre a educação.
René Descartes (1596 – 1650)
Aposto que você já ouviu a célebre expressão “Penso, logo
existo”, certo? A origem dessa expressão está na obra do filósofo francês René
Descartes, que por vezes chamado de o fundador da filosofia moderna e o pai da
matemática moderna, é considerado um dos pensadores mais influentes da história
humana.
René Descartes foi a maior personalidade do chamado
Racionalismo Clássico e realizou diversos trabalhos na área da filosofia,
ciências e matemática. Relacionou a álgebra com a geometria, fato que fez
surgir a geometria analítica e o sistema de coordenadas, conhecido hoje como
Plano Cartesiano.
Descartes propôs uma filosofia que nunca acreditasse no
falso, que fosse totalmente fundamentada na verdade. Sua preocupação era com a
clareza. Além disso, sugeriu uma nova visão da natureza, que anulava o
significado moral e religioso da época, pois ele acreditava que a ciência
deveria ser prática e não especulativa.
Principais Obras
- Discurso
sobre o Método:
É um tratado filosófico e matemático que lançou as bases do
racionalismo como a única fonte de conhecimento;
- Meditações
metafísicas: Nessa
obra o filósofo discute as questões metafísicas tradicionais, como a
questão da alma e de Deus. Descartes era cristão, mas modifica as
estruturas cristãs ao tratar da alma e do alcance do logos proporcionado
por Deus;
- Tratado
do Mundo;
- Princípios
da Filosofia.
Thomas Hobbe (1588 – 1679)
Thomas Hobbes foi um teórico político e matemático
inglês, considerado um dos principais filósofos do pensamento
contratualista na Filosofia Política. Hobbes foi muito próximo da família
real e defendeu, até o fim de sua vida, a monarquia.
Ao terminar o estudo básico, Hobbes ingressou, com apenas
15 anos, no ensino superior da Universidade de Oxford. Nesse momento ele
conheceu a Filosofia tomista aristotélica, o que influenciou a sua ideia
de conceber a sociedade como um mecanismo formado por “átomos”, que são os
indivíduos. Também conheceu e foi influenciado pelas ideias de Maquiavel.
Para ele, o Estado deve ser forte e com o poder
centralizado, pois ele precisa ter capacidade para conter os impulsos naturais
que promovem uma relação caótica entre as pessoas. A partir de suas obras,
a interpretação da época o considerou ateu, o que lhe rendeu
polêmicas com o governo republicano e com a nova monarquia restaurada. No fim
de sua vida, Hobbes ficou próximo do rei e do governo inglês e faleceu, aos 91
anos de idade, em Witshire (Inglaterra).
Principais Obras
Iluminismo
Iluminismo – nome dado ao movimento composto por
intelectuais que condenavam as estruturas de privilégios, absolutistas e
colonialistas e defendiam a reorganização da sociedade – teve início na
Inglaterra, mas difundiu-se rapidamente na França, onde Montesquieu e Voltaire
desenvolviam uma série de críticas à ordem estabelecida.
Adam Smith (1723 – 1790)
Adam Smith foi um economista e filósofo social
do iluminismo escocês e é considerado o pai da Economia Moderna.
Abordou questões como o crescimento econômico, ética,
educação, divisão do trabalho, livre concorrência, evolução social etc. Seu
pensamento fundaria a teoria econômica e suas obras são referências para os
economistas e filósofos de todo o mundo até hoje.
Uma das grandes influências no pensamento de Adam Smith
foi o pensamento do filósofo escocês David Hume, que seguia a ideia de que
havia uma relação entre a moral natural, baseada no impulso egoísta e no
altruísmo. Mais do que a bondade, o que levava o ser humano a agir corretamente
era a sobrevivência.
Principais Obras
- A
Teoria dos Sentimentos Morais: nessa obra, ele analisa criticamente a
moral do seu tempo e da natureza humana, buscando entender suas motivações
para atuar na sociedade;
- Investigação
sobre a Riqueza das Nações;
- Ensaio
sobre Temas Filosóficos.
Denis Diderot (1713 – 1784)
Escrito e filósofo francês, Denis Diderot foi uma das
mais relevantes figuras do Iluminismo. Consagrou-se como um grande
escritor e fez da literatura o seu trabalho, o que valeu uma vasta produção
literária. Apesar de sua iniciação religiosa, foi um ateu materialista e um dos
precursores da Filosofia Anarquista.
Diderot acredita na razão como guia, da qual a
filosofia deveria se basear para desvendar a verdade e constituir um sólido
conhecimento. Ele elaborou sua metodologia segundo os moldes e informações das
ciências exatas, de acordo com o materialismo científico.
Já em termos políticos, o filósofo acreditava que a
política tinha como missão de eliminar as diferenças sociais, o que se chocava
com as ideias absolutistas da época, bem como questionava a influência da
igreja na sociedade, a qual afirmava que deveria se restringir aos assuntos
eclesiásticos.
Principais Obras
Dentre as principais obras de Diderot, destacam-se:
- Pensamentos
Filosóficos;
- Carta
sobre os cegos para uso dos que enxergam;
- Encyclopédie;
- Jacques,
o fatalista e seu mestre;
- A
religiosa;
- O
sobrinho de Rameau.
Immanuel Kant (1724 – 1784)
Immanuel Kant era filho de um pequeno artesão e passou
toda a vida em sua pequena cidade natal, Königsberg. Era conhecido por ser um
homem metódico e de saúde frágil. Não se casou nem teve filhos, dedicando toda
sua vida à elaboração de uma das obras mais importantes da história da
filosofia, chamada Crítica da Razão Pura.
Kant tornou-se um filósofo respeitado e conhecido e seus
trabalhos são pilar e ponto de partida para a filosofia alemã moderna até
hoje. Contudo, devido a suas ideias sobre religião, foi proibido de escrever ou
dar aulas sobre assuntos religiosos pelo rei Frederico Guilherme II, da
Prússia, em 1792.
Principais Obras
- Crítica
da Razão Pura:
realizado através de estudos do conhecimento, investigando seus limites,
suas possibilidades e suas aplicações;
- Crítica
da Razão Prática: discute os princípios da ação moral, a ação
do homem em relação aos outros e a conquista da felicidade;
- A
Religião nos Limites da Simples Razão.
Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778)
Bem no início do Contrato Social, Rousseau afirma que “o
homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros”. Discutindo esse
fato, o filósofo criou uma das obras fundamentais da filosofia política
ocidental.
Filósofo mais popular durante a Revolução
Francesa, Jean Jacques Rousseau foi um dos principais influenciadores
da formação do pensamento político e educacional moderno. Primeiramente,
procurou entender e estabelecer uma visão acerca do comportamento humano no
chamado estado de natureza, um conceito em filosofia moral e política que
denota as condições hipotéticas de como a vida dos humanos pode ter sido antes
da existência da sociedade civil organizada. E assim, dedicou-se
particularmente a desafiar a posição de Thomas Hobbes sobre o estado de
natureza.
Em 1745, Jean-Jacques Rousseau estava de volta a Paris,
onde descobre Iluminismo e passa a colaborar com o movimento. Em 1750,
participa do concurso da
Academia de Dijon: “As artes e as ciências proporcionam benefícios à
humanidade?”, que oferece um prêmio ao melhor ensaio sobre o assunto.
O Parlamento de Paris condenou algumas de suas obras
(Contrato Social e Émile), que foram consideradas repletas de heresias
religiosas. Para o tempo em que a Europa vivia, as ideias democráticas de
Rousseau eram audaciosas e ousadas.
Já afastado de seu amigo Denis Diderot e dos demais
filósofos, por não compartilhar de seu raciocínio, Rousseau foi forçado a se
exilar na Suíça, pois havia uma ordem de prisão contra ele. Constantemente
perseguido, encontra asilo na Inglaterra, onde o filósofo David Hume o acolheu.
Principais Obras
- O
Contrato Social;
- Discurso
sobre Desigualdade;
- Julie
ou a Nova Heloísa;
- Émile
ou da Educação.
Voltaire (1694 – 1778)
Filósofo e escritor francês e, junto Montesquieu e
Rousseau, um dos grandes representantes do Movimento Iluminista na França. Foi
também ensaísta, poeta, dramaturgo e historiador.
De temperamento e ideias revolucionárias, Voltaire –
pseudônimo literário de François Marie Arouet – frequentou a Société du Temple,
que reunia os livres pensadores. Nessa época, os importantes avanços
econômicos, culturais e científicos levaram à crença de que o destino da
humanidade era o progresso. Além do racionalismo e do liberalismo, outro
princípio tipicamente iluminista era o anticlericalismo (posição política
contrária ao poder da igreja).
Na Inglaterra, Voltaire retornou o contato com as ideias
de John Locke e influenciado pelo regime de governo parlamentar, instituído
após a Revolução Gloriosa de 1688, passou a defender a ideia de que a
tolerância religiosa e a monarquia constitucional inglesa deveriam ser adotadas
por todas as nações europeias.
Ele criticava o Absolutismo, porém defendia a necessidade
de uma Monarquia centralizada em que os reis, assessorados pelos filósofos
fossem capazes de fazer reformas de acordo com o interesse da sociedade. Embora
afirmasse que “todo homem tem o direito de acreditar ser igual aos outros
homens”, Voltaire tinha verdadeiro desprezo pelo povo.
Voltaire foi atuante propagandista das ideias liberais,
defendendo o direito dos indivíduos à liberdade política e de expressão.
Criticava a Igreja, mas não era ateu e sim deísta – acreditava que Deus estava
presente na natureza e, como nela se encontra o homem, Deus estava presente
também no homem, que pode descobri-lo por meio da razão, dizendo que ela guia o
homem para a sabedoria.
Principais Obras
- Tratado
Sobre a Tolerância;
- Dicionário
Filosófico;
- Cartas
Inglesas ou Carta Filosóficas.
Filosofia Contemporânea – Sec. XIX a XX
A Filosofia Contemporânea, cronologicamente,
situa-se entre algum período impreciso do século XIX até os dias atuais. Alguns
estudiosos preferem classificar os pressupostos teóricos e pensamentos filosóficos produzidos
no século XIX como parte da Filosofia Moderna. Podemos dizer que a principal
marca da Filosofia Contemporânea é a crítica aos modelos filosóficos
desenvolvidos até a modernidade.
Século XIX
Arthur Schopenhauer (1788 – 1860)
Talvez nenhum outro filósofo tenha exercido maior
influência no mundo das artes do que o alemão Arthur Schopenhauer. Trabalhou
como aprendiz e com a morte do pai, recebeu uma herança que possibilitou que
ele se dedicasse inteiramente a suas atividades intelectuais.
Na literatura, o número de romancistas e contistas que
compartilharam das ideias de Schopenhauer é imenso – nesta lista está incluso o
brasileiro Machado de Assis. Ele também foi influência para nomes como
Friedrich Nietzsche, Sigmund Freud e Carl Gustav Jung.
A filosofia de Arthur Schopenhauer é influenciada
por Immanuel Kant, mas sem uma razão. Por ela entende-se que o que
conhecemos do mundo é apresentado a nós pelos sentidos e é organizado
subjetivamente. A razão apenas forma ideias abstratas com os dados empíricos. É
a inteligência, presente em todos os seres vivos, que identifica uma causa
externa para essas impressões, mas que nos é inacessível.
Principais Obras
- O
Mundo como Vontade e Representação;
- Sobre
a Vontade da Natureza.
Auguste Comte (1798 – 1857)
A palavra positivismo foi empregada pela primeira vez
pelo filósofo francês Claude Saint-Simon – um dos chamados socialistas
românticos – para designar o método exato das ciências e a possibilidade de sua
extensão à filosofia. Mais tarde, o politécnico Auguste Comte, que foi seu secretário,
utilizou a expressão para designar a sua filosofia, que teve grande expressão
no mundo ocidental durante a segunda metade do século XIV.
Basicamente, segundo Comte, a característica essencial ao
Positivismo é a devoção à ciência, vista como único guia da vida individual e
social, única moral e única religião possível. Desse modo, em última análise, o
Positivismo é compreendido como a “religião da humanidade” e uma corrente
filosófica, política e científica.
Considerado o pai da Sociologia, foi ele quem usou o
termo sociologia pela primeira vez. O filósofo é o primeiro a teorizar a
necessidade de uma ciência que estudasse a sociedade, a fim de reorganizá-la
para o maior desenvolvimento possível.
Principais Obras
- Curso
de Filosofia Positiva;
- Discurso
Sobre o Espírito Positivo;
- Uma
Visão Geral do Positivismo;
- Religião
da Humanidade.
Friedrich Nietzsche (1844 – 1900)
Filósofo e filólogo alemão, Friedrich Nietzsche é autor
de uma vasta e polêmica obra. Seus livros deixaram os primeiros indícios do
surgimento da filosofia contemporânea.
Quando criança, Nietzsche já se mostrava diferente dos
seus colegas, apresentando um rigor com os estudos e um comportamento de
severo autocontrole. Ainda na infância, o filósofo começou a sofrer sérios
problemas de saúde jamais diagnosticados com precisão e que o acompanhariam por
toda a sua vida: problemas de visão que o levaram à cegueira
quase total no fim de sua vida.
Em suas principais ideias aparecem temas centrais como
norteadores para entender o seu pensamento, os quais, para facilitar a
compreensão, devem ser dispostos de acordo com a cronologia da sua
obra dividida pelos estudiosos em três grandes momentos: juventude,
período intermediário e maturidade.
Principais Obras
- Nascimento
da Tragédia: analisa
a tragédia grega como o elemento máximo que a cultura ocidental teria
atingido, justamente por valorizar a vida material como elemento superior,
não depositando confiança em uma religião como o cristianismo, que nega a
vida terrena e aposta na vida após a morte, a promessa da plenitude no
paraíso;
- Humano, Demasiado
Humano, A Gaia Ciência e Aurora: aqui
Nietzsche reúne uma mistura de ideias que têm sobre a filosofia,
estabelece diversos pontos de sua crítica à filosofia desde Sócrates e
intensifica a sua crítica à cultura e à moral cristã ocidental;
- Assim
falou Zaratustra;
- Genealogia
da Moral, Além do Bem e do Mal, O Anticristoe Crepúsculo
dos ídolos: são livros escritos na fase em que Nietzsche
pretendia compor a sua grande obra intitulada Vontade de Poder.
Todos eles adentram no assunto da moral e da crítica à moral cristã como
meio de levar o ser humano a reconhecer o seu processo de
autodesvalorização, para que ele mesmo pudesse se recompor e chegar a um
novo estado de desenvolvimento pessoal.
G.W.F. Hegel (1770 – 1831)
Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um filósofo
alemão idealista que abriu novos campos de estudo na História, Direito, Arte,
entre outros. Ele pensava que a consciência deveria passar por uma série de
desenvolvimentos para superar as contradições percebidas em conceitos
que seriam aparentemente opostos e buscou uma interpretação racional da
multiplicidade sensível, tentando enxergar no finito o que havia de
absoluto.
Sua obra A Fenomenologia do Espírito é
tida como um marco na filosofia mundial e na filosofia alemã. Hegel pode ser
incluído naquilo que se chamou de Idealismo Alemão, uma espécie de movimento
filosófico marcado por intensas discussões filosóficas entre pensadores de
cultura alemã do final do século XVIII e início do XIX.
Principais Obras
- A
Fenomenologia do Espírito;
- Propedêutica
Filosófica;
- Ciência
da Lógica;
- Enciclopédia
das Ciências Filosóficas;
- Princípios
da Filosofia do Direito.
Karl Marx (1818 – 1883)
Fundador do Socialismo, Karl Marx foi um filósofo,
economista liberal e revolucionário alemão. Suas obras influenciaram a
Sociologia, a Economia, a História e
a até a Pedagogia.
Para Marx, as condições econômicas e a luta de classes
são agentes transformadores da sociedade. A classe dominante nunca deseja que a
situação mude, pois se encontra em uma situação muito confortável. Já os
desfavorecidos têm que lutar pelos seus direitos e esta luta é que moveria a
história, segundo ele.
Assim, nasceu o Marxismo, onde as reações dos operários
aos efeitos da Revolução Industrial fizeram surgir críticos que propunham
reformulações sociais. Eles sugeriam a criação de um mundo mais justo e foram
chamados de teóricos socialistas.
Entre os vários pensadores, o mais notável teórico
socialista foi o alemão Karl Marx, com passagem pela França e pela Inglaterra.
Ele testemunhou as transformações sociais decorrentes da industrialização e
suas teorias influenciaram a Revolução Russa (1917), além de teóricos como
Lênin, Stalin e Che Guevara.
Principais Obras
- O
Capital: onde
sintetiza suas críticas à economia capitalista;
- Manifesto
Comunista: nele Marx critica o capitalismo, expõe a
história do movimento operário e termina com o apelo pela união dos
operários no mundo todo;
- Luta
de Classes;
- Socialismo
Utópico;
- O
que é Sociologia?
Século XX
Bertrand Russell (1872 – 1970)
“Por que repetir erros antigos, se há tantos erros novos
a escolher?” A provocação espirituosa de Bertrand Russell bem demonstra seu
interesse pela vida, pela liberdade e pelo conhecimento. Para ele, a
inteligência seria o único remédio capaz de sanar os problemas do mundo.
Uma das características mais marcantes do pensamento de
Russell é o ceticismo. O primeiro mandamento do filósofo era: “Não tenha
certeza absoluta”.
Como matemático, Bertrand Russell foi autor de uma das
obras mais intrincadas do século XX. Durante a maior parte da vida, ele
escreveu e publicou muitos livros de divulgação científica. Entre eles, um guia
da Teoria da Relatividade, do físico Albert Einstein e uma história da
Filosofia Ocidental. Além disso, tornou-se um conhecido militante, entre outras
causas, do pacifismo e do pensamento lógico aplicado a diversas esferas, como a
Educação.
Principais Obras
Suas maiores contribuições para o debate da filosofia
contemporânea foram a teoria das descrições definidas, a teoria do
descritivismo dos nomes próprios, a teoria realista dos universais e,
principalmente, a teoria da verdade como correspondência. Sempre provocativo
nas questões religiosas, ele escreveu Porque Não Sou Cristão,
onde derruba as principais ideias e evidências do cristianismo.
Outra obra é Ensaios Céticos, uma coletânea
que debate guerras doutrinárias, a busca pela felicidade, liberdade e educação.
Os textos, a maioria deles escritos na década de 1920, defendiam o valor do
ceticismo.
Carl Gustav Jung (1875 – 1961)
Considerado o pai da Psicologia Analítica,
Carl G. Jung foi um dos maiores estudiosos da vida interior do homem e tomou a
si mesmo como matéria prima de suas descobertas. Ainda pequeno, se mudou para a
cidade de Basileia – na época um dos maiores centros de cultura da Europa, onde
realizou seus primeiros estudos.
Carl Gustav Jung procurava entender o significado
simbólico dos conteúdos do inconsciente, a fim de fazer a distinção entre a
psicologia individual e a psicanálise, e assim deu a sua disciplina o nome de
Psicologia Analítica. Em sua teoria, é fundamental para o desenvolvimento
humano o processo de individuação, de autorrealização e alcance da
individualidade.
Principais Obras
- Psicologia
e Patologia dos Fenômenos ditos Ocultos;
- A
Dinâmica do Inconsciente;
- Estudos
sobre Psicologia Analítica;
- Memórias,
Sonhos e Reflexões.
Claude Lévi-Strauss (1908 – 2009)
Um dos grandes pensadores do século XX, Lévi-Strauss
tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento
da antropologia e, por isso, foi considerado o mestre da Antropologia Moderna.
Nascido em Bruxelas, filho de um artista e membro de uma família judia francesa
intelectual, estudou na Universidade de Paris.
O antropólogo Claude Levi-Strauss deixou diversas obras,
dedicou sua vida a elaboração de modelos baseados na linguística estrutural, na
teoria da informação e na cibernética para interpretar as culturas, que
considerava como sistemas de comunicação, deixando contribuições fundamentais
para o progresso da Antropologia Social.
Principais Obras
- As
Estruturas Elementares do Parentesco;
- Tristes
Trópicos;
- O Caminho
das Máscaras.
Jean-Paul Sartre (1905 – 1980)
Jean-Paul Sartre foi um filósofo e crítico francês.
É considerado um dos maiores pensadores do século XX e representantes da
filosofia existencialista – pautada na liberdade do ser humano, ao lado de
nomes como Albert Camus e Simone de Beauvoir.
Desde cedo, Sartre lia muitos clássicos e se interessava
pelas artes, especialmente o cinema, o que mais tarde, o levaria a escrever
peças de teatro e novelas. Segundo ele, o ser humano existe como uma coisa e
uma consciência (mente).
No campo político, a vida de Sartre foi decisivamente
marcada pelo marxismo. O filósofo era marxista e compartilhava com as
ideias socialistas aplicadas no campo prático. Porém, ele deu uma interpretação
bem diferente aos ideais de Marx como maneira de adaptar o sistema
comunista à sua obra e às novas demandas do século XX.
Principais Obras
- O
Ser e o Nada: ensaio de ontologia fenomenológica;
- Crítica
da Razão Dialética;
- O
Muro;
- As
Moscas;
- A
Imaginação;
- Esboço
de uma Teoria das Emoções.
Sigmund Freud (1856 – 1939)
Certamente você já ouvir falar de Freud, uma das figuras
mais marcantes e influentes do século XX. Considerado o pai da psicanálise como
método de investigação clínica, ele contribuiu com diversas áreas da medicina,
psicologia, literatura, filosofia e política.
No entanto, seu principal feito, enquanto profissional da
área de saúde e especialmente da mente humana, é ter criado uma importante
teoria, a psicanálise ou teoria freudiana. Desde a criação desse
estudo, o procedimento psicoterápico é um dos mais usados em pacientes de
todo o mundo.
Enquanto estudante na Faculdade de Medicina da
Universidade de Viena (1873), Freud fez diversas pesquisas que contribuíram
para áreas da medicina e da biologia, tais como fisiologia, anatomia,
histologia, anestesia e pediatria. Outras de suas contribuições foram
investigações sobre temas como a natureza das afasias (distúrbios de
linguagem), a paralisia cerebral na infância e as propriedades anestésicas da
cocaína.
Após sua formação, Freud abriu seu consultório em Viena
para atender pacientes com distúrbios nervosos. Ele tentou usar
a hipnose de forma terapêutica – usada atualmente, mas acabou
desenvolvendo outra técnica: tratar pessoas com a chamada talking cure (tratamento
pela palavra), que se tornou a base de toda psicoterapia.
Após diversos estudos e aplicações sobre o referido
tratamento, Freud desenvolveu a teoria da psicanálise, cujo objetivo era
entender como funcionava a mente dos homens. Ele entendeu que as pessoas
que não expressavam seus sentimentos tinham a mente doente, e que, ao aplicar
técnicas da psicanálise, como a livre associação e
a interpretação dos sonhos, por exemplo, os pacientes eram estimulados a
externar seus pensamentos e memórias que causavam as neuroses.
E, para que seus pacientes se sentissem à vontade, o
médico pedia para que se deitassem em um sofá, conhecido hoje como o
famoso divã de Freud.
Principais Obras
- As
Interpretações dos Sonhos;
- Totem e
Tabu;
- A
psicopatologia da vida cotidiana;
- Três
ensaios sobre a teoria da sexualidade;
- Além do
Princípio do Prazer.
Mulheres na filosofia
Antes de tudo, você precisa saber que as mulheres sempre
existiram na filosofia e influenciaram o desenvolvimento do pensamento
filosófico científico de diversas formas ao logo da história. Inclusive, mostrar
essa influência é o propósito do Centro de História de Mulheres Filósofas e
Cientistas (Alemanha), do qual a diretora e fundadora é Ruth Hagengruber.
Ela desenvolve, desde os anos 1990, este trabalho de
mostrar como os escritos filosóficos de mulheres, desde a Antiguidade,
contribuíram, essencialmente para filosofia e pensamento contemporâneo. Nossa
história da filosofia começa com duas importantes mulheres que fizeram
filosofia e ensinaram Sócrates: Diotima e Aspásia.
Sabemos que quando falamos sobre filósofos famosos,
normalmente é uma figura masculina que vem à mente. Então, vamos falar sobre
incríveis mulheres da filosofia que talvez você ainda não conheça!
Filosofia antiga – a.C. a 300 d.C.
Aspásia de Mileto (470 – 410 a.C.)
Junto com Diotima, ela tem um papel fundamental em toda a
história da filosofia. Elas não são institucionalizadas, mas são lembradas
pelas suas posições sociais. Conhecida como a mulher que ensinou oratória a
Sócrates e Péricles, Aspásia era cortesã e sofista grega, nascida em Mileto,
tradicionalmente tida como uma mulher bonita, muito inteligente, bem falante e,
sobretudo, historicamente lembrada por ter tido importante influência sobre os
destinos políticos do governo.
Aspásia aparece em várias obras importantes da literatura
moderna e em escritos filosóficos de Platão, Xenofonte e Antístenes e seu nome
está intimamente ligado a fama de Péricles. Na modernidade, a reputação da
filósofa continuou a ser altamente respeitada e sofreu uma renascença dramática
(e, inicialmente, romântica). Walter Savage Landor (1775-1864) publicou seu
famoso Péricles e Aspásia em 1836; um trabalho ficcional de
cartas entre os dois em que Péricles, erroneamente, morre na Guerra do
Peloponeso.
Principais Obras
Estudar o papel das mulheres na Grécia antiga significa
enfrentar a ausência de evidências textuais do seu trabalho. Os dados sobre a
vida de Aspásia são um tanto incertos, ainda que o seu nome apareça em
trabalhos de autores como Platão e Aristófanes. Portanto, devemos
rastrear a história de suas vidas e obras, quase sempre imersas nos depoimentos
relacionados a outros pensadores e, às vezes, de confiabilidade duvidosa.
Enheduana (2286 – 2251 a.C)
Foi a primeira escritora na história a assinar a autoria
de suas obras, sendo por isso a primeira pensadora. Além disso, foi também a
primeira sacerdotisa, sábia e filósofa da Antiguidade. Nos templos, dirigia
várias atividades: comércio, artes, matemática, ciências e especialmente o
movimento das estrelas e dos planetas.
É conhecida por ser uma das primeiras autoras e poetas de
nome conhecido e atribuído na história. Foi a primeira mulher a deter o título
de EN, um papel de grande importância política, posteriormente atribuído a
todas as filhas reais, em um movimento político do pai para assegurar o poder
sumério sobre a cidade de Ur.
Principais Obras
Enheduana deixou um grande legado literário,
definitivamente escrito por ela, que inclui textos devotados à deusa Inana –
uma antiga deusa mesopotâmica associada ao amor, ao erotismo, a fecundidade e a
fertilidade – e uma coleção de hinos conhecido como Hinos Sumérios do Templo.
Hipátia de Alexandria (360 – 415 d.C.)
Hipátia de Alexandria foi a primeira mulher matemática da
história e se dedicou nas áreas da filosofia, medicina e na astronomia. Além
disso, foi a primeira mulher a ter uma biblioteca em seu nome, chamada de
biblioteca de Alexandria. Manteve viva a chama do pensamento helênico de raiz
ateniense numa Alexandria dilacerada pelas lutas religiosas. Foi brutalmente
assassinada por uma multidão de religiosos fanáticos.
Principais Obras
Poucas contribuições de Hipátia foram preservadas, pois
muitos de seus projetos foram perdidos durante a destruição da Biblioteca de
Alexandria. Um de seus alunos, Sinésio de Cirene, declarou que ela
construiu um astrolábio (instrumento naval), um hidrômetro e um higroscópico
(material que absorve água).
Filosofia Medieval – 300 d.C. a 1500
Akka Mahadevi (1130 – 1160)
A ela foi concedido o título honorífico Akka pela
relevância da obra. Sabe-se que foi ativa em favor de causas femininas e do
bem-estar das mulheres e que ela participou de grupos de estudo em filosofia do
Anubhavamantapa e de ascensão espiritual (Moksha; por ela nomeado de arivu).
Principais Obras
Suas Vachanas são consideradas uma forma de poesia didática
e sua maior contribuição para a literatura canaresa – uma das principais
línguas dravídicas do sul da Índia e uma das mais antigas do país , intitulada
de Bhakti.
Catarina de Siena (1347 – 1380)
Nascida em Siena (Itália), cresceu tendo visões de santos
e anjos e liderou uma comunidade de homens e mulheres, sendo considerada a
última reformadora religiosa do período medieval. Catarina tornou-se uma
personagem essencial na questão do Grande Cisma do Oriente, convertendo-se em
uma significativa imagem feminina no interior da igreja, quando as mulheres nem
sonhavam ainda em conquistar um papel importante nesta estrutura totalmente
masculinizada.
Principais Obras
- Diálogo
da Doutrina Divina.
Cristina de Pizan (1365 – 1431)
Considerada a primeira autora profissional, foi uma
poetisa e filósofa italiana que viveu na França durante primeira metade do
século XV. Ela era conhecida por criticar a misoginia (desprezo ou preconceito
contra mulheres ou meninas) presente no meio literário da época, predominantemente
masculino, e defender o papel vital das mulheres na sociedade. Foi a primeira
mulher francesa de letras a viver do seu trabalho.
Principais Obras
Pizan foi uma escritora bem produtiva: produziu mais de
40 obras em uma gama variada de gêneros literários e para públicos diversos.
Destacam-se os livros de instrução moral para o cultivo das virtudes, guias
políticos para membros da corte e a defesa do sexo feminino. Listamos alguns
destes livros:
- A
Cidade das Mulheres: questiona a autoridade masculina dos grandes
pensadores e poetas que contribuíram para a tradição misógina e decide
fazer frente às acusações e insultos contra as mulheres;
- Caminho de Longo Estudo;
- Livro do Corpo Político;
- Cartas de Otea a Héctor;
- O Livro da Paz.
Filosofia Moderna – Sec. XVI a XVIII
Louise Labé (1524 – 1566)
Nascida em Lyon, na França, Louise foi erudita, literata,
poetisa e música. Realizava reuniões literárias que marcaram a época. São
inúmeros os poemas compostos em homenagem ao seu talento e à sua beleza, por
admiradores fervorosos que participavam dos saraus.
Principais Obras
- Sonetos;
- Debate
entre a Loucura e ao Amor: na dedicatória deste livro
escreve uma espécie de manifesto das reivindicações femininas – o direito
das mulheres à ciência e outros conhecimentos.
Mary Wollstonecraft (1739 – 1797)
Foi uma escritora inglesa do século XVIII, assim como
filósofa e defensora dos direitos das mulheres. Durante sua breve carreira,
escreveu romances, tratados, uma narrativa de viagem, uma história da Revolução
Francesa, um livro de boas maneiras e livros infantis.
Principais Obras
- Pensamentos
sobre a Educação das Filhas;
- Reivindicação
dos Direitos dos Homens;
- A
Reivindicação dos Direitos das Mulheres: Ela argumenta que as mulheres não
são, por natureza, inferiores aos homens, mas apenas aparentam ser por
falta de educação e escolaridade.
Oliva Sabuco (1525 – 1646)
Pioneira na medicina psicossomática, Olivia Sabuco foi
uma filósofa espanhola da época da Renascença que, à frente de seu tempo,
propôs uma análise conjuntural da saúde humana, abrangendo estudos de corpo,
alma e mente. Algumas pistas parecem apontar para o que podem ter sido as
raízes intelectuais de Oliva: uma família de farmacêuticos e um avô médico.
Na região onde nasceu havia oito grandes conventos,
um deles perto de onde morava, os Dominicanos, ensinavam a elite e Oliva pode
ter aprendido muito com eles. Além disso Dom Simon Abril, um humanista, lógico,
matemático, gramático reconhecido, pode ter sido seu mentor.
Principais Obras
- Nova Filosofia da Natureza Humana Não
Conhecida e Não Alcançada Pelos Antigos Filósofos Que Melhora A Vida
Humana E A Saúde: descreve como as emoções podem impactar o corpo e
conclamam médicos para uma medicina holística, que possa abranger a
totalidade do paciente, corpo, alma e mente.
Filosofia Contemporânea – Sec. XIX a XX
Angela Davis (1944)
Angela Davis é uma professora e filósofa socialista
estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970. Ela se
destacou como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos e dos Panteras
Negras, além de sua militância pelos direitos das mulheres e contra a
discriminação social e racial nos Estados Unidos.
Sua luta envolve feminismo, antirracismo e
anticapitalismo. Davis acredita que raça, classe e gênero são categorias
que devem ser consideradas em conjunto. Para ela, apesar de vários argumentos
defenderem a classe como o fator mais importante, é necessário considerar os
outros aspectos para entender como, juntos, podem criar diferentes tipos de
opressão.
Principais Obras
Seus escritos trazem um pensamento transformador para a
reflexão filosófica no século XX.
- Mulheres,
Raça e Classe:
defende que o racismo encoraja a violência sexual;
- Mulheres,
Cultura e Política;
- A
liberdade é uma luta constante;
- Estarão
As Prisões Obsoletas?;
- Angela
Davis: uma autobiografia.
Ayn Rand (1905 – 1982)
Nascida em São Petersburgo, Ayn Rand foi uma escritora,
dramaturga, roteirista e controversa filósofa estado-unidense de origem
judaico-russa, mais conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado de
Objetivismo, e por seus romances.
Rand defendeu a razão como o único meio de adquirir
conhecimento e rejeitou a fé e a religião. Na política, ela condenou a
iniciação da força como imoral e se opôs ao coletivismo e ao estatismo, bem
como ao anarquismo, em vez disso apoiando o capitalismo laissez-faire, que
definiu como o sistema baseado no reconhecimento dos direitos individuais,
incluindo os direitos de propriedade.
Na arte, ela promoveu o realismo romântico, criticando
fortemente a maioria dos filósofos e tradições filosóficas conhecidas por ela,
com exceção de Aristóteles, Tomás de Aquino e liberais clássicos. Os romances
preconizam o individualismo filosófico e liberalismo econômico.
Principais Obras
- A Revolta de Atlas;
- A Nascente.
Chimamanda Ngozi Adichie (1977)
A nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie é uma das principais
vozes do feminismo na literatura atual e ganhou seu espaço com o
lema “todos devemos ser feministas”. Para ela, a igualdade de
gênero diz respeito a todos, homens e mulheres, pois esse é um movimento
libertador.
E
m março de 2012, ela realizou a palestra “Conectando
Culturas” no evento Commonwealth Lecture 2012 at the Guildhall, em Londres e já
participou do TED Talk, compartilhando sua experiência como uma africana
feminista, e sua visão sobre construção de gênero e sexualidade. Além disso,
várias partes do discurso de Adichie foram incorporados na música Flawless, de
Beyoncé, ganhando assim uma maior notoriedade.
Principais Obras
- Sejamos
Todos Feministas;
- Hibisco
Roxo;
- Meio
Sol Amarelo
Edith Stein (1891 – 1942)
Edith Theresa Hedwig Stein, filósofa e teóloga alemã, era
de origem judia e se converteu ao catolicismo, sendo canonizada pelo papa João
Paulo II como Santa Teresa Benedita da Cruz. Ela prestava serviço para a Cruz
Vermelha e se dedicou a uma intensa atividade, traduzindo obras de São Tomás de
Aquino e Newman.
Primeira mulher a defender uma tese de filosofia na
Alemanha, foi discípula e depois assistente de Edmund Husserl, o fundador da
fenomenologia. Morreu aos 51 anos, no campo de concentração de
Auschwitz-Birkenau.
Principais Obras
- Sobre
o Estado e a Fenomenologia de Husserl;
- Ethos: momento
em que se interessou pela questão feminina no campo filosófico e
religioso.
Rosa de Luxemburgo (1871 – 1919)
Responsável pela publicação do Jornal A Causa Operária,
em Paris. Rosa Luxemburgo participou sempre à esquerda das atividades do
Partido Social Democrata Polonês e do III Congresso da Internacional Socialista
e foi presa diversas vezes.
Ativista, lutou por todas as minorias e os oprimidos –
trabalhadores e mulheres especialmente, mas também por negros e judeus, sendo
ela mesma uma judia. Defendeu o materialismo dialético de Marx e a concepção de
história, tornando-se uma destacada dirigente do movimento comunista
internacional.
Principais Obras
- Acumulação
do Capital;
- Contribuição
para a explicação do Imperialismo;
- Militarismo,
guerra e classe operária;
- A
revolução Russa.”
Simone de Beauvoir (1908 – 1986)
Simone de Beauvoir foi escritora, filósofa,
intelectual, ativista e professora. Integrante e representante do movimento
existencialista francês, Beauvoir foi considerada uma das maiores teóricas do
feminismo moderno. Nas décadas de 50 e 60 ela viajou pelo mundo debatendo sua
produção filosófica, com grupos políticos e feministas.
Foi professora, mas seguindo seu impulso político,
decidiu fazer parte da classe operária. Seus textos refletem suas experiências
e suas intuições, bem como seu percurso pelo marxismo até a religião.
Principais Obras
- O
Segundo Sexo;
- Por
uma moral ambiguidade;
- A
força das coisas;
- Balanço
Final;
- Reflexões
sobre as Causas da liberdade e da opressão social;
- Reflexões
sobre a Origem do Hitlerismo;
- A
Cerimônia do Adeus.