quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Os sonhadores

            Inevitável, o pensamento dos que permeiam o espaço (mundo) da educação. Por não dizer, professores. Sonhadores por natureza, que por força do seu ofício vislumbram uma sociedade perfeita. Ora, se assim o fosse, o mundo já estava melhor. Por que, então nada melhorou no cenário educacional público? Sempre há um novo método a ser trabalhado nas escolas. No entanto, a educação caminha em rumo incerto, à perspectivas de resultados positivos. Veja o brilhante método de Paulo Freire.
             Paulo Freire é inspirador de um método revolucionário que alfabetizava em 40 horas, sem cartilha ou material didático. Em Natal, no ano de 1962, no Rio Grande do Norte, surgia a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a liderança de Moacir de Góis. Em Recife, Pernambuco, o Movimento de Cultura Popular, o MCP, instalava as "praças de cultura" e os "círculos de cultura". O cunho fundamental desta "campanha" era reciclar culturalmente uma população que ficara para trás no processo de desenvolvimento, vivenciando posturas próprias do período colonial em pleno século XX.
              Paulo Freire achava que o problema central do homem não era o simples alfabetizar mas fazer com que o homem assumisse sua dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura própria, capaz de fazer história. Ainda segundo Paulo Freire o homem que detém a crença em si mesmo é capaz de dominar os instrumentos de ação à sua disposição, incluindo a leitura.
              Com o golpe militar de 1964, a experiência de Paulo Freire, já espalhada por todo o país, foi abortada sob alegações inconsistentes como subversiva, propagadora da desordem e do comunismo etc.. A cartilha do MEB foi rasgada diante das câmeras de televisão, no Programa Flavio Cavalcante, depois de ter sido proibida, no extinto Estado da Guanabara, pelo então Governador Carlos Lacerda. As campanhas de alfabetização que tinham objetivos mais abrangentes do que a própria alfabetização chegava ao seu fim, em 1964. Alguns trabalhos dispersos continuaram a ser levados a efeito, mas a proposta de renovação humana estava prejudicada.
            Paulo Freire concebe educação como reflexão sobre a realidade existencial. Articular com essa realidade nas causas mais profundas dos acontecimentos vividos, procurando inserir sempre os fatos particulares na globalidade das ocorrências da situação.  A aprendizagem da leitura e da escrita equivale a uma releitura do mundo. Ele parte da visão de um mundo em aberto, isto é, a ser transformado em diversas direções pela ação dos homens (
José Luiz de Paiva Bello / Vitória - 1993).
                 Se é neste sentido que os educadores caminham nos espaços educacionais, por que então, as escolas não refletem na prática as teorias educacionais? Ou então, como explicar, neste cenário teórico tão bonito, a falta de atração dos jovens pelo exercicio da profissão de professor? A resposta que surge, é sempre a mesma. Simplesmente falta de motivação financeira.
              Os professores têm sempre salários muito inferiores às demais profissões. Os ambientes de trabalho também não refletem o significado da educação que tanto se teoriza nos discursos. Tudo isso sem falar na rebeldia dos educandos. E assim, caminham os sonhadores...... Eu também.

Prof. Ms Osmair Santos

Gestão democrática: inovação tardia

              O que nos parece complexo atualmente, fazer uma gestão democrática nas escolas públicas, reflete a ineficácia e a insignificância com que a educação foi tratada em todos esses anos, nos quais apenas se fez discursos. No entanto, não precisamos entrar nessa discussão para perceber que na verdade, esta é uma prática que chega de forma tardia, uma vez que as escolas públicas, em muitos estados brasileiros,  por décadas ficaram a cargo de políticos, sem a devida autonomia e sem liberdade para implementar uma proposta pedagógica séria, eficaz que refletisse a aprendizagem dos alunos.
                Pensar em autonomia é pensar em liberdade para os diversos agentes sociais. Na escola, pode ser essa também, uma idéia complexa, porém motivante. O que deverá ser considerado são as multifaces das organizações educacionais, assim como suas interdenpências. Este sim é um motivo que faz esse processo democrático caminhar sempre diante de várias indagações, para que os atores envolvidos não camufle as informações, bem como, desprezem as opiniões da sociedade que deverá assiduamente participar.
                 Autores teóricos como Padilha (1998), Dourado (2000) e vários outros defendem a eleição de diretores de escola e a implantação de conselhos escolares como forma de implementar uma gestão eficaz. São essas, na verdade, teorias já implentadas na legislação educacional brasileira desde 1996, somente agora colocadas em prática. O que comprova a afirmação que fazemos de que a educação, por década tem sido relegada a segundo plano, no cenário político brasileiro.
                A discussão é longa, assim como o processo de amadurecimento dessa nova forma de gestão na escola pública. O que vemos, no momento é a certeza de um novo caminho, do qual o êxito no futuro depende dos atores que por ele caminharão. Bem ou mal, o primeiro passo foi dado diante da expectativa dos educadores e da sociedade que tanto esperaram por esse momento. A escola publica vai melhorar o ensino? As pessoas que ocuparão os cargos de diretores estão comprometidas? Os professores que diretamente atuarão neste processo estão devidamente preparados? Estas são algumas das indagações apriori suscitadas.
                   De imediato, que se vislumbra é o pensamento esperançoso de que a educação brasileira vai melhorar. Que a escola seja mais receptiva para os alunos e comunidade, que os professores se motivem a dar si o melhor e, por fim, que a educação, realmente transforme a sociedade pelo conhecimento.

Prof. Ms. Osmair O. Santos

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

EDUCAÇÃO E AS POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Terra Indígena Juari - Rondônia

“A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Paulo Freire, educador brasileiro muito nos ensinou e nos ensina com suas reflexões sobre a educação e seus efeitos na sociedade atual.
Que todos precisam se educar para viver melhor em sociedade, todos sabem. No entanto, o que muitos ainda não sabem é que através da educação se vive com qualidade e se pode transformar o ambiente ao seu redor, com grandes possibilidades de melhorar também o meio ambiente das outras pessoas.
O fato é que em pleno século 21, o século das transformações e da revolução tecnológica, ainda existem lugares aonde a educação formal não chegou por quem constitucionalmente tem o dever de assim o fazer, o Estado. As populações tradicionais: indígenas, ribeirinhas e seringueiros, são exemplos claros do descaso.
Os indígenas são os mais esquecidos nesse envolto de indignações. Lutam por escola e educação de qualidade. Como isso é possível? Não são eles as pessoas que moravam nessas terras quando os europeus por aqui aportaram? Os ribeirinhos e os seringueiros também já moravam em seus lugares quando os capitalistas lhes tomaram as terras e conseqüentemente sua cultura.
A sociedade do século 21 parece um tanto quanto individual. O capitalismo alcançou sua plenitude e a nós que ainda temos uma pequena força nas palavras por sermos educadores, cabe o dever de falar, mobilizar e formar opinião. Do contrario, só teremos desespero e seres humanos calados em seus mundos, forçados a seguir a cartilha dos comandantes do poder que impera em uma escala desmedida e de forma global. Mais uma vez vale apenas lembrar-se da filosofia freiriana de que “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.

Prof. Ms. Osmair Santos
e-mail: smairsantos@gmail.com

           

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ambiente atual

Após a realização da última conferência de Meio Ambiente (2008), nas versões adultas e juvenil, muitos edcadores ficaram empolgados com as temáticas apresentadas naque momento. Como todo tema novo há sim, os que não o levam muita fé. No entanto, a empolgação era geral, e como tal a mídia também se fazia presente.
Hoje, após três anos de muita luta, toda aquela euforia parece ter passado e as escolas que ainda trabalham motivadas pelas ações da conferncia são as que mesmo com muitos problemas fincaram o pé no chão, se alicerçaram com suas "Com-Vidas" e até então fazem um belissimo trabalho na comunidade escolar em que estão inseridas.
Um belo exemplo de ação em educação ambiental é a Escola Murilo Braga, em Porto Velho/RO. A coordenação das ações são feitas pela professora Carmem que elabora e desenvolve os projetos com a parceria de várias instituições locais. Isso é realmente uma prova de que é possivel fazer educação ambiental nas escolas públicas.
A grande questão, é fazer a sociedade compreender a importância dessa temática nos tempos atuais e também fazer a sua parte. Nunca é tarde para se educar, e em comunhão governo e sociedade, trabalhar para um mundo melhor para todos.

Osmair Santos.