QUESTÃO 11
(ENEM 2002 - questão 28)
1 - (...) O
recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro do Estado não pode
ser arrolado entre as formas de terrorismo político, porque este se qualifica,
ao contrário, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para
derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror...
2 - Em outros
casos os terroristas combatem contra um Estado de que não fazem parte e não
contra um governo (o que faz com que sua ação seja conotada como uma forma de
guerra), mesmo quando por sua vez não representam um outro Estado. Sua ação
aparece então como irregular, no sentido de que não podem organizar um exército
e não conhecem limites territoriais, já que não provêm de um Estado.
DICIONÁRIO
DE POLÍTICA (org.) BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G. Brasília:
Edunb,1986.
De acordo com as duas afirmações, é possível
comparar e distinguir os seguintes eventos históricos:
I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação
nacional realizados em alguns países da África e do sudeste asiático entre as
décadas de 1950 e 70 são exemplos do primeiro caso.
II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às
embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao
World Trade Center em 2001, são exemplos do segundo caso.
III. Os movimentos de libertação nacional dos anos
50 a 70 na África e sudeste asiático, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram
ações contra um inimigo invasor e opressor, e são exemplos do primeiro caso.
É correto o que se afirma apenas em
A) I.
B) II.
C) I e II.
D) I e III.
E) II e III.
8. QUESTÃO
12 (ENEM 2010 - questão 29)
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a
reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com
uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita
piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.
MAQUIAVEL,
N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009.
No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe,
reflexão sobre a Monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem
social, segundo esse autor, baseava-se na:
A) inércia do julgamento de crimes polêmicos.
B) bondade em relação ao comportamento dos mercenários.
C) compaixão quanto à condenação de transgressões
religiosas.
D) neutralidade diante da condenação dos servos.
E) conveniência entre o poder tirânico e a moral do
príncipe.
QUESTÃO 13
(ENEM 2001 - questão 30)
I - Para o filósofo inglês Thomas Hobbes
(1588-1679), o estado de natureza é um estado de guerra universal e perpétua. Contraposto
ao estado de natureza, entendido como estado de guerra, o estado de paz é a
sociedade civilizada. Dentre outras tendências que dialogam com as idéias de
Hobbes, destaca-se a definida pelo texto abaixo.
II - Nem todas as guerras são injustas e correlativamente,
nem toda paz é justa, razão pela qual a guerra nem sempre é um desvalor, e a
paz nem sempre um valor.
BOBBIO, N.
MATTEUCCI, N., PASQUINO, G. Dicionário de Política, 5ª ed. Brasília:
Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000.
Comparando as ideias de Hobbes (texto I) com a
tendência citada no texto II, pode-se afirmar que
A) em ambos, a guerra é entendida como inevitável e
injusta.
B) para Hobbes, a paz é inerente à civilização e,
segundo o texto II, ela não é um valor absoluto. C) de acordo com Hobbes, a
guerra é um valor absoluto e, segundo o texto II, a paz é sempre melhor que a
guerra.
D) em ambos, a guerra ou a paz são boas quando o
fim é justo.
E) para Hobbes, a paz liga-se à natureza e, de
acordo com o texto II, à civilização.
QUESTÃO 14
(ENEM 2010/2ª aplic. - questão 34)
No século XX, o transporte rodoviário e a aviação
civil aceleraram o intercâmbio de pessoas e mercadorias, fazendo com que as
distâncias e a percepção subjetiva das mesmas se reduzissem constantemente. É
possível apontar uma tendência de universalização em vários campos, por
exemplo, na globalização da economia, no armamentismo nuclear, na manipulação
genética, entre outros.
HABERMAS,
J. A constelação pós-nacional: ensaios políticos. São Paulo: Littera Mundi,
2001 (adaptado).
Os impactos e efeitos dessa universalização,
conforme descritos no texto podem ser analisados do ponto de vista moral, o que
leva à defesa da criação de normas universais que estejam de acordo com:
A) os valores culturais praticados pelos diferentes
povos em suas tradições e costumes locais.
B) os pactos assinados pelos grandes líderes
políticos, os quais dispõem de condições para tomar decisões.
C) os sentimentos de respeito e fé no cumprimento
de valores religiosos relativos à justiça divina.
D) os sistemas políticos e seus processos
consensuais e democráticos de formação de normas gerais.
E) os imperativos técnico-científicos, que
determinam com exatidão o grau de justiça das normas.
QUESTÃO 15
(ENEM 2010 - questão 39)
A ética precisa ser compreendida como um
empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é
produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo
social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para
o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação e luta pela soberania dos
povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza
dos valores sociais para organizar também uma nova prática política.
CORDI et
al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).
O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar
novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e
contradições da realidade. Sob esse enfoque e a partir do texto, a ética pode
ser compreendida como:
A) instrumento de garantia da cidadania, porque
através dela os cidadãos passam a pensar e agir de acordo com valores
coletivos.
B) mecanismo de criação de direitos humanos, porque
é da natureza do homem ser ético e virtuoso.
C) meio para resolver os conflitos sociais no
cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que é efetivamente a
ética, a política internacional se realiza.
D) parâmetro para assegurar o exercício político
primado pelos interesses e ação privada dos cidadãos.
E) aceitação de valores universais implícitos numa
sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.
GABARITO
Questão 28: C
Questão 29: E
Questão 30: B
Questão 34: D
Questão 39: A
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