terça-feira, 5 de dezembro de 2017

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

A base do pensamento do Ocidente teve na Antiga Grécia o seu mais destacado marco, não obstante, o Oriente Próximo (Oriente Médio) também tivesse deixado sua marca indelével através da tradição religiosa judaico-cristã. Se buscar as raízes mais profundas do racionalismo, uma pedra angular da filosofia, e do experimentalismo técnico-científico, há de se encontrá-los na Grécia Clássica.
A civilização grega teve a peculiaridade de reunir em seu restrito território e em curto lapso temporal o que possuía de melhor e de mais elaborado no campo do pensamento e das ciências aplicadas dos mais diversos ramos, como matemática, arquitetura, escultura, construção naval etc.
A singularidade da localização geográfica grega no Mediterrâneo entre Europa, África, Ásia, aliada ao livre modo de interpretar o mundo foi o fundamento ímpar, da originalidade única das diversas maneiras de conceber o universo.
Os gregos, ao contrário, de outros povos da Antiguidade não estavam sujeitos aos conceitos opressores e terrificantes da religiosidade sufocantes, antes sim, seus deuses eram concebidos à imagem e semelhança dos homens diferentemente do Egito, da Mesopotâmia e do Judaísmo. Dialeticamente o livre pensar favoreceu a prática democrática no mundo grego, e vice-versa.
Os pré-socráticos são a demonstração cabal de algo diferente na história do pensamento e o avanço com Sócrates, Platão e Aristóteles, deixando o legado inestimável em pleno século XXI. A criação do liceu, da academia, das escolas dos estóicos, pitagóricos e outros iniciados são bases de um sistema educacional que deitam suas raízes ao mundo helênico, romano, medieval e dos tempos modernos. O ideário da Paidéia, a formação integral do cidadão grego, tão bem estudado por Werner Jaeger continua sendo o sistema educacional contemporâneo dentro de um mundo cibernético e digital.
A figura do pedagogo; isto é “aquele que conduz a criança”, segundo a tradução do grego, tornou-se um elemento fundamental no processo educacional para a elite dominante do mundo romano, cujos filhos eram preferencialmente educados pelos escravos cultos de origem grega. A classe patrícia da república e do império romano confiavam nos preceptores gregos para tornar seus filhos equipados com o que estava em voga no mundo de então, uma vez que mesmo a Grécia dominada por Roma militarmente, era por aquela dominada culturalmente.
No mundo romano nunca se criou um sistema educacional sistematizado, pois o que se buscava era a formação para o debate no senado ou nas assembleias populares através da retórica, dialética, silogismo e da oratória.
Durante a Idade Média no reino de Carlos Magno criou-se um embrião de futuros centros de ensinos, por meio da escola palatina, para a qual foram contratados professores e sábios de outros reinos da Europa, ainda que o próprio rei franco fosse analfabeto.
Observa-se que durante a Antiguidade Clássica e Idade Média a educação estava antes voltada ao atendimento das necessidades imediatas das classes sociais dirigentes, sem qualquer preocupação para  a incorporação de elementos das classes subalternas à  educação como prática regular e oficial de uma elite dominante.
Na Baixa Idade Média, ou seja, a partir do século XI o Ocidente europeu passou a conhecer as universidades como Salamanca, Bolonha, Oxford, Paris e outras que se destacaram como notáveis centros do saber e do conhecimento cientifico de então.
Entretanto, não se pode olvidar do importante papel prestado pela Igreja Católica ao se tornar depositária da clássica cultura greco-romana, conservando e reproduzindo os textos dos sábios da Antiguidade por meio do trabalho dos monges copistas, dado que livros impressos advêm apenas na transição do fim da Idade Média para o início da Idade Moderna. A escolástica foi o sistema educacional predominante na Idade Média para a formação de religiosos nos mosteiros de toda a Europa.
O método praticado no sistema de ensino escolástico privilegiava a memorização, sem possibilitar o estímulo à criatividade e a originalidade do educando. Assim, o sistema de ensino utilizado ao longo da Idade Média antes satisfazia aos interesses da instituição religiosa e estava no compasso do poder feudal predominante.
Com a expansão do capitalismo e a busca incessante por novos mercados nas colônias tornava-se necessário que os nascentes Estados Modernos tivessem a preocupação de não apenas fornecer um sistema educacional adequado para a nascente elite econômica, como também precisava abastecer a sua própria burocracia com quadros eficazes para atender as novas exigências político-administrativas.
Na própria Contra Reforma ou Reforma Católica, os Jesuítas criaram um sistema educacional com duplo propósito de tanto obstar o avanço do protestantismo como também melhorar o nível de aperfeiçoamento dos próprios membros da Companhia de Jesus, que quando na América atuaram de forma decisiva para o fortalecimento das duas monarquias ibéricas.
Com o processo de emancipação dos nascentes Estados Nacionais em meados do século XIX fazia-se necessário a organização político-administrativos e os novos grupos dirigentes, normalmente as oligarquias rurais e as burguesias urbanas criam escolas ainda tendo como padrão um sistema de ensino baseado nas escolas confessionais, ou jesuítas ou dominicanas, que se espalhavam por toda a América latina. Um sistema de ensino laico e de embasamento menos acadêmico e mais científico foi se firmando ao longo dos séculos XIX e XX
A própria Escola Nova está dentro do contexto das novas demandas de uma economia capitalista em expansão, exigente de profissionais qualificados para o atendimento das novas forças produtivas que em avanço permanente  partindo dos centros  econômicos dominantes, ou dos Estado Unidos, ou da Europa Ocidental atingindo à Ásia, África, América Latina e mesmo o Brasil.
Com a redemocratização no final dos anos 80, o Brasil incorporou milhões de estudantes em suas escolas possuidoras dos mais diversos níveis e estruturas, sejam do sistema privado ou oficial de ensino, mas todas de olhos voltados a uma economia de amplitude global, na qual a qualificação e o treinamento tornam-se ferramentas indispensáveis para os novos desafios.

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