segunda-feira, 31 de maio de 2021

Seringueiros, barbadianos, soldados da borracha e pioneiros: com quantos migrantes se forja um estado

 A partir da década de 1970, com a criação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a colonização da Amazônia tornou-se uma política de Estado, sob o slogan “Integrar para não entregar”. Por meio dos Projetos Integrados de Colonização (PICs), implementados entre 1970 e 1975, o Estado se tornou o grande indutor das modificações sócio espaciais ocorridas no centro de Rondônia, divulgado como “O novo Eldorado”.

Foram distribuídos lotes de cerca de 100 hectares para milhares de famílias dos então chamados pioneiros. Com isso, até meados da década de 1980 chegaram ao estado cerca de 300.000 migrantes, a maioria agricultores provenientes do Sul e do Centro-Sul do país, com destino ao interior de Rondônia. Os projetos de colonização da década de 1970 e o asfaltamento da BR-364 na década de 1980 configuram o ponto de inflexão da história de Rondônia.

Além de provocar a quebra da estrutura espacial até então existente – com a população e a economia concentradas nos municípios de Porto Velho e Guajará-Mirim – e o deslocamento do eixo de importância para os municípios situados ao longo da BR-364, eles foram determinantes no processo de desmatamento da região para a agricultura e a pecuária: 30% da área do estado foi desmatada a partir do final da década de 1970.

 Fonte: Trecho do livro “Rondônia: do leito do Madeira às margens da BR-364”. Belo Horizonte: Instituto Bioterra, 2013.

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