terça-feira, 20 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A HORA DA ESCOLA

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”, assim disse Chico Xavier. Essa frase é tão carregada de entusiasmo que até o ser humano mais insensível se mobiliza, e por algum tempo é capaz de pensar nas suas atitudes em relação às outras pessoas e com o meio ambiente em que vive.
Poderá fazer um parêntese, e em meio a este pensamento voltar-se estritamente a refletir nas ações desencadeadas pelos seres humanos para com o ambiente onde vivem. E o caminho que pode nos levar a tal proposição é por ventura a escola. Um local privilegiado para essa discussão e busca de possíveis soluções para tanta falta de educação.
A falta de educação que me refiro é sem dúvida a falta de sensibilidade das pessoas com o mundo. Ora, não é possível ver tantos desastres naturais, tanto pedidos de socorro da natureza e não se dar conta de que é preciso ter um novo pensamento e mudar as atitudes. Neste momento, a aquisição de novos hábitos pelos seres humanos é que o planeta mais precisa.
E a escola, o que está fazendo com as crianças e os jovens, no sentido de promover essa nova forma de discussão, pensamento e atitude? A escola aqui figurada na pessoa dos gestores e professores já deveria está preparadas para essa nova forma de gestão e ação que demanda o século 21. Neste século, vive-se um novo modelo em que a gestão ambiental é parte essencial da boa administração, seja ela pública ou privada.
Nesta linha de pensamento é importante salientar que a educação escolar precisa se atentar para o fato de que a interação entre os homens e o ambiente ultrapassou a questão da simples sobrevivência. No decorrer deste século, para se atender as necessidades humanas foi-se desenhando uma equação desbalanceada: retirar, consumir e descartar.
Não se pode negar o fato do importante papel da escola em educar as pessoas para viver e cuidar do planeta. No entanto, para cuidar do planeta é preciso começar pelo lugar onde vivem: a casa, a escola, a rua, o bairro, a cidade. O mais importante é fazer com que elas saibam que das suas ações depende o futuro das gerações, e assim, vencer essa imensa fronteira que há entre o conhecimento e a ignorância humana sobre sua própria casa, o Planeta Terra.
A educação ambiental, processos por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade deveria está na pauta diária das escolas, no discurso e na prática de todos os professores, e dessa forma, o mundo poderia ser melhor com confiáveis e agradáveis previsões para o futuro.
A história da falta de cuidado com o planeta terra, não é recente. No entanto, nos últimos anos a individualidade e o consumismo têm alcançado índices assustadores que nos levam a pensar até onde vai a capacidade do planeta em absorver todos esses impactos. O fato é que, como nos referimos no inicio nunca é tarde para começar uma nova caminhada e pensar um novo futuro.
Acreditando na educação é possível mudar, e mudar com qualidade. Uma nova historia precisa de um novo homem que pense no seu semelhante. Um ser capaz de compartilhar o que o planeta lhe oferece, sabendo que não há outro lugar capaz de sobreviver. Neste sentido, o papel da escola deverá ser o de sensibilizar o aluno a buscar valores que conduzam a uma convivência harmoniosa com o ambiente.
A escola do século 21 não pode deixar de lado um tema tão importante como a educação ambiental. Os alunos precisam ter a clareza de que a natureza não é fonte inesgotável de recursos, mas que suas reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira racional. É preciso evitar o desperdício e considerar novas possibilidades de utilização do que a natureza produz. A hora é da escola mostrar o seu verdadeiro papel: educar.

Prof. Ms. Osmair Santos

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO SEM RUMO

A educação no Brasil é mesmo um caso a parte. As pessoas que trabalham nessa área, em particular, os professores já tiveram seu valor. Isso, as pessoas reconhecem, porque já faz mesmo muito tempo que tal profissão era sinônimo de orgulho e status social.
O lamento e a suplica é generalizada no país pelas melhorias que ora são necessárias para o salto de qualidade que tanto se fala. Que é preciso investir para melhorar esse segmento, todos sabem e falam, porém até então são apenas discursos. Passam-se os anos e nada é feito.
Como se não bastasse, a mesmice que há anos impera no setor educativo continua sem que os gestores desse setor vislumbrem as mudanças advindas do novo século. Tal falta de sensibilidade arrasta cada vez mais a educação brasileira para o buraco.
Quando se pensa que deu um passo para frente criando um piso salarial nacional para o setor, dois passos são dados para trás. Primeiro, porque o piso salarial já vem totalmente defasado em relação às demais categorias. Segundo, pelo fato de que os recursos repassados à educação, como sempre não refletem no cotidiano pedagógico da escola que continua com professores desmotivados.
Afinal, o que está acontecendo com a sociedade que não valoriza mais a educação? Como sonhar com um mundo melhor se as nossas crianças e jovens não estão sendo preparadas para pensar e agir de forma equilibrada no meio onde vivem, com respeito aos seus semelhantes e em harmonia com o meio ambiente?
Pensando a partir de Milton Santos, Geógrafo renomado, por sua geografia critica que transformou o modo de como pensar o mundo globalizado, se refere ao espaço como um conjunto indissociável de objeto e ações, podemos concluir que a educação também é um conjunto indissociável de conhecimentos e ações.
No entanto, a diferença é que essas ações precisam ser planejadas para a devida intervenção neste mesmo espaço, onde todos são atores e não se dão conta da sua importância e do seu papel e poder de transformação.
 O reconhecido educador Paulo Freire é enfático ao questionar sobre o papel de transformação do espaço pelo ser humano quando sensibiliza as pessoas para o protagonismo da sua própria história, dizendo ser necessário que cada pessoa se veja neste mundo como sujeito e não como objeto, e lute para conquistar o seu proprio espaço.
É intrigrante o momento que vivenciamos no setor educacional brasileiro, quando, por exemplo, um profissional que estudou, se especializou lato e strito senso e entra para trabalhar na educação ganhando menos que muitos profissionais de categorias que exigem para o ingresso no mercado de trabalho, de apenas o ensino básico.
A situação critica vivenciada, faz com que o governo federal veicule na mídia o marketing “seja um professor”, o que é mais uma tentativa frustrada para sensibilizar os jovens a aderirem a carreira do magistério. Não deixa de ser também, mais um desperdício de dinheiro.
Que é difícil a gestão da educação no Brasil, isso sem duvida é um fato. No entanto, o que se vê a todo o momento é o uso das secretarias de educação apenas como setores para acomodação de cargos políticos. São práticas antigas no estado brasileiro que se perpetua até hoje e não há perspectivas de mudanças, haja vista a ignorância política do povo que tudo aceita.
A educação no Brasil é um verdadeiro recomeçar de ações sem meio e sem fim. Tais ações, no entanto, não chegam a convencer a sociedade, que atônita vislumbra algum horizonte de melhorias neste setor que tem como premissa melhorar a vida dos seres humanos com oportunidades iguais para todos.

Prof. Ms. Osmair Santos