segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Rondônia: complexo rodoviário

            Atualmente o complexo rodoviário disponível no Estado de Rondônia é bem extenso e permite a escoação dos produtos de todos os municípios para os grandes centros do pais.

Rodovias Federais

As Rodovias Federais no Estado de Rondônia são 07 (Sete), sendo: 01 (Uma) longitudinal: BR-174/RO (Vilhena/RO), 02 (Duas) diagonais: BR-364/RO (Cortando todo Estado) e BR-319/RO (Porto Velho/RO) e as outras 04 (Quatro) de ligação: BR-435/RO (Vilhena/RO), BR-429/RO (Presidente Médici/RO), BR-421/RO (Ariquemes/RO) e BR-425/RO (Porto Velho/RO).
A principal rodovia é a BR-364/RO, que corta todo o Estado, ligando o Sul e Norte do País, com 1.091,70 quilômetros de extensão toda pavimentada. As demais rodovias que conectam internamente os municípios.
  • BR-174/RO – com 65,70 quilômetros de extensão, liga Vilhena/RO à Divisa RO/MT, sentido Juína/MT.
  • BR-435/RO - com 160,00 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO à Pimenteiras/RO
  • BR-429/RO – com 343,50 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Pres. Médici) a Costa Marques/RO.
  • BR-421/RO – com 290,60 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Ariquemes) à BR-425/RO (Guajará Mirim/RO).
  • BR-421/RO - com 46,00 quilômetros de extensão, liga do Acesso à Buritis/RO à Campo Novo de Rondônia/RO.
  • BR-319/RO – com 64,60 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Porto Velho) à Divisa RO/AM, sentido Manaus/AM.
  • BR-425/RO – com 133,00 quilômetros de extensão, liga à BR-364/RO (Abunã/RO) a Guajará Mirim (Fronteira Brasil/Bolívia).
RO-010 | RO-133 | RO-135 | RO-138 | RO-140 | RO-144 | RO-205 | RO-257 | RO-267 | RO-370 | RO-377 | RO-383 | RO-387 | RO-391 | RO-399 | RO-452 | RO-455 | RO-457 | RO-458 | RO-459 | RO-461 | RO-463 | RO-464 | RO-466 | RO-470 | RO-472 | RO-473 | RO-474 | RO-475 | RO-479 | RO-480 | RO-481 | RO-482 | RO-485 | RO-487 | RO-488 | RO-489 | RO-491 | RO-494 | RO-495 | RO-496 | RO-497 | Entre outros.

Rodovias Estaduais

A implantação das rodovias estaduais do estado de Rondônia foi iniciada na década de 1970. A primeira rodovia estadual (RO) foi aberta pela Colonizadora Itaporanga S/A, empresa particular, ligando a BR 364, próximo da cidade de Pimenta Bueno, a região onde formou se a cidade de Espigão d’Oeste. Quase que a totalidade das rodovias estaduais foi implantada por iniciativas oficiais.
Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) em 2015, mostra o perfil das rodovias estaduais em Rondônia. A pesquisa avaliou 1.850 quilômetros de estradas, deste, 284 quilômetros receberam a classificação de ruim e péssimo. A CNT avalia toda malha federal pavimentada e os principais trechos das malhas estaduais também pavimentadas.

Nomenclatura das rodovias de Rondônia

A nomenclatura das rodovias estaduais de Rondônia são três números precedidos das letras "R" e "O", que correspondem à sigla do estado. As rodovias de Rondônia podem ser identificadas como: RO-xxx, onde x é o número da rodovia, conforme descrição abaixo:

Referencias:

BELLIA, V. & BIDONE, E. D. Rodovias, recursos naturais e meio ambiente. Ministério dos Transportes/Departamento Nacional de Estradas de Rodagem/Universidade Federal Fluminense. Editora da Universidade Federal Fluminense (EDUFF), Rio de Janeiro,1993. 360 p., il., tb.



BRASIL. Diagnóstico geoambiental e socioeconômico: área de influência da Br-364 – trecho Porto Velho/Rio Branco. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Instituto de Planejamento Econômico e Social (IPEA). Rio de Janeiro, 1990. 132 p. map., gr., il. (Projeto de Proteção do Meio Ambiente e das Comunidades Indígenas-PMACI I)

BR 319 – interligando o Amazonas a todo o território nacional

A BR-319, no Estado de Rondônia tem uma extensão muito pequena, de 64,80 km. Inicia na divisa do AM/RO até o entroncamento da BR-364 em Porto Velho, conhecido como Trevo do Roque. Constitui a partir da Ponte sobre o Rio Madeira a importante função de interligar o Estado de Rondônia ao Estado do Amazonas, possibilitando, principalmente, que o Estado do Amazonas se interligue com os demais estados brasileiros através da BR-364.
Além dos fatores pertinentes a trafegabilidade de pessoas e veículos, a economia de forma geral será beneficiada significativamente, tanto pelos retornos econômicos decorrentes dos investimentos como pelas melhores condições e rapidez do transporte de cargas e das atividades socioeconômicas em geral.
Única ligação por terra entre Porto Velho e Manaus, a BR-319 é fruto do projeto de integração nacional promovido pelos governos militares nas décadas de 60 e 70. O projeto decorre da construção de rodovias em escala nacional e em incentivos à migração, cuja intenção do governo era possibilitar a ocupação da Amazônia de forma a garantir o controle estratégico sobre a região.
Neste contexto, a rodovia ligando Porto Velho/RO a Manaus/AM, foi construída entre os anos de 1968 e 1973. O asfaltamento da estrada foi concluído às pressas - chegaram a ser usadas coberturas de plástico para proteger o piso durante a época de chuvas, em que normalmente as obras são suspensas. Oficialmente sua inauguração aconteceu em 27 de março de 1976 no governo do presidente Ernesto Geisel.

Referencias:


Asfalto na Floresta: A história da BR-319 na Amazônia. Disponivel em; <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/10/091022_asfaltoflorestahistoriaebc.shtml?print=1>. acesso em 21 de setembro de 2017.


FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE RONDÔNIA – FIERO Projeção para Nova Dimensão Econômica e Integração Comercial: Rondônia/Bolívia/Peru/ coordenado por William José Curi; colaboradores Antônio Rocha Guedes . . . [et alii]; revisão técnica por Márcio Fontes Nascimento. Porto Velho: SEBRAE, 1999.

O caminho da integração e do desenvolvimento no norte do Brasil – BR 364

Historicamente a economia de Rondônia enquanto unidade federada esteve sustentada por ciclos econômicos, como o da borracha e o da mineração ainda em sua fase de Território Federal do Guaporé, em 1943 e posteriormente, em 1956 como Território Federal de Rondônia. Nesse momento, as condições de infraestruturas, técnicas e políticas, não eram suficientes para promover o desenvolvimento que se esperava, deixando a região isolada em relação ao restante do país.
Somente no final dos anos 1940 tem início a construção da BR 29, mais tarde denominada como BR 364 ligando Cuiabá/MT a Porto Velho/RO. O trecho final foi concluído na década de 1960, no entanto a trafegabilidade regular só foi possível mesmo em 1968 com sua pavimentação concluída em 1984. A partir da BR 364, foi possível a ocupação da região noroeste do Brasil, assim como a nova configuração socioeconômica do Estado de Rondônia.
Uma nova dinâmica econômica, social, política e populacional inicia-se em torno do grandioso feito que estava intrinsicamente ligado a estratégia geopolítica adotada pelos governos militares que massificavam o lema ““integrar para não entregar” e “a ocupação dos vazios demográficos” particularmente em relação a região amazônica brasileira.
Nesse contexto, a política adotada para Rondônia consistia na abertura de rodovias, incentivo à migração com distribuição de terras através da colonização dirigida e dos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, propiciando a expansão das fronteiras agrícolas, ao mesmo tempo em que se tentava minimizar as graves tensões sociais, especialmente por terras, verificadas nas demais regiões do país.
       No ato inaugural a Rodovia BR-364/RO, teve seu momento de ápice, inclusive recebendo o nome de Rodovia Marechal Rondon, em homenagem ao grande desbravador da Região Norte o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, executor da construção da Linha Telegráfica Cuiabá – Porto Velho, que serviu de inspiração e impulso para construção da Rodovia BR-364/RO.

Contexto rodoviário amazônico

A Amazônia brasileira, com quase 5.000.000 km² de área, é uma vasta e rica região a ser, ainda, plenamente incorporada à economia nacional. Considerada a mais importante reserva biológica do mundo, com mercado mundial de produtos naturais em franca expansão, é fundamental encontrar meios de aproveitamento racional desses recursos. A exploração otimizada das riquezas naturais da floresta amazônica será, decerto, o meio mais seguro de se evitar as ocupações desordenadas de áreas cada vez maiores, com consequentes danos ao meio ambiente natural.
Neste vasto cenário, o sistema rodoviário é ainda incipiente, embora várias capitais da Amazônia como Belém, Porto Velho e Rio Branco estejam ligadas às outras regiões do país por meio de rodovias asfaltadas. As principais vias da malha federal são:
• Rodovia Belém/Brasília (BR-158, BR-226, BR-010, BR-316). Rodovia de integração nacional, parte do Sistema Pan-americano de Rodovias, no trecho Buenos Aires/Assunção/Belém;
• Rodovia Cuiabá/Porto Velho/Rio Branco/Boqueirão da Esperança (fronteira com o Peru) – BR-364. Estrada pioneira, principal responsável pela ocupação do Sudoeste Amazônico, na fronteira oeste do Brasil com a Bolívia e o Peru;
• Rodovia Transamazônica (BR-230) – Parte do Sistema Pan-americano de Rodovias, integra a rodovia Lima/Recife. Prevista para interligar o Brasil de Leste a Oeste, entre João Pessoa no estado da Paraíba e Benjamim Constant, no estado do Amazonas, na fronteira Brasil/Peru. Encontra-se, particularmente na porção amazônica, em péssimas condições, com alguns trechos já fechados ao tráfego;
• Rodovia Abunã/Guajará-Mirim (BR-425) no estado de Rondônia. Fundamental para a conjugação dos meios rodoviário e fluvial e para a integração das regiões amazônicas do Brasil e Bolívia. É parte da rodovia La Paz/Caracas, do Sistema Pan-Americano de Rodovias;
• Rodovia Manaus/Santa Elena – Venezuela (BR-174) – Também integra a rodovia La Paz/Caracas;
• Rodovia Porto Velho/Manaus (BR-319) – Também parte integrante da rodovia La Paz/ Caracas, do Sistema Pan-Americano de Rodovias, é fundamental para manter a conexão terrestre entre Manaus.
No que concerne aos governos estaduais, a rede rodoviária amazônica com 80.698 km, dos quais 7.326 km são asfaltados, correspondendo a 9,1%. As rodovias municipais totalizam 197.016 km, dos quais 908 km são pavimentados, representando apenas 0,5%.
A rede ferroviária regional é também incipiente e destinada, basicamente, ao escoamento da produção de minérios em diversas províncias produtoras. A maioria tem pequena extensão, sendo a de maior importância a Estrada de Ferro Carajás, com 1.005 km, interligando as minas de Serra dos Carajás ao terminal de Ponta da Madeira, em São Luís do Maranhão.
Dentre as demais, destacam-se ainda algumas pequenas ferrovias privadas que têm a mesma função principal de escoar a produção de minérios desde as minas onde são extraídos até os terminais de embarque, são elas:
• Estrada de Ferro Amapá, de propriedade da Indústria e Comércio de Minério S/A – ICOMI. Com 194 km de extensão, transporta minério de manganês entre as minas em Serra do Navio até o porto de Santana, no estado do Amapá;
• Estrada de Ferro Jari, com 81 km de extensão, construída para suprir de madeira a fábrica de celulose do Projeto Jari;
• Estrada de Ferro Mineração Rio do Norte, com 35 km de extensão, construída para escoar o minério de bauxita da região do Rio Trombetas até o porto de embarque.
Cabe registrar a existência de dois projetos de construção de ferrovias que poderão alterar significativamente as condições nas suas áreas de influência: o primeiro é a ferrovia Norte/Sul, com 1.600 km de extensão, interligando a Estrada de Ferro de Carajás, em Açailândia no estado do Maranhão, à malha ferroviária do Centro/Sul em Goiânia, no estado de Goiás, dos quais já foram inaugurados 107 km que ligam hoje Açailândia a Imperatriz.
O segundo projeto é o da ferrovia Ferronorte S/A, a ser executado pela iniciativa privada, e que pretende interligar Cuiabá (MT) ao Sudoeste goiano e ao Noroeste paulista, devendo também ser estendido a Santarém (PA) e a Porto Velho (RO) visando escoar a produção agropecuária para o Centro-Sul de maneira a integrar a economia rondoniense no chamado corredor Leste-Oeste tendo valor estratégico.
Por outro lado, Rondônia inclui-se no corredor de transportes do Centro-Oeste brasileiro, no Programa de Corredores de Transportes, instituído ainda durante o I Plano Nacional de Desenvolvimento. Este programa procura induzir a multimodalidade do transporte, visando maior eficiência no escoamento, principalmente, de grãos destinados à exportação.

Coronel Jorge Teixeira de Oliveira

O coronel Jorge Teixeira de Oliveira foi um dos políticos que marcaram a história de Rondônia. Teixeirão, como era conhecido foi o último governador do antigo Território Federal de Rondônia e o primeiro governador do novo Estado.  Sua nomeação para governar o Território foi feita pelo Presidente da República João Baptista de Oliveira Figueiredo. Assumiu o cargo em 10 de abril de 1979 e sua principal tarefa era transformar o Território Federal de Rondônia em Estado. 
Em 16 de dezembro de 1981, o projeto de lei complementar nº 221-A/81, foi aprovado na Câmara Federal, dando origem a Lei Complementar nº 41, de 22 de dezembro de 1981, que criava a nova Unidade da Federação, o Estado de Rondônia.  O Coronel Jorge Teixeira de Oliveira foi empossado no cargo de governador do Estado de Rondônia, no dia 29 de dezembro de 1981, em Brasília. Sua empreitada começou, portanto, em 10 de abril de 1979 e se estendeu até 1985.
Em sua trajetória política ganhou a maioria das eleições que participou elegendo deputados estaduais, federais e senadores. Durante seu governo, com apoio federal, foram construídas a Usina Hidrelétrica de Samuel e a rodovia BR-364, além da implantação da Assembleia Legislativa do Estado. Também foram suas obras a criação em 1981, dos municípios de Colorado, Espigão, Presidente Médici, Ouro Preto, Jaru e Costa Marques.

Governadores do Território Federal de Rondônia 1956/198
Nome
Início do mandato
Fim do mandato
Observação
1
José Ribamar de Miranda
17/02/1956
14/10/1956
Governador nomeado pelo Presidente da República
2
Jaime Araújo dos Santos
14/10/1956
06/11/1958
Governador nomeado pelo Presidente da República
3
Paulo Nunes Leal
06/11/1958
18/03/1961
Governador nomeado pelo Presidente da República
4
Abelardo Alavarenga Malfra
18/03/1961
08/09/1961
Governador nomeado pelo Presidente da República
5
Ênio dos Santos Pinheiro
13/09/1961
03/07/1962
Governador nomeado pelo Presidente da República
6
Nilton Lima
03/07/1962
12/12/1962
Governador nomeado pelo Presidente da República
7
Wadih Darwizh Zachaarias
12/12/1962
27/06/1963
Governador nomeado pelo Presidente da República
8
Ari Marcos da Silva
27/06/1963
14/10/1963
Governador nomeado pelo Presidente da República
9
Paulo Eugênio Pinto Guedes
14/10/1963
27/01/1964
Governador nomeado pelo Presidente da República
10
Abelardo Alvarenga Malfra
27/01/1964
06/04/1964
Governador nomeado pelo Presidente da República
11
José Manuel Lutz da Cunha Menezes
14/04/1964
29/03/1965
Governador nomeado pelo Presidente da República
12
João Carlos dos Santos Mader
29/03/11965
10/04/1967
Governador nomeado pelo Presidente da República
13
Flavio de Assunção Cardoso
10/04/1967
30/11/1967
Governador nomeado pelo Presidente da República
14
José Campedelli
30/11/1967
13/02/1969
Governador nomeado pelo Presidente da República
15
João Carlos Marques Henrique Neto
07/02/1969
31/10/1972
Governador nomeado pelo Presidente da República
16
Theodorico Gahyva
31/10/1972
23/04/11974
Governador nomeado pelo Presidente da República
17
João Carlos Marques Henrique Neto
23/04/1974
20/05/1975
Governador nomeado pelo Presidente da República
18
Humberto da Silva Guedes
20/05/1975
02/04/1979
Governador nomeado pelo Presidente da República
19
Jorge Teixeira de Oliveira
10/04/1979
22/12/1981
Governador nomeado pelo Presidente da República


Rondônia: Geografia". Nova Enciclopédia Barsa volume 12. (1998). São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações. pp.474.

Marechal Rondon e sua importância para a região

O prolongamento até o Amazonas e o Acre das linhas telegráficas estendidas em Mato Grosso pela comissão Gomes Carneiro levou à região, no ano de 1906, o futuro marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. Sua ação desbravadora assegurou, através do telégrafo, a ligação da fronteira oeste com o resto do país.
O Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon é considerado um dos desbravadores do Brasil. Reconhecido nacionalmente como o patrono das Comunicações no Brasil, Rondon foi o responsável pela instalação de 2.232 quilômetros de linhas telegráficas do Mato Grosso ao Estado do Amazonas.
A empreitada de grande importância estratégica para o país foi dividida em três expedições. A primeira foi iniciada em setembro de 1907 e a última concluída em dezembro de 1909. Enfrentou doenças, fome e o ataque dos índios pelas regiões inexploradas por onde passavam.

Tendo como lema "morrer se preciso for matar nunca" Rondon e sua equipe homens enfrentaram os índios Nhambiquaras e os Baroro com extremo respeito e cuidado para não gerar grandes choques no contato entre as duas culturas. Outro fato que merece ser ressaltado na trajetória dessa grande personalidade foi a redescoberta do "Forte Príncipe da Beira", às margens do rio Guaporé, em Rondônia, em 1906.

Ações de desenvolvimento para a região

A economia do Território Federal de Rondônia até década de 1960 estava condicionada a extração vegetal, particularmente a borracha e de castanha-do-pará. A partir dos anos 1970, com a política de ocupação da região amazônica desencadeada pelo Governo brasileiro, o mesmo inicia uma escalada de incentivos fiscais aos empreendimentos privados que se estabelecesse na região.
Somado a isso, tem início os projetos de construção de rodovias e de implantação de núcleos de colonização, com estimulo a migração. O acesso fácil à terra boa e barata começa a atraiu empresários interessados em investir na agropecuária e na indústria madeireira.
Na mesma época, Rondônia atrai milhares de pessoas de todas as partes do país com a descoberta de ouro e cassiterita. Todos esses fatores fizeram com que entre as décadas de 1960 e 1980, o número de habitantes cresça mais de sete vezes, passando de 70 mil para 500 mil. No entanto, o bom momento, na medida em que marcou o início do desenvolvimento do atual estado, contribuiu também para o processo de esgotamento prematuro das melhores terras para a agropecuária e a devastação florestal que até hoje causam sérios problemas socioambientais. 

De Guaporé para Rondônia: uma homenagem ao pioneirismo

No dia 17 de fevereiro de 1956, através da Lei 2.731, o Território Federal do Guaporé passou a designar-se Território Federal de Rondônia em homenagem ao sertanista Cândido Mariano da Silva Rondon responsável pela ligação da linha telegráfica entre o Estado de Mato Grosso a esta região. A nova lei foi sancionada pelo presidente da República Juscelino Kubitschek.
A criação de Territórios desde 1943 não alterou praticamente em nada o cenário político, administrativo e econômico. A região pouco se desenvolveu, permaneceram apenas duas cidades: Porto Velho e Guajará-Mirim. Os limites de Porto Velho abrangiam o então pequeno povoado de Vilhena, enquanto os limites de Guajará-Mirim eram os vales do Mamoré e Guaporé até o rio Cabixi, na divisa com o Mato Grosso.
Somente na década de 70, o Território Federal de Rondônia passou por um momento de grande desenvolvimento, com o extrativismo mineral e vegetal e com o início dos investimentos nas atividades agropecuária, devido aos projetos de colonização implantados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria - INCRA, que incentivou a partir de então, a imigração das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil para a Amazônia.
As circunstancias desse desenvolvimento incentivado pelo governo federal propiciou a emancipação de cincos municípios: Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena em 11 de outubro de 1977 e, em 16 de julho de 1981, ocorreu a emancipação de mais seis: Colorado do Oeste, Espigão do Oeste, Presidente Médici, Ouro Preto do Oeste, Jaru e Costa Marques.

Fonte: GOUVÊA, Gutemberg de Araujo. Desconcentração da polícia técnica e científica do estado de Rondônia: uma política de administração pública. Dissertação (mestrado) – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Centro de Formação Acadêmica e Pesquisa. Rio de Janeiro, FGV, 2012.

domingo, 17 de setembro de 2017

O Real Forte Príncipe da Beira

A construção do Real Forte Príncipe da Beira teve como objetivo assegurar o domínio português, na margem direita do Guaporé permitindo a vigilância dos rios Guaporé e Paraguai. Sua obra foi iniciada no ano de 1776 e finalizada somente em 1783. O fim do ciclo do ouro, no Vale Guaporé e a Proclamação da República deram esquecimento ao Forte. Não havia mais interesse em manter uma fortaleza na Amazônia.
O Forte Príncipe da Beira não é apenas uma grande fortaleza, ele representa a potência portuguesa ao construir uma obra faraônica na região, com a intenção de defender os limites portugueses, no auge do Ciclo do Ouro, e também vigiar sua inimiga, a Espanha que tencionava atingir o Oceano Atlântico através dos rios Guaporé e Paraguai.
A imponente obra de 970 metros de extensão e 10 metros de altura, no coração da Amazônia, nem mesmo chegou a ser utilizada como base militar. A demora nas comunicações viria a impedir que a Capitania de Mato Grosso tomasse conhecimento do tratado de Ildefonso, firmado entre Portugal e Espanha que legitimava o domínio da margem direita do Guaporé a Portugal, tornando desnecessária a empreitada, entretanto, o comunicado chegaria a Vila Bela, com atraso de anos.
O Forte Príncipe não foi a primeira construção dessa envergadura na região, no entanto, foi a mais dispendiosa e demorada, pois deveria impor respeito ao inimigo, por sua localização estratégica. Depois de servir durante muitos anos como presídio e asilo dos extraditados de Portugal ficou abandonado, voltando a ser lembrado somente em 1914 com os trabalhos realizados pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, na região.

Os governadores do Território Federal do Guaporé

No antigo território do Guaporé, a vida política era muito movimentada. O único cargo eletivo era o de deputado federal, cargo determinante à montagem da máquina administrativa do Território. Os governadores eram nomeados pelo Presidente da República. Aluísio Ferreira foi o primeiro Governador e também o primeiro deputado federal do território.


Nome
Início do mandato
Fim do mandato
Observação
1
1º de novembro de 1943
7 de fevereiro de 1946
Governador nomeado pelo Presidente da República
2
7 de fevereiro de 1946
31 de outubro de 1947
Governador nomeado pelo Presidente da República
3
Frederico Trotta (militar)
31 de outubro de 1947
9 de junho de 1948.
Governador nomeado pelo Presidente da República
4
9 de junho de 1948
22 de fevereiro de 1951
Governador nomeado pelo Presidente da República
5
22 de fevereiro de 1951
7 de fevereiro de 1952
Governador nomeado pelo Presidente da República
6
6 de fevereiro de 1952
18 de novembro de 1953
Governador nomeado pelo Presidente da República
7
18 de novembro de 1953
13 de setembro de 1954
Governador nomeado pelo Presidente da República
8
Paulo Nunes Leal (militar)
13 de setembro de 1954
5 de abril de 1955
Governador nomeado pelo Presidente da República
9
5 de abril de 1955
14 de outubro de 1956
Governador nomeado pelo Presidente da República